O chope de colarinho cremoso recebe quem chega disposto a descontrair e petiscar a partir de um cardápio que faz releituras divertidas da comida de boteco. Na ebulição da Olegário Maciel, na Barra, o Barel tem varanda extensa, salão com tijolos aparentes, parede de plantas e bar ao fundo, de onde brotam os drinques da carta criada pelo mixologista Alex Miranda. É o caso do piña descolada (R$ 32,00), que vai de vodca, abacaxi, caramelo salgado e espuma de piña colada. De petisco, o bolinho porco espinho é boa dica, feito com barriga de porco e milho, empanado no macarrão cabelo de anjo (R$ 36,00, três unidades), e as tulipas de frango são marinadas e picantes ao molho ranch (R$ 40,00).
Depois de alguns anos acalentando o sonho de abrir um restaurante em homenagem à mãe, a chef Kátia Barbosa cumpriu a missão no charmoso Sofia, que leva o nome da matriarca, de 92 anos. É de comida brasileira e popular, mas também autoral, como Kátia nunca exibiu em restaurante próprio. Por trás da fachada azul-clara, convidativa como as casinhas nordestinas que reproduz, o ambiente é decorado com artesanatos garimpados pela cozinheira, e o almoço vai da entrada à sobremesa por R$ 70,00. Sabores como as lâminas de cenoura com azeite, iogurte e melado; ou a copa-lombo com polenta de milho crioulo. De sobremesa vem delicada pera com iogurte e caramelo salgado. O jantar chega em setembro, com quatro etapas e preço de R$ 120,00, e a carta de vinhos brasileiros é feita pelo músico e gastrônomo Gabriel da Muda. Saúde, Sofia!
Rua Barão de Iguatemi, 257-C, Praça da Bandeira, 96973-9781 (24 lugares). 12h/23h (fecha seg.).
A civilização grega construiu a base para o desenvolvimento da sociedade ocidental, o seu grau de importância no curso da história passa pelo início das atividades da ciência, da política, da filosofia, da literatura, do teatro, da poesia e arte, da medicina, da arquitetura e de tantas outras áreas, e claro que o vinho esteve presente nesta jornada. Os gregos não foram os primeiros a produzirem o vinho, mas na Grécia Antiga deu-se o desenvolvimento da cultura vínica em vários aspectos, como o crescimento das vinhas, a legislação, a negociação e sobretudo a arte de degustar o vinho. Para um grego, o vinho é muito mais que uma cultura, ele é o próprio status de civilidade.
Breve Histórico do Vinho na Grécia Antiga
A história do vinho grego é difícil dissociar-se da própria história da Grécia tal a importância desta bebida no cotidiano desta civilização. As inúmeras referências arqueológicas, as pesquisas, os estudos e publicações sobre viticultura, sobre os vinhos e suas produções e importações fazem parte do acervo histórico do seu povo durante séculos e que trazem muito orgulho a esta população que sempre presou por este néctar sagrado e milenar.
Segundo o jornalista e escritor britânico Tom Standage, que em sua obra “A História do Mundo em 6 Copos” descreve que o vinho era a bebida que ditava o ritmo nos simpósios e festas na Grécia Antiga onde os participantes partilhavam grandes taças. Em visita in loco em vários museus em Atenas pude constatar isso através de inúmeras obras de artes registradas e objetos catalogados relacionando esta descrição. No Museu Benaki vi peças e representações que retratavam as cenas de como funcionavam os simpósios, momentos estes presentes com muita frequência no cotidiano da vida dos gregos. Esses debates eram regados de vinhos e os pensadores antigos tentavam superar um ao outro por meio da inteligência.
O filósofo Platão dizia que o vinho era uma ótima maneira de testar o caráter e a índole de um homem, submetendo-o às paixões despertadas pela bebida como a raiva, o amor e a ambição. Ele associava a importância do consumo de vinho ao ato de falar, dizia que as pessoas soltavam a oratória, neste mesmo período surgiram os Sofistas “pensadores da Grécia Antiga”, que viajavam de cidade em cidade realizando discursos públicos.
