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Vinho português produzido apenas em safras especiais é lançado no Brasil

Poucos vinhos portugueses têm a mesma fama – e a mesma importância – que o hoje mítico Barca Velha, da Casa Ferreirinha. Produzido originalmente em 1952, foi o primeiro tinto seco produzido no Douro, região conhecida pelo vinho do Porto, pelo então enólogo da vinícola, Fernando Nicolau de Almeida. Desde então, é lançado apenas em safras extraordinárias. Foram só 20 edições do Barca Velha, sendo que a mais recente saiu em 2011. Mas o que acontece com o vinho proveniente dos mesmos vinhedos que dão origem ao Barca Velha quando este não é produzido?

O rótulo seguinte na hierarquia da Casa Ferreirinha é o Reserva Especial, que passa pelo mesmo processo de elaboração que seu irmão mais famoso e cobiçado. Foram apenas 18 edições desde seu lançamento, e a mais recente delas, Reserva Especial 2014, chega agora ao mercado brasileiro. O vinho foi apresentado para jornalistas e especialistas na última semana, e deve chegar às lojas a partir de agosto, pela importadora Zahil, por cerca de R$ 4,5 mil (bem menos que os mais de R$ 7 mil cobrados pelo Barca Velha).

Ambos são feitos com um blend de touriga nacional e touriga francesa (ou franca), que compõem 80% do vinho. Os outros 20% são uma mistura de tinta roriz (ou aragonez, como é conhecida na Espanha) e tinto cão, variedades fundamentais da produção do Douro. Esse vinho passa, então, 12 meses em barricas de carvalho, sendo 75% novas e 25% usadas. Ao final do processo, a bebida é degustada pelo enólogo da Casa Ferreirinha, Luís Sottomayor, que lá trabalha desde 1989. Nesse momento, ele decide se vai engarrafá-lo, com o rótulo Quinta da Leda, ou se vai envelhecê-lo por mais seis meses.

Zahil
O Reserva Especial 2014, que chega em breve ao mercado brasileiro –Zahil/Divulgação

Se for fazer mais um estágio em barricas, o vinho é considerado um Douro Especial, nome que Sottomayor usa para identificar a qualidade superior daquela safra. No fim dos seis meses, ele é provado e, então, cabe ao enólogo a decisão de dizer se aquele vinho será um Barca Velha ou um Reserva Especial. “São gêmeos, com personalidades apenas um pouco diferentes”, afirma Sottomayor. Mesmo assim, a decisão têm um impacto importante nos negócios da Sogrape, grupo responsável pela marca Casa Ferreirinha e por várias outras vinícolas. Escolher um ou outro significa ganhar (ou deixar de ganhar) até um milhão de euros.

No caso específico do Reserva Especial 2014, Sottomayor diz que a decisão foi baseada no perfil de taninos, mais suaves. Para o Barca Velha, eles tendem a ser mais pujantes. Ambos são vinhos de guarda, que chegarão ao auge de seu potencial daqui a duas décadas. Mas o enólogo conta que por conta da tecnologia e do connhecimento que têm hoje, os rótulos estão mais “prontos”, e podem ser degustados agora. “Antes, precisávamos fazer uma extração mais intensa das uvas, e de início o vinho seria muito agressivo. Hoje, não. Ele é intenso, mas tem harmonia e elegância que os torna mais suaves”, afirma.

A Casa Ferreirinha, no entanto, não produz apenas vinhos de altíssima gama. Seu portfólio é extenso e inclui boas opções para quem está começando a beber tintos do Douro ou vem se aprofundando nos rótulos da região. Desde rótulos mais simples, como o Esteva e o Papa Figos, vendidos na faixa entre R$ 100 e R$ 160, passando por outros, de maior complexidade, como o Vinha Grande (cerca de R$ 200) e o Callabriga (R$ 500), até o recente lançamento Castas Escondidas (R$ 1 mil), um blend de diversas variedades menos conhecidas, como Bastardo, Marufo, Tinta Francisca, Touriga-Fêmea e Tinta Amarela, usadas na elaboração de vinhos do Porto, há um pouco de tudo. E o objetivo de Sottomayor é trabalhar para que cada um deles cumpra sua função de acompanhar bem uma refeição. “O vinho, para mim, é como um ser humano, com sensações, com paixões. É preciso dar-lhe alma e vida para que ele mostre tudo isso quando chega à mesa”, conclui.

