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Chile, vinho de longevidade à toda prova

Tenho viajando ao Chile com frequência, visitando 25 vinícolas de norte a sul. Nos últimos dois anos provei mais de 1.000 vinhos chilenos de mais de uma centena de produtores.

 

Como parte deste amplo panorama, tive a rara oportunidade de provar algumas dezenas vinhos mais antigos, de safras até os anos 1980 Isso mesmo, vinhos chilenos, alguns deles com quase quarenta anos, e, em sua maioria, ainda perfeitos e deliciosos.

 

A conclusão primeira, mais simples é óbvia é que “sim, os vinhos chilenos, tintos e brancos” são longevos, evoluem graciosamente com os anos em garrafa, ganhando complexidade.

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Uma segunda conclusão, observada principalmente em longas provas verticais (diversas safras do mesmo vinho), é a evolução do estilo dos vinhos chilenos.

 

No passado já participei por diversas vezes de grandes verticais ícones como Seña, Don Melchor e Alvaviva, entre outros. Recentemente também, tivemos no Rio Wine and Food Festival duas provas nas quais ícones chilenos de safras mais antigas brilharam.

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Na primeira delas, tivemos o privilégio de degustar uma vertical completa, com todas as safras já feitas de Gandolini Las Três Marias, apresentadas por seu enólogo e criador, Stefano Gandolini. Uma prova completa deste vinho jamais havia acontecido no mundo. O Las Três Marias, é um cabernet sauvignon 100%, do Alto Maipo, uma das melhores regiões do mundo para a onipresente casta bordalesa. Gandolini imprimiu neste vinho um estilo robusto, com forte influência do carvalho novo, com potencial de décadas de guarda, tanto que suas primeiras safras, como 2011 e 2012, a meu ver, ainda estão em evolução ascendente, enquanto as mais recentes como 2018 e 2019 mais lapidadas pelo aprimoramento do projeto como um todo, são ainda bebês de colo, mostrando equilíbrio para voos ainda mais altos em sua longevidade.

 

A segunda prova citada, do Rio Wine and Food Festival, foi uma vertical de Don Maximiano, o ícone da vinícola Errazuriz. Na raríssima degustação, apresentada pelo enólogo chefe da casa, Tomás Muños, com as safras 1984, 1989, 1990, 2008, 2011, 2017, 2019, pode-se vivenciar um outro fenômeno. Além da longevidade evidente dos vinhos, constata-se uma mudança obvia de estilo. Esta mesma mudança já vivenciei em verticais de outros grandes ícones como Seña e Don Melchor. Posso dividir esta evolução em três etapas.

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A primeira, até meados dos anos 1990, quando os tintos chilenos buscavam ser um Bordeaux, com colheita mais precoce, maior acidez, macerações mais curtas, teores de álcool mais baixos, taninos mais secos, e uma proporção menor de carvalho novo.

 

A segunda etapa, entre meados dos anos 1990 e a primeira década do século XXI, nota-se claramente uma influência do estilo chamado de “parkerizado”, uma referência ao crítico americano Robert Parker. Isso se traduz em uma mudança de eixo, os vinhos que queriam ser Bordeaux agora querem ser Califórnia, buscando uvas muito maduras, às vezes chegando ao que chamamos de “jammy” (lembrando geleias) ou “over ripped” (sobremaduros), com teores alcoólicos mais altos, uso de práticas como osmose reversa (para concentrar o vinho), micro-oxigenação, gerando vinho muito encorpados, com taninos mais doces, e carvalho novo em abundância.

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O terceiro e atual momento é o da identidade própria, de deixar de se espelhar em outro país ou região, de ser uma expressão da origem, do terroir. Este processo passou por dar um grande foco na viticultura, com um retorno às colheitas mais precoces e aos teores de acidez natural maior e álcool menor, porém com um amadurecimento ótimo das uvas. Isso foi resultado de um trabalho no campo, desde o conhecimento dos melhores terrenos, melhor exposição, melhor manejo da canópia, irrigação e tratamentos mais racionais. Na vinícola vimos nos últimos anos o uso de barricas novas cair vertiginosamente dando lugar à madeira usada e o uso de outros recipientes como ovos de concreto ou ânforas de barro, ou até mais de um tipo de recipiente para o mesmo vinho.

 

Na prova de Don Maximiano, claramente estes três estilos estavam representados no 1984, 1989 e 1990, depois no 2008 e 2011, e finalmente nos 2017 e 2019. Qual a melhor fase? Não há resposta certa, já que todos mostraram-se grandes expoentes dentro de suas propostas. Mesmo o 2008, que poderia provocar críticas de “muita madeira”, com sua madeira evidente, porém integrada, estava encantador, muito sedutor.

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Não por acaso estou escrevendo esta matéria em um hotel em Santiago e ontem, 2 de abril, provei 14 safras de Almaviva, desde a sua primeira, 1996, até a mais recente, 2021. As mais antigas seguem perfeitas e com vida pela frente.

 

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Queremos comida: as opções gastronômicas do festival na Marina da Glória

Queremos, sim, mas também comemos. As atrações gastronômicas do Queremos! Festival 2024, que ocorre neste sábado (13), na Marina da Glória, prometem um show de bons sabores, preocupados também com função social da gastronomia.

+ Boas gastronômicas: Suru Bar invade o TT Burger, Katz Su faz um ano e mais

A curadoria é do grupo Menu, que tem como parceira a ONG Gastromotiva. Enquanto artistas como Djavan, Devendra Banhart, e Ana Frango Elétrico estiverem mostrando no palco seus talentos, a comida ficará a cargo de marcas como Parque Foods, Flora, Kingston, Terra Brasilis, Fala Bar e  D’Outro Mundo.

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Mais de vinte opções para todos os gostos, incluindo itens veganos e vegetarianos, estarão disponíveis nos cardápios. Quem for ao festival, poderá escolher entre os tradicionais cachorros-quentes e sanduíches variados, salgados e brownies, ou partir para bobó, croquetas, espetinhos e cookies.

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A Gastromotiva vai atuar em um restaurante exclusivo, operado por seus colaboradores. Toda a renda obtida com a venda da Batata Gastromotiva, que acompanha oito opções de molhos, com aproveitamento total dos ingredientes, será revertida para o projeto. A ONG é reconhecida mundialmente como referência em Gastronomia Social. Eles abordam a comida como ferramenta de transformação social e fazem isso através de diversas iniciativas, como cursos profissionalizantes gratuitos e distribuição de refeições para pessoas em vulnerabilidade social, além do trabalho de conscientização para o desperdício de alimentos.

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Em todos os seus eventos, o Queremos! promove o ingresso solidário: o público paga 50% da entrada e colabora com 1 quilo de alimento não-perecível. Até hoje, as doações encaminhadas à Gastromotiva se transformaram em mais de 20 mil refeições para pessoas que passam por insegurança alimentar.

Os ingressos para o Queremos! estão à venda no site da Eventim.

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Boas gastronômicas: Suru Bar invade o TT Burger, Katz Su faz um ano e mais

Suru no T.T. Burger

O evento T.T. Convida, que oferece noites saborosas na hamburgueria do chef Thomas Troisgros, e Rafael Cavalieri no comando ds chapas, recebe nesta quinta (11) o Suru Bar, balcão da Lapa que é a sensação do momento entre os novos bares do Rio.

O premiado bartender Igor Renovato vai levar para o T.T. do Leblon (Avenida Ataulfo de Paiva, 1240) o drinque Mangaleta (R$ 26,00), com purê de Manga, toque de malagueta e espuma de gengibre, e o Surubeba, com Jurubeba, Cinzano e Cynar (R$ 14,00). Para harmonizar, a hamburgueria criou o PorcoleT.T. (R$ 39,00), que traz 150 gramas de um blend suíno de pernil Duroc com queijo meia cura, chutney picante de manga e saladinha de ervas frescas. Os itens podem ser comprados separadamente ou juntos, em combo que custa R$ 59,00, com direito a batata pequena.

Rodrigo Azevedo
Suru: o drinque Mangaleta será preparado no T.T. BurgerRodrigo Azevedo/Divulgação

+ Sempre ele: dono do Belmonte promete ressuscitar tradicional japonês Azumi

Aniversário do Katz-Su

Para comemorar o primeiro ano do restaurante Katz-Su, no Jardim Botânico (Rua Von Martius, 325), o chef Bruno Katz convidou os chefs do restaurante Mapu Baos, em São Paulo, Caio Yokota e Victor Valadão, para uma noite especial na segunda (15), a partir das 18h.

