O Mondial de la Bière está de volta ao Pier Mauá para comemorar seus dez anos de galpões lotados e atividades cervejeiras envolvendo as melhores marcas a produtores do Brasil. O evento ocorrerá entre os dias 11 e 15 de outubro, de quarta a domingo, e há sempre boas novidades e lançamentos para descobrir entre as centenas de rótulos oferecidos nas torneiras de chope.
A vigorosa produção das regiões serranas do estado comparece em peso e com boas estreantes. De Nova Friburgo, a Barão Bier é uma delas. Administrada por duas mulheres, vai apresentar três estilos: pilsen, american red ale e uma white IPA que leva laranja e physalis na receita.
De Corrêas vem a Brassaria Matriz, que utiliza ingredientes brasileiros em carvejas como a Mati-Taperê, uma IPA com cupuaçu; e a Veranear, uma gose com goiaba e maracujá. A Maldita vem de Niterói com rótulos que se inspiram em estilos musicais como a Blues Rock Weizz, a Punk Rock Red Ale, e a Heavy Metal Stout.
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Entre as cervejarias de peso na cena carioca, com estandes sempre concorridos no Mondial, a Hocus Pocus terá sabores que valem a experiência, como a Dream Potion, uma sour com morango, hibisco e frutas vermelhas; e a IPA Derealization, uma das melhores já feitas no Brasil.
A “gringa” Goose Island, por sua vez, deve apresentar a nova safra da Bourbon County, a mítica imperial stout envelhecida em barris de bourbon, com teor alcoólico acima de 14%, que vale as senhas e a espera nas filas que se formam quando a cerveja é anunciada.
Após a mudança de local para a Marina da Glória, o festival retorna aos Armazéns 3, 4 e 5, na região portuária, divulgando números como o de 500 mil visitantes na década de atividades, 16 mil rótulos de cerveja degustados, e 200 toneladas de alimentos doados para instituições carentes, com o ingresso categoria cervejeiro solidário, o festival.
Além de marcas fortes do setor cervejeiro, o Mondial oferece diversas opções gastronômicas e de mixologia, com programação extensa de shows. Entre as atrações musicais, já estão confirmados a banda Sweet Guns, no dia 11; a dupla Vooduo, nos dias 12 e 14; o sambista Marquinho Nunes e o Baile do Zen, no dia 13; o pagode da Beta, e banda Tchopu, no dia 15. Os ingressos estão à venda no link do Eventim.
Não saberia resumir melhor a sensação de estar numa capital de um país que, a despeito das dificuldades recentes (inflação, a vida pós-Covid, safra de alimentos fraca ou custo de energia alto por conta da guerra), tem um cenário gastronômico infinitamente mais pujante que o nosso.
Londres, uma das maiores constelações de estrelas Michelin da atualidade, assim como uma das mais premiadas no guia dos 50 Melhores restaurantes do Mundo (50Best), sempre foi grande lançadora de tendências em toda a Europa e no Brasil, apesar de nossas diferenças.
Singapura, por sua vez, é um hub da Ásia. É país/cidade/ilha riquíssimo, com muitos estrangeiros de passagem, morando e trabalhando ali por 2 ou 3 anos. Graças ao tamanho diminuto e pouca área de produção, tem como hobby colecionar os melhores ingredientes dos países vizinhos, sejam vieiras australianas ou atuns japoneses.
Por essas características, a cozinha de Singapura virou um bom resumo da alta gastronomia mundial: é um Oriente suficientemente ocidental, ou vice-versa, com cardápios que funcionam para gente de qualquer canto do planeta.
Na última Primavera do Hemisfério Norte, passei por Londres e Singapura e, por motivos de “dane-se, vou chutar o balde no meu período sabático”, juntei ao céu do meu estômago 12 estrelas Michelin em Londres, 11 em Singapura, sendo que 4 dos restaurantes visitados também estavam no guia dos 50 melhores do mundo.
Só posso dizer que na alta gastronomia, assim como acontece na alta-costura, um hemisfério olha para o outro antes de lançar seu cardápio sazonal.
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O que eu vi? Conto aqui.
Louis Han, chef do excelente Nae:Um, em Singapura, serve um dos pratos e explica o conceitoCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
NO SALÃO
Já não é novidade que ganhadores de prêmios não precisam mais de pompa ou circunstância. Mesas (cada vez mais) coladas, sem toalhas e pequenos pratos para dividir ainda são a fórmula de alguns dos mais premiados nas duas cidades.
As chef’s table continuam em alta, mas os cozinheiros arrumaram um jeito de se aproximar de todos os clientes, e não só daqueles que conseguiram reservar um dos assentos disputados dos balcões junto à cozinha. A moda, agora, é o chef escolher uma das etapas do menu degustação, sair da cozinha e apresentá-la pessoalmente. Em geral, a escolha é pelo prato que lhes dá mais orgulho ou aquele menos comercial. É uma forma de aumentar a empatia dos clientes pela casa e “vender” criações e conceito com mais propriedade, sem intermediários.
O mesmo acontece com a pâtisserie. Quando a casa tem um confeiteiro encarregado da seção, ele vem pessoalmente até a mesa explicar sua criação. Só sei que funciona.
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O dress code se perdeu em algum lugar do passado, como já abordei AQUI. E, é claro que com as temperaturas mais altas na Primavera, os limites entre despojado e desleixado vão se perdendo. A quem interessar possa, expliquei naquela coluna o que equipes e donos de restaurantes julgam inadequado.
COMIDA
Andy Beynon, chef do Behind, em Londres, e sua filosofia de “sabor puro das coisas”Cristiana Beltrão/Arquivo pessoal
Já tinha falado, também, sobre o pão como etapa, AQUI. A tendência se consolida nessa Primavera.
A preocupação com sustentabilidade é uma unanimidade, e por isso, a quantidade de pratos à la carte vem diminuindo e os menus fixos se proliferando (mesmo os pequenos, de apenas 3 ou 4 tempos) para gerar menos desperdício. Dentro do mesmo espírito, aumenta o uso de carnes menos nobres como pescoço de animais ou cabeças de peixe nas preparações, para aproveitamento animal de cabo a rabo.
O “sabor puro das coisas” é outra grande tendência, especialmente em Londres. Agora, os chefs preferem usar elementos naturalmente salgados, como algas, em vez de adicionar sal ao prato. O mesmo acontece com elementos ácidos ou intrinsecamente doces. Chegar a uma composição equilibrada buscando o sabor puro das coisas é o grande desafio.
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A sazonalidade dos peixes começa a ter mais destaque no cardápio. “Hoje, especialmente, temos o peixe tal, que só aparece na Primavera” é frase que está na boca das equipes de salão.
Outra ótima novidade é o uso de frutas especialíssimas como rainhas, na sobremesa. Num restaurante 3 estrelas, em Singapura, ameixas de Yamanashi (duas vezes o tamanho de um ovo e muito mais doces) vinham simplesmente com raspas de yuzu: mangas de Miyazaki, que têm poda e colheita controladíssimas, foram servidas só com um toque de pimenta; e o melão de Shizuoka com uma gota de gel de cereja seca e flor de shiso. O importante era terem um processo único e estarem no ponto absolutamente perfeito de maturação. Taí um quesito em que o Brasil pode brilhar e deveria investir nisso fortemente.
E a microsazonalidade como aposta não acontece só com frutas. A guisante lágrima, por exemplo, uma ervilha pequenina e pontuda que só ocorre de 2 a 4 semanas por ano, voou do país Basco até Singapura para ser servida no menu do dia seguinte. A busca de ingredientes únicos que acabam muitíssimo rápido uma novidade interessante.
E, sim, flores continuam sendo um grande apelo de início de Primavera, em cima das sobremesas e pratos.
peixe da estação sustentável, rastreável, que chega no restaurante em até 6 horas, no The Sea The Sea, em LondresCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
BEBIDAS
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Como sabemos, o consumo de álcool vem diminuindo nos últimos anos, daí a proliferação de menus acompanhados de bebidas não-alcoólicas, pelo Mundo. Para os nem tanto ao mar, nem tanto à terra, surgem menus semi-alcoólicos, com um prato do menu degustação acompanhado de álcool e o seguinte, não. Uma novidade interessante que vi por lá.
Nos vinhos, os naturais e os convencionais convivem em harmonia. A tendência é por menor intervenção, mas ninguém é mais tão radical.
De modo geral, também continua crescendo o interesse por uvas, regiões e conceitos menos convencionais. Num restaurante em Singapura, por exemplo, a carta era toda feita a partir de produtores orientais pelo mundo.
Quanto aos copos de cristal, o design simples e elegantíssimo dos copos japoneses Kimura, anda fazendo mais sucesso do que os da tão cobiçada Zalto, nas mesas da alta gastronomia.
Quanto às demais bebidas, o vermute continua crescendo e a kombucha continua em alta. Agora, feita com ingredientes também no pico da estação.
Cartas de café começam a surgir, com nome dos produtores, detalhes da colheita e cultivo e notas de degustação.
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Como nota chatérrima, uma das manias dos estrelados agora é a dança das cadeiras: é um tal de interromper o jantar para levantar e ir até a cozinha para ouvir toooooda uma explicação sobre os ingredientes, ou subir até o segundo piso só para comer a sobremesa, mudar para o balcão para um drink especial ou mudar de salão para tomar o café. Uma chatice afetada e desnecessária no meio da conversa.
Tomara que essa etapa da tal “experiência” não pegue.
Pois é… na Primavera nem tudo são flores.
carta de café, no Hide, em LondresCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
O Jardim Botânico reafirma sua vocação para os cafés caprichados, que desdobram seus cardápios repletos de gostosuras em refeições variadas ao longo do dia, com o Botânica Bistrô. A casa chegou há pouco em sua quarta unidade, espalhando mesinhas na calçada, com fachada em tom verde-água e salão cercado de janelas.
Para as manhãs, o combo orquídea (R$ 79,00, para dois) traz suco, bebida quente, cesta com pães como o ótimo de abobrinha, geleia, manteiga, ovos mexidos, frutas, iogurte com granola e bolinho de laranja. Há ainda toasts, quiches, sanduíches, saladas e omeletes em sabores como queijo de cabra e legumes assados (R$ 29,00). Sugestões de pratos executivos vão até o fim de semana.
A empada de jiló com linguiça da Vó Diva (R$ 10,00; foto), de Realengo, está na estufa assim como a coxinha de rabada com agrião da Dona Jô (R$ 12,00), do Morro da Providência. Colaboração é a palavra-chave no novo negócio do empreendedor social João Diamante.
Por trás da pequena porta com fachada de tijolos do É Nóis, que ganhou desenhos vibrantes do grafiteiro Marcelo Ment, as comidinhas de cozinheiros de regiões menos favorecidas vão se revezar junto a preparos de João, como o x salada, com toque de maionese à l’ancienne e farofa de bacon (R$ 38,00).
A casa vai abrir em horários especiais em dias de jogos no vizinho Maracanã, para reunir a galera.
Tem batata frita com porco desfiado e queijo (R$ 34,00; foto), croquete de leitão com barbecue (R$ 12,00, a unidade), pastel de arraia (R$ 15,00) e chope Brahma garotinho (R$ 6,50) na nova praia do chef Rafa Gomes, que agora tem um bar para chamar de seu, o Tin Tin.
O criador dos restaurantes Itacoa e Tiara chegou à Rua Dias Ferreira com a ideia de afastar formalidades de ambiente e serviço, oferecendo petiscos tradicionais em gostosas releituras. Além dos tira-gostos, há sanduíche de tartare de salmão gratinado (R$ 52,00), e panelinhas carregando sabores como o arroz caldoso de moela com quiabo (R$ 108,00).
A carta de drinques de Lelo Forti segue a mesma onda, com sugestões como o posto 12, mistura de gim, hortelã, gengibre, suco de limão e água de coco (R$ 32,00). Refrescância para um verão que vem aí com tudo.
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Rua Dias Ferreira, 135-A, Leblon (80 lugares). 12h/0h (sex. a dom. até 1h; fecha seg.).
No Bar Ruanita (Rua Anita Garibaldi, 60-F, Copacabana, tel.: 98888-6236), a promoção envolve combo e brinde literário. Na sexta, o combo da coxinha thai (sem massa, com frango, alho-poró, cream cheese e gengibre) e o chopp Heineken (300 ml) sai por R$ 35,00. Em parceria com a Livraria Leitura, cada cliente será presenteado com um livro.
O Bar da Peixaria Divina Providência, no Irajá (Av. Monsenhor Félix, 565, tel.: 96448-0810), preparou promoções para a sexta-feira, quando os clientes ganharão o bolinho de aipim, entrada mais pedida do cardápio. Já no sushi bar da peixaria (Rua Cisplatina, 3-A), o dyo (dupla de sushis) será por conta da casa.
No Futura Café (Av. Lúcio Costa, 880, Barra, tel.: 2442-0002), quem pedir o prato sea and salt, para duas pessoas, com lâminas de salmão curado, ceviche de peixe branco do dia, camarões marinados e burrata, tzatziki, azeitonas pretas, salada de tomate com alcaparras e bread sticks (R$ 98,00), ganhará duas taças de espumante rosé ou brut.
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Parla: trattoria oferece pizzas em dobro em Copacabana//Divulgação
Tem pizza em dobro no Parla!, em Copacabana (Rua Aires Saldanha, 98, tel.: 3439-9188). O pedido de uma vale outra igual, ou no mesmo mesmo valor. Entre os destaques, a Monalisa leva mussarela fresca, tomates confitados, rúcula selvagem e azeite (R$ 39,90).
A semana de promoções no Peixoto Sushi (Rua Conde de Bernadotte, 26, Leblon, 99839-3895) oferece nesta quinta (14) uma taça de espumante para quem pedir ostras. Na sexta, o cliente ganha degustação de um prato, podendo escolher entre tempura shiso, guioza, batera spicy tuna, special salmon skin, uramaki pihla avocado, textura de pistache, e sagu de tapioca.
E a Mount Pizza (Rua Honório de Almeida, 12-A, Irajá) faz promoção em parceria com a Heinz: os comensais que encomendarem uma pizza de 40 centímetros na sexta-feira ganharão uma embalagem de 397 gramas de ketchup com a logo da casa. Entre as mais pedidas está a de bacon com cream cheese e alho poró (R$ 66,99).
Na nova lista divulgada pelo site Taste Atlas, uma espécie de enciclopédia digital de sabores e pratos tradicionais de restaurantes clássicos do mundo, a Confeitaria Colombo, ícone do Rio, aparece em oitavo lugar na relação de 150 lugares para se comer sobremesas icônicas no mundo.
Nesta quinta (14), o gastrobar Sebastian promove uma noite com craques da coquetelaria em seu recanto no Baixo Gávea (Rua dos Oitis 6-A, tel.: 96622-4885). Lucho Moroz, chefe de bar do restaurante Sult, e Miguel Costa, embaixador da vodca Grey Goose e do gim Bombay, dividirão o balcão a partir das 18h.
Baixo Gávea: Lucho Moroz visita o Sebastian//Divulgação
Cada bartender vai fazer dois drinques, a exemplo do Clover Club, com Bombay Sapphire, Martini extra dry, xarope de framboesa, limão siciliano e clara de ovo (R$ 36,00), e do Victorian Collins, que leva Bombay Sapphire, limão siciliano e soda floral (R$ 36,00).
Em Botafogo, a boa é a reedição de um encontro de sucesso, quando a Coltivi (Rua Conde de Irajá, 53, Botafogo, tel.: 96766-5585) receberá novamente o restaurante paulistano Jojo Ramen, em jantares marcados para domingo (17) e segunda (18). O menu contemporâneo da noite funcionará das 18h30 à 0h, e não haverá reservas, com o atendimento por ordem de chegada.
O Jojo vai comparecer com diversos ramens como o de missô, com macarrão futomen, repolho, moiashi e nirá na manteiga, copa lombo no estilo chashu e alga nori (R$ 38,00). O Coltivi terá pizzas variadas como a de porco chashu, bechamel, cogumelos, óleo de gergelim tostado e togarashi (R$ 58,00).
Entre as principais denominações de origem do vinho espanhol, a região de Toro ocupa um lugar curioso. Não tem a fama de Rioja, por exemplo, ou da Ribeira Del Duero, ambas de enorme fama internacional obtida graças a condições climáticas ideais e ao trabalho meticuloso de algunas das maiores vinícolas do mundo. Mas têm uma rica e única história que, agora, vem sendo reconhecida.
Trata-se de uma sub-região de Castilla Y León, no centro-norte da Espanha. Foi lá que os primeiros vinhedos do país foram plantados, ainda na época dos romanos. Tem um clima desafiador. Não à toa, os produtores dizem que são nove meses de inverno e três meses de “inferno”. As temperaturas sobem muito na temporada quente, e podem cair para menos de 10°C no inverno. Nessas condições, as uvas lá plantadas, principalmente a variedade tinta Tinta de Toro, como a Tempranillo é conhecida, se aclimataram de forma muito particular.
Há ainda uma grande quantidade de vinhedos muito antigos, com cem, cento e cinquenta e até duzentos anos, que sobreviveram à filoxera, a praga que devastou as zonas vitivinícolas da Europa no século 19. Apesar do histórico, seus vinhos eram conhecidos pela rusticidade e pela potência, e não pega elegância. Essa situação vem mudando rapidamente.
E uma das maiores responsáveis por transformar a imagem dos vinhos de Toro na Espanha e no mundo é a Bodega Numanthia. A vinícola jovem, fundada em 1998, foi batizada com o nome de uma lendária cidade da região, ao norte de Madri, que sobreviveu por mais de 20 anos aos ataques das tropas romanas. Após duas décadas, o poderio militar superior dos conquistadores se mostrou imbatível, mas antes da derrota final a cidade inteira se suicidou como um gesto simbólico de recusa à dominação.
Bodega Numanthia tem três rótulos no portfólio que mostram a diversidade do terroir da região –Reprodução/Reprodução
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A vinícola foi comprada em 2008 pelo conglomerado de luxo LVMH (dono das Maisons de champagne Veuve Clicquot e Krug, do whisky Glenmorangie e de outras 21 marcas de luxo). A partir daí, começou uma transição focada na elaboração de vinhos mais frescos e elegantes, com menor passagem por barricas de carvalho. A chegada do atual diretor, Lucas Löwi, acelerou o processo.
Hoje, a Numanthia tem apenas três rótulos. Termes, a linha de entrada; Numanthia, vinho intermediário que mostra o potencial da região, e Termanthia, topo da linha, cujo nome é uma referência a outra cidade local que resistiu aos romanos.
As uvas que são usadas nos vinhos Numanthia são provenientes de 100 parcelas, sendo que os vinhedos mais jovens têm 55 anos e os mais antigos, 150. O rendimento dessas plantas está entre os menores do mundo, e Löwi afirma que a vinícola é a única a mesclar uvas dos oito diferentes terroirs de Toro. No caso de Termanthia, os vinhedos mais jovens têm 120 anos e os mais velhos, possivelmente mais de 200.
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Outra estratégia adotada para transformar a imagem de vinhos rústicos é reduzir o tempo em barricas, mas deixá-los mais tempo descansando em garrafas antes de finalmente colocá-los no mercado. “Às vezes, eles só são lançados cinco, seis ou sete anos após a colheita”, conta o diretor da vinícola. “Mas quando chegam ao mercado, estão prontos para beber. Não são vinhos de colecionadores”.
O reconhecimento da crítica parece confirmar que a decisão faz sentido. A safra 2017 de Termanthia recebeu 100 pontos do crítico James Suckling, um dos maiores do mundo, e a safra 2015 foi eleita a melhor representação de Toro pelo Guia Espanha 2023 da revista Adega.
O antigo Convento do Carmo, no Centro, que serviu de moradia para D. Maria I, Rainha de Portugal, ganha nesta quarta (13) um bistrô comandado pela chef Teresa Corção. O projeto do Sesc RJ para o Centro Cultural da PGE, que ocupa o convento na Praça XV, terá cardápio com a proposta de valorizar a agricultura familiar fluminense.
Com 54 lugares, o Bistrô Sesc Convento do Carmo vai funcionar das 11h às 18h, de segunda a sábado, em projeto cuidadoso na edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac).
Além do couvert com pães artesanais e um “caldinho sustentável”, feito com o produto excedente de agricultores do estado, o bistrô vai oferecer pratos como o ceviche de peixe do dia com leite de tigre e pimenta murupi, tartar de batata doce assada e creme de milho; e o tornedor com derretido de queijos do Rio, batatas batatas rústicas com páprica e cúrcuma, e verdes assados.
O Sesc RJ também levará atrações artísticas ao local, e a primeira delas é a exposição Abstrações, composta por obras de mulheres entre gravuras, litografias, serigrafias, e instalações, com abertura prevista para outubro.