Os gregos consumiam o vinho no seu dia a dia, e aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração. Também foram eles que reforçaram a implantação das vinhas realizadas pelos fenícios em muitas áreas do Mediterrâneo e introduziram vinhas e a produção de vinhos em suas colônias do Sul da Itália, que chamavam de Oinotria, que significa terra do vinho, mais tarde os romanos passaram a chamar de Enotria.
O Vinho Grego na Atualidade
O vinho para os gregos é o sinônimo de uma bebida portadora de civilidade e na Grécia tem uma das histórias mais longas do mundo ininterrupta, pois sempre foi parte integral da cultura desde a antiguidade até a atualidade, mesmo em muito momentos históricos a produção tenha sido comprometida por povos dominadores avessos ao consumo de álcool. A Grécia possui uma incrível variedades de terroirs distintos e únicos, desde vinhedos implantados em terrenos de montanhas, em solos vulcânicos, em regiões da costa e em área continental, proporcionando uma incrível variedade de possibilidades de estilos de vinhos.
Regiões Vitivinícolas Gregas, Crédito de imagem Livro Atlas Mundial do Vinho 7 Edição
Na atualidade os números do mercado vínico da Grécia são pouco representativos perante o cenário mundial, segundo os dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (2021). Neles a Grécia representa 0,9% da produção mundial de vinhos, ficando na 17° posição do mundo. Como consumidor de vinhos está na 22° posição mundial equivalendo a 0,9%. Suas exportações no setor de vinhos representam 0,2% ficando na 26° posição mundial e como importador de vinhos representa 0,1% , marcando a posição 53° do mundo em importação.
Em 2022 foram registradas na União Europeia 33 PDO e 114 PGI de vinhos Gregos. Destes 9,5% da produção nacional é representada pelos vinhos PDO, e 23,5% pelos vinhos na categoria PGI, seguindo as normas europeias. Registradas estão 95.922 ha de vinhas plantadas, fragmentadas em 1200 vinhedos em toda a área do país. Macedônia, Thrace, Peloponeso, Ilhas Aegean, Creta, Epirus, Thessaly, Grécia Central e Ilhas Ionian são as regiões onde estão divididos os vinhedos gregos. Mas as PDO mais importantes na atualidade a nível mundial são Naoussa, Nemea e Santorini, pois estão apresentando ao mundo vinhos com caracter únicos e com castas emblemáticas.
A Grécia produz muito mais vinhos brancos e só cerca de 1/3 são produzidos de vinhos tintos. O país possui mais de 200 tipos de castas autóctones e apresenta cerca de 90% de sua área plantada com essas emblemáticas castas que em sua massiva maioria só possui plantação em solo grego. As brancas Debina, Robola, Tsaouss, Athiri, Lagorthi, Mavrodaphne, Moschofilero, kydonitsa e as tintas Limniona, Monemvassia, Mandilaria são algumas das representantes destas históricas uvas.
PDO Naoussa / ΠΟΠ Νάουσα
A Naoussa PDO está localizada na região da Macedônia no norte do país, foi regulamentada em 1971, é uma região de vinhos tintos onde a casta Xinomavro é rainha. Esta casta apresenta altos níveis de taninos, de acidez e uma cor de intensidade média. Seus vinhos possuem bastante longevidade e complexos aromas de especiarias e terrosos com o decorrer do tempo. Muitos especialistas comparam esta casta com a Nebbiolo e seus vinhos aos icônicos Barolos.
Terroir Naoussa, crédito de imagem Wines of Greece
Este terroir apresenta um clima mediterrâneo temperado, com influência continental, possui invernos frios e verões relativamente quentes. A grande parte dos vinhedos está implantado nas encostas sudoeste do monte Vermio em uma altitude de 150-400m. Existe uma grande diversidade de terrenos e altitudes, aspectos e solos nas encostas das colinas do Vermio, que resultam em diferenças significativas entre os locais de vinhedos, permitindo a existência de muitos terroirs distintos menores, aos moldes dos “climats” que os franceses tanto exaltam. Os solos mostram grande variação, mesmo dentro do mesmo vinhedo.
