Um food truck estacionará em dois pontos turísticos no Rio, na próxima segunda (22), e vai dar pizzas de cortesia a quem fizer um post nas redes sociais marcando a ação da empresa de bitcoins criadora da promoção. A ação acontecerá na Praça Mauá durante o horário de almoço e na Praia Vermelha ao fim da tarde.
Para comemorar o Bitcoin Pizza Day, a Binance, que é a maior exchange de criptomoedas em volume de negócios do mundo, promete outras surpresas aos primeiros que chegarem na data, que marca a primeira transação realizada com Bitcoins na história, em 2010, quando duas pizzas foram compradas por 10.000 BTC. Na época era o equivalentes a pouco mais de US$ 40, e na cotação atual daria mais de US$ 300 milhões.
A ações do dia 22 serão realizadas ao redor do mundo e com destaque no Brasil. O Rio foi a cidade escolhida em 2023. “A comunidade cripto no Brasil é muito engajada e cresce continuamente. O país é um dos maiores do mundo em número de usuários, e também um dos que mais avança na adoção da tecnologia“, afirma Guilherme Nazar, diretor-geral da Binance no Brasil.
Há 12 anos, no dia 22 de maio, o programador Laszlo Hanyecz estava com fome e anunciou no fórum Bitcointalk que pagaria 10 mil Bitcoins por duas pizzas. Um outro usuário aceitou a oferta, o que foi considerado o primeiro pagamento com Bitcoin realizado na história. À época, o Bitcoin não tinha um valor equivalente em dólar. A partir de então, a paridade com a moeda oficial americana foi considerada em relação ao valor das duas pizzas, o equivalente a cerca de 41 dólares, e a data ficou marcada como o Bitcoin Pizza Day.
Conectar pequenos produtores e consumidores, oferecendo palestras e aulas sobre culinária natural, aproveitamento integral de alimentos e gastronomia vegetariana, são os propósitos do Festival Raízes, que faz sua edição especial de cinco anos no shopping VillageMall, nos dias 20 e 21 de maio, das 12h às 22h.
Com apresentação da ex-Masterchef Raquel Novais, passarão pela cozinha aberta ao público nomes como a chef Bela Gil, que vai ensinar uma de suas receitas mais famosas: patacones de banana com vinagrete. A inscrição gratuita será feita pelo app Multi, durante o evento.
Na lista de 25 expositores estão produtores de cogumelos, pães de fermentação natural, molhos, azeites e geleias artesanais, cachaça e gim orgânicos, queijos artesanais, granolas, doces, chás, café orgânico e snacks de vegetais, entre outros.
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Entre os restaurantes, o festival vai contar com a presença do Itacoa, do chef Rafa Gomes; e do Da Terra, de culinária brasileira, entre outros, que vão apresentar os pratos saudáveis disponíveis em seus cardápios.
Durante a programação, apresentações de música ao vivo trazem diferentes estilos para embalar o público ao som de jazz, samba, forró, mpb e pop rock, enquanto a criançada entre 3 e 7 anos poderá aproveitar as atividades do espaço kids, com oficinas de horta, pintura e massinha natural.
Uma das novidades da cidade, com diversas recomendações, é um endereço que propõe uma viagem pela gastronomia da Ásia. Assinado pelo carismático chef Bruno Katz, o Katz-Sū é um point diversificado com várias tribos muito heterogêneas, no Jardim Botânico na rua Von Martius, em frente a uma das sedes da TV Globo.
Paredes de cimento queimado e com intervenções que provocam o efeito do descascado, brincadeiras com neon e ilustrações de inspiração asiáticas, o local propõe receitas da Tailândia, Coreia e Japão e de uma China light, em um cardápio bem enxuto. Hashis são disponibilizadas para os comensais, mas é possível beliscar com o ocidental garfo e faca. Os banheiros seguem a tendência do multigênero, dando um ar de grande modernidade.
