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Procura-se alface: o que se come numa feira 100% vegana

Chegar a um restaurante, perguntar qual é a opção para os veganos e ouvir: “Ah, sim, temos uma ótima salada!” Depois de um almoço ou jantar assim, a sensação que fica muitas vezes, lá no fundo da garganta, é de frustração. Vegana há nove anos, eu sei bem como é essa cena. Mas encontrei logo cedo um verdadeiro refúgio contra esse sentimento: as feiras veganas.

Nunca me esqueço da primeira vez que pisei na feira Vegannezando, em 2018, numa edição realizada na Praça Rádio Amador, em São Francisco, Niterói. Levei meu pai para testemunhar meu entusiasmo ao estar, pela primeira vez, em um lugar onde todas as comidas cheirosas e bonitas eram livres de carne, leite, ovos e outros derivados de origem animal. Me senti na Disney — ou melhor, na Veganlândia. A experiência também abriu mais a mente do meu pai, que ainda tentava entender o que significava uma alimentação vegana. E, acredite: isso não é sinônimo de alimentação saudável.

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Palitos de queijo vegano: friturinha que surpreende da Queijus DuloneLuiza Maia/Veja Rio

Uma dieta balanceada é sempre o que médicos, nutricionistas e outros profissionais da saúde recomendam. Mas, de vez em quando, uma “junk food”, uma coxinha, um bolo bem chocolatudo, é tudo o que a gente precisa pra manter a saúde mental. Trazer uma sensação gostosa pro paladar e pro coração. Foi assim que entendi por que, numa feira 100% vegana, há tantas comidas que fogem daquele estereótipo da salada, dos legumes, das frutas… É porque isso a gente já encontra em todo lugar. O que falta são os queijos e laticínios vegetais, os pães de queijo, hambúrgueres, coxinhas, brigadeiros e afins — e é isso que aparece com força nesses encontros veggies.

Há quem não concorde com o uso de palavras como “queijo”, “carne” e “leite” para se referir a versões vegetais desses alimentos. Há também quem não entenda por que as cozinhas veganas costumam reproduzir receitas convencionais, como feijoada, baião de dois, salpicão ou pão de queijo, ainda por cima usando os mesmos nomes. Mas a explicação é simples: essas adaptações facilitam a transição alimentar de quem está mudando sua dieta para o veganismo. Também ajudam veganos a reviverem aquele gostinho de nostalgia por pratos que amavam, mas deixaram de consumir por não concordarem com o sofrimento animal.

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Brigadeiros: iguais aos convencionais, para adoçar uma tarde de feiraLuiza Maia/Veja Rio

Nos dias 11 e 12 de maio, a feira Vegannezando voltou em grande estilo após um período de pausa pós-pandemia, ocupando o Parque Glória Maria (antigo Parque das Ruínas) com mais de 45 expositores. Zarpei para Santa Teresa num sábado à tarde em busca de delícias veggies, e relato aqui o cumprimento da minha missão. Minha jornada gastronômica passou por uma porção de salgadinhos fritos e assados da Faca Vegiie — incluindo coxinha, enroladinho de salsicha, joelho com presunto vegetal, pão de alho, entre outros —, seguiu para uma torta salgada fria com sabor de infância da cozinheira Carol Soares, e terminou com um bolo equilibrado de massa de maracujá e recheio de brigadeiro de cupuaçu da The Veganices.

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“Acho que esse é o papel das marcas de comida vegana hoje: tornar a transição de quem está começando menos traumática e mais confortável. Seja ‘imitando’ sabor, aparência, forma, cheiro… Porque, entrando na memória afetiva da pessoa, ela consegue virar a chavinha e perceber que não é impossível, se ela souber como comer bem”, diz Daiana Marques, à frente da Faca Vegiie, uma das marcas que fizeram sucesso no evento.

Já para a cozinheira Carol Soares, as comidas que se assemelham a alimentos não veganos têm, sim, um papel importante, mas a cozinha à base de vegetais pode surpreender de outras formas. “Eu prezo por uma cozinha natural e por um preparo bem-feito, com insumos de qualidade e os vegetais como protagonistas. Tem muitas marcas veganas que tentam ‘imitar’ alimentos não veganos, e eu acho isso muito legal. Mas é interessante também trazer uma comida saborosa com protagonismo vegetal, incluindo até opções sem glúten e sem açúcar”, afirma. Estreando na Vegannezando, sua barraca costuma ser um refúgio para veganos que frequentam as edições da feira Junta Local.