PDO Nemea / ΠΟΠ Νεμέα
A Argiorgitiko é a casta tinta mais cultivada e no Peloponeso em Nemea PDO produz vinhos de diversos estilos. Quando os vinhedos estão implatados em áreas de encostas mais baixas e quentes, os seus vinhos apresentam-se mais marcados pelos sabores de compotas, mais frutados e geralmente são indicados para um consumo mais imediato. Quando produzidas em encostas mais mais altas, seus vinhos apresentam mais acidez e taninos menos delicados. Esta casta também é muito usada para composição de blends dando aos lote mais frescura. Os vinhos rosés produzidos com ela também são muito apreciados.
Terroir PDO Nemea, crédito de imagem Wines of Greece
PDO Nemea é a maior área de produção de vinhos tintos da Grécia, e nesta área geográfica se distribuem 17 cidades com grandes diferenças em altitudes, solos e orientações dos vinhedos. De forma mais simples e extraoficial a área está dividida em 3 sub-regiões que se diferem sobretudo nas altitudes de implantações dos vinhedos que iniciam em 200m e chegam até a 850m do nivel do mar. O clima da região é em geral mediterrâneo, mas há variações significativas dentro das áreas devido ao seu tamanho e a diferença entre as altitudes.
PDO Santorini / ΠΟΠ Σαντορίνη
Um dos terroirs mais icônicos gregos e do mundo dos vinhos sem dúvida é Santorini PDO. Esta ilha vulcânica possui uma das heranças mais antigas do mundo dos vinhos, os especialistas dizem que por ela há cepas que tem hereditariedade de mais de 3500 anos e que dentre tantos fatos históricos que essas terras presenciaram, o cultivo de vinhas autóctones foi preservado até mesmo da grande praga da Filoxera que dizimou os vinhedos da Europa e de grande parte do mundo. A Assyrtiko é a casta desta terra, chegando a marca de 75% a 80% da produção de toda a ilha. Ela possui alta acidez e excelente mineralidade conferida pelo terroir e algum aroma mais discreto de fruta cítrica e de caroço. Os vinhos dela são produzidos para vinhos tranquilos de estilos secos e também para os doces, estes chamado de Vinsanto, com uma docura natural sendo compesada pela alta acidez. Desta casta também se produz espumantes de boa qualidade. A ilha de Santonini será o tema de um artigo específico que publicarei em breve, tamanha a quantidade de informações curiosas deste magnífico terroir.
Terroir PDO Santorini, por Dayane Casal, Agosto de 2023
Observar in loco toda a herança que a civilização grega deixou ao mundo dos vinhos foi incrível, mas mais maravilhoso de ter estado na Grécia foi perceber que os gregos não desejam somente contar histórias antigas, mas sim entregar ao mundo vinhos com qualidade técnica igual ao dos mais famosos terroirs mundiais e sobretudo mantendo a sua própria identidade grega.
Evi Evan! Foi o brinde nas celebrações do culto de Dionísio, significa “vamos ser felizes mas nunca bêbados.” Yia Mas! É a saudação do brinde atual em grego e significa, ”aqui está a saúde!”
E que não nos falte saúde para continuarmos apreciando com frequência e com moderação a bebida símbolo de civilização, o vinho !!!
Por muito tempo, a cidade de São Roque, no interior de São Paulo, ficou – e ainda é – conhecida pelos vinhos de mesa lá produzidos. Mas a adoção de técnicas modernas de vinificação, as mesmas usadas em outras regiões do país para fazer os chamados vinhos de inverno, tem dado bons resultados. Na edição mais recente do Decanter Awards, importante prêmio realizado em Londres, a Vinícola Góes conquistou oito medalhas, sete de bronze e uma de prata, por seus vinhos de inverno.
Neste final de semana e no próximo, a cidade receberá o São Paulo Wine Festival, evento com diversas atividades ligadas ao vinho e à gastronomia. É uma oportunidade interessante para quem está disposto a repensar o que a cidade, tão próxima da capital, é capaz de produzir. Há eventos no sábado, 19, e no domingo, 20, e na sexta, 25, no sábado, 26, e, por fim, no domingo, 27.
Há refeições harmonizadas, piqueniques nas vinícolas ou opções de tours pelos vinhedos. As vinícolas Góes e Alma Galiza, por exemplo, organizam degustações ao pôr-do-sol. A Casa da Árvore organiza um almoço esloveno harmonizado com os vinhos da própria vinícola. E haverá ainda uma feira, dentro da Vila Don Patto, com participação de produtores e importadores.
Festival marcará o lançamento do primeiro vinho de inverno em lata, um Syrah 2022 –Divulgação/Divulgação
Um dos destaques da programação é a masterclass sobre vinhos de inverno com o jornalista especializado Marcelo Copello. Além de mostrar como é feita a técnica de dupla poda, que engana o ciclo natural das videiras e faz com que elas produzam no inverno, permitindo a viticultura em áreas antes consideradas impróprias, será possível provar oito rótulos. Há opções de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia.
No evento também será lançado o primeiro vinho de inverno em lata. Trata-se de um Syrah tinto 2022 produzido pela Góes usando a técnida de dupla poda, oferecido em uma lata customizada para o São Paulo Wine Festival em parceria com a Ball Corporation, a maior fabricante de latas de alumínio do mundo.
A programação completa e o link para compra dos ingressos de cada atividade podem ser encontrados neste link.
Chianti é uma das dez palavras italianas mais conhecidas no mundo, assim como “Pizza”, “Ciao” e “Amore”. Mesmo assim, o estilo de vinho que se faz nessa região da Toscana nem sempre foi sinônimo de qualidade. Muito pelo contrário, aliás. Apesar do Consórcio constituído em 1927, que determinava as regras para que se pudesse ter essa denominação, as vinhas eram sobrecarregadas com muita produção. Em alguns casos, utilizavam-se madeiras domésticas, como castanheiras, para fermentação e envelhecimento. Resultado: milhões de litros de um líquido mediano engarrafado nas garrafas de palha, as tradicionais fiaschi.
Hoje, os 3.500 produtores associados ao Consórcio, distribuídos em 15.500 hectares, produzem 100 milhões de garrafas por ano, em condições muito diferentes. Aquelas vinhas que nos anos 80 faziam até 10 quilos de uva por planta, agora dão de 1,5 a 3 quilos. A concentração de plantas por hectare também diminuiu, aumentando a qualidade da fruta. E mesmo na Itália, onde reina o conservadorismo nessa área, muitos produtores aderiram a práticas orgânicas ou estão em transição. “No último road show que fizemos em Nova York, dos 60 produtores presentes, pelo menos 30 estavam com o modo de produção orgânico”, contou o embaixador do vinho Chianti, o italiano Luca Alves.
A região do Consórcio ChiantiReprodução/VEJA
Parece que o mantra “boas vinhas, produzem bons vinhos” finalmente domina as províncias de Arezzo, Florença, Pisa, Pistoia, Prato, Siena, Montalbano e Rufina. Atualmente, uma nona região está prestes a ser incorporada ao Consórcio, a Terre di Vinci, formada por quatro municípios de Florença, entre eles Vinci, a cidade onde nasceu Leonardo da Vinci (1452-1519). “Isso demonstra ainda mais refinamento e especificidade do vinho”, disse o especialista Jorge Lucki. Os micro terroirs ou microzonas são uma tendência que demonstram aumento da qualidade da produção e, consequentemente, vinhos ainda melhores. Micro-parcelas tem sido produzidas em diversas partes do mundo, como Chile e Argentina, com grande sucesso em regiões como Gualtalarry e Alto Agrello, em Mendoza.