A fila de espera e um sistema que não aceita reservas pode ser classificado como um entrave, mas pulseiras numeradas – tipo de área vip de boate – são distribuídas para os aguardam, muitas vezes por mais de uma hora. Embaixo de uma marquise, os que esperam a sua vez, podem iniciar experimentando drinks assinados Daniel Estevan, chef de bares do grupo (incluindo o Nosso, em Ipanema). Toda carta aparente é criada com base em ingredientes orientais. No entanto, clássicos como Negroni ou um Boulevardier podem ser solicitados, mesmo que não estejam no cardápio. Para os não adeptos ao álcool a opção do mate da casa cai como uma boa pedida.
Sugestão assertiva é o arroz coreano, com gohan, ovo perfeito, shitake, moyashi, kimchi, brócolis, sofrito oriental, gergelins torrados (R$ 55,00). Essa pedida faz valer a pena cada segundo de espero. O serviço ainda é pouco cadenciado, com leves tropeços, em um endereço aonde se encontra com diversos nomes do jornalismo da TV Globo.
Servidos a partir das 15h, o principal mais indicado é a macarronada Katz-Su (R$ 58,00), com ragu de costela, gochujang, nori, gema curada, cebolinha, picles e gergelins. Ou o bife de chorizo ao molho ponzu, com chili crispy e arroz coreano.
E o La Fiorentina, quem diria, foi parar em Ipanema. Fechado desde fevereiro e de forma definitiva no endereço histórico do Leme, devido à falta de pagamento de uma dívida em torno de R$ 10 milhões, o restaurante vai reabrir no final de maio na Rua Aníbal de Mendonça.
O negócio pertence ao empresário Delorme Lima, da DCL, que alugava com seu grupo o antigo imóvel e a marca histórica, e comprou todos os bens no interior do restaurante. O La Fiorentina fechou no endereço original pela dívida contraída pelos proprietários do imóvel com o Banco Cédula. Como não foi paga, o espaço foi a leilão.
“Espero que o cenário mude e a Justiça reveja a decisão. A dívida é antiga e existe uma negociação. O imóvel e a marca são alugados, e tudo o que está dentro do restaurante foi comprado pela DCL“, disse, na época do fechamento, o advogado Alexandre Serpa Pinto, representando Delorme.
A DCL informou que sempre esteve com suas cotas em dia, e pretende transportar toda a extensa memorabilia artística da casa para o novo endereço de Ipanema. Isso inclui os móveis e as dezenas de quadros com fotografias raras. A ideia é descobrir um meio de transportar também os milhares de autógrafos nas paredes da casa original. Segundo o chef Leandro Oliveira, o cardápio será quase o mesmo, com algumas novidades.
Fundado em 1957 e recebendo, até seu último dia de funcionamento, a classe artística carioca em peso, todas as noites, incluindo parcerias com espetáculos teatrais, o La Fiorentina foi tombado pelo prefeito Eduardo Paes em julho de 2022, e já havia sido decretado patrimônio imaterial da cidade pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
Nello Cassese, chef do Cipriani e chef-executivo do Copacabana Palace, vai voar até Salvador para misturar suas raízes gastronômicas italianas aos temperos e sabores baianos.
Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do premiado restaurante Origem, que ocupa a 52ª colocação no Latin America’s 50 BestDivulgação/Divulgação
Ele levará sua técnica para Salvador e vai cozinhar ao lado dos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, do premiado restaurante Origem, que ocupa a 52ª colocação no Latin America’s 50 Best.
Os três vão unir seus estilos de culinária em um jantar que será servido apenas no dia 24 de maio, no Origem.
Em sintonia com o clima soteropolitano, Nello vai preparar snacks de frutos do mar e entradas frias de peixe. Para completar a experiência, o prestigiado enólogo português Paulo Laureano fará a harmonização.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, Gerônimo Athuel, vencedor do prêmio chef revelação Comer & Beber 2022/2023, realiza a terceira edição em 2023 do Chef a Bordo no Ocyá. Os chefs Esteban Mateu, chef revelação Comer & Beber Veja Rio 2018/2018,
Esteban Mateu participa da próxima edição do “Chef a Bordo”Divulgação/Divulgação
Lucio Vieira, chef do ano Comer & Beber 2022/2023, do premiado Lilia restaurante e Rafa Brito, do The Slow Bakery, estarão juntos dia 25 de maio no evento na Barra da Tijuca. Juntos, eles elaboraram jantares a quatro, seis – ou oito – mãos no restaurante. Além de oferecer uma experiência diferente aos clientes, a iniciativa promove um intercâmbio entre os chefs, com seus variados estilos de cozinha e de técnicas. O menu será dividido em seis etapas. O cardápio será composto por sugestões que vão desde snacks iniciais até a sobremesa. O jantar é harmonizado com drinques criados pelo chef de bar do Ocyá, Luiz Rosalvos.
