O balcão de azulejos verdes e os avermelhados nas paredes remetem à bandeira do México na nova loja do Edifício Menezes Côrtes, no Centro. O ambiente se divide entre o balcão de madeira com bancos e o de vidro, onde são feitos, na frente do cliente, e com a velocidade que demanda a comida rápida, quitutes de origem mexicana. O Juarez Cocina Mexicana segue os preceitos do vizinho Kebab Shop, dos mesmos donos, e oferece tacos e burritos como o de frango, que envolve na tortilha arroz, feijão, milho, repolho, tomate, cebolinha, coentro, cheddar cremoso e molho à escolha do cliente (barbecue, sour cream ou verde). Sai a R$ 25,90, ou R$ 37,90 no combo com bebida em lata e batata frita. Os nachos com guacamole (R$ 14,90) são outra pedida clássica dos fãs do tempero.
Edifício Menezes Côrtes. Rua São José, 35, Centro (25 lugares). 11h/20h (fecha sáb. e dom.).
Depois da abertura do vizinho Jobá, o chamado Balcão do Jobi chegou para animar ainda mais a famosa calçada do Baixo Leblon, um dos points de fim de noite de muitos cariocas. Eliana Rocha, segunda geração da família que comanda o estabelecimento, está à frente do espaço projetado por Chicô Gouvêa, onde se pode recostar e pedir os salgadinhos, petiscos frios e sanduíches com um clássico chope da Brahma (R$ 11,00, 300 mililitros). O sanduíche de mortadela é novidade, com mix de queijos provolone e prato (R$ 31,00), e o bolinho de bacalhau (R$ 9,50; foto) é pedida certeira. O torresmão de rolo (R$ 38,00) que faz sucesso no Jobá agora também está na área, assim como a clássica porção de carne-seca com aipim frito bem sequinho (R$ 68,00) e a ótima casquinha de siri (R$ 37,00).
Av. Ataulfo de Paiva, 1166-A, Leblon, 2274-0547. 18h/2h.
Com mesas na varanda e no terraço, em ponto escondidinho de Botafogo, mora o novo Beise Arte Bar, um espaço pensado para o relaxamento entre obras de arte, drinques e sanduíches, que funciona apenas com reservas. Nas paredes de cimento e ambiente em clima industrial, com muitos vasos de plantas, há exposição de fotos artísticas de nudez, de Fernando Schlaepfer, do coletivo I Hate Flash. O cardápio tem opções como o choripán (R$ 40,00), sanduíche com linguiça de costela, chimichurri na cerveja IPA e queijo prato gratinado; e o vegetariano, que leva ragu de cogumelos e grão-de-bico na ciabatta tostada com azeite, salada de rúcula, crocante de tempura e aioli de inhame (R$ 42,00). O passion pepper (R$ 33,00) é drinque com gin, maracujá, Tabasco, limão e tônica. A marca Nowadays, ligada à cultura da cannabis, tem ali seu ponto físico de vendas.
Praia de Botafogo, 454, 97624-0891 (150 lugares). 16h20/1h (fecha dom. e seg.).
Urbano e saudável, local e sustentável do ambiente ao cardápio. São ideias que norteiam o serviço no So_lo, o café de linhas contemporâneas do empresário Fernando Kaplan e a turma do bem-sucedido Venga. O mobiliário reaproveita materiais como alumínio naval, pet recolhido no mar e taipa de pilão, técnica de solo compactado em madeira. O conceito se estende às comidinhas de café e brunch servidas o dia todo, pratos leves e vinhos naturais. Os ovos beneditinos à moda turca (R$ 42,00) têm creme azedo, iogurte, manteiga temperada e hortelã, e entre os principais há receitas como o atum em crosta de chia, couve-flor tostada e creme de avocado (R$ 74,00). A qualquer hora, o machiatto (R$ 14,00) é uma das bebidas feitas com grãos do Vale do Caparaó. O vermute artesanal de caqui e botânicos amazônicos (R$ 28,00) também merece a visita.