Voltando à Itália, os nove Chiantis apresentados nessa passagem recente do Consórcio ao Brasil, estavam divididos entre o tipo Annata (jovens de entrada), Superiore (12 meses de envelhecimento) e Reserva (pelo menos 24 meses de envelhecimento). Boa parte deles com 100% Sangiovese, uva símbolo da região, o que é bastante atual. No passado, ela era “temperada” com uvas internacionais para melhorar a qualidade do vinho. O que se viu no evento em questão foram vinhos vibrantes, vivos, ricos em fruta e altamente vocacionados para gastronomia. Certamente mereceriam um brinde de Da Vinci.
Perto de completar cinco anos de vida como um pequeno polo de gastronomia de alta qualidade em contêineres, e espaço de convivência que é um oásis na agitação da área onde se encontra, em Botafogo, o Be+Co sacode a poeira e inaugura nova fase com promessas significativas de diversão. A começar por uma roda de samba mensal liderada pelo músico, cantor e gastrônomo Gabriel da Muda, morador do bairro. Será nos terceiros domingos de cada mês, a partir das 12h, com entrada franca.
No embalo de sambas bonitos e mais leves (“porque o mundo está precisando de leveza”, diz Gabriel), a diversão para as bocas também ganhou recentemente opções imperdíveis. É o caso do Eskanbo, bar asiático com cardápio de Alissa Ohara, dona do saudoso Azumi, e dos tacos incríveis do Dos Perros, feitos com milho crioulo orgânico e produtos do mesmo nível.
Também foi inaugurada no local a exposição permanente A Vida Acontecendo, assinada pelo fotógrafo Wendy Andrade. O mesmo nome da mostra, aliás, batiza a nova carta de drinques disponível no Tortin, o bar do Be+Co. Completam o time de sabores local o árabe Zatar, e os hambúrgueres da Curadoria.
O Be+Co fica na Rua da Matriz, 54, Botafogo. Funciona de terça a quinta, das 17h à 0h; sexta, das 17h à 1h; sábado, das 12h à 1h; e domingo, das 12h às 22h.
Daiquiri, piña colada, mojito… Não faltam clássicos da coquetelaria, refrescantes e de apelo tropical, utilizando o destilado de adoração universal, que tem data própria em 16 de agosto: o Dia Internacional do Rum. A bebida produzida a partir da destilação do melado da cana de açúcar assume diversas formas de acordo com seu estilo, da base quase neutra aos mais escuros, envelhecidos em barricas, com notas de tosta e defumação, frutas e especiarias, e um dulçor perceptível na boca e nos bons drinques.
Liz: deliciosa homenagem à banana e ao cinema//Divulgação
Em matéria de releitura livres dos clássicos, ninguém tem hoje na cidade uma carta tão interessante, divertida e bem conceituada como a do Liz Cocktails & Co (Rua Dias Ferreira, 679, Leblon, 98224-3611), toda feita sobre drinques que aparecem em cenas clássicas do cinema, apresentados na receita original e nas imperdíveis “viagens” do mixologista Tai Barbin. Dessa forma, o drinque you can’t refuse é inspirado no daiquiri bebido em cena importante do filme O Poderoso Chefão 2, retratada no carta da casa do Leblon. A taça reúne rum branco infusionado com banana, cachaça, óleos essenciais da casca da banana e limão taiti, adornado com banana passa caseira (R$ 38,00).
Vian: abacaxi em coquetel que surpreende//Divulgação
No Vian (Rua Paul Redfern, 32, Ipanema, tel.: 97490-0078), onde Frederico Vian sugere coquetéis ao gosto da clientela, já se tornou um clássico no balcão o Ananás Flip, igualmente delicioso. Trata-se de rum envelhecido, marmelada de abacaxi tostado com cumaru, mix de cítricos e um ovo inteiro (R$ 40,00), quem empresta textura sedosa ao coquetel.
Para um bom mojito, que tal a paisagem estonteante e praiana do Pesqueiro (Av. Lúcio Costa, s/n, Ilha 25, Praia da Reserva, tel.: 99512-1112) ? Tudo a ver com o coquetel de origem cubana. O clássico leva rum, suco de limão, açúcar, hortelã e água com gás (R$ 49,00).
Katz-Su: chá preto e rum na carta descontraídaVini Bordalo/Divulgação
O Katz-Sū (Rua Von Martius, 325, Jardim Botânico), bar asiático que tem no comando da cozinha o chef Bruno Katz, o rum é o destilado em destaque no Chá do Barba (R$ 22,00), referência ao chef de bar Daniel Estevan, criador do coquetel que leva ainda chá preto, limão, bitter, ginger ale e calda de açúcar.
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Spirit: coquetel clarificado no visual do FairmontAvocado/Divulgação
Com vista bonita da praia de Copacabana e à beira da piscina do hotel Fairmont, o Spirit Copa Bar (Av. Atlântica 4240, Copacabana, tel.: 2525-1232) tem novidades na carta de inverno do bartender Cassiano Melo. Das 19h às 22h, são servidos coquetéis como o clarificado Winter Colada (R$ 48,00), feito com rum Havana 7 anos, cachaça Janeiro, suco de abacaxi, limão siciliano, leite de coco, água de coco e orgeat.
Cortés: abacaxi na brasa dá sabor especial ao drinqueIago Fundaro/Divulgação
Na onda das boas coquetelarias de restaurante, o Cortés Asador, no Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290, lojas 410/411, tel.: 3576-9707), tem na carta feita pela premiada bartender Chula o Caribe Colado (R$ 38,00): rum envelhecido, xarope de coco queimado artesanal, e suco de abacaxi assado no carvão, aproveitando a vocação da casa para a brasa.
Kitchen: rum com purê de yuzu e mangaAlexander Landau/Divulgação
E o Kitchen Asian Food, de cozinha oriental na Marina da Glória (Av. Infante Dom Henrique, s/n, Glória, tel.: 4042-6161), o Platina (R$ 40,00) leva rum, suco de limão taiti, e purê de yuzu com manga. O drinque usa a técnica do fat-washing, que utiliza o óleo de coco par dar sabor, sem a presença da gordura.
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O clima, a geografia e a geologia de onde se encontra o vinhedo, de forma simplista, pode ser chamado de “terroir”, que, em última análise, imprime-se o que se usa chamar de tipicidade do vinho; traduzindo, sua identidade com o lugar de onde vem. Solos calcários e próximos a oceanos, com ventos contínuos, costumam ser o berço de vinhos minerais, enquanto que vinhedos localizados entre montanhas, distantes do mar e com ventos irregulares, podem ser o berço de vinhos mais untuosos. O vinho com caráter mineral costuma ser mais “fresco” na boca e dar traços de alguma “salinidade” no olfato. Os untuosos entregam algum dulçor no nariz e algo de “manteiga” no paladar. Frutas cítricas, digo seus traços, são mais comuns em vinhos minerais e geleias aparecem mais nos vinhos untuosos. Tendo a considerar os vinhos minerais mais gastronômicos que os untuosos, porque eles, perante pratos mais gordurosos, parecem que “quebram” a gordura destes pratos.
Sarah Jane Evans, articulista da prestigiada revista inglesa “Decanter”, já tratou deste assunto e o fez com especial lucidez. Disse ela que os vinhos sendo descritos como minerais também costumam ser descritos como “elegantes”, “magros”, “puros” e “ácidos”. Têm um gosto que evoca o ato de lamber pedras molhadas e muitas vezes uma textura de giz. Alguns argumentam que o termo só se aplica a vinhos brancos, mas quem quer que tenha experimentado um Priorat do solo de licorella (ardósia) da região vai saber que ele também surge em tintos. Eu mesmo já provei um Brunello de Montalcino, exemplo mais que típico de vinho austero, com características de minerabilidade incríveis. Outros argumentam que pode-se sentir seu aroma mais do que sua presença no palato.