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Vinho – VEJA
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O segredo dos premiados vinhos produzidos na Serra da Mantiqueira

No mundo do vinho, diz-se, como mantra, haver duas zonas ideais de luz, calor e água em proporções ideais para o cultivo das uvas: a faixa entre as latitudes de 30 e 50 graus, tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul. França, Itália, Portugal e Espanha, países de produção celebrada, estão dentro da faixa norte, é evidente. Argentina, Chile, Nova Zelândia e Austrália são produtores de escol na franja austral. No Brasil, apenas o Rio Grande do Sul é contemplado por condições climáticas favoráveis, e é lá que são feitos os melhores espumantes nacionais, reconhecidos mundialmente. Nos últimos anos, contudo, um outro tipo de vinho brasileiro tem chamado a atenção de especialistas: são os rótulos da Serra da Mantiqueira, cadeia montanhosa localizada entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Brotam ali os chamados vinhos tranquilos, de escassas borbulhas, filhos da cultura no inverno.

Tranquilamente, eles crescem e aparecem. Na mais recente edição do Decanter World Wine Awards, celebrada premiação realizada há vinte anos no Reino Unido, o Brasil conquistou 105 medalhas, sendo 25 delas para os vinhos da Serra da Mantiqueira. Foram apenas duas premiações de ouro, uma delas para o tinto Piquant Soléil, de uva syrah, safra de 2022, da Vinícola Ferreira, instalada entre os municípios de Piranguçu, em Minas Gerais, e Campos do Jordão, em São Paulo. “Um prêmio desse é gratificante por mostrar que o trabalho de treze anos está indo pelo caminho certo”, diz Dormovil Ferreira, proprietário e fundador da vinícola. Empresário do ramo de computação eletrônica, Ferreira plantou as primeiras videiras da casta merlot em sua casa em 2010, e o bom resultado da primeira safra o motivou a expandir o vinhedo. Hoje, a capacidade é de quase 40 000 litros anuais e uma ampla variedade de outras uvas, como a sauvignon blanc, que já foi premiada em uma edição anterior do Decanter Awards.

arte vinho

O sucesso da Serra da Mantiqueira é um interessantíssimo prodígio. O lugar, sublinhe-se, tem um clima pouco indicado para o cultivo da Vitis vinifera, usada para a lida de vinhos finos. A altitude, a geografia acidentada e as chuvas potencializam as dificuldades. A viticultura só foi possível graças ao casamento da tecnologia com técnicas inovadoras, como a dupla poda, ou poda invertida. Explica-se: tradicionalmente, as videiras produzem frutos colhidos no verão, entre os meses de fevereiro e abril, o mais tardar. No caso dos vinhos de inverno, são feitas duas podas, uma em meados de agosto e outra em janeiro. É movimento que altera o ciclo da videira e concentra o desenvolvimento da planta na temporada invernal, período de maior amplitude térmica e menor índice de chuvas. O recurso foi desenvolvido no início dos anos 2000 pelo professor e produtor Murillo de Albuquerque Regina. Na época, ele trabalhava na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), depois de uma década de investigação. Portanto, todo o lote da Serra da Mantiqueira é recente.

Há, portanto, dada a juventude do processo, e os bons resultados, uma entusiasmada união entre os viticultores da região. “Nos juntamos para testar diferentes manejos, adubos e aminoácidos”, diz Mario Augusto Carbonari, responsável pela Vinícola Villa Santa Maria, também premiada com uma medalha de prata no Decanter Awards. “Cada um experimenta algo e compartilha o que funciona e, com isso, conseguimos absorver mais conhecimento em menos tempo.” Em 2016, foi criada a Associação Nacional de Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin), que organizou a produção local e vem promovendo a viticultura na Serra da Mantiqueira. “Sem falsa modéstia, digo que sempre acreditamos que seríamos premiados”, afirma Carbonari. “Mas a surpresa foi isso ter acontecido tão cedo.” É ineditismo emoldurado por esperança e alguma ansiedade pelo que virá em seguida. A expectativa, e não há como apartá-la: como o celebrado vinho jovem ainda evoluirá com o passar do tempo em barris e garrafas? Existe uma única firme certeza: o futuro é promissor.