Depois de muitos anos no atendimento online para um negócio de mãe e filha apaixonadas por doçuras, o pouso presencial não poderia ter sido melhor para a Que Doce!, que ocupa um privilegiado casarão da Urca, com varanda agradável e diversos salões com histórias para contar. Toda a equipe é feminina, incluindo as fornecedoras de produtos, e o bom atendimento está na ordem do dia. O cardápio é vasto e há várias combinações de itens para cafés e lanches, e quitutes como o pão de queijo artesanal multigrãos (R$ 13,00) ou o quindim (R$ 7,00), que é novidade na temporada de inverno. A fatia do bolo de nozes com doce de leite (R$ 22,00) é outra boa pedida, e um blend de chocolates belga no leite (R$ 19,00, 170 mililitros) figura entre as bebidas quentes.
Antes de adentrar o copo nas sugestões de onde tomar o drinque do momento, cabem algumas notas sobre a história de um coquetel nascido nos anos 1950, quando a fábrica da Cinzano instalou-se em São Paulo disposta a popularizar seu vermute no casamento com nossa cachaça, celebrado nos balcões populares dos botequins. O rabo de galo, que no Rio foi chamado de traçado, vem desde então assumindo formas diversas nas mãos dos bartenders do século 21.
Por que elegemos como drinque do momento a receita que pede apenas, na forma clássica, duas partes de cachaça para uma de vermute? A resposta está na lista da IBA (International Bartenders Association), seleto grupo de cerca de 100 drinques clássicos do mundo inteiro, com base em diversos destilados, onde o Brasil figurava apenas com a caipirinha. Figurava.
Depois de um trabalho intenso e de muitos anos, levado a cabo pelo mestre Derivan Ferreira, decano dos balcões de drinques no Brasil, e criador de um concurso nacional de rabo de galo, envolvendo bartenders de todo o território nacional, o coquetel entrou finalmente, neste mês de julho da 2023, para a sagrada lista etílica.
Quis o destino que Derivan, uma das figuras mais importantes da coquetelaria brasileira, nos deixasse em maio, antes de ver o sonho realizado. O mestre faleceu aos 68 anos, em Portugal, para onde havia levado um concurso internacional de rabo de galo. O coquetel brasileiro, a bem da verdade, ainda não havia entrado na lista devido a uma guerra de vaidades na Associação Brasileira de Bartenders (ABB), que se fez pequena durante o processo.
“A evolução na coquetelaria desde a criação do rabo de galo foi enorme, da qualidade das bebidas aos copos, técnicas e até o gelo. Hoje o coquetel está em muitas cartas internacionais, com releituras, e vai entrar na lista da IBA. É uma questão de tempo”, disse Derivan, à Veja Rio, um mês antes de falecer.
Tero: vermute artesanal, bitter de laranja e solução vegetal//Divulgação
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Primeira vermuteria da cidade, que faz na casa versões da bebida aromárica, o Bar Tero (Rua Paulo Barreto, 110-A, Botafogo, tel.: 97666-8588) apresenta seu rabo de galo (R$ 29,00) feito com cachaça Quinta carvalho, bitter cajueiro, vermute rosé da casa, bitter de laranja e solução salina vegetal.
Katz-Su: o coquetel virou rabo de carpa no asiáticoVini Bordalo/Divulgação
No Katz-Sū (Rua Von Martius, 325, Jardim Botânico), com todo o Oriente e o bom humor da casa comandada pelo chef Bruno Katz, está na carta o rabo de carpa (R$ 21,00), versão do bartender Daniel Estevan com cachaça amburana, vermute, Cynar e wasabi.
Vian: versão da casa leva infusão de cajá, mantendo a essência do drinque//Divulgação
O premiado bartender Frederico Vian faz em seu charmoso balcão a versão clássica (R$ 35,00), mas também releituras como o rabo de galo taperebá(R$ 40,00), feito com cachaça envelhecida, Campari, Cynar, Averna e infusão de cajá. No Vian (Rua Paul Redfern, 32, Ipanema, tel.: 97490-0078).
Traçado: coquetelaria de Boteco em CopacabanaTomás Rangel/Divulgação
Bebida que dá nome à casa, o traçado leva cachaça branca, Campari, Cynar e um “segredo do bar” (R$ 24,90). Dá para pedir também o traçadinho (R$ 11,90), servido em forma de shot. O Traçado fica na Rua Ronald de Carvalho, 154-C, tel.: 3734-3248.
Para provar a versão clássica, o Maria e o Boi (Rua Maria Quitéria, 111, Ipanema, tel.: 3502-4634) faz seu rabo de galo (R$ 28,00) com cachaça envelhecida, vermute rosso e Cynar.
Uma lasanha recheada com ragu de ossobuco e assada a lenha é o “cobertor” criado pelo Pope (Rua Joana Angélica, 47, Ipanema), novidade que ainda leva fonduta de grana padano e molho roti (R$ 88,00).
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Sentindo o frio batendo na porta, o Peixoto Sushi (Rua Conde de Bernadotte, 26, Leblon, 99839-3895) levou seus frutos do mar para dentro de um lámen com caldo de legumes e missô, polvo, camarão, lula e ovo pochê (R$ 79,90).
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Novidades caudalosas chegam ao Lima Cocina Peruana (Rua Visconde de Caravelas, 113, Botafogo, 3596-2069), com destaque para o camarão ítalo-peruano, no espaguete com molho de açafrão e pimenta amarela (R$ 99,00).
O cavatelli artesanal ao ragu de cordeiro do chef italiano Michele Petenzi é um dos grandes pratos de massa em cartaz na cidade, dica esperta para a visita ao Alloro al Miramar (Av. Atlântica, 3668, Copacabana, 2195-6213).
O boeuf bourguignon do chef Didier Labbé merece a visita. No Didier (Rua Vinícius de Moraes, 124-A, Ipanema, 3624-7960), o clássico leva ragu de cupim assado no vinho, cebolas, champignon, bacon e polenta (R$ 79,00).
Está em cartaz o animador cardápio de sopas da Adega Santiago (Village Mall. Av. das Américas, 3900, 2º piso, Barra, 3900-1605), trazendo sabores como o creme de ervilha com jamón espanhol crocante (R$ 42,00).
A impressionante câmara de maturação com os peixes inteiros e pendurados atrás da imensa “janela” ganhou destaque em design e posicionamento, anunciando para quem passa que ali se foge do convencional em técnicas e ideias sobre pescados e frutos do mar. O aclamado Ocyá, nascido na Ilha Primeira da Barra pelas mãos do chef e pescador Gerônimo Athuel, aportou no Leblon com as receitas que se valem da brasa e o total aproveitamento dos peixes, em ambiente alvo de decoração minimalista e bonitas luminárias em forma de concha. Surgem assim o “colar” de pescado em molho de mel e pimenta sriracha (R$ 56,00), ou seu fígado com ponzu de tomate e pó de alho crocante (R$ 42,00). O polvo macio na churrasqueira descansa em batatas rústicas com aioli picante e sour cream (R$ 129,00; foto). Prepare-se para navegar por sabores marcantes.
Rua Aristides Espínola, 88, Leblon (87 lugares). 19h/23h (sáb. 12h/18h e 19h/23h; dom. 12h/18h; fecha seg.).
Qual é o preço do prazer? O Rio de Janeiro viu crescer de forma acentuada, nos últimos anos e após a pandemia, o número de menus degustação de chefs estrelados, experiências fora do cardápio e quase sempre com a cozinha aberta. É o que de melhor e mais exclusivo pode oferecer nossos premiados mestres do sabor.
Os preços, naturalmente, são também exclusivos e sugerem ocasiões especiais, quando vale a pena investir um pouco mais para a aventura da alta gastronomia.
O recém-aberto San Omakase faz seu menu japonês único em cerca de 10 etapas, com produtos raros e maestria na execução, na sala com balcão para oito pessoas. A sequência sai por R$ 680,00, ou R$ 970,00, na versão superior e harmonizada com seleção de saquês premium.