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Haverá opções como as Ostras Dunkai (R$ 24,00 a dupla), sorbet de kimchi, azeite de coentro, e trigo sarraceno; o Tamago Oniguiri (R$ 22,00), com kimchi, ajitama, furikakke, e alga nori; o Gua Bao (R$ 32,00), bao de panceta cozida no caldo de shoyu adocicado com especiarias, conserva, farofa de amendoim e coentro; e outros. Como pratos principais, o Pato de Taiwan (R$ 69,00) é uma das opções, em bowl de arroz com magret de pato, molho hoisin, ovo “perfeito”, gengibre negro, cebolinha e gergelim branco. Para a sobremesa, o Ice Bao (R$ 23,00) é sorvete de goiaba e gochujang, melaço de romã e compota de goiaba.

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Julia Rodrigues
Malta: casa recebe Tuca Mezzomo, do CharcoJulia Rodrigues/Divulgação

Malta encontra Charco

O Malta Beef Club também está em festa, e comemora na casa do Leblon (Av. General San Martin, 359) com menu a quatro mãos criado por Marcelo Malta, o anfitrião, e o chef Tuca Mezzomo, do paulistano Charco. O encontro será na terça (16), às 20h30. Ao todo, entre snacks, entradas, principais e sobremesas criadas pelos dois chefs, serão oito etapas, harmonizadas com vinhos, drinques e cerveja. O menu contará com produtos como atum bluefin, wagyu A5, ovas de ouriço, ostras, camarão tigre, carnes dry aged e cavaquinha, ao preço de R$ 420,00 (mais taxas) por pessoa. Reservas devem ser feitas pelo telefone: (21) 97137-9882.

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Oteque e Den: noite de gala

Um dos chefs mais festejados do Japão, Zaiyu Hasegawa desembarca no Rio para celebrar ao lado do chef Alberto Landgraf, do Oteque (Rua Conde de Irajá, 581, Botafogo), o sexto aniversário do restaurante carioca. O jantar será na quinta (18), às 19h. Zaiyu está a frente do Den, em Tóquio, restaurante que, assim como o Oteque, possui duas estrelas Michelin, além de figurar em 21º na lista do The World’s 50 Best, que elege os melhores restaurantes do mundo.

O menu fechado de Alberto e Zaiyu, que contará com clássicos do Den, custará R$ 1.600,00, com harmonização incluída, mais 12% de serviço. As reservas devem ser feitas com antecedência pelo telefone: (21) 3486-5758.

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L’Etoile: Jean Paul Bondoux vai fazer mudanças no menu da casa./Divulgação

Bondoux cozinha no L’etoile

O estrelado chef francês Jean Paul Bondoux visita o Rio na próxima semana para celebrar os 10 anos do L’etoile, restaurante do Sheraton Grand Rio Hotel & Resort, que completa 50 anos em setembro. Há uma década, Jean Paul é o responsável por assinar e supervisionar o menu do L’Etoile, e a visita trará mudanças no menu. Uma das especialidades do chef são as coxinhas de rã, que aprendeu a cozinhar com sua avó, ainda criança, e estarão na celebração. O L’Etoile fica no 26º andar do Sheraton (Av Niemeyer, 121, Leblon). Jean Paul estará cozinhando de 8 a 12 de abril, das 19h30 às 23h. Reservas pelo e-mail riosiletoile@marriott܂com, ou pelo WhatsApp: (21) 99129-3828.

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Dos pães às massas, Rio ganha duas novidades de sotaque italiano

Em cenário de toalhas quadriculadas nas cores da Itália, limões sicilianos e lâmpadas penduradas, a Giardino Trattoria abriu as portas no shopping Vogue Square, na Barra, tendo no comando o chef italiano Vittorio del Gatto, de Nápoles.

+ Guia elege melhores vinhos da América do Sul; lançamento terá degustação

Com passagem pelo premiado Satyricon, Vittorio oferece antepastos como o crudo de peixe marinado em suco de limão e azeite de oliva, com focaccia branca (R$ 45,00), e a salada de camarões VG ao azeite de oliva e ervas frescas (R$ 129,00). Há pratos como o Spaghetti Salsa Bianca (R$ 74,00), espaguete com pancetta, creme de leite fresco, gorgonzola, taleggio e parmesão. O Speciale Vittorio Polvo & Gamberi (R$ 189,00) tem massa paccheri com camarões VG e polvo ao molho especial do chef. O Vogue Square fica na Avenida das Américas, 8585, Loja SS108, Barra da Tijuca.