Imagina-se que os vinhos minerais são superiores aos vinhos do “mercado de massa”, como os do Novo Mundo, frutados. Eles têm uma imagem romântica, que implica que eles são feitos à mão por artesãos e expressam o mistério do solo, tendo o viticultor como mediador mágico. Exemplos típicos são encontrados em Chablis, no Priorat, nos Mencías de Ribeira Sacra e Bierzo, e, claro, nos Sauvignon Blancs do Loire, nos Rieslings do Mosel e Rheingau, na Alemanha, e de Wachau e Kremstal na Áustria. Note-se que estes são exemplos europeus. Este não é um caráter simplesmente europeu, mas parece mais proeminente em lugares onde os vinhos mostram menos frutas maduras e mais acidez. E a acidez, ao meu ver, é preponderante para se classificar um vinho como gastronômico. É possível encontrarmos vinhos doces e minerais; os vinhos da Madeira são exemplos típicos de apresentarem tais características e os, quase extintos, Carcavelos — da região demarcada homônima e que é a mais pequena de Portugal, abrangendo dois conselhos: Oeiras e Cascais, indo desde Paço de Arcos até São João do Estoril, com, aproximadamente, 25 hectares — são minerais por definição. Os vinhos untuosos, por seu turno, costumam ser fechados no olfato (com características doces) e amanteigados na boca, com baixa acidez. Os vinhos mais encorpados com passagem por barrica e certo poder de guarda tendem a desenvolver essa característica, reforçando os traços do terroir.
Ser o vinho untuoso não é um defeito, porém sê-lo sem acidez é. Vinhos untuosos e sem acidez são, via de regra, enjoativos. No nariz, as nuanças de frutas negras (ameixa, amora, cassis, mirtilo), são comuns nos vinhos untuosos — brancos ou tintos — e se não tiver uma boa acidez e uma estrutura de taninos bem presentes, sequer para guarda e evolução se prestarão. Um grande erro dos enólogos, que concebem vinhos “globalizados”, é deixar de lado as características típicas da região de onde vêm e se preocuparem com cortes e barricas que os tornam untuosos, como caminho para o consumo. Sim, eles são aveludados, mas são, via de regra, pesados e enjoativos. Buscar o equilíbrio é o grande desafio. Salut!
Os shows prometem ser imperdíveis, e ficar para a história no festival Doce Maravilha, que aporta na Marina da Glória neste sábado (12) e no domingo (13), e a gastronomia também pede passagem com sabores marcantes.
Se o jornalista Nelson Motta faz a curadoria musical, coube ao cozinheiro e empreendedor Pedro Benoliel a escolha das gostosuras conhecidas dos cariocas. Estarão presentes os hambúrgueres de T.T. Burger e Rock Burger & Fritas, a comida brasileira do Joaquina, as pizzas da Borda e Lenha, a comida vegana do Ganic Lab, as empanadas do La Panata, os petiscos de boteco do Brewteco, e o delicioso sanduíche de pancetta do truck Espírito de Porco.
Cada uma das marcas presentes contará com duas lojas no loca, uma no pavilhão e outra na área externa do festival que terá shows como o de Caetano Veloso tocando o repertório do mítico álbum Transa (1972), com a participação de Jards Macalé; e os encontros de Gilberto Gil e BaianaSystem; Emicida e Maria Rita; e Margareth Menezes e Luedji Luna no palco. Os ingressos para os dois dias estão esgotados.
Gastronomia do futuro: os principais desafios de um setor que volta a esquentar. É esse o tema, de relevância acentuada na época pós-pandemia, do bate-papo que marcará na cidade o Nespresso Day. Na mesa central estarão nomes importantes nos cenários carioca e nacional: os chefs Elia Schramm (Babbo Osteria) e Rafa Costa e Silva (Lasai), com mediação da jornalista Fernanda Thedim, editora-chefe da VEJA RIO e do guia COMER & BEBER.
O encontro será no dia 28 de agosto, a partir das 15h, no restaurante Assador, no Aterro do Flamengo (Av. Infante Dom Henrique s/n°).
O evento que vai fazer uma radiografia do mercado atual da gastronomia é promovido pela marca de cafés Nespresso Professional em parceria com a VEJA RIO. Uma iniciativa que reúne, chefs, empresários e especialistas do food service para discutir temas sensíveis ao setor.
Você é da área e quer participar desse debate presencialmente? Basta se inscrever pelo email eventos.abril@abril.com.br. As vagas são limitadas, sujeitas a confirmação.
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