Serviço Chef a Bordo
Gerônimo Athuel convida os chefs Esteban Mateu, Lucio Vieira e Rafa Brito
25 de maio, quinta-feira, às 19h30
Restaurante Ocyá: Ilha Primeira – Barra da Tijuca (acesso via barcos que saem de
pontos como Shopping Barra Point e Estação de Metrô Jardim Oceânico).
Menu Chef a Bordo: R$ 377 (+ 10%) | R$ 427 (+ 10%) com harmonização de drinques. Pagamentos antecipados. Compra de harmonização de drinques no evento: R$ 100
Ocyá – Ilha Primeira – Barra da Tijuca (acesso via barcos que saem de pontos como Shopping Barra Point e Estação de Metrô Jardim Oceânico). Tel: (21) 97286-1250 Quarta e quinta: 12h às 18h. Sexta e sábado: 12h às 22h. Domingo: 12h às 18h
Basta tomar um gole de chá para empertigar a postura e me sentir uma pessoa melhor.
É conversa minha com a xícara, desde pequena.
Comecei, claro, com a tisana de camomila nos anos de mamadeira, mas me senti muito mais “mocinha” no período que passei na Inglaterra, ao fazer finalmente um upgrade para o chá preto batizado com leite. Aquilo, sim, era coisa de adulto, pensava a menina que segurava a xícara com a coluna reta enquanto buscava a aprovação do salão que ignorava solenemente a sua existência.
Fato é que a coisa não só se tornou um hábito, como uma leve obsessão. Minhas fases de chá são como o vento das monções, que varre fortemente uma região antes de mudar de direção. Há tempos de chá preto, verde, chá branco, pu-erh, oolong… até começar tudo de novo. A alegria da vez são os maravilhosos chás brasileiros de Registro, no Vale da Ribeira, em São Paulo.
Por acaso tive a chance de provar, recentemente, o Buckingham Palace Tea, considerado o chá preferido da família real inglesa (e o campeão de vendas da Fortum and Mason, de Londres, desde que foi feito para Eduardo VII, em 1902). As versões comerciais do produto são todas inspiradas no chá que a família prepara, “em casa”: uma mistura de chás preto e verde perfumada com jasmim, cornflower (uma flor azul chamada “escovinha”, no Brasil) e raspas de tangerina, colhidos nos jardins do palácio. Realmente delicioso.
Acontece que exatamente no dia da coroação do Rei Charles III, outra rainha, bem brasileira, foi coroada vencedora do Primeiro Concurso Nacional de Tea Blenders, que aconteceu na Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro.
O CONCURSO
Fiz parte do corpo de jurados “não técnicos” (apreciadores que não trabalham na indústria), mas havia também jurados técnicos e comerciais (que comercializam ou importam chás, infusões etc). Quem me convidou foi a querida Carla Saueressig, de quem já falei [aqui], criadora de mais de 200 blends e idealizadora do primeiro Curso de Sommelier de Chás no Brasil. Carla acredita que o número de profissionais que fazem “misturas” aumentou bastante desde 2016 e acredita muito na valorização das blendeiras e na utilização de insumos cada vez melhores.
Eram 5 finalistas, sobreviventes das provas eliminatórias anteriores e fiquei absolutamente encantada com a qualidade e criatividade dos blends nacionais.
A primeira etapa era uma apresentação oral, em que o jurado era julgado pela desenvoltura na apresentação, criatividade, estética do blend, aroma e embalagem. Em seguida, o chá era avaliado quente, em aroma, cor do licor, sabor, temperatura e desejo de compra. Aa terceira etapa era um preparo livre (podia ser drinque ou qualquer outra coisa) avaliado pela criatividade, estética, sabor e vontade de repeteco.