Conforto para exportação

Crédito: instagram @vikchile
NOVIDADE - O Vik Chile, no vale chileno de Millahue: uma sucursal no Brasil em 2024Reprodução/Instagram

O grupo hoteleiro Vik Retreats, de origem uruguaia, é conhecido pelo portfólio enxuto, mas exclusivíssimo e elegante de hotéis espalhados pelo mundo. São três unidades no Uruguai, duas no Chile (uma delas uma vinícola de rótulos renomados) e uma em Milão, na Itália, com design assinado por arquitetos premiados. A proposta é unir natureza, ambientes repletos de obras de arte e experiências enogastronômicas. A Vik acaba de anunciar a chegada ao Brasil. O empreendimento subirá no interior de São Paulo, na cidade de Araçoiaba da Serra, a menos de duas horas da capital. A escolha foi feita com base na popularidade dos vinhos da marca por aqui e pelo interesse dos brasileiros pela instalação enoturística da Vik no Vale de Millahue, no Chile. Não à toa, o design da unidade brasileira será assinado pelo uruguaio Marcelo Daglio, responsável pela Vik Chile. A inauguração será em 2024.

Publicado em VEJA de 21 de Junho de 2023, edição nº 2846

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Vinho – VEJA
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São João: a mais longa e animada festa brasileira

Chegou a tão esperada época das festas juninas. Como é bom ver a mudança das estações, a despedida do outono, temperaturas amenas e muita, mas muita opção para se cultuar uma tradição genuinamente brasileira: festas de São João. Canjica, milho verde, pé de moleque, amendoim, pinhão, pamonha, bolo de rolo, quindim, pipoca, maçã do amor, bola de fubá, pudim, quentão, chimarrão, ufa. De norte a sul, a fogueira, quadrilha e casamento caipira, tem diferentes sotaques e muitas semelhanças: barriga cheia, arrasta pé e muita folia.

Como bom curioso que sou, fui pesquisar as origens desta festa tão tradicional por aqui, assim como o carnaval. Essa festa típica do interior brasileiro, que tem em Campina Grande na Paraíba o maior evento junino do mundo, nasceu na idade média, durante o Solstício de verão. Historiadores apontam que essas origens têm ligação direta com festas pagãs europeias, durante a chegada da primavera, onde se realizam as colheitas das plantações. Naquela época, o objetivo das festividades tinha um cunho holístico, ou seja, afastar maus espíritos e pragas que pudessem atingir ou prejudicar a colheita. Vale ressaltar que o solstício de verão, no hemisfério norte acontece exatamente em junho.

Quando o cristianismo se consolidou na Europa, esta comemoração pagã se incorporou ao calendário festivo do catolicismo, e logo, essa prática da igreja católica, facilitou a conversão de povos pagãos em cristãos convertidos e as festividades passaram a ter elementos cristãos. Figuras como São João, Santo Antônio e São Pedro (todos celebrados em junho), passaram a figurar como elementos típicos das festividades, dando um novo significado para estas festas. A comemoração chegou ao Brasil lá pelo século XVI. As festas JOANINAS, (assim eram chamadas), vieram exatamente como eram celebradas na Península Ibérica (Portugal e Espanha) durante a colonização. Antes o nome era uma referência direta ao Santo Católico, mas com o passar dos anos e diferentes sotaques, logo passou a ser chamada de festa junina, em referência ao mês da celebração.

Fogo, quentão e estilo

Hoje, as festas juninas são celebradas em milhares de cidades em todo território nacional. Já ultrapassou o mês de junho. Tanto é verdade que é comum termos festas julinas e até agostinhas. O que importa, realmente, é que a festa é de longe mais longa celebrada no Brasil e sim, temos aqui o maior São João do planeta. Cidades como Caruaru, Olinda, Recife, Campina grande, entre tantas outras de norte e nordeste, sul, sudeste e centro oeste. É a festa do povo. A festa do homem e mulher do campo. Do bolo de coco da nona gaúcha, a canjica da “mainha” nordestina. É o quentão paulista, cheio de brandy e canela, ou aquele gole da “marvada” pinga, da aguardente mineira.

Muitas são as bebidas Brasil afora, mas o quentão é de longe o símbolo mais forte da festa. O etílico patrimônio mais disputado, consumido e diferente que existe. Servido quente, temperatura ambiente ou até mesmo com gelo, depende de onde você esteja. Não quero desvalorizar as tradicionais batidas de coco, amendoim ou maracujá, amamos também, mas isso temos sempre, o ano todo. Quentão é quentão, saboroso, aromático e tradicional. Toda família interiorana do brasil tradicional tem uma receita de quentão que passa entre as gerações. Não importa onde você vai pular sua fogueira ou arrastar seu pé ao som da sanfona e zabumba, só não deixe de passar pela barraca do quentão. É fácil achar, basta seguir o aroma do vinho ou das especiarias como cravo e canela. Tome cuidado. É altamente apaixonante. Já estou com água na boca e vou aqui revelar uma receita típica do quentão gaúcho, de onde vem todas as minhas raízes e memórias desta festa. Mas também deixo uma receita super simples e tradicionalmente usada em muitos estados. Fique à vontade para reproduzir e experimentar, só não deixe de buscar uma festa para se apaixonar, provavelmente no seu bairro deverá ter muitas durante todo mês.

Cheers

 

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Receita do Quentão tradicional

Ingredientes

  • 1 litro de cachaça de boa procedência
  • 600 ml de água
  • 500 gramas de açúcar
  • 1/2 xícara de gengibre em fatias
  • 3 pedaços de canela em pau
  • 10 cravos da índia

Vale ressaltar que a receita pode variar de acordo com o gosto do consumidor, podendo haver a adição de maior ou menor quantidade de certos ingredientes.

Modo de preparo

Em uma panela, coloque o açúcar e deixe derreter até formar um caramelo; e vá acrescentando as especiarias de sua preferência. Em seguida, adicione a água, deixando ferver por um período de cerca de 15 minutos. Logo após, acrescente a cachaça, e deixe ferver por mais 10 minutos. Deixe a bebida descansar e passe em uma peneira para retirar todos os sólidos, resultando somente no líquido que será consumido.

Receita do “Vinho Quente”  sulista

Ingredientes

  • 5 litros de vinho tinto comum
  • 500 gramas de açúcar
  • 1/2 xícara de gengibre em fatias
  • 3 pedaços de canela em pau
  • 10 cravos da índia
  • Fatias de laranja e limao
  • 10 gramas acafrão

Vale ressaltar que a receita pode variar de acordo com o gosto do consumidor, podendo haver a adição de maior ou menor quantidade de certos ingredientes.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Siri na rede: tradicional restaurante da Ilha aporta em Botafogo

O célebre risoto que nasceu há mais de trinta anos na Ilha do Governador, um portento agregador de famílias e amigos à mesa, chega pela primeira vez à Zona Sul, em clima intimista que distingue a filial de Botafogo da rede Siri. Ocupando casa antiga de esquina, de ambiente com toques industriais e mezanino enfeitado com garrafas de vinho, o novo salão recebe clássicos como o citado risoto de camarão (foto), uma das seis versões marinhas do prato, que serve três pessoas na versão pequena (R$ 188,90) e de cinco a seis na grande (R$ 279,90). O cardápio à base de frutos do mar é vasto e traz petiscos, como as patinhas de caranguejo (R$ 55,50, dez unidades), e pratos executivos, a exemplo dos gurjões de peixe com purê de batata (R$ 49,00). A carta de vinhos completa a refeição com cerca de vinte rótulos entre R$ 80,00 e R$ 100,00. Rua Conde de Irajá, 201, Botafogo, ☎ 3795-7811 (70 lugares). 11h/23h (fecha seg.).