Para resumir minha experiência: saí bem satisfeita com a comida e com o reencontro de pessoas que, como eu, decidiram comer delícias sem origem animal sem abdicar do sabor, aproveitando ainda uma tarde ensolarada num dos parques mais bonitos da cidade.

Nos vemos numa próxima feira? 

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Radar gastronômico: invasão no Suru Bar, jantar no Lasai e mais delícias

Lasai e A.Mar em jantar especial

O projeto A.Mar, pioneiro na valorização da pesca artesanal e apoio às comunidades de pescadores no litoral de São Paulo, cultuado pelas técnicas de preservação e conservas de frutos do mar, desembarca no requintado balcão do Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, para um jantar especial nesta terça (20), às 19h30.

O restaurante apresentará um menu autoral com pescados não convencionais, provenientes da pesca artesanal em cerco flutuante, e tratados com a técnica de japonesa do ikejime, que garante frescor máximo aos peixes, além de ingredientes artesanais produzidos no laboratório do A.Mar em Ilhabela (SP).

São produtos como bottarga, schocara, tonno sott’olio, aliche, katsuobushi, garum, ostras em conserva, defumados e charcutaria do mar.

O jantar custa R$ 2.000,00, com harmonização incluída. Toda a renda será revertida para o Instituto A.Mar, com apoio da Gavinhos, que assina a seleção de vinhos do encontro.

Reservas pelo tel.: (11) 99592-8222. @restaurantelasai

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+ Novos drinques, pratos e ação em família no Vian Cocktail Bar

Baixela e Porco amigo no Suru Bar

Segunda-feira só é ruim pra quem está no lugar errado, como diz o bordão do chefe de bar Igor Renovato, anunciando as boas atrações de início de semana no Suru Bar. No dia 26, os anfitriões Igor, Raí Mendes e Pretinho Cereja, do bar, e Yandara Karuna, da cozinha, convidam os bares Baixela e Porco Amigo para uma “orgia etílico-gastronômica”, a partir das 19h.

O Porco Amigo vai com o petisco porcanal, um bolinho de batata recheado com rabada de porco desfiada e agrião, servido com molho picante à base de tomate e pimentões vermelhos assados (R$ 18,00, a unidade). O Baixela levará seu conhecido pau carnudo, bolinho de carne no espeto (R$ 19,00). Para beber, a batida Saravá tem cachaça da casa, caju, gengibre e arruda (R$ 15,00).

Rua da Lapa, 151, Lapa. @surubar.rj

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Celebrado oficialmente em 22 de maio, o World Paloma Day homenageia o famoso coquetel do México, e o Fairmont Rio se uniu à tequila Patrón para ações em torno do drinque à base de tequila e toranja. O Spirit Copa Bar preparou para o mês de maio três versões do coquetel paloma.

A estrela do cardápio é a Classic Patrón Paloma (R$ 52,00), feita com Tequi Reposado, toranja, agave, limão e água com gás. A Madame Paloma (R$ 52,00) é uma criação do mixologista Cassiano Melo, responsável pela coquetelaria do Fairmont Rio. A receita mistura tequila Patrón, suco de tangerina, cordial de pimenta timur, pó de folha de louro e água com gás. Também há lugar para uma experiência sem álcool: a Paloma Zero (R$ 38,00) é elaborada com suco de toranja, limão, agave, cordial de palo santo, água com gás e um toque de tajín.

Av. Atlântica, 4240, Copacabana. @fairmontrio

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Fairmont: drinque paloma com vista da praia de Copacabana
Fairmont: drinque paloma com vista da praia de Copacabana./Divulgação

As lasanhas da Cucco

Criada por três amigos, dois deles filhos do chef Alessandro Cucco, que esteve à frente por 17 anos da saudosa Osteria Dell’Angolo, a Cucco surge como marca especializada no delivery de lasanhas de qualidade, explorando sabores e receitas de diferentes partes da Itália. A lasanha de bolonhesa é uma das opções, feita com ragu de carne, molho bechamel leve, massa artesanal e parmesão ralado e gratinado (R$ 74,00), assim como a lasanha vegetariana de berinjela, com parmesão e molho fresco de tomates italianos (R$ 69,00). Pedidos pelo link próprio.

Cucco: especializada nas lasanhas de massa caseira
Cucco: especializada nas lasanhas de massa caseira./Divulgação
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Comer & Beber – VEJA RIO
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Cervejas brasileiras estão entre as mais valiosas do mundo

Prepara o brinde! Duas marcas de cervejas brasileiras aparecem na lista das dez mais valiosas do mundo. O ranking anual da Kantar BrandZ leva em consideração dados financeiros e a percepção dos consumidores. Entre os critérios da consultoria estão reconhecimento da marca, envolvimento emocional, consideração de compra, entre outros.