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Os ventos italianos sopram também em Ipanema, que acaba de ganhar a panetteria Padelli. A casa que vai dos artigos de padaria e sanduíches no estilo panini às pizzas, e funciona todos os dias das 7h30 às 22h. O Pane al Formaggio (R$ 12,00) é pão de queijo feito com queijo curado e recheado com requeijão cremoso (R$ 12,00, a porção de cinco), e a seleção de paninis, feitos na ciabatta, tem recheios como a que leva queijo curado, ragu de carne assada e picles de cebola roxa (R$ 39,00), ou a combinação de pasta de abacate, ovo caipira com gema mole e salmão (R$ 44,00).

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Padelli: paninis bem recheados estão no menu da padaria italiana./Divulgação

Na ala doce, o Bomboloni al Gelato (R$ 32,00), lembra o sonho brasileiro, porém assado e ainda recheado de sorvete (creme, chocolate ou pistache), além de complementos como as coberturas de chocolate, geleia de frutas, nutella ou doce de leite, castanha de caju, pistache ou nozes. O Padelli fica na Rua Vinícius de Moraes, 68, em Ipanema.

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Guia elege melhores vinhos da América do Sul; lançamento terá degustação

O Descorchados 2024, que vem a ser a 26ª edição do mais importante guia de vinhos sul-americanos, será lançado no Rio nesta quinta (11), com direito a degustação de alguns dos melhores rótulos do continente, e um panorama atualizado nas páginas sobre a produção atual de vinhos em seis países: Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, Peru e Bolívia. Nas quase três décadas de publicação, pela primeira vez o guia conferiu 100 pontos, a nota máxima, a um vinho – ou melhor, a dois tintos argentinos.

+ Agenda gastronômica tem intercâmbio de sabores e Ano Novo tailandês

Os ingressos para evento no terraço do shopping Village Mall, na Barra, que ocorre das 18h às 22h, estão sendo vendidos a R$ 250,00 no site da revista Adega. A caixa com os três volumes custa R$ 295,00.  Mais de 50 vinícolas estarão presentes, oferecendo degustações.

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Descorchados: lançamento com mais de 50 vinícolas em degustação na Barra./Divulgação

Na edição de 2024 dos livros organizados por Patricio Tapia, jornalista e crítico chileno de vinhos, foram mais de 4.000 vinhos degustados pelo time de especialistas da publicação, abordando mais de 230 vinícolas argentinas, 210 chilenas, 35 uruguaias, 40 brasileiras, 20 peruanas e 5 bolivianas. Argentina e Chile ganham guias próprios, e o terceiro livro fala dos demais países.

Os dois vinhos que foram contemplados com 100 pontos, uma novidade no Descorchados, foram argentinos feitos com a uva malbec: Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2021, da Catena Zapata; e o Finca Piedra Infinita Supercal 2021, da bodega Zuccardi. Ambos têm a garrafa com preço em torno de R$ 3.000, se comprados nas importadoras.

Vale dizer, aos interessados em mergulhar no universo vinícola do Brasil e países vizinhos, que o Descorchados não á apenas um guia com vinhos e suas pontuações, mas há textos atualizados sobre cada lugar, assim como as características das diferentes regiões produtoras, as tendências e novidades do mercado, indicações das melhores relações preço-qualidade e outras informações sobre o “mercosul” dos vinhos.

No texto de abertura das páginas dedicadas ao vinho brasileiro, por exemplo, os autores chamam a atenção para o encontro do país com sua conhecida vocação para a produção de espumantes, e contam que a vinícola Casa Valduga pretende converter 98% de sua produção em vinhos borbulhantes nos próximos 20 anos. A seleção de rótulos e produtores nacionais privilegia casas menores e menos conhecidas do grande público, que não pretendem fazer vinhos para imitar os chilenos e argentinos de sucesso do mercado, respeitando a clima da Serra Gaúcha e adjacências, favorável a vinhos mais diretos, leves e frutados. O potencial da uva cabernet franc em produções brasileiras recentes ganha destaque no texto de apresentação.

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Em relação ao Chile, onde os vinhos orgânicos, de baixa intervenção e os chamados “naturais” invadiram nos últimos anos a publicação, surge a tendência correlata da produção utilizando vinhas velhas, e o “renascimento” de uvas como a garnacha, reinterpretada em rótulos de destaque. Para quem está de passagem comprada e se interessa por vinhos, o Descorchados é um excelente companheiro de viagem. Para quem não pretende viajar agora, um enorme incentivo para a compra de passagens.