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Hora do jantar: após cinco anos, Lilia volta a abrir à noite

O antigo sobrado no Centro que guarda boas surpresas ao paladar, marco inicial dos premiados endereços do chef e restaurateur Lucio Vieira, tem novidades a se comemorar. Depois de cinco anos no formato de almoço a preço fixo (e justo), o Lilia agora abre para o jantar às quintas e sextas, quando o salão em luz baixa ganha ares românticos. Os pratos do chef Phil Fonseca estão amparados pela nova carta de vinhos naturais de Alain Ingles com exemplares como o rosé francês Bee Famous (R$ 40,00, a taça). O sistema noturno é à la carte, com pedidas que mudam a cada semana, mas podem trazer olhete cru com vinagrete de morango e a fruta assada, tomate confit e óleo de capim-limão (R$ 41,00; foto), como entrada; e o polvo na brasa com emulsão de morcilla, batata-doce e couve toscana (R$ 58,00), de principal. Rua do Senado, 45, Lapa, ☎ 3852-5423 (60 lugares). 11h30/15h (qui. e sex. também 19h30/23h; sáb. 12h/16h; fecha dom.).

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Fábrica vegana: Ruta Cozinha se reveza com confeitaria Conflor na Bhering

Sorriso no rosto e mãos nos vegetais. É assim que encontramos a cozinheira e cientista social Jade Moreira no almoço do novo Ruta Cozinha, que abriu as portas na Fábrica da Bhering no mesmo endereço da confeitaria Conflor (que funciona apenas aos sábados). A ideia é fazer comida vegana criativa, inspirada nas andanças da cozinheira em sítios agroecológicos do Nordeste, e países de culinárias tão distantes como Noruega e Sri Lanka. O serviço presencial estreia na forma de menu executivo servido de segunda a sexta, de acordo com os ingredientes do dia, com entrada, principal e bebida por R$ 40,00. No esquema, figuram pratos como o velouté de abóbora, ragu de berinjela e pangrattato com castanhas (foto). Já a refeição bahia é composta por miniacarajés, arroz, vatapá, caruru e salada de tomate verde com pimenta de cheiro. Rua Orestes, 28, 3º andar, Santo Cristo, ☎ 99196-5941 (30 lugares). 11h/16h (fecha sáb. e dom.).

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Sorria, o Irajá chegou ao Rio Design Barra com todos os clássicos do menu

Casa que remete aos primórdios da experiência autoral do chef e restaurateur Pedro de Artagão, o Irajá Redux chega ao Rio Design Barra com todos os clássicos do cardápio do endereço no Leblon. O ambiente também segue a mesma linha, de paredes verdes, cadeiras vestidas com estampas de plantas e clima de descontração. Estão lá pedidas como o sando no pão macio com milanesa de angus, aïoli e pasta de tomates (R$ 48,00), e a carne assada por doze horas no próprio molho com espaguete cacio e pepe (R$ 72,00; foto). O polvo na brasa com béarnaise e aipim na manteiga de garrafa (R$ 84,00) é outro que fez fama. Na hora da sobremesa não tem para ninguém: o bolo molhado de brigadeiro quente com calda de baunilha (R$ 28,00) é a doce celebridade que rouba a cena em todas as casas do chef. Rio Design Barra. Av. das Américas, 7777, Barra, loja 304/308, ☎ 97541-8433 (96 lugares). 12h23h (dom. e fer. até 22h).

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Japão de verdade: documentário sobre o país inspira San Omakase

Depois de cruzar o Japão para gravar um documentário sobre a cultura japonesa, o restaurateur Martin Vidal abriu no Leblon o San Omakase, uma sala-balcão de oito lugares para um menu que pode mudar a cada dia e está um passo à frente em técnica e ingredientes no Rio. O percurso chefiado por André Kawai (foto) é encantador. Embaixador do Sushi no Brasil, ele apresenta mais de dez etapas num show que pode começar com a feitura complexa do umaki, omelete japonês com enguia na panela de cobre. A ala dos crus tem peixes pescados na madrugada anterior e “viajantes” como o bluefin, atum do Mediterrâneo. Há sushis servidos com wasabi japonês in natura, e a parte quente trouxe um raro tempurá de siri-mole inteiro. As sobremesas do confeiteiro Cesar Yukio surpreendem. Os menus vão de R$ 470,00 a R$ 930,00, preço do principal harmonizado com os melhores saquês da casa. Rua Conde de Bernadotte, 26, loja 103, Leblon, ☎ 2112-5199 (8 lugares). Sob reserva a partir das 20h (fecha. dom. a ter.).

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Fusão Peru-China no RioSul: gato da sorte gigante dá boas vindas ao Cantón

A mistura de sabores do cardápio bolado pelo chef Marco Espinoza, onde as culinárias peruana e chinesa se encontram no estilo conhecido como chifa, aterrissou no shopping Rio Sul, endereço da nova filial do Cantón no Rio. O gato oriental da sorte, aquele que acena com a pata levantada, recebe os clientes na porta em boneco de 1,60 metro, e o ambiente é adornado por luminárias e ilustrações chinesas. O cardápio traz novidades como o camarão em tempurá com molho cremoso spicy e molho agridoce (R$ 69,00; foto). De principal, o lámen charsiu tem macarrão, caldo de frango, porco assado à moda charsiu, cogumelo wanyi, ovo hajitama e cebolinha (R$ 58,00). Para adoçar, o cheesecake de gengibre é feito com biscoito de amendoim, canela e geleia de laranja kinkan (R$ 35,00). Cores e sabores em profusão. Shopping Rio Sul. Rua Lauro Müller, 116, loja 401-D90, Botafogo (38 lugares). 10h/22h (dom. 13h/21h).

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Carregada de condimentos e consoantes, comida coreana vai das telas à mesa

Colorida e vibrante como um clipe dançante do BTS, a boy band de sucesso planetário, e intensa como um capítulo de Round 6, série mais assistida da história da Netflix, a comida sul-coreana é conhecida por sua fusão de sabores, que transitam do apimentado ao adocicado em uma única garfada. Essa experiência à mesa começa a ser oferecida em uma rota de restaurantes cariocas especializados nas receitas de raízes milenares do pequeno país exportador dos maiores fenômenos do entretenimento da atualidade. No embalo dos filmes e séries onde a comida se faz presente, pratos que carregam em condimentos e consoantes (vai aí um tteokbokki, um jjajangmyun ou um samgyeopsal?) se espalham pela cidade para além dos endereços ditos coreanos — há desde padaria gourmet até restaurante francês utilizando o kimchi, fermentado típico de vegetais alçado a Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. “Atendemos desde crianças aventureiras que se jogam nas comidas apimentadas a entusiasmadas senhoras apaixonadas pelas novelas coreanas e as bandas de k-pop”, conta Aline Tostes, do Dorama, no Humaitá.

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O nome da casa é justamente uma homenagem às famosas novelas coreanas, transmitidas nas televisões do local, iniciado por Aline e o marido, Stephen Lee, durante a pandemia, primeiro pelo delivery. As entregas fizeram tanto sucesso que deram gás para que eles abrissem um restaurante de ambiente simples e almoço concorrido (diariamente com fila na porta), no Humaitá. “Palavras difíceis como bibimbap já começam a ficar comuns, como aconteceu com o yakissoba quando chegou por aqui”, ressalta Martin Kim, citando a receita colorida e reconfortante de vegetais e carnes fatiados na tigela de arroz com gema crua por cima, que, aliás, consta também em menus de restaurantes da moda, como o Spicy Fish, em Ipanema. Filho de coreano, Martin criou o Kim Korean Food ao lado da mulher, Priscila Lima, e passou a dar expediente em feiras de rua, como a Junta Local. Com o sucesso, acabam de inaugurar a primeira loja na aquecida Rua Gomes Freire, no Centro, a poucos passos de casas como o Lilia e o Labuta. “É fantástico ver os restaurantes, orientais ou não, incorporar receitas e ingredientes típicos, que as pessoas começam a assimilar”, celebra.