Brahma e Skol aparecem respectivamente na sexta e oitava colocação entre as maracas de cerveja. O ranking é liderado pela Corona, marca que também pertence a Ambev e recentemente ficou na terceira colocação entre as cervejas no prêmio Os Mais Amados do Rio, entregue anualmente pela VEJA RIO e baseado em votação popular.

Brahma e Skol entre as cervejas mais valiosas do mundo
Brahma e Skol aparecem entre as marcas de cerveja mais valiosas do mundoAmbev/Divulgação

A AB Inbev – controladora da Ambev – conta com oito marcas no top 10: Corona (1º), Budweiser (2º), Modelo (4º), Michelob Ultra (5º), Brahma (6º), Bud Light (7º), Skol (8º) e Stella Artois (9º).

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Como o Azerbaijão Está Reescrevendo sua História no Mundo do Vinho

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Quarenta anos atrás, no Azerbaijão, localizado na região sul do Cáucaso, na Ásia Ocidental, a morosa e ineficiente produção soviética de vinho a granel foi severamente impactada por uma destruição planejada de vinhedos. O resultado deixou os produtores incertos sobre como seguir em frente. Hoje, o país está redefinindo sua identidade na produção vinícola, combinando variedades de uvas internacionais com influências locais e regionais.

Durante a era soviética, quando o Azerbaijão era uma das 15 repúblicas que compunham a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a quantidade de vinho produzido era priorizada em detrimento da qualidade. No auge da produção, em 1984, a então república produzia anualmente 26 milhões de galões da bebida, por meio de 120 vinícolas e 420 fazendas vitivinícolas.

Foram fabricados 56 tipos de vinho e 10 conhaques, refletindo uma preferência por vinhos doces e fortificados. Em 1985, Mikhail Gorbachev, o então Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética, instituiu uma campanha para reduzir a produção e o consumo de álcool. Essa era, conhecida como “A Lei Seca de Gorbachev”, resultou na destruição sistemática de mais de 32 mil hectares de vinhedos no Azerbaijão.

Com a dissolução da União Soviética em 1991, muitos viticultores e produtores de vinho se mudaram para cidades como a capital Baku, em busca de sustento. A indústria vinícola, então, colapsou.

“O sistema sob o comunismo era controlado pelo governo central, e os vinhedos não nos pertenciam. Após o fim da União Soviética, as pessoas perderam o interesse pelos vinhedos e foram trabalhar em Baku”, diz Penah Abdullayev, consultor de vinhos do Azerbaijão.

O Renascimento

Desde o ano 2000, a produção de vinhos no Azerbaijão tem passado por um renascimento, agora com foco na qualidade. Em 2017, até 2 mil hectares de novos vinhedos estavam sendo plantados anualmente, e em 2018 foi criada a Escola de Vinhos de Baku para a formação de sommeliers. Apesar do esforço, os destilados de frutas ainda são mais populares no país do que vinho, cerveja ou vodca.

Tom Mullen

Barris da vinícola Goygol, fundada em 1860 por colonos alemães

Hoje, o Azerbaijão cultiva uma mistura de três tipos de uvas viníferas — internacionais (como Pinot Noir e Viognier), autóctones do Azerbaijão (como a tinta Madrasa e a branca Bayan Shira) e variedades indígenas do Cáucaso (como a tinta Saperavi e a branca Rkatsiteli, originárias da Geórgia).

O país não possui um sistema de denominação de origem para seus vinhos. As principais regiões produtoras incluem, em sentido anti-horário a partir da capital: Baku-Absheron, Litoral do Cáspio, Shirvan e Sopés do Cáucaso, Ganja-Gazakh, Nakchivan e Lankaran-Astara.
Entre as ações de promoção do vinho está o quarto Festival Anual da Uva e do Vinho, que acontecerá ainda este ano na vila de Meysari. A edição anterior durou três dias consecutivos, contou com representantes de 24 vinícolas e recebeu cerca de 4 mil visitantes por dia.

Modernidade

Evidências arqueológicas de sementes de uva, resíduos de vinho e recipientes de armazenamento indicam que o vinho já era produzido no Azerbaijão em 6.000 a.C.

Vestígios de tecnologias antigas para produção da bebida entre os séculos III e I a.C. incluem uma tina de pedra com fundo texturizado para prensagem das uvas — escavada na vila de Khynysly, no distrito de Shamakhi, a algumas horas a oeste da cidade de Baku.