Aos blends:
Sabiam que há um chá feito em Saquarema? Pois a Cris Figgo, da Artesania do Chá, a quinta colocada no concurso, se inspirou nos humores da cidade para o blend “Summer Breeze”. Pensou em suas praias, no surf e na asa delta, no espírito jovem dos beach clubs e nas feiras de produtores locais para fazer seu blend natural perfumado com anis, laranja e sua casca. Muito refrescante no nariz, fica ótimo na versão gelada, campeã de vendas na região.
O quarto lugar ficou com Tatiana Cantu, da Tatea em São Paulo, com um blend afetivo chamado “Benedita”, inspirado em sua avó e no jeito que a acolhia em casa. Foi feito com chá branco que a própria Tatiana colheu e processou em Registro (SP) e vinha com rosas e jasmim importados. Como sua avó sempre lhe oferecia frutas, juntou abacaxi ao blend. Delicioso. O preparo criativo veio na forma de drink, com o blend frio misturado em cachaça de Tiradentes, infusão de xarope de rosas, água com gás e um doce de abacaxi.
O terceiro lugar foi para Laura Goulart, de Campinas. Era o blend “Jardim Secreto” da Mistea. Sua ideia era despertar o “jardim secreto” dentro de cada um de nós com uma bebida que lembrasse gim, mas não tivesse álcool. Farmacêutica de formação, decidiu juntar camomila, melissa, tangerina, limão, pera, cardamomo, zimbro e canela e fazer uma infusão lúdica, para beber com amigos. Muito aromático.
O segundo lugar foi o surpreendente “primeiro blend da vida” de Adriane Miyaki, que mora no Flamengo, no Rio de Janeiro. Sua empresa, a Monthé, ainda está nascendo, mas sua criação impressionou a todos: se chama “Singularidades” e leva chá preto, grãos de Bourbon amarelo de Mogiana, lascas de amêndoas, fitas de côco e fatias de cumaru. Era um tiramisu no copo, como bem disse Benicio Coura, da ChaDō. Encantador e potente.
O blend vencedor, o júri e a linda embalagem artística e seu celofane biodegradável – conceito impecávelCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
E o primeiro lugar, muito merecido, foi para a Juliana Zannini, da Infusiva. A ideia era se basear no Earl Grey, o chá cítrico da Rainha da Inglaterra, para fazer homenagem à rainha do Brasil: a abelha. Em embalagem linda retratando o insetocomo uma obra de arte, Juliana misturou o incrível chá preto do Sítio Shimada com cascas de laranja e cupuaçu desidratado e embalou em celofane biodegradável, que ajuda a conservar o chá e pode ser descartado sem prejuízo ao meio ambiente. Delicadíssimo, equilibrado e elegante, ficou excelente também na forma de kombucha (o drinque criativo) que acompanhou uma barra de chocolate temperada pela Mestiço e feita com chá preto. Impecável em concepção, sabor, sustentabilidade e apresentação, Juliana foi coroada a rainha do dia.
Que grande honra fazer parte desse momento. E viva o chá!
JURADOS TÉCNICOS:
Luciana Francini – Qualy Ervas
Tania Rampi – Tea Road
Fernanda Rivas – Condessa Rivas Fine Teas & Chá Pra Quê
Raquel Magalhães – Raquel Magalhães
JURADOS COMERCIAIS:
Benicio Coura – ChaDō
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Cleo Reis – Vencedora como Melhor Sommelier de Chás do Brasil
Carla Saueressig – Academia de Chá e Mate
Mariana Schvartsman – Talchá
Claudia Sant’Anna – Espírito do Chá
Gabriela Godoy – franqueada carioca TeaShop
Rafaela Nascimento – Chá e Café da Rafa
JURADOS CLIENTES:
Marcelo Correa – CEO da Leão
Jessica Sanchez – Mixologista e Profa. de Destilados
Fernanda Benitez – Chef e Boulanger
Renata Izaal – O Globo
Robert Marc Urech – Diretor ABS Rio
E eu…
EMPRESAS ASSOCIADAS ABCHA QUE APOIARAM O CONCURSO:
A 2ª edição do Festival Gastronômico Delícias do Vale do Café vai de 19 a 28 de maio, e o público que visitar a região fluminense poderá degustar pratos criados a preços fixos, em mais de 80 estabelecimentos participantes, entre cafeterias, restaurantes e fazendas históricas. Os pratos custarão R$ 32,00 (entradas, sanduíches e sobremesas), R$ 48,00 (petiscos), e pratos principais de R$ 65 a R$ 80.