San Omakase: o “itamae” Andre Kawai comanda o show inédito na cidadeAlexander Landau/Divulgação
Novidade no Jardim Botânico, a Casa 201, do chef João Paulo Frankenfeld, recebe um máximo de 20 pessoas por noite para menus feitos com esmero onde até queijos são produzidos na casa. Com oito tempos, a experiência custa R$ 590,00.
No Lasai, a sala luxuosa com balcão para dez pessoas do chef Rafa Costa e Silva, também com uma estrela Michelin, o menu com 15 cursos sai e R$ 950,00, com mais R$ 400,00 para a harmonização da sommelière Maíra Freire, que privilegia vinhos naturais.
Lasai: Rafa Costa e Silva planta a maior parte do vegetais utilizados em suas criaçõesRubens Kato/Divulgação
No Oteque, do premiadíssimo chef Alberto Landgraf (que acaba de abrir um restaurante em Londres), o menu com oito etapas sai por R$ 745,00, com a harmonização variando de R$ 675,00 a R$ 795,00. É provavelmente a melhor seleção de vinhos da cidade. O restaurante ostenta duas estrelas Michelin.
Casa do chef Felipe Bronze, o Oro também obteve duas estrelas Michelin e oferece o menu criatividade a R$ 690, e mais R$ 370 com harmonização. São 11 “snacks” e mais quatro etapas.
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Na Mesa do Lado, o restaurante teatral do chef Claude Troisgros com cozinha ao vivo, trilha sonora incidental e projeções do artista Batman Zavarese, o menu de nove etapas sai por R$ 860,00, com mais R$ 380,00 para a harmonização.
Mesa do Lado: menu excllusivo de Claude Troisgros/Tomás Rangel/Divulgação
No italiano Grado, casa diversas vezes premiada do chef Nello Garaventa no Jardim Botânico, o menu completo de couvert, entrada, prato principal e sobremesa, com diversas opções para a escolha dos clientes, sai por R$ 189,00.
No Cipriani, a instigante gastronomia italiana nas criativas versões contemporâneas do chef Nello Cassese, o menu com 12 etapas, harmonizado com vinhos de alta gama pelo sommelier Ed Arruda, sai por R$ R$ 1150,00. Ou R$ 1350, nos fins de semana. O restaurante do Copacabana Palace tem uma estrela Michelin.
No mesmo grande hotel, o asiático Mee, do chef , traz novo e elogiado menu com 16 etapas a R$ 535,00, ou 19 etapas, a R$ 635,00. A harmonização com saquês de primeira linha sai por R$ 550,00.
No alto do hotel Sheraton, com ambiente luxuoso e cozinha contemporânea de acento francês, o L’Etoile está sob o comando do chef Mathias Cifuentes, que oferece menu degustação a R$ 390,00.
Em Niterói, um dos mais instigantes menus do estado mora no Amana, do chef Leo Guida. São 11 pratos a R$ 265,00, com mais R$ 175 pela harmonização.
No japonês Haru, em Copacabana, uma sala especial para oito pessoas serve o omakase na linha da tradição japonesa. Um menu degustação surpreendente a R$ 298,00.
E o Rio, com a graça de Deus e muitos vinhos infusionados em ervas e especiarias, ganha sua primeira vermuteria. Com charme para dar e vender, e conceito amarrado por dois italianos com muitos anos de Brasil. Nicola Bara, no bar, e Tobia Messa, na cozinha, abriram o Bar Tero com três vermutes caseiros na carta dedicada à bebida – branco, tinto e rosé (todos de dose a R$ 15,00) – e comidinhas auspiciosas.
O espaço tem grades redondas de antigas janelas de ferro na parede, lustres e objetos de antiquário, e balcão de bar para drinques como o sangrita (R$ 35,00), com tequila ouro, cajuína e especiarias agridoces.
A casa oferece almoço e jantar, e pratinhos para compartilhar como o escabeche de polvo com couve-flor, pimenta de cheiro, tomate, limão e balsâmico (R$ 35,00). E principais a exemplo das almôndegas de peixe com purê de banana da terra e radicchio (R$ 45,00). Aos sábados tem chorinho ao vivo, para arrematar.