Hoje, Shamakhi é o local de produção da marca Meysari, criada pela Shirvan Wines. Ela exemplifica a moderna produção de vinho em grande escala, combinando variedades francesas com uvas locais e do Cáucaso e foi a primeira vinícola do Azerbaijão a produzir vinhos orgânicos.

Fundada em 2014, a Shirvan Wines produz um milhão de litros de suco por ano a partir de 160 hectares de vinhedos. Seu blend branco aromático Sadaf inclui uvas do sul da França — Grenache Blanc, Roussanne, Marsanne e Clairette — além da local Bayan Shira. Já o blend tinto Marcan combina as francesas Marselan, Cinsault, Carignan, Grenache e Mourvèdre, com o reforço da regional Saperavi, da Geórgia.

A Influência Alemã

A região vinícola de Ganja-Gazakh, no oeste do Azerbaijão, oferece um contexto histórico para a produção de uvas. A rodovia que sai de Baku em direção a Ganja passa por chamas de torres de petróleo, gado magro, casas com telhados de zinco enferrujado e vistas distantes das montanhas do Cáucaso cobertas de neve. A estrada é ladeada por uma linha ferroviária ao norte e por oleodutos paralelos ao sul.

O clima torna-se continental temperado à medida que se avança para o oeste, e a paisagem aberta lembra uma versão verdejante do interior do estado norte-americano de Wyoming. A vegetação delicada ao sul da cidade de Ganja remete ao Parque Nacional Craters of the Moon, no estado de Idaho.

Após as Guerras Napoleônicas na Europa, alemães da região de Württemberg, no sul da Alemanha, começaram a se estabelecer no Azerbaijão em 1817, atraídos pela promessa do Império Russo de terras gratuitas, isenções fiscais e liberdade religiosa. Esses imigrantes introduziram variedades europeias de uvas e tecnologias de vinificação. No fim do século 19, o Azerbaijão era o principal produtor de vinho e conhaque da região do Cáucaso.

A cidade de Goygol fica a cerca de vinte minutos ao sul de Ganja — segundo maior município do país. A vinícola Goygol foi fundada em 1860 por colonos alemães. Durante o período soviético, produziu o maior volume de espumantes da URSS.

Hoje, a vinícola é dividida ao meio pela estrada principal da cidade. Em um lado, é produzido vinho; no outro, vodca. As caves de tijolos, altas e construídas à mão, estão localizadas a 16 metros de profundidade e abrigam barris desativados, de grandes dimensões, esculpidos há muito tempo por alemães utilizando carvalho local.

Até recentemente, seus vinhos eram todos varietais, incluindo os internacionais Cabernet Sauvignon e Chardonnay, além dos locais Madrasa e Bayan Shira. Agora, a produção abrange 13 variedades de uvas e inclui blends. A linha Karabakh da vinícola inclui um espumante e um Chardonnay seco, um Madrasa frutado e um Pinot Noir envelhecido em carvalho.

“Estamos tentando ser inovadores, mas também preservar o legado herdado dos alemães. Nossa singularidade está na história, pois muitas outras vinícolas do Azerbaijão são recentes”, diz Rasim Omarov, explicou o enólogo-chefe da vinícola Goygol.

Outra vinícola que se destaca no país é a Savalan Aspi, nomeada em homenagem a uma vila no vale de Savalan, no norte do Azerbaijão, e está localizada no meio do caminho entre as fronteiras leste e oeste, na região vinícola de Shirvan e Sopés do Cáucaso.

A Savalan Aspi produz 23 vinhos diferentes, a maioria exportada para a Rússia e para restaurantes da Europa. Curiosamente, o enólogo é italiano, assim como o arquiteto, e os equipamentos usados para processar uvas internacionais da Itália, França e Espanha também são italianos.

A vinícola conta com duas atrações notáveis para impulsionar o enoturismo no Azerbaijão: um museu interativo de vinho e o maior barril de madeira em uso no mundo. Construído com carvalho eslavônico pelo fabricante italiano Garbellotto, o barril tem 4,75 metros de diâmetro e comporta 66.579 litros de vinho — o equivalente a 295 barris de Bordeaux ou mais de 88 mil garrafas.

“Nos últimos cinco anos, o vinho do Azerbaijão se tornou mais popular”, diz Aygün Atayeva, gerente de vendas da vinícola Savalan Aspi e a primeira mulher sommelier do país. “O número de visitantes russos está aumentando, e os turistas voltam para casa e promovem nosso vinho”.