Nascida em Valença, a sambista Clementina de Jesus será homenageada por alguns dos estabelecimentos participantes do festival. Em Vassouras, a Cozinha da Camilla está com a sobremesa Ode à Quelé, composta de quatro camadas: financier, ganache de pistache, mousse de morango e cheesecake de baunilha, finalizado com glaçagem de morango e buttercream de baunilha.
Presente em dois fins de semana (de 19 a 21/05 e 26 a 28/05), a ação Delícias na Praça é uma iniciativa realizada alternadamente na Praça da Matriz, em Conservatória, distrito de Valença, e na Estação Ferroviária de Vassouras. No espaço, haverá exposição e venda de produtos regionais, artesanato e apresentações musicais gratuitas.
Também estão programadas oficinas gratuitas com a chef e consultora Rô Gouvêa, além de outros chefs convidados, no Jardim Ecológico Uaná Etê. A programação completa está no site. www.deliciasdovaledocafe.com.br.
O Festival Delícias do Café abraça os municípios de Valença, Vassouras, Barra do Piraí, Piraí, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Paraíba do Sul e Rio Claro, além dos distritos Ipiabas e Conservatória.
Os ingleses por longos períodos da história foram e continuam a ser um dos principais consumidores de produtos de qualidade. No mercado dos vinhos tiveram uma participação ainda mais importante pois em determinadas épocas históricas, praticamente determinavam aos mais diversos produtores de vinhos mundiais como “deveriam funcionar o mercado” observando pelos aspectos de estilo, preço e até distribuição. A exemplo dos vinhos franceses bordaleses, os espanhóis de Jerez e até os vinhos portugueses do Porto e da Madeira, já que eles eram os mais importantes e prestigiosos mercados a quem se destinavam os vinhos internacionais.
Na atualidade estamos testemunhando muitas mudanças que vem acontecendo tanto no mercado de consumo, assim como nos mercados de produção dos vinhos, e uma das boas novas é o surgimento de belíssimos vinhos espumantes produzidos na própria Inglaterra, que vem mostrando enorme qualidade e potencial num mercado onde quem dominava absolutamente “em termos de volume e qualidade” eram os tradicionais Champagnes, sendo esses os mais referenciados e comparados por quem produz este estilo de vinho ao redor do mundo.
Breve História sobre as Vinhas e Vinhos Ingleses
Os romanos introduziram o cultivo das vinhas na Grã-Bretanha, mas segundo o Prof. Emérito e Pesquisador de Geologia da Imperial College London, Richard Selley, que publicou o livro “The Winelands of Britain” relata que foram encontradas evidências que já se produziam vinho nessas terras desde a era do ferro e que os celtas ingleses utilizavam essa prática antes da chegada dos romanos. Essa evidência foi constatada com a descoberta de “vasos” em escavações, que eram utilizados pelos celtas e também em relatos registrados pelo senador e historiador romano Tácito (56-117 DC) que descreveu como os celtas ingleses eram realmente bárbaros quando bebiam vinho e em seus momentos de brindes.
Os normandos continuaram a produção e no livro Domesday Book relata que haviam 40 produtores de vinhos, a grande maioria dos vinhos eram utilizados como figura sagra na eucaristia. Acredita-se que o declínio da produção dos vinhedos da Inglaterra se deu com o impacto do período da grande praga da Peste Negra (1348 e 1350), pois a doença matou cerca de 30 a 40% de toda a população inglesa, as mortes podem ter chegado a 2 milhões de pessoas e em algumas áreas rurais da época morreram cerca de 80 a 90% de toda a população local.
Já na Idade Média a Inglaterra foi o principal importador dos vinhos franceses de Bordeaux “os famosos Clarets”, o Jerez da Espanha e os Porto e Madeira de Portugal. No século XVIII uma determinação do Methuen Treaty impôs altas taxas ao vinho francês e automaticamente diminuiu o consumo deste e se elevou o consumo de vinhos fortificados devido terem uma durabilidade muito maior nas viagens até a Inglaterra. No fim do século XIX quando os vinhedos começaram a serem reconstruídos após a grande praga da filoxera o Lord Palmerston determinou a redução dos impostos dos vinhos estrangeiros e estes tornaram-se muito mais competitivos frente aos poucos vinhos ingleses sem tanta qualidade que eram produzidos na época.
No século XX após o fim da Primeira Guerra Mundial, houve a necessidade de produção várias culturas para o abastecimento de alimentos e o vinho também foi incentivado, inclusive para produção de vinho caseiro, muitos foram os produtores também que começaram a plantarem vinhedos comerciais em outras áreas. A partir da década de 70 os vinhedos foram implantados em áreas como Hampshire, Sussex, Suffolk, Berkshire e Cambridgeshire. Uma interessante observação é que nesse período os ingleses produziam vinhos sob influência alemã, onde prevaleciam vinhos brancos doces e frutados, a referência de comparação da época era o famoso vinho alemão da garrafa azul, o Liebfrauenmilch. Foi por volta do ano de 1988 que foram introduzidas as primeiras cepas de Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier que resultariam nesses maravilhosos vinhos espumantes que estamos tendo o prazer de degustar na atualidade.
Mudanças Climáticas e as Características do Solo para Produção Inglesa de Vinhas
Sem entrar no contexto da discursão das reais causas das atuais mudanças climáticas que estamos vendo no planeta, algo certo é que elas são reais e tem favorecido positivamente determinadas latitudes do globo na produção da Vitis vinífera e de vinhos, como por exemplo o Reino Unido. O gráfico abaixo demostrado pelo Prof. Richard Selley em sua entrevista ao documentário New vineyards of the world, retrata que as alterações nas temperaturas que houveram no Reino Unido tendem a ser cíclicas, mas há a necessidade de mais estudos para confirmação deste ponto de vista.
Na região Sul da Inglaterra, local cravado fora do que se conhecia das áreas para melhor produção das Vitis, tem se concentrado diversos produtores inclusive vários ligados as mais famosas marcas e casas de Champagne francesas, e receberam em 2022 pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA) do Reino Unido, o reconhecimento do status do vinho de Sussex como uma Denominação de Origem Protegida (PDO), a primeira desta pátria. Abaixo algumas localizações geográficas de alguns produtores ingleses evidenciando a maior concentração deles nesta parte do país.
Os solos ingleses do sul e sudeste são semelhantes aos solos da região Champagne, acredita-se até que eram interligados antes das separações das terras e dos continentes há milhões de anos atrás. Na verdade de modo geral são semelhantes, mas há algumas pequenas diferenças entre as áreas onde hoje se produzem videiras destinadas a produção de vinhos. No sudoeste da Inglaterra há a presença de ricos minerais e restos de microorganismos marinhos, evidenciando solos do período do cretáceo com riqueza de calcário. Há também a presença do solo chamado “Greensand” uma espécie de areia cinza que quando envelhece fica na cor branca e bege. Esse tipo de solo prevalece em especial na área “South Downs” nas regiões de Sussex e Kent.
Início da Implantação da Produção Vínica Inglesa
O Sr. Adrian White da Debbie’s Wine Estate (1984) fundador e proprietário do local onde antes era uma fazenda de suínos e gado e não estava tendo lucro, então ele inquieto com seu prejuízo começou a procurar alternativas para o uso da sua área, e após uma conversa com um amigo o Prof. Richard Salley que lhe disse que o solo das suas terras eram ideais para a produção de vinhedos devido a semelhança com os solos da região Champagne, e a partir disso decidiu plantar em 1986 as primeiras videiras.
Crédito de imagem : Denbies
Na época os vinhos ingleses não haviam tradição de produção industrial e os poucos produtos que tinham, eram considerados de baixa qualidade, fator para um enorme desafio ao Sr. White na época. Sendo o pioneiro, no início decidiu plantar inúmeras castas para tentar estudar o que melhor se adaptava nas condições de clima e solo da região onde ele se encontra e hoje é maior evidencia do que as mudanças climáticas permitiram subir a produção e a reputação dos vinhos ingleses, pois o produtor tem se destacado como um dos melhores do país.
A propriedade continua com a família e é dirigida pelo filho do fundador, o Sr. Christopher White. Sob sua coordenação já há 20 anos a empresa se tornou um dos maiores e mais prestigiosos produtores da Inglaterra. Hoje possuem 265 Ha de vinhas plantadas e apresentam uma capacidade de produção de 1 milhão de garrafas por ano. Os vinhedos da empresa estão localizados no norte de Downs, em Dorking, implantados em solo de giz, num vale protegido e com encostas voltados ao sul. A área total da propriedade hoje é 650 Ha, que inclui muitas área verdes, conforme visualização da imagem abaixo de um esquema de mapa da área.
Os Vinhos Ingleses na Atualidade
Estima-se que na atualidade a área plantada de vinhos no Reino Unido seja de 3.800 Ha, ainda pouco significativa comparada a outros países vitivinícolas, apresentam 879 vinhedos e 195 produtores. Os vinhos mais produzidos são os espumantes “Sparkling Wines” com a fatia de 70% da produção, seguidos pelos tranquilos brancos com 20% e os tintos e rosés com 10%.
Nos últimos dados publicados pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) em 2021, o Reino Unido apresentou-se como o terceiro maior importador de vinhos do mundo, o quinto maior consumidor, o vigésimo quinto maior exportador e o quinquagésimo sexto maior produtor.
Podemos dividir em dois grupos as principais cepas produzidas na Inglaterra, as que são destinadas a produzirem vinhos PDO (Protected Designation of Origin) e as que são utilizadas e permitidas para os vinhos PGI (protected Geographical Indication). Para os Sparkling Wines (PDO (Protected Designation of Origin)) a Chardonnay, Pinot Noir e a Pinot Meunier dominam, mas também podem contar com pequenas proporções das castas Pinot Gris, Pinot Blanc e Pinot Noir Precoce. Já os outros vinhos PGI ou IGP podem serem produzidos com inúmeras variedades como a uva Bacchus que é um cruzamento da Sivaner com a Riesling, a Seyval Blanc, a Muller-Thurgau que é um cruzamento da Mating Riesling com a Madeleine Royale, a Pinot Noir, a Dornfelder dentre outras.
Em junho de 2022 o Department for Environment Food & Rural Affairs (DEFRA) da Inglaterra concedeu o status da primeira Denominação de Origem Controlada em inglês PDO (Protected Designation of Origin) que é Sussex, região com relações muito semelhantes de solo e clima com a região da Champagne. Várias normas são impostas para receber o selo desta denominação objetivando alcançar níveis qualitativos constantes desta área que já mostrou-se capaz de competir de igual a igual aos grandes Champagnes franceses.
Da mesma forma que assistimos recente a Coroação do rei Charles III, também estamos assistindo o despontar de um pátria vinhateira que tem realizado um trabalho brilhante na produção de vinhos com muita excelência. Nós consumidores e amantes de grandes vinhos só esperamos que os ingleses continuem a se empenharem em produzirem excelentes vinhos para estarem presentes em nossas taças. Desejo ainda mais sucesso aos produtores ingleses e saúde a você leitor para continuar degustando a deliciosa bebida de Baco. Saudações Báquicas a todos !
Crédito de Imagem da capa do artigo: Getty Images (bbc.co.uk)
Os vinhos mais famosos da região francesa de Bordeaux, de onde vem as garrafas mais caras do mundo e, reconheça-se, os melhores e mais bem feitos tintos, são, sem a menor dúvida, aqueles que receberam a classificação de 1855, quando Napoleão III, imperador da França, decidiu fazer uma Exposição Universal em Paris, uma espécie de feira mundial, e queria que todos os vinhos do país fossem representados. Ele convidou a Câmara de Comércio de Bordeaux (hoje o Conseil Interprofessionnel du Vin de Bordeaux é um conselho francês desenvolvido para regulamentar os preços, evitando a desvalorização e a grande divergência de valores praticados entre os negociantes) para organizar uma exposição. Os membros da câmara reconheciam um ninho de vespas quando viam um, e entenderam necessária a sistematização de classificação dos vinhos de Bordeaux para atender aos objetivos da grande feira. Resolveram, de acordo com seus registros, apresentar “todos os crus classés”, mas pediram ao Syndicat of Courtiers uma organização de comerciantes que elaborasse uma lista exata e completa de todos os tintos vinhos da Gironda que especifica a que classe pertencem.
Os cortesãos mal pararam para pensar; duas semanas depois, entregaram a famosa lista. Incluía 58 castelos (chateau): quatro primeiros classificados, 12 segundos, 14 terceiros, 11 quartos e 17 quintos. Eles esperavam polêmica. “Vocês sabem tão bem quanto nós, senhores, que esta classificação é uma tarefa delicada e destinada a levantar questões; lembrem-se que não tentamos criar um ranking oficial, mas apenas oferecer-lhe um esboço extraído das melhores fontes.” Claro que ficaram de fora os tais “vinhos dos negociantes” (ou “négociant”, em francês), que são de extrema importância e oferecem joias engarrafadas. Injustamente deixadas de lado, são, de verdade, os grandes responsáveis pela disseminação da fama e do nome dos “Vinhos de Bordeaux” pelo mundo afora.
Reitero: são os negociantes de suma importância no mercado do mundo do vinho. Eles costumam trabalhar sozinhos, um cargo de confiança que passa de pai para filho, mas também existem empresas específicas que cumprem esse papel. Importante destacar que, para identificar se o vinho, nesse caso elaborado na França, foi engarrafado por um negociante, basta ficar atento às informações em francês “Négociant” ou “Mis en la Bouteille par” estampadas no contrarrótulo ou no rodapé do rótulo frontal. Segundo a revista eletrônica Wine, somente em Bordeaux existem cerca de 300 negociantes (individuais e empresas) atuando em 170 diferentes países — e cerca de 60% de toda a produção de Bordeaux são engarrafados e distribuídos pelos “négociants”.
A verdade é que há muitos pequenos viticultores em Bordeaux que produzem vinhos de qualidade esmerada. Entretanto, não possuem capacidade financeira para engarrafar seus produtos e muito menos para colocá-los no disputadíssimo mercado internacional. Os vinhos dos negociantes podem trazer surpresas incríveis, seja na qualidade, seja na longevidade. Eu mesmo já bebi vinhos de Bordeaux de negociantes que, com mais de 50 anos de idade, estavam excepcionais se comparando aos do topo da clássica classificação de 1.855. Salut!
A novidade é “das arábias” e ocupará um imóvel de quatro andares na Rua Vinícius de Moraes, em Ipanema. A Casa Mohamed tem inauguração programada para setembro, nova empreitada com foco nos clássicos culinários do Oriente Médio, dos donos da rede Pura Brasa e do Brasa Mohamed.
Segundo o empresário Iahia Mohamed, que comandou o Bar do Elias, na Rua Aníbal de Mendonça, o bairro de Ipanema voltará a contar com os grandes sucessos das vitrines árabes da família, com pão pita assado na hora em forno que servirá também à uma “esfiharia” local.
Os serviços no bufê e à la carte vão conviver entre dois ambientes, com um salão mais reservado no segundo piso, propício também a eventos. O balcão de antepastos será um dos destaques e terá itens como berinjelas, chanclishe (queijo árabe), pastas árabes e polvo à vinagrete, azeitonas e camarões, tudo regado a chope Brahma e drinques inspirados no contexto do cardápio. A varanda será interligada ao vizinho Pura Brasa.