Sucesso no delivery: entregas deram gás para o Dorama abrir o restaurante próprio no Humaitá
Sucesso no delivery: entregas deram gás para o Dorama abrir o restaurante próprio no Humaitá./Divulgação

Mais famoso elemento da cozinha coreana, o kimchi é um poderoso alimento probiótico cujo preparo remete ao século XI, agora elencado entre as tendências gastronômicas para 2023 pelo portal britânico Fine Dining Lovers. Quem resume o efeito da união de vegetais fermentados, tendo geralmente a acelga como base, em pasta de alho, gengibre e pimenta, é o chef Thomas Troisgros, devoto da mistura: “Ele te dá acidez, frescor, crocância, picância e os aromas da fermentação. É fácil de compartilhar e tem extrema versatilidade”, avalia Thomas, que já servia a iguaria no menu degustação do extinto Olympe, em prato com ovo — combinação “perfeita” para ele. Hoje, no francês Le Blond, no Leblon, o cozinheiro emplaca um magret de pato com arroz de kimchi. Novos endereços asiáticos como o Elena e o Katz-Su se fartam da tradição sul-coreana, e a padaria The Slow Bakery oferece o kimcheese, um queijo quente “turbinado”. O brasileiro Rüda, em Ipanema, serve pão de queijo com mistura inusitada (que dá certo) de linguiça, goiabada e adivinhe? Kimchi, o onipresente.

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Fusões contemporâneas à parte, a culinária raiz exportada pela Coreia do Sul é feita de sensações que se multiplicam na boca, picantes e adocicadas, com conservas vegetais, ingredientes de fermentação e muito umami — o chamado “quinto sabor”, que realça os demais. São preparos saudáveis, rápidos e compartilháveis, que costumam ter o arroz como base, além de ensopados, massas de arroz ou batata-doce, carnes grelhadas em chama alta e os obrigatórios banchans, acompanhamentos em pequenas cumbucas com variedade de conservas, molhos à base de soja fermentada e elementos como alho cru fatiado. Tudo para ser degustado, claro, com os jeotgarak, os palitinhos coreanos de metal, similares aos japoneses de madeira. Experiências autênticas que passam por essas especialidades são oferecidas por dois restaurantes ciosos da tradição, na Zona Oeste: o Hanguk House, no shopping Barra Point, e o Ryu, no fim da Barra, no Condomínio Blue Square.

Uma Advogada Extraordinária e Round 6: séries ajudam a popularizar a comida típica
Uma Advogada Extraordinária e Round 6: séries ajudam a popularizar a comida típicaDivulgação; Noh Juhan/Netflix/Divulgação

Antenada com a alta do sabor coreano no Rio, a família Kim, proprietária do Hanguk House, abriu ao lado o café Hallyu (nome que se refere à “onda coreana” que ganhou o mundo), uma espécie de mercadinho onde até os grãos vêm do inovador país asiático, além de chocolates, salgadinhos de frutos do mar, refrigerantes de melancia e vasta coleção de noodles instantâneos. Os biscoitos dalgona, famosos após protagonizarem um dos desafios mortais mais aflitivos da série Round 6, também já estiveram nas prateleiras. “Chega muita gente dizendo que viu num filme e quer experimentar, aí vira cliente”, relata o empresário Leonardo Kim, na segunda geração do clã, destacando a procura pelo kimbap, enrolado de arroz com alga, legumes e carnes tão visto na série coreana Uma Advogada Extraordinária. Nas mesas externas do restaurante, o bulgogi é uma carne grelhada pelos clientes que lembra o mais amado prato brasileiro. A cerveja, no caso, dá lugar ao soju, destilado coreano de arroz saborizado com frutas. Um churrasco coreano, com certeza.

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Muito além do kimchi
Pequeno dicionário de ingredientes e pratos locais

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Bibimbap
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Bibimbap
À base de vegetais e carnes fatiados na tigela de arroz, com gema crua por cima, misturados na mesa, com pasta de pimenta e molhos

Bulgogi
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Bulgogi
A carne bovina ou suína marinada em shoyu, mel, cebolinha, alho, sal de gergelim e pimenta-do-reino é grelhada e servida com arroz e outras guarnições

Doenjang
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Doenjang
Pasta de grãos de soja fermentados, mais forte que o japonês missô. Salgada, terrosa e repleta de umami, é muito usada em sopas, molhos e ensopados

Mandu
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Mandu
São os dumplings coreanos feitos no vapor ou fritos, em inúmeros recheios, como carne suína com alho e cebolinha ou macarrão fino de batata-doce

Gochujang
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Gochujang
Ardente, doce e farta em umami, é a pasta feita de pimenta coreana, arroz glutinoso e soja fermentados que se encontra nas principais receitas, como o molho do bibimbap

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