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Mercado aquecido: três novidades gastronômicas que vão sacudir o Rio

Sem dúvida, o Rio de Janeiro vive um ótimo momento para a gastronomia, com festa do Guia Michelin à vista, além da premiação 50 Best Restaurants Latin America, que novamente aportará por aqui, no segundo semestre.

É natural que os bons ventos no setor estimulem chefs e empreendimentos já consagrados a alçar novos voos.

É o caso de Paula Prandini, que celebra uma década de sucesso de seu Empório Jardim, quatro vezes premiado em VEJA Rio Comer & Beber, com a expansão da marca para a Zona Oeste. Mais especificamente no BarraShopping, substituindo a cafeteria Starbucks. O projeto ainda não tem data de inauguração.

Descontraído, o Empório Jardim tem a nobre missão de oferecer café da manhã o dia todo, e conta atualmente com unidades no Jardim Botânico, em Ipanema e na Casa Firjan, em Botafogo. São 119 opções de pães, ovos, sanduíches, tapiocas, omeletes, frios, bolos, doces, iogurtes, sucos e café.

Sucesso entre os boêmios e notívagos, o Parada de Copa, que serve o melhor sanduíche da cidade, vai além dos limites do bairro. Agora em maio, a marca chega a Ipanema, inaugurando uma operação na Rua Vinicius de Moraes.

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Qualquer semelhança com antigas madrugadas de Copacabana não é mera coincidência: o Parada de Copa é a moradia das especialidades que fizeram fama no antigo Cervantes, preparadas por onze funcionários que trabalharam por anos no clássico de Copacabana, que fechou no auge da pandemia e voltou ‘gourmetizado’.

Depois de se aventurar pela gastronomia asiática com o Si-Chou, em sociedade com Menandro Rodrigues, o chef Elia Schramm está pronto para mergulhar nas técnicas e delícias francesas. O dono do Babbo Osteria vai abrir uma boulangerie no Essência, novo complexo imobiliário que a Mozak ergue na Rua Juquiá, no Leblon. O condomínio já foi entregue aos primeiros proprietários e o espaço gastronômico está pronto para receber as obras de adequação e ser aberto em breve.

O local, aliás, ganhou o Largo do Piva, que homenageia o arquiteto André Piva, falecido em 2020. Ele concebeu a fachada e o interior das áreas comuns do empreendimento.

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Sempre ele: dono do Belmonte promete ressuscitar tradicional japonês Azumi

Enquanto Alissa Ohara está em temporada de 50 dias no Japão, onde fará homenagem em família pelos sete anos da morte do pai, Isao Ohara, o fundador do histórico e extinto restaurante Azumi, o empresário Antônio Rodrigues anunciou no Rio que o “templo” da comida japonesa voltará a funcionar no Leblon, sob sua administração, em parceria com Alissa, que estava à frente da casa original de Copacabana.

+ Guia elege melhores vinhos da América do Sul; lançamento terá degustação

Responsável por “ressuscitar” estabelecimentos tradicionais como o Nova Capela, o Amarelinho, o Cervantes, e o Mosteiro, e dono da rede Belmonte de bares, o cearense Antônio anunciou a inauguração da nova versão do Azumi para agosto, no imóvel situado na esquina entre as ruas Dias Ferreira e General Venâncio Flores, em frente ao Belmonte do Leblon.

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Antônio, famoso por criar o serviço volante de empadas e salgadinhos que circulam entre as mesas nos seus bares, diz que o cardápio original do Azumi será preservado, com suas especialidades e cozinha quente tradicional japonesa, com as receitas da família Ohara.

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Dois vinhos recebem pontuação máxima no principal guia da América Latina

Desde que o Descorchados, o principal guia de vinhos da América do Sul, começou a ser editado pelo jornalista Patricio Tapia, há 26 anos, nenhum rótulo havia recebido 100 pontos. O ranking elege os melhores tintos, brancos, espumantes e rosés de acordo com uma série de critérios, e cada um recebe uma pontuação, e o próprio Tapia havia dito que uma nota perfeita seria absolutamente improvável. Neste ano, no entanto, dois vinhos, ambos argentinos, receberam a pontuação máxima.

Foram eles o Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2021, produzido pela Catena Zapata, e o Finca Piedra Infinita Supercal 2021, da Zuccardi. Ambos são monovarietais elaborados com a uva Malbec, considerada um veículo ideal para transmitir as particularidades de um terroir. Na Argentina, é a variedade mais bem adaptada e que melhor reflete as características dos diferentes locais onde é produzida. Também são interpretações menos frutadas e mais minerais do que pode ser um malbec argentino.

Parte da explicação para o sucesso destes dois rótulos está na qualidade da safra de 2021, especialmente na Argentina. “O que aconteceu esse ano foi a combinação de um momento brilhante (de ambos os produtores) no processo de interpretação de um lugar juntamente com uma safra estelar como a de 2021, um ano fresco que provou ser o melhor motor para esses vinhos expressarem sua origem”, escreve Tapia na introdução do volume do guia dedicado à produção argentina.

Mas não é só. Em visita ao Brasil, o crítico Tapia e os enólogos Sebastian Zuccardi e Alejandro Vigil – este último eleito o destaque do ano na Argentina – ajudaram a explicar o trabalho por trás da elaboração de ambos, e o que a pontuação alta representa na busca por vinhos singulares.

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O Supercal, da Zuccardi, surgiu a partir de uma vontade de Zuccardi de produzir vinhos com a uva malbec que não tivessem o dulçor associado à variedade, mas uma estrutura mineral. As uvas vêm de Altamira, na região do Vale de Uco, a 1.100 metros de altitude, em um local bem próximo à cordilheira dos Andes. “É uma zona com muitas pedras de grande tamanho, recobertas por carbonato de cálcio, algo único no mundo”, afirma Zuccardi. A família começou, então, uma investigação dos diferentes tipos de solo, e dividiram a propriedade de 38 hectares em 36 parcelas distintas. “A variedade é enorme. Há solos diferentes a cada 5, 10 metros”. O Supercal é feito com uvas de duas parcelas específicas, a fermentação é espontânea, feita com as leveduras locais, e o vinho passa de 10 a 12 meses em tanques de concreto. “Para fechar o vinho”, diz Zuccardi, “e assim mostrar sua coluna vertebral de solos calcários, que fornecem estrutura e a rugosidade de taninos que dá sua textura”.

Mundus Bacillus Terrae 2021, da Catena Zapata, também recebeu pontuação máxima -
Mundus Bacillus Terrae 2021, da Catena Zapata, também recebeu pontuação máxima –Catena Zapata/Divulgação

Mundus Bacillus Terrae, da Catena Zapata, também vem do Vale de Uco, mais precisamente da parcela Bacillus Terrae, um pedaço de 1,4 hectare do vinhedo Adrianna, em Gualtallary, a 1.400 metros de altitude. “Ele faz parte de um processo de entendimento que o carbonato de cálcio daquele solo poderia ser uma coisa boa”, conta Alejandro Vigil. Como outros enólogos, esse elemento não era visto de forma positiva na região, até que ele descobriu que grandes vinhos feitos na Borgonha, na França, e em Barolo, na Itália, eram provenientes de vinhedos com boa concentração de carbonato de cálcio. Ao analisar os solos, fez mais de 2 mil microvinificações para entender como a uva se comportaria em diferentes situações. “Viticultura é paciência. E tempo”, diz ele. Agora, com a safra 2021, alcançou o topo do ranking da América Latina. “Esses 100 pontos não nos pertencem, mas a gerações de pessoas que vêm fazendo tudo certo, há muito tempo”, conclui Vigil.

Curiosamente, ambos os rótulos não passam por barricas de carvalho, mas por tanques de concreto. A decisão dos enólogos está ligada à vontade de traduzir apenas os aromas, sabores e texturas do terroir. A madeira faz um aporte de sabores, e nenhum dos dois buscava isso. O concreto, nesse sentido, é neutro. O sommelier argentino Hector Riquelme, eleito melhor sommelier do Chile em 2005 e coautor do Guia Descorchados por 11 anos, já disse que o concreto é um “amplificador” das qualidades do vinho.

A investigação profunda das possibilidades na uva Malbec na Argentina está relacionada a uma busca de Vigil, Zuccardi e outros enólogos de reposicionar o país como uma força a ser reconhecida. “Assim como a Pinot Noir na Borgonha, a Sangiovese na Toscana e a Nebbiolo no Piemonte, a Malbec já faz parte do terroir”, diz Sebastian Zuccardi. “Agora, estamos trabalhando em um conceito de microvinificação”, afirma Vigil. Para ele, não faz sentido buscar simplesmente um Malbec “de Mendoza” ou mesmo da região de Gualtallary. “É preciso saber de onde aquele vinho específico vem, dada a diversidade que existe”, diz ele. “O mais difícil é comunicar isso“.

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No Brasil, o Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae é importado pela Mistral e custa R$ 2.910. O Finca Piedra Infinita Supercal é importado pela Grand Cru e custa R$ 2.499.

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Vinho – VEJA
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Agenda gastronômica tem intercâmbio de sabores e Ano Novo tailandês

Ano novo Tailandês

O ano de 2567 será celebrado na Tailândia de 13 a 15 de abril, datas onde ocorrem os festejos do Songkran. No Rio, os dois principais restaurantes tailandeses preparam cardápios especiais onde não faltam cores e sabores.

A 3ª edição da festa no Càm O’n Thai Food está caprichada. O menu degustação ficará em cartaz por dois dias e servirá como “spoiler” de novidades que entrarão para o cardápio fio da casa. Nos dias 13 e 14, sábado (almoço e jantar) e domingo (almoço), estarão na carta entradas como o Goong Satay, de camarões graúdos grelhados no espeto, servidos com nam phrik de pimenta, coco fresco, coentro e folhas de limão kaffir (2 unidades); e principais para compartilhar como o atum ao molho de caramelo salgado de porco, com salada cítrica de ervas, folhas de limão kaffir e molho red nahm jim, acopanhado de arroz jasmim. Na lista de sobremesas há pedidas como a mousse de tamarindo com ganache de chocolate branco e crocante de amendoim. O menu sai a R$ 160,00 por pessoa, com reservas pelo link do Songkran. Disponível nas unidades da Barra e Botafogo, que fica na Rua Visconde de Caravelas, 111.

+ Patrimônio cultural do Rio, Café Lamas completa 150 anos de bons serviços

O Nam Thai (Rua Rainha Guilhermina, 95-B, Leblon, tel.: 97042-6575) faz três dias de festa no Leblon, de 12 a 14 de abril, com mesa farta, decoração especial e música tailandesa. No menu criado pelo chef David Zisman, para começar, o Cocktail Kung Sod Thai (R$ 49,00) é um coquetel de camarão com sabores asiáticos. Entre os principais, há o Plá Salmon Neung Nam Man Hoi (R$ 96,00), um salmão preparado no vapor com molho de ostras em leito de abobrinha. Já o Plá Neung King Lé Sod Hom (R$ 96,00) é peixe branco com gengibre e cogumelos, sempre com o arroz jasmim ao lado.

Aiô no Mee

Ainda em viagens de sabor pela Ásia, um grande encontro marca a semana no oriental Mee, do Copacabana Palace. Na sexta (12), das 19h às 22h, os chefs Caio Yokota e Victor Valadão, e o bartender Maurício Barbosa, responsáveis pelo sucesso dos restaurantes paulistanos Aiô e Mapu Baos, vão apresentar criações do Aiô, inspiradas nos sabores de Taiwan, ao lado do chef Alberto Morisawa, titular do Mee (Av. Atlântica, 1702, Copacabana), com reservas pelo tel.: (21) 2548-7070. O menu individual custa R$ 515,00, mais 10% de taxa de serviço.

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Aiô: Victor Valadão e Caio Yokota estarão no Mee./Divulgação
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Hilton com vinho e jazz

A sexta (12) reserva também uma noite entre taças no Hilton Barra (Av. Embaixador Abelardo Bueno, 1430, Barra da Tijuca), com o evento Jazz, Queijos e Vinhos. A experiência traz degustação de bons rótulos, queijos artesanais e veganos, meles especiais de abelhas brasileiras, além de uma estação com pães, patês e nozes. A trilha sonora da noite será comandada por um grupo de jazz.

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Em parceria com a importadora Ansic Brasil, participarão bodegas premiadas Mil Demônios, Mosquita Muerta, Zorzal Wines, Salvador Patti, Corbeau Wines, Casa Jose Pedro, Relator Wines e a Vinícola Altar Uco. No local, também haverá estandes da Mbee com meles de terroir, Basico Plant Food com queijos veganos e da

Queijaria Fazenda Geneve, que se tornou referência pelos queijos de cabra artesanais produzidos no Circuito Serra Verde Imperial, em Teresópolis. Além da degustação, o público também poderá adquirir os produtos diretamente com os vendedores.

O Jazz, Queijos e Vinhos será realizado no Plaza, um espaço céu aberto no Hilton Barra, das 19h às 22h. O valor é de R$ 195,00, mais 10% por pessoa. As reservas são limitadas e podem ser feitas pelo Whatsapp: (21) 96738-7848.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Novo estudo revela o impacto das mudanças climáticas na produção de vinhos

O vinho é arte e ciência. Muitos fatores afetam a qualidade e o sabor de uma safra: as uvas utilizadas, a maneira como se lida com elas e o repouso do líquido sagrado durante meses — ou não — em barricas de carvalho. Mas nada funcionaria, nada mesmo, sem o conhecimento da geografia, o domínio ao menos mínimo do que a natureza entrega. Há uma faixa entre 30 e 50 graus de latitude, dos dois lados da linha do Equador, tida como ideal. Nessas zonas, há um equilíbrio delicado entre a incidência de luz do sol, a temperatura e a quantidade adequada de chuva. Não à toa, ao norte, é nessa franja que estão França, Espanha, Itália e Portugal, na Europa, e a Califórnia, nos Estados Unidos. São países de grande tradição. Ao sul, é onde despontam Uruguai, Chile, Argentina e África do Sul, os melhores produtores do chamado Novo Mundo.

Pode-se tratar esse desenho como regra, o mapa-múndi que há séculos emoldura a viticultura. A surpresa, ou o susto: as mudanças climáticas podem reinventar a roda das videiras, levando a decadência a algumas regiões hoje celebradas e a ascensão a territórios agora desdenhados. Um estudo de fôlego publicado na revista Nature aponta as consequências, no futuro, das extremas variações de termômetro, precipitação, umidade, radiação e CO2. “Cerca de 90% das regiões vinícolas tradicionais nas regiões costeiras e baixas de Espanha, Itália, Grécia e do sul da Califórnia correm o risco de desaparecer até o final do século devido à seca excessiva e às ondas de calor mais frequentes com as alterações climáticas”, aponta o time de pesquisadores (veja no mapa). Em um cenário mais conservador, em que a temperatura global subirá no máximo 2 graus, algumas áreas manterão a produção. Um aumento de 2 a 4 graus, no entanto, pode afetar de 49% a 70% de todas as plantações já conhecidas. “A marca do aquecimento global é a irregularidade”, diz Joana Maçanita, enóloga que trabalha na região do Douro, em Portugal. “Antes, colhíamos algumas uvas no final de setembro. Agora, elas já estão maduras no fim de agosto.” Não é preciso ir longe. Basta lembrar das geadas precoces que devastaram Chablis, na França, em 2022.

As transformações são inevitáveis, mas nem todas são negativas. As mudanças climáticas devem favorecer o desenvolvimento de novas regiões vitivinícolas. É o caso da Dinamarca ou de áreas no sul do Canadá, atualmente consideradas muito frias para a produção de bons vinhos. Em outros países, onde já existem vinhedos com variedades adaptadas ao frio, como a Alemanha e a Inglaterra, há expectativa de que o aumento na temperatura favoreça a qualidade da bebida. “Produtores que foram muito famosos podem não continuar tão famosos. E produtores não tão conhecidos hoje em dia podem começar a ser em breve”, resume o chileno Pedro Parra, especialista em terroir e consultor de vinícolas ao redor do mundo. O Brasil tende a ficar no meio do caminho, sem grandes danos ou belos saltos.

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BOA SURPRESA - Vinhedo na Inglaterra: mudança para melhor
BOA SURPRESA - Vinhedo na Inglaterra: mudança para melhorDan Kitwood/Getty Images

De qualquer maneira, será preciso se adaptar, com novas práticas agrícolas, mais eficientes, mas também mais caras. Em alguns casos, mesmo que seja tecnicamente possível produzir sob as novas condições de clima, o custo inviabilizaria a operação comercial. E, mesmo assim, o sabor do vinho seria diferente. O estudo aponta que até o perfil do aroma de fruta dos grandes rótulos pode mudar ao cabo do século XXI. Em vez de frescor de cereja fresca, por exemplo, a percepção será de compota. Talvez seja melhor começar a guardar algumas garrafas na adega, lembrança do que bebemos hoje em dia. Não é má ideia.

Publicado em VEJA de 5 de abril de 2024, edição nº 2887

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Vinho – VEJA