Tom Mullen

Aygun Atayeva é a primeira mulher sommelier do Azerbaijão

Vinho artesanal

Ao norte de Baku, o clima de estepe semiarido caracteriza a região vinícola do litoral do Cáspio, onde crescem avelãs, cerejas e maçãs. É nessa região que está localizada a vinícola F.A. Valley, co-fundada por Farhad Ağayev, formado em cirurgia vascular pela Academia Militar de São Petersburgo, na Rússia, e também em Nuremberg, na Alemanha. Essa vinícola talvez seja a que mais incorpora uvas e tecnologias italianas no país.

Ağayev continua atuando como médico, mas também produz vinhos com seis variedades italianas de uvas tintas — Pugnitello, Colorino, Sagrantino, Aglianico, Nero d’Avola e Sangiovese. Ele e seu irmão Farid contrataram consultores da Toscana para ajudar a implantar seis hectares de vinhedos e estruturas de produção. “Gosto de vinhos italianos”, diz Ağayev quando questionado sobre sua escolha de uvas.

Localizada entre o Mar Cáspio e as Montanhas do Cáucaso, a região tem clima mediterrâneo quente e pouca chuva. O solo contém argila azul com calcário abaixo, e as videiras recebem cerca de 300 milímetros de chuva por ano — um terço do volume que cai na Toscana, ou metade do registrado na Sicília. O resultado é que Ağayev só precisa tratar suas vinhas contra doenças quatro ou cinco vezes ao ano, enquanto no norte da Itália são necessárias até 15 intervenções.

“Apenas solo, videira, vinho e garrafa. Muito simples. O vinho não é uma bebida. É filosofia, energia e alimento. Quero fazer vinhos honestos, saudáveis e também mostrar que o Azerbaijão pode produzir grandes vinhos”, diz ele.

Quando Ağayev começou a cultivar uvas, os fazendeiros locais disseram que era tolice não buscar lucros rápidos. Mas sua paciência começa a dar frutos. O vinho Ragazzaccia 2020 da F.A. Valley, feito com a uva Aglianico, conquistou recentemente uma medalha de prata no Sommeliers Choice Awards, um dos concursos mais conhecidos com esse nome, realizado anualmente em San Francisco, nos Estados Unidos.

Dentro da vinícola, o suco escoa por gravidade até tanques de cimento, onde é fermentado. Nenhum processo de clarificação ou filtração é utilizado, e as uvas são expostas a leveduras indígenas em vez de comerciais.

Os vinhos são então envelhecidos de maneiras diferentes — rosés e espumantes em aço inox, Sangiovese em grandes tonéis de carvalho eslavônio, e Aglianico e Nero d’Avola em barricas de carvalho francês.

Ağayev também utiliza ânforas de argila de Alto Adige, no norte da Itália. Ele prefere essas aos vasos de terracota da Geórgia, pois acredita que o produto italiano permite menor infiltração de oxigênio. Entre vários rótulos, ele produz três vinhos naturalmente frisantes de excelente custo-benefício (conhecidos como “pet nat” ou pétillant naturel), cada um feito com uma uva diferente — Sangiovese, Colorino e Nero d’Avola.

Ağayev representa o arquétipo do vinicultor artesanal: alguém que não herdou equipamentos nem conhecimento familiar, mas que aprendeu sozinho a produzir vinhos de qualidade robusta.

Tom Mullen

Quando Farhad Ağayev começou a cultivar uvas, fazendeiros locais disseram que era tolice.

Origem das uvas

Embora predominantes, respeitadas e adaptadas às condições locais, é improvável que as variedades internacionais de uvas sustentem sozinhas os vinhos do Azerbaijão no futuro. As uvas locais e regionais oferecem perfis aromáticos únicos que ajudam a estabelecer a identidade dos produtores. Seus sabores também harmonizam bem com a rica culinária do país.

O enólogo Marco Catelani, da Toscana, na Itália, mudou-se para o Azerbaijão há 15 anos. Desde 2016, ele, Andrea Uliva e Panakh Abdullayev trabalham com uvas internacionais e locais na vinícola Chabiant. Ele se dedica à promoção das uvas autóctones do Azerbaijão e diz que gostaria de ver o país adotar rótulos de vinho com algum tipo de indicação geográfica. Ele também acredita que seria benéfico cultivar essas uvas em diversas regiões do país.

“Nosso foco está nas variedades locais do Cáucaso e em promover o caráter do Azerbaijão. Com Madrasa e Bayan Shira, estou promovendo materiais autênticos do país. Hoje, as pessoas estão mais orgulhosas das variedades locais”, diz Catelani.
O Azerbaijão possui mais de 450 variedades de uvas autóctones, das quais apenas algumas são atualmente utilizadas na produção de vinho.

A uva branca Bayan Shira origina vinhos frescos, vibrantes, semi-complexos e fáceis de beber, com acidez marcante, notