O chef Thomas Troisgros abre no fim da próxima semana o seu primeiro bar. Ele se chama Tijolada e vai seguir a linha dos botecos, no cardápio e no ambiente estilo “bunda de fora”, que conta apenas com mesas e cadeiras na área externa, à frente da “televisão de cachorro”, com frangos girando, e da estufa com empadas, croquetes, bolovos e outros quitutes tradicionais.
Situado ao lado do obelisco, no largo do histórico Bar 20, um dos primeiros de Ipanema, no final do bairro, o Tijolada terá também pedidas como pastéis, seleção de picles, caponatas, pastéis de forno, quiabo frito e buraco quente (carne moída dentro o pão). O frango assado é candidato a atração principal, acompanhado de itens como arroz, feijão, batatas fritas e uma farofa com bossa. A canjiquinha feita com o caldo da ave é outra boa promessa de guarnição.
A cozinha do novo bar funciona em sala próxima, na mesma galeria, e estará sob o comando de Pedro Carvalho, criador da extinta (e ótima) taqueria Dos Perros, que tem passagem por cozinhas de Claude Troisgros.
A poucos passos do Jardim de Alah, que está prestes a passar pela maior reforma de sua história, o Tijolada “inaugura” um novo momento em área tomada por pequenas galerias com depósitos de bebida e materiais de construção, artigos de eletricidade e lavanderias, uma área na divisa entre Ipanema e Leblon cujo único ponto famoso pela gastronomia é o restaurante vegano Teva, vizinho da Avenida Henrique Dummont.
No quesito novidades, a cena carioca dos bares receberá em outubro mais um endereço da série abraçada pelo empreendedor “etílico-cultural” Raphael Vidal, de Bafo da Prainha e Casa Porto: o Capiau vai abrir no tradicional Beco das Sardinhas, no Centro, como o primeiro bar da cidade com fogão à lenha. E no agitado Botafogo, coladinho ao Galeto Sat’s e ao Dainer, o chef Elia Schramm e sócios inauguram até novembro o bar Jurubeba.
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Há várias datas um pouco estranhas no universo da comida (Dia do Macarrão com Queijo, que tal?), mas algumas delas merecem atenção e brindes ao lado dos amigos e amores da vida. Uma ida ao bar para solicitar uma dose da “marvada“, da “tira juízo“, “daquela que matou o guarda“. Purinha, envelhecida na madeira ou em forma de drinques que só crescem na qualidade, feitos com o destilado brasileiro de cana-de-açúcar. Nesta sexta (13) se comemora o Dia da Cachaça, e tem muita coisa boa acontecendo na cidade.
No Galeto Sat’s, um dos melhores lugares para se conhecer e apreciar a bebida no Rio, a noite é de comemoração, com a presença de membros da Academia Brasileira da Cachaça e da Confraria do Copo Furado, na cerimônia etílica que vai batizar o segundo andar da casa de Botafogo com o nome do publicitário Paulo Magoulas, fundador e ex-presidente da Academia, uma das figuras mais queridas e importantes do universo da bebida, falecido em 2021. A partir das 18h30, o encontro terá uma degustação de cachaças feita em parceria com a cachaçaria 7 Engenhos.
“O Paulo Magoulas já falava em cachaça há 40 anos, ensinou todo mundo a beber, inclusive a mim mesmo“, diz Sérgio Rabello, dono do Sat’s e tido como um dos maiores boêmios da cidade. O Sat’s fica na Rua Real Grandeza, 212, Botafogo.
Suru Bar: drinques a R$ 13,00 na sexta (13)Lucas Cezar/Divulgação
No Suru Bar, que nasceu para louvar a coquetelaria nacional e seus ingredientes, o Dia da Cachaça leva promoção ao salão vestido em verde e rosa. Nesta sexta (13), os tradicionais Rabo de Galo (com cachaça Magnífica, Cinzano e Cynar), Caipirinha (com cachaça 7 Engenhos e limão) e Bombeirinho (com cachaça Tellura, grenadine, limão e laranja) saem a R$ 13,00 cada um, praticamente a metade do preço normal. O Suru Bar fica na Rua da Lapa, 151, Lapa.
Quando se fala em Brasil, e consistência na coquetelaria, o Nosso tem belos exemplos na carta atual de Daniel Estevean. O Bloody Macuxi (R$ 42,00) é um deles, onde o famoso coquetel em base de molho de tomate leva um blend de cachaças, especiarias e caxiri, um fermentado de mandioca. O Nosso fica na Rua Maria Quitéria, 91, Ipanema.
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Nosso: blend de cachaças no bloody maryInstagram/Reprodução
Já clássico entre os frequentadores dos gastrobares da cidade, o Cajueiro (R$ 42,00) é um sucesso criado por Alex Mesquita para o Elena, que mescla xarope de caju com maracujá in natura, suco de abacaxi e cachaça branca. Do outro lado da rua, no Eleninha, a carta de drinques tem caipirinhas de sabores como limão, limão siciliano ou abacaxi, com três tipos de cachaça à escolha: comum (R$ 32,00), especial branca (R$ 40,00) e envelhecida (R$ 50,00). O Elena fica na Rua Pacheco Leão, 758, Horto.
Elena: cajueiro, com cachaça, é o drinque mais pedidoTomás Rangel/Divulgação
O premiado Alex Mesquita também assina a carta do Cantô Gastrô & Lounge, restaurante aberto ao público do Grand Hyatt Rio, que oferece cinco drinques à base de cachaça. O Revolução Brasileira (R$ 45,00) é preparado com licor Amaretto, suco de abacaxi, suco de limão taiti e canela. O Cantô fica na Av. Lúcio Costa, 9600, Barra da Tijuca.
No Leblon, o Liz Cocktail & Co se mantém como um ponto obrigatório para quem ama bons drinques, oferecendo pedidas como o Atraente (R$ 45,00) preparado com cachaça Magnífica extra Premium, aguardente de banana, licor de café, orgeat de noz pecã e bitters de cumaru. O Liz fica na Rua Dias Ferreira, 679A – Leblon.
Liz: cachaça, aguardente de banana e licor de café./Divulgação
Na mesma região, o bar Áriz, dedicado aos espumantes no Leblon, a coquetelaria não fica atrás, com criações do bartender Pretinho Cereja: o Jambucana Smash (R$ 33,00) leva cachaça prata, jambuzada, limão, xarope simples e hortelã. O Áriz fica na Rua Dias Ferreira, 50, Leblon.
Al Farabi: tem expresso na caipirinhaTomás Velez/Divulgação
A pinga é estrela na carta de bebidas do Al Farabi, bar e sebo no Centro, e brilha em drinques como a Caipi Expresso (R$ 22,00), mistura de cachaça, limão, xarope de açúcar e uma dose de café expresso. O Al Farabi fica na Rua do Mercado, 34, Centro.
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No desfile de coquetéis, há novidades dos bares aos restaurantes, e até os que têm sua trajetória atrelada a boas adegas e cartas de vinhos investem na mixologia. É o caso de Mercearia da Praça, Tasca da Mercearia e Cantina da Praça, casas dos mesmo grupo que agora têm cartas de drinques assinadas por Roberto Torres. Na última, o drinque Meu RG (R$ 34,00) é uma releitura do tradicional Rabo de Galo com cachaça Coqueiro Prata, Ramazzotti Rosato, Cynar, tintura de café e vermute Cinzano Rosso. A Cantina da Praça fica na Rua Jangadeiros, 28, Ipanema.
Belê: cachaça e goiabada no restaurante de comida brasileiraTomás Velez/Divulgação
Restaurante que passeia por receitas alusivas a diversas regiões brasileiras o Belê apresenta coquetéis como o Coitadocê (R$ 32,00), preparado com cachaça envelhecida em amburana, suco de limão, redução de goiabada, e borda de sal com açúcar mascavo. O Belê fica na Rua Visconde de Carandaí, 2, Jardim Botânico.
No Joaquina, com endereços no Leme e na Cobal de Botafogo, a bartender Natália Ramos destaca o drinque Carimbó (R$ 39,00), feito com cachaça de jambu, cordial de cupuaçu com cumaru, suco de limão e espuma de açaí, finalizado com flor comestível e raspas de semente de cumaru. O Joaquina do Leme fica na Av. Atlântica, 974-A.
Joaquina: cachaça de jambu e espuma de açaí na receita./Divulgação
E os japoneses também guardam a cachaça em boa conta. No Suibi, comandado pelo chef Sei Shiroma, com a carta de drinques entregue à premiada mixologista Vitíoria Kurihara, o Ykigai (R$ 36,00) leva cachaça Ypioca Ouro, suco de maracujá, xarope de gengibre, cordial de hibisco e conserva hanaume. O Suibi fica na Rua Dias Ferreira, 45, Leblon.
No clima de natureza e luxo rústico do hotel MGallery, no Bar da Piscina, em Santa Teresa, está em cartaz durante o mês o Drink do Patrimônio (R$ 50,00), que combina cachaça Magnífica envelhecida, suco de limão, melaço de cana e espuma cítrica com castanha do Pará. O MGallery fica na Rua Almirante Alexandrino, 660, Santa Teresa.
Zazá: drinques com cachaça a R$ 20,00 em setembro./Divulgação
O mês de setembro é também especial para a “branquinha” no Zazá Bistrô Café, no Shopping Rio Design Leblon: todos os drinques feitos com cachaça saem por RS 20,00. O Caipiginger, por exemplo, é uma combinação de cachaça mineira, gengibre fresco, limão-taiti e mel. O Zazá Café fica na Avenida Ataulfo de Paiva, 270, Leblon.
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Rock in Rio sem carne? Temos. Seja no Gourmet Square, a área “chique” e climatizada, ou nos diversos estandes de comida, é possível se alimentar evitando as proteínas animais. Os chamados produtos “plant based”, que imitam a textura e sabor das carnes tradicionais, porém constituídos industrialmente de vegetais, estarão presentes para os públicos vegano e vegetariano.
É o caso da linha Incrível! da Seara, uma das marcas patrocinadoras do festival. O lounge dos produtos estará localizado no espaço Rota 85, oferecendo os itens:
Jazzdog: hot dog clássico com salsicha vegetal, picles de cebola roxa e pepino, ketchup de tomate com maçã e maionese (R$ 25,00). Reggaedog: hot dog com salsicha vegetal, cheddar e tortilhas no topo (R$ 28,00). Dognejo: hot dog com salsicha vegetal, purê de mandioquinha, crispy de cebola, vinagrete de cebola roxa e molho de mostarda e melaço (R$ 28,00). Kibe Rock: porção com cinco unidades de kibe vegetal (R$ 25,00). Coxipop: porção com cinco coxinhas feitas com frango desfiado vegetal (R$ 26,00). Funk Frango: porção de sete empanados de frango vegetal (R$ 24,00).
No Gourmet Square, a chef Heaven Delhaye desenvolveu cardápio repleto de atrações, e figuram na extensa lista itens como o hambúrguer vegano de soja no pão australiano, com queijo vegano, alface americana e tomate; o kibe vegano com hortelã fresca; e a pizza margherita. As batatas fritas estão disponíveis em versão com cheddar; ou molho trufado e parmesão, para os que admitem o queijo na dieta.
A marca Artesano, que estreia no festival, vai oferecer sanduíches como o Tofu Fighters (R$ 15,00), no pão integral com tofu caramelizado, salada de repolho e molho tarê vegetariano (R$ 15,00).
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Não custa lembrar de uma das atrações mais concorridas do Rock in Rio é vegana: o “baldão” estilizado de pipoca da Cinemark (R$ 60,00), um globo translúcido com o logo celebrando os 40 anos do festival, que neste ano terá um fone de ouvido acoplado, dando a possibilidade de utilizá-lo como alça, além de cordão reflexivo.
Detalhe anunciado pela marca: aqueles que comprarem o combo de pipoca no evento, cujo balde colecionável está incluso, ganharão um card colecionável que contém um ingresso do Cinemark para ser usado em qualquer dia da semana, em sessões 2D.
A contagem regressiva para a maratona do maior festival do planeta já começou! Para aqueles que planejam vivenciar o Rock in Rio 2024, é essencial chegar preparado para aproveitar ao máximo essa experiência intensa. Prepare-se para dias repletos de música, energia e emoção na cidade mais turística do Brasil! E para aqueles que planejam visitar a Cidade do Rock, seja por um dia ou mais, é fundamental chegar bem alimentado para aproveitar ao máximo o evento, que promete horas de diversão e entretenimento. Pensando nisso, fizemos uma cuidadosa seleção de lugares para desfrutar de um delicioso brunch na nossa cidade, conhecida por sediar grandes eventos. Portanto, se você morador ou visitante, essa lista é para você!
Os hotéis, como o Arpoador, são ótimas opções para brunch durante o Rock in RioDivulgação/Divulgação
Arp Bar
Se a busca é por uma mistura de sabores brasileiros e internacionais, incluindo o desfrute de uma vista de cartão postal, este é o lugar certo: dentro do hotel Arpoador, um dos cantinhos mais charmosos da Zona Sul carioca. Ou seja restaurante praticamente pé na areia, mas com um toque de sofisticação bem ao estilo carioca. Não à toa ele é sucesso absoluto nos fins de semana a qualquer hora do dia. Os pancakes no forno a carvão são um destaque, além da carta autoral de drinques. Recomendo sentar do de fora, naturalmente.
Renata Araújo no Arpoador, no Arp BarRenata Araujo/Divulgação
Café 18 do Forte
Dentro do Forte de Copacabana, oferece um visual privilegiado da praia mais famosa do Brasil! Mas isso não basta. A casa valoriza pequenos produtores do Rio e utiliza ingredientes super frescos. Entre as opções, pães artesanais, bolos, waffles, ovos, frios, iogurtes, bolinhos de chuva e também receitas mais completas. Uma delas, o Trastevere (R$64) tem stracciatella, molho pesto, cogumelos salteados, tomates confit, crema de vinagre de Modena, acompanhado de fatias de pão Sourdough. Entre as bebidas, os clássicos Bloody and Sea (R$34), bloody com tomates frescos, vodka, molho de ostra, molho inglês, pimenta, noz moscada, finalizado com camarão fresco grelhado e aipo e também a Mimosa (R$34) suco de laranja, espumante, xarope de amora e angustura. Ou seja, mais clima de brunch impossível!
São inúmeras opções para o brunch com vista de cartão postalRenata Araújo/Divulgação
Dainer
Restaurante-café americano em Botafogo, que oferece café da manhã, almoço e drinques o dia inteiro, com opções servidas até as 22h. Um lugar inédito na cidade, criado por quem entende do assunto. É o quinto empreendimento do empresário Edu Araújo, sócio do Quartinho Bar, do Pope, do Café 18 do Forte e do Chanchada. Portanto, no menu você encontra tanto itens de brunch, como sanduíches e waffles, quanto pratos mais fartos para quem preferir almoçar e jantar. Para beber, uma carta de cafés especiais e drinques autorais e clássicos. Além disso, o ambiente nos transporta diretamente para uma lanchonete americana, com janelões, balcão e cozinha aberta.
Renata Araújo no excelente brunch do DainerRenata Araújo/Veja Rio
Empório Jardim
Um dos mais premiados cafés da manhã do Rio pela Veja Comer & Beber acaba de abrir duas novas unidades: Leblon e Barra. No aniversário de 10 anos, esta nova operação foi pensada especialmente para espaços de quiosques em shoppings, seja para quem quer se sentar e tomar um café com calma, ou para quem está com pressa e quer pedir direto no balcão. Portanto, como nos restaurantes, o café da manhã é servido o dia todo e você pode escolher seus itens preferidos na clássica folhinha que consagrou a marca. No cardápio, são mais de 90 opções, ou seja, petit somente no espaço mesmo! E fique tranquilo que o famoso pão de Queijo Gruyere, os Ovos Beneditino e os fantásticos Croques Monsieur e Madame continuam lá, com assinatura da talentosa chef Paula Prandini. Spoiler: se quiser ir para o chá da tarde, chegue cedo porque os quiosques estão lotando!
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O mais que completo brunch do Empório Jardim, com duas novas unidadesTomás Rangel/Divulgação
Sova Natural
Esta padaria e pizzaria especializada em fermentação natural – entre os 3 melhores cafés do Rio, segundo a Veja Rio Comer & Beber – tem opções variadas e deliciosas para começarmos bem o dia, das 8h às 17h. Ao todo, são assados mais de 75 kg de pães diariamente, como o sourdough, o brioche, a baguete e o croissant, que também podem ser levados para casa. Além disso, há alguns combos, como o Combinado Sova, que vem com croissant, mini baguete, pão de queijo, geleia artesanal, creme de ricota, manteiga, café ou chá. Vale a pena também experimentar o Gougére e a Tartine com ovo caipira, bacon e farofa de pão! Aliás, dê muita atenção também aos doces, como o Pain au chocolat, Cinnamon roll, Cookie de chocolate belga, Cruffin de creme com morango e por ai vai.
Uma mesa completa e deliciosa do Sova, em CopabanaDivulgação/Divulgação
So_Lo Cafe
O nome já diz tudo: sustentável, orgânico e local! A casa conta com duas unidades, a primeira em Ipanema e a mais nova, no Leblon, bem mais espaçosas. O cardápio de brunch está disponível durante todo o dia, e há também saladas, grelhados e pratos mais leves para o almoço ou então lanche da tarde. Portanto, aqui você encontra sanduíches com pães de fermentação natural, boa variedade de sucos e cafés, além de uma confeitaria irresistível! Mas, se a ideia é tomar uma taça de vinho ou beber uma cerveja, o So_Lo também tem ótimas sugestões orgânicas e naturais.
Opções saudáveis e confeitaria de primeira no So_LoRenata Araújo/Divulgação
Talho Capixaba
Com 66 anos e três endereços na cidade (Ipanema, Leblon e Gávea), uma referência quando se fala em café da manhã carioca. Um dos primeiros a apostar nos pães de fermentação natural, a casa não para de se renovar e lançou até pizzas artesanais recentemente. São mais de 25 receitas com fornadas diárias, como a Baguete Tradição e o Pão Completo, uma releitura do pão francês com farinha integral e grãos. Além disso, há também salgadinhos, como empadinhas e pão de queijo, sanduíches e fatias de tortas que podem ser consumidos na hora, no famoso balcão do Talho.
Brunch do Talho Capixaba em três endereços na Zona SulLu Mattos/Divulgação
Vale lembrar que com o metrô – a melhor maneira de chegar ao festival- todas as opções são de acesso fácil até o Rock in Rio! Então, bom brunch e bom show!
O centenário Teatro Mercadante, em Napoles, cidade italiana que é o berço da pizza, foi o palco da cerimônia onde o chef Sei Shiroma recebeu na terça (10) o prêmio que coloca pela primeira vez uma pizzaria carioca entre as 100 melhores do mundo. A Ferro e Farinha foi anunciada na 89ª posição do ranking do 50 Top Pizza, prestigiado guia digital italiano que avalia endereços em todos os continentes. Na última semana, ele também fez pizza pela primeira vez na Itália, convidado pela vinícola Planeta Ulmo, na Sicília, para uma noite à beira do forno.
Enxergando suas pizzas como bases para receitas originais depositadas sobre a massa leve, que fermenta por 48 horas, Sei incluiu no cardápio da Ferro e Farinha, recentemente, novidades que definem seu estilo criativo e genética de sabores orientais. É o caso da Kimchúr (R$ 65,00), com costela bovina marinada no gengibre desfiada, pera e kimchi de rabanete. A primeira pizza vegana também desembarcou: a Say My Name leva queijo vegano de castanha de caju, caqui (fruta da época) e molho de curry (R$ 62,00).
Ferro e Farinha: Sei Shiroma recebe o prêmio no belo teatro de Nápoles./Divulgação
Nascido em Nova York, descendente de imigrantes asiáticos e “carioca” de história cinematográfica, desde os tempos em que, sem falar uma palavra de português, inventou um forno em carroça para vender pizzas nas ruas da Zona Norte, o chef coleciona prêmios nas atuais quatro unidades de seu pizza-bar (assim ele se refere à empreitada). A definição contempla uma bem cuidada carta de coquetéis autorais (a cargo de Alex Miranda), e ambientação descontraída e charmosa das casas de Ipanema, Leblon, Barra e Botafogo.
Outro carioca a se destacar na noite de premiação foi Matheus Ramos, que está a frente do paulistano QT Pizza Bar. Ele foi eleito o Pizzaiolo do Ano, e sua casa ficou na 38ª colocação. A Leggera, de São Paulo, foi a brasileira mais bem colocada da lista, em 11º. Outras premiadas foram A Pizza da Mooca (53º) e a Unica Pizzeria (87º), ambas de São Paulo. O prêmio de melhor pizza do mundo ficou com a Una Pizza Napoletana, de Nova York.
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O Olivo Italian Grill é novidade de peso que aporta no Shopping Tijuca, na Zona Norte. A casa expande ao bairro o sucesso de outras do Grupo BFW, como o Olivo Cucina Italiana. O novo endereço também celebra a Itália, servindo massas artesanais e carnes nobres. O espaço é inspirado em restaurantes de Milão, com capacidade para 100 pessoas. Entram em cartaz pedidas como a Fraldinha Angus (R$ 138,00), grelhada com molho chimichurri defumado nhoque de batata doce, com fondue de queijos gorgonzola e grana padano. Ou a lasanha de costela desfiada com molho de tomate cereja assado e fonduta de parmesão (R$ 94,00). Do mar vem o lombo de atum em crosta de pão e azeitona preta com risotto de limão siciliano (R$ 130,00), entre outros.
O Olivo Italian Grill está no Shopping Tijuca. Av. Maracanã, 987, 3º piso, lojas 3024/25.
O chef João Diamante, à frente do restaurante Dois de Fevereiro, começa a receber convidados especiais para a sua cozinha que cruza originalidade e tradição, na região histórica no Largo do São Francisco da Prainha. Na sexta (13), a partir das 16h, ele recebe o chef Renato Martins, do restaurante Ilhote Sul, há três décadas referência de frutos do mar na cidade de Macaé.
Os chefs vão cozinhar, a quatro mãos, o arroz do mar, cozido no caldo de frutos do mar e acompanhado de polvo, peixe, camarão e lula (R$ 38,00 a porção). Os festejos terão também caipirinhas, como as de cachaça Magnífica e caju com limão (R$ 29,00) ou tangerina com capim santo (R$ 29,00), discotecagem de axé music, com o DJ Julio Himself, e exibição da série Origens, um chef brasileiro no Benin, etrelada por João Diamante.
O Dois de Fevereiro fica na Rua Sacadura Cabral, 79, Largo da Prainha.
Chef Jonatán Gómez Luna Torres, do Le Chique, de uma estrela Michelin em Cancun, no México, desembarca no Rio para cozinhar com Nello Cassese no Cipriani, do Belmond Copacabana Palace. O encontro da Master Series do hotel ocorrerá no sábado (14), e o menu traz momentos como o cervo, o lagostin com beurre blanc, chintextle (pasta de chilli defumado) e caviar, e o wagyu com purê de banana e mole negro. Nello vai apresentar receitas como frango com vermute e batatas, e o bottoni com hamachi e queijo de cabra. A experiência do Le Chique no Cipriani custa R$ 990,00 (mais taxas, bebidas à parte). Reservas pelo telefone (21) 2548-7070.
O Belmond Copacabana Palace fica na Av. Atlântica, 1702, Copacabana.
Festival na Churrasqueira
Churrasqueira: Tomahawk é o corte da vez em Ipanema./Divulgação
Na Churrasqueira Rio, o chef João Zuddio lança o Corte do Chef, um festival de cortes nobres em que a cada semana uma seleção especial de cortes black angus é apresentada. Entre as opções, há porterhouse, tomahawk, prime rib, assado de tira e outros. A cada semana os cortes mudam, assim como os acompanhamentos, e a maior parte dos pratos serve duas pessoas. O corte dessa primeira semana é o tomahawk (R$ 369,90, de um quilo), acompanhado de batata brava.
A Churrasqueira Rio fica na Rua Vinicius de Moraes, 130, Ipanema, tel.: (21) 3689-1009.
Brunch com rock no Grand Hyatt
Grand Hyatt: programação dedicada às crianças e comida variadaJoão Amaral/Divulgação
A semana é de rock, e o Grand Hyatt Rio aproveita o clima para fazer edição especial do seu tradicional brunch, no dia 15 de setembro, das 13h às 16h. A ideia é aproveitar o público que estará na região da Barra para o Rock in Rio. Na ocasião, haverá recreação infantil e música ao vivo com o grupo Pequenos Acordes, ao som de clássicos infantis em ritmo de rock. O chef de banquetes Carlos Volker assina o menu que traz bufê completo, saladas, frios e queijos, além de itens de café da manhã e uma mesa de sobremesas. Destaque para a estação kids, com delícias infantis. Na ala das bebidas, estão inclusos espumante e bebidas não alcoólicas.
A experiência custa R$ 275,00 por adulto, já com taxas inclusas; adolescentes de 13 a 17 anos pagam R$ 206,25; crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 137,50, e menores de 6 anos pagam R$ 10,00. O evento é aberto a não hóspedes, mediante reserva antecipada através do link de eventos do hotel. Ou no telefone: (21) 3797-9524.
O Grand Hyatt Rio fica na Av. Lúcio Costa, 9600, Barra da Tijuca.
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A organização do Rock in Rio anunciou, para a edição que começa nesta sexta (13), que as comidas e bebidas poderão ser escolhidas pelo público antes mesmo de entrar na Cidade do Rock, através do aplicativo oficial do evento. O pagamento poderá ser realizado por cartão de crédito ou PIX, e o produto será resgatado com a apresentação do QR Code. São 29 opções incluídas, entre combos e produtos individuais de Heineken, Coca-Cola, Red Bull, Schweppes Mixed e Bob’s.
No Bob’s, há opções como Hambúrguer Big Rock (R$ 33,00), Hambúrguer Cheddar Australiano (R$ 33,00), Franlitos (R$ 18,00), Milk Shake (R$ 23,00), e combos como o de Big Rock com Franlitos e refrigerante (R$ 49,00).
A Artesano vai oferecer sanduíches como Jamones (R$ 20,00), Pulled Pork Chilli Pepper’s (R$ 20,00), Turkey Floyd (R$ 20,00), e Tofu Fighters (R$ 15,00).
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No Cinemark, o balde grande com pipoca vai custar R$ 60,00, e o Cup Noodles vai oferecer diversos sabores (R$ 10 a unidade).
O chope Heineken vai custar R$ 19,00 na primeira compra, e R$ 12,50 com a reutilização do copo. A versão zero álcool custará R$ 16,00 na primeira compra, e R$ 12,00 com a reutilização do copo.
Para o café, a Três Corações terá refil o dia inteiro com o pagamento de R$ 10,00. Haverá bebidas como Coca-Cola (R$ 14,00), Água Crystal em copo (R$ 6,00), e Matte Leão (R$ 9,00). O Red Bull custará R$ 17,00 na primeira compra, R$ 13,00 com a reutilização do copo.
A Seara Gourmet, linha de frios oficial do Rock in Rio, terá sanduíches inspirados em receitas italianas, desenvolvidos em parceria com chefs. O Gourmet Hits Mortadela é feito com focaccia, mortadela duplamente defumada, molho pesto, rúcula selvagem, farofa de pistache e grana padano ralado (R$ 42,00). E o Gourmet Hits Salame terá ciabatta, salame com borda de pimenta, creme de ricota, grana padano ralado e praliné de pistache (R$ 42,00).
Na loja Seara que fica dentro da Global Village, o cardápio terá sabores como Chicken Supreme (R$ 26,00, 6 unidades), Iscas de frango levemente apimentadas (R$ 30,00, 5 unidades), Chiken Fingers (R$ 32,00, 5 unidades), Corn Dog (R$ 16,00), e CrocDog, feito com pão brioche, iscas de frango levemente apimentadas, molho ranch, farofa de bacon e cebola crispy (R$ 32,00).
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As leveduras desempenham um papel fundamental na elaboração do vinho. São elas que consomem os açúcares do mosto, como é chamado o líquido extraído da prensagem das uvas, transformando-os em álcool. Mas elas também têm um papel fundamental nos aromas e sabores da bebida. Não à toa, há grandes produtoras de Champagne, na França, que têm suas próprias leveduras, responsáveis pela assinatura aromática e gustativa de seus rótulos. Agora, a vinícola gaúcha Manus Vinhas e Vinhos está identificando as leveduras autóctones, ou seja, nativas de seus vinhedos, e fazendo testes para entender como elas influenciam nos vinhos lá feitos. Trata-se de uma iniciativa de grande porte sem paralelo na viticultura nacional.
A identificação das leveduras locais é uma nova etapa no ambicioso projeto da Manus de mapear seus vinhedos e identificar cada pequena parcela de acordo com suas características de solo. A exemplo do que é feito na região da Borgonha, na França, foram feitas diversas escavações, as chamadas calicatas, para entender a composição do solo. “Nosso vinhedo virou um queijo suíço”, conta Gustavo Bertolini, sócio proprietário da Manus junto com o irmão Diego, e arquiteto de formação.
Projeto em parceria com a Embrapa está mapeando os vinhedos da Manus –./Divulgação
A iniciativa foi feita em parceria com a Embrapa Uva e Vinho. Um time de 17 pesquisadores sob o comando de Celito Guerra vem entendo as características da Serra do Sudeste, no Rio Grande do Sul. As formações geológicas graníticas muito antigas ajudam a criar uma composição única. Os resultados finais dessa pesquisa que teve início em 2020 serão divulgados oficialmente em breve, mas as descobertas mostram enorme potencial.
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Foram identificados 16 solos graníticos de perfis diferentes, divididos em 30 parcelas. Entre as leveduras, mais de 50 variedades distintas foram descobertas. Dessas, cinco de maior interesse enológico estão sendo testadas nos vinhos das safras mais recentes. A enóloga Mônica Rossetti, responsável pela elaboração dos vinhos, têm feito 60 microvinificações, 2 em cada uma das 30 parcelas, para entender como a bebida se comporta. Aos poucos, uma vinoteca está sendo criada para que a equipe entenda qual perfil é o mais apropriado para o vinho que pretendem fazer.
Os testes incluem ainda variedades de uvas ainda pouco cultivadas no país, como a grega Assyrtiko, a georgiana Saperavi, as italianas Teroldego e Nebbiolo e a portuguesa Gouveio. O portfólio é composto pela linha Virgo, que reúne as expressões mais puras do terroir da Serra do Sudeste, Liberum, com experimentações mais livres, e Clássico, com os rótulos de alta gama.
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Os primeiros vinhos elaborados com as leveduras autóctones chegam agora ao mercado. São o Pinot Noir e o Chardonnay a linha Virgo da safra 2024. Comparados com a safra anterior, de 2023, mostram a influência enorme das leveduras. O chardonnay é mais elegante e fresco, com um perfil de frutas tropicais mais discreto. E o Pinot Noir é mais “nervoso”, com acidez muito elevada e um perfil frutado, com notas de cereja, bem mais fresco. Outro rótulo, ainda não disponível, mostra o efeito na uva de origem portuguesa Alvarinho. A safra 2023 é mais clássica, elegante e mineral, enquanto a safra 2024 é muito floral, mais encorpada e com acidez equilibrada.
O sócio proprietário da Manus, Gustavo Bertolini –./Divulgação
A mudança representa uma busca dos irmãos Bertolini por uma expressão local, menos dependente das referências internacionais. A Manus é o projeto pessoal de ambos, responsáveis pela Vinhedos da Quinta, vinícola que há anos produz uvas de qualidade para outros produtores. Por anos, atendeu a Chandon, mas passou a ampliar a oferta e atende hoje pequenos produtores artesanais da região. A Manus é voltada para seus rótulos de “boutique”, como o Pinot Noir da linha Virgo. A inspiração da Borgonha é clara, mas o resultado é um vinho de personalidade distinta. “Não queremos ser ‘covers’, queremos ser protagonistas“, diz Bertolini.
A palavra casta vem do latim e significa “pura” ou “sem mistura”. Existem catalogadas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) cerca de cinco mil variedades de Vitis e estimam-se que possam haver cerca de dez mil. Um dado curioso é que devido as sinonímias hoje existem mais de quarenta mil nomes de castas, o que por vezes se torna uma tarefa complicada conhecer todas e por isso a importância de publicar assuntos relacionados a este tema, gerando uma maior familiaridade com castas menos conhecidas como a Samarrinho.
1.Ampelografia
Antes de descrever a Samarrinho, aproveito para comentar de forma suscita sobre a importância da ampelografia que é a ciência das áreas da botânica e agronomia, que classificam as castas de Vitis. Este estudo extremamente especializado e complexo, tem base na descrição morfométrica das características dos vários órgãos da planta, como a forma e coloração das folhas, dos cachos, do bago da uva e das estruturas apicais dos rebentos da videira. A OIV definiu 88 descritores ampelográficos, que são características colhidas em forma de dados para nortear o setor científico, quanto as variedades. Estes profissionais são escassos no mercado e devido a isto, e também a outros fatores tem se buscado outras formas de identificar as plantas. Como em geral as observações são complexas e sujeitas a “subjetividade”, nos dias atuais está se utilizando a determinação do perfil genético das plantas com base no estudo do DNA.
2.Samarrinho
Os especialistas estimam que em Portugal na atualidade já se tenham mais de 300 castas autóctones conhecidas pela ciências. Destas, cerca de 115 são durienses, e uma destas é a casta Samarrinho. Uma antiga casta branca que foi descoberta no meio das vinhas velhas do Alto Douro pela equipe de viticultura comandada pelo Eng. Rui Soares, Diretor de Viticultura da Real Companhia Velha. A inovação e pesquisas foram fundamentais para a produção da casta em talhões e do primeiro vinho varietal com a Samarrinho pela Real Companhia Velha, foi em 2013, sendo lançado na linha de vinhos da empresa denominados Séries. Em seguida alguns outros produtores resolveram também plantar a Samarrinho e hoje já há outras marcas de vinhos com disponibilidade do mercado.
Folha da Samarrinho, Crédito de Imagem : Rui Soares
Como a maioria das castas, a Samarrinho também possui sinonímia, que se chama Budelho. É uma casta que apresenta abrolhamento precoce, a folha adulta possui tamanho médio e perfil irregular. Seus cachos são compactos e médios, apresentam forma cilindrica e baixo peso. Ela possui um rendimento regular e é sensível ao desavinho e a bagoinha, informações concedidas pelo especialista em viticultura Eng. Rui Soares.
Vinho Esmero Samarrinho, Crédito de Imagem: Dayane Casal
O vinho exibe quando jovem aromas vegetais, aspargos e relva cortada, quando evolui mostra aromas terciários com notas de petróleo. Possui boa acidez o que contribui para longevidade e longa persistência em boca. A boa sugestão de harmonização é com comida asiática.
Espero que o conteúdo tenha lhe acrescentado novas informações, fica o convite a provarem um vinho com a casta Samarrinho e assim poder perceber mais está intrigante Vitis.
Saudações Báquicas e Saúde !
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Contracorriente é um dos projetos dos vinhos de clima extremo
Chubut, uma província localizada entre os paralelos 42 e 46 sul, no coração da Patagônia argentina, tornou-se o cenário de uma epopeia moderna: a produção de vinhos em condições extremas. Chabut tem picos cobertos de neve durante o ano todo.
Apesar dos desafios impostos por sua latitude austral, com ventos fortes, temperaturas baixas e um solo pouco convencional, um grupo de viticultores decidiu apostar nesta terra para criar vinhos únicos e de alta qualidade. São vários os pioneiros que vêm transformando as adversidades em oportunidades, demonstrando que, com paixão e inovação, é possível superar obstáculos.
Assim, os vinhos de Chubut não se destacam apenas pelo sabor, mas também pela história de esforço e dedicação que compõem cada garrafa. Confira depoimentos de produtores que se aventuraram na Patagônia e daqueles que defendem esta região como uma porta para vinhos de excelência.
Andrés Rosberg: a voz da experiência
Adrés Rosbergn é um especialista em vinhos. Foi presidente da Associação Argentina de Sommeliers e da Association de la Sommellerie Internationale, sendo o único latino-americano a ocupar esse cargo nos 55 anos de história dessa instituição.
Atualmente, é “Embaixador de Marca País Argentina” e sommelier executivo no Hornero, o restaurante do La Morada Lodge, no Vale de Uco. Rosberg tem uma devoção particular pela Patagônia e considera que fazer vinho em Chubut é um ato de amor e superação.
“Os desafios da viticultura em Chubut são siderais: viajar centenas de quilômetros por estradas nem sempre adequadas para conseguir plantas, postes ou arames; ensinar a podar a moradores que nunca viram uma videira; investir em sistemas de aspersão para se proteger do clima gelado, depois em geradores para prevenir quedas de energia e garantir que esses equipamentos funcionem com temperaturas abaixo de zero, cercar o vinhedo para proteger contra as lebres”, diz ele à Forbes Argentina.
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El Hoyo, uma vinícola que nasceu pelas mãos de Adrés Rosbergn
E a isso, enfatiza, é preciso somar os desafios próprios da atividade, “como fazer um bom vinho, vendê-lo e sobreviver à sempre complexa realidade econômica do país”.
Apesar de todos esses desafios, Rosberg concorda com outros especialistas que a produção de vinho em Chubut “está no seu melhor momento”. De fato, na última década, essa província da Patagônia passou de três vinhedos para cerca de 40; da produção de menos de 2.000 quilos de uva para mais de meio milhão; e de não figurar no mapa a ostentar três novas indicações geográficas em zonas bastante diversas, como Trevelin, El Hoyo e Sarmiento.
“O setor está focado na qualidade, na produção orgânica, em variedades de alta gama como a Chardonnay e a Pinot Noir e na promoção do enoturismo”, diz ele. E à pergunta: por que se fala do vinho desta província que produz menos de 0,1% do vinho argentino? Ele responde: “é muito simples: na Patagônia andina, no Vale do Rio Chubut, nas margens do Atlântico e à beira do lago Muster estão sendo elaborados vinhos nunca antes vistos na Argentina”.
Camilo de Bernardi: sonhos do sul
Camilo de Bernardi possui uma propriedade em El Bolsón, na província de Río Negro, onde elabora vinhos de excelência que receberam até elogios de Tim Atkin, mestre britânico do vinho e um dos mais famosos juízes de concursos internacionais. Atkin considerou seu Pinot Noir como um dos melhores do país.
Embora seu projeto esteja localizado na província de Río Negro, o fato é que Bernardi nasceu em Esquel e é um dos principais incentivadores da viticultura austral. Em conversa com a Forbes, ele afirmou que “acredita firmemente que a viticultura em Chubut possui um potencial imenso. Esta região, ainda nova no mapa vitivinícola mundial, abriga uma enorme promessa”
Bernardi também concorda com Rosberg: cultivar uvas nessas latitudes na Patagônia não é tarefa fácil. “Não é um empreendimento para qualquer um, exige um compromisso e consciência sobre o esforço que implica plantar um vinhedo aqui. Um fracasso em um projeto afeta todos nós como produtores”, afirma.
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Bernardi diz que cultivar uvas nessas latitudes não é tarefa fácil
E se orgulha: “até agora, 90% dos projetos que realmente estão funcionando o fazem porque nós, os proprietários, estamos por trás do vinhedo, trabalhando dia após dia. Também devemos estar conscientes de que a produção em si não é rentável, a menos que tenhamos pelo menos 10 hectares, algo muito difícil na região devido à quantidade de água e energia necessárias para controlar as geadas, que são a maior ameaça que enfrentamos hoje em dia. Esta realidade nos obriga a buscar sinergias com o turismo”, diz.
Bernardi é um apaixonado pela Patagônia e afirma que atualmente está envolvido em vários projetos de plantação em Chubut e em diferentes regiões, e eles que representam o desafio de cada dia. “Cada passo que damos, cada videira que plantamos, é um ato de fé no futuro, um testemunho de nossa determinação para superar os desafios e concretizar o potencial de nossa região”.
Indicação geográfica
Localizada no Noroeste de Chubut, El Hoyo fica em um dos vales do Corredor dos Andes. Atualmente, conta com três vinícolas que produzem vinhos tranquilos e espumantes, outras três de vinhos artesanais e vários vinhedos em formação. Nos últimos anos, passou a contar com uma ferramenta extremamente interessante que é a Indicação Geográfica (IG) El Hoyo.
Darío González Maldonado, enólogo e uma das referências da região, relata que a IG ajuda notavelmente na produção. “Nos posiciona no mapa vitícola mundial e dá identidade aos nossos vinhos”.
“Os vinhedos desta região foram plantados em 1999/2000. Há uma primeira etapa de formação da planta que dura cinco anos. Durante os seguintes sete anos, a planta se firma em nível radicular. Agora que já se passaram 20 anos, é quando se mostra o potencial das variedades”, disse Darío à Forbes.
Rance Rathie e Travis Smith: tropeço não é queda
Rance Rathie e Travis Smith são amigos desde a juventude e chegaram à Patagônia há muitos anos motivados pela paixão por Fly Fishing”, ou pesca com fly, pescaria que simula uma mosca, libélula ou outro inseto quicando a água. Eles passaram metade de suas vidas desenvolvendo o Patagonia River Guides, em Trevelin, e hoje são os responsáveis pela vinícola Contracorriente.
Com o desejo de se aventurar na viticultura, em 2013 decidiram plantar um hectare de vinhedo na propriedade do lodge de pesca. “O terroir extremo e a falta de assessoria técnica séria fizeram com que o primeiro plantio não prosperasse”, diz Sofía Elena, a enóloga deste empreendimento desde 2019. “Depois, houve um replantio em 2014-2015 com os três hectares em produção, que é o que temos hoje das variedades Chardonnay (1,5 hectare), Gewürztraminer (0,5 hectare) e Pinot Noir (1 hectare)”.
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Contracorriente foi implantada em 2013, com plantar um hectare de vinhedo
Paralelamente, a dupla de amigos investiu na instalação de um sistema anti-geada super arbóreo que protege as plantas até 7 graus Celsius negativos, e que se tornou indispensável para a viticultura na região. “Essas geadas não são apenas frequentes, mas também muito intensas, de modo que outro sistema como calor (velas, ventiladores, turbinas) não é eficaz. Eles também investiram em um sistema de irrigação por gotejamento, já que os verões são muito secos e a aspersão não é adequada para irrigação.”
A primeira colheita foi em 2018. “A partir da temporada 2018-2019, entrei no projeto como enóloga e responsável pelo vinhedo. Já vinha com 10 anos de experiência na elaboração de vinhos e trabalho em vinhedos de clima frio, e pude aportar todo esse conhecimento no desenvolvimento e crescimento da Contra Corriente”, afirma Sofía.
Desde 2019, o manejo do vinhedo se tornou orgânico. Para a colheita de 2019, os proprietários também investiram em redes anti-pássaros, tanques inoxidáveis, barricas usadas e novas, entre outros implementos. Além disso, apostaram, junto a uma vinícola vizinha, em equipamentos como prensa pneumática, bomba de colheita, engarrafadora e filtro.
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Para o ano de 2020-2021, os proprietários expandiram a plantação para mais um hectare de Pinot Noir, em outra parte do terreno em inclinação que estava coberta de rosa mosqueta, levando o total de plantação hoje a quatro hectares.
A produção é pequena e depende muito do clima da temporada na Patagônia, das chuvas e da média de temperatura. “Temos rendimentos baixos, entre 4.000 e 7.000 quilos de uvas por hectares, o que resulta entre 3.000 e 5.000 litros de vinho, dependendo da safra”, afirma Sofía. “O clima dita o tipo de vinho daquela safra e, consequentemente, o manejo do vinhedo. Temos primaveras às vezes chuvosas ou muito chuvosas com geadas, verões com muito ou vento excessivo e geralmente secos, e finais de verão e outonos úmidos ou secos, mas com grande quantidade de geadas. Às vezes há geadas no meio do verão.” As vendas são feitas diretamente na vinícola e ocorrem com maior intensidade na época de verão.
Sergio Rodríguez: desenvolvimento no vilarejo galês
Natural de Mar del Plata, Sergio Rodríguez conheceu Trevelin há quase 30 anos. Professor, desenvolveu sua carreira como chef e foi cozinheiro do pianista Bruno Gelber por muitos anos. No entanto, após conhecer Trevelin, tudo mudou.
“Gostamos de nos descrever como uma família de origem italiana que conduz o empreendimento chamado Viñas del Nant & Fall, onde trabalham diariamente três gerações: minha mãe, Maura; eu, Sergio; Emmanuel, meu filho, e recentemente se juntou Andrés, que passou a fazer parte da família”, afirma Sergio.
Segundo ele, a tradição familiar de produzir vinhos está em seu DNA e isso os levou a seguir esse caminho. “O início desta história foi no dia 24 de dezembro de 2009, quando começamos. Em 2011 plantamos o primeiro quadro com 6,5 mil plantas e em 17 de abril de 2016 foi a primeira colheita.”
O importante, diz Sergio, é que naquele momento a família conseguiu um verdadeiro marco, pois avançaram na fronteira sul do vinho. Atualmente, eles têm quase 3 hectares plantados com 16 mil plantas, com um potencial de cerca de 20 mil garrafas, mas fazem raleio da fruta em busca de qualidade. “Estamos produzindo hoje 11 mil garrafas anuais, mas sim, com qualidade, nossa projeção é chegar a 20 mil.”
Daniel Fermani e Laura Galdámez: no meio da estepe
Daniel Fermani e Laura Galdámez viviam em La Plata e se apaixonaram por Gualjaina. O projeto deles na província de Chubut começou em 2007, quando criaram iniciaram com o agroturismo. Os vinhedos vieram 10 anos depois.
Atualmente, eles têm um quarto de hectare. As variedades de uvas são Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Merlot e Chardonnay, com vendas locais, na própria vinícola e também em algumas de Buenos Aires, além da costa, em Las Grutas, Puerto Madryn e Trelew.
Em números, são 6,5 mil videiras que ocupam esse terroir em Gualjaina, embora nem todas estejam em produção (hoje, apenas 60%). A esse respeito, eles afirmam que, quando tudo estiver funcionando produtivamente, devem rondar as 6,5 mil garrafas, mas ainda levará alguns anos para isso. Hoje, são 3 mil garrafas.
Questionada sobre o investimento na Patagônia, Laura acha difícil avaliar, mas pode dizer que começaram com 1,5 mil plantas e que tiveram que fazer outros investimentos. “Temos um sistema importante de anti-geada. Isso é imprescindível porque no nosso período produtivo – desde setembro, que é a floração, até a colheita, que ocorre no final de abril – enfrentamos entre 30 e 35 geadas”, afirma Laura.
Para isso, é necessário ter um bom recurso hídrico destinado a abastecer os dispersores e um backup de energia significativo, já que a usina não está conectada ao sistema nacional e funciona de forma independente. “Compramos um gerador para enfrentar esses fenômenos”.
O vinho do casal leva o nome de Terruño de Caldera. Além da vinícola, chamada Viñas de Huancache, possuem a Hostería Mirador Huancache, uma vinícola com maquinário próprio e uma adega subterrânea para armazenar os vinhos em Gualjaina, a 87 quilômetros de Esquel.
“Além da presença vulcânica, temos um clima muito extremo, com grande amplitude térmica, já que se podem alcançar 45 graus no verão e cair para 5 graus à noite. Temos muita insolação e isso faz com que o vinho tenha uma cor muito intensa, algo que se pode observar no Pinot Noir”, diz ela.
Matías Soriano: tudo à beira-mar
Bahía Bustamante está crescendo a partir de um antigo estabelecimento de algas fundado pelo avô de Matías Soriano, que hoje, junto com Astrid Perkins, está desenvolvendo o local. A proposta com vista para o mar inclui um projeto de vinhos que, segundo diz o enólogo Eduardo Soler, está em estágio inicial, mas com um panorama muito promissor.
Toda a história começou em outubro de 2018, com 2 mil videiras à beira-mar e em frente ao lodge, que serviam como proteção contra os fortes ventos do oeste. “Adicionamos sócios estratégicos como a vinícola Ver Sacrum, que hoje são guia e inspiração, enquanto a natureza faz o resto”, diz Astrid.
Quanto aos vinhos, Soler conta que há quatro anos foram plantadas duas pequenas parcelas experimentais à beira-mar, uma de Semillón e outra de Pinot Noir. E há dois anos foi plantada uma terceira parcela de Albariño. “Nesta colheita de 2024, a uva rendeu cerca de 200 litros de Semillón e cerca de 150 litros de Pinot Noir. O Albariño ainda não entrou em produção. Os volumes são muito pequenos e foram vinificados praticamente sem equipamentos e sem vinícola, mas nos permitem explorar o potencial do terroir, que é muito singular”, afirma ele.
Segundo o enólogo, paralelamente, está sendo formada a Sociedade Argentina de Vinos de Mar SAS, composta pela Estância Las Mercedes SA, junto com a Ver Sacrum Wines, responsável pela viticultura e enologia, e outros sócios.
Assim, com um horizonte que abrange diferentes atividades na Patagônia, este recanto sobre o Atlântico está crescendo: há planos para plantar ou replicar outros dois hectares das mesmas variedades a cerca de 20 quilômetros terra adentro, na sede de Las Mercedes, para ter vinhos da estepe e do mar. Eles também planejam construir uma micro vinícola em Bahía Bustamante para vinificar, engarrafar e oferecer enoturismo nos próximos dois anos.
“Atualmente não temos canais de comercialização definidos, pois ainda não há produto”, afirma Soler. “Mas há um altíssimo interesse por parte de vários importadores especializados neste projeto, que está sendo monitorado de perto.”
* Andrea Albertano é colaboradora da Forbes Argentina. Ela escreve sobre temas relacionados ao setor agroalimentar e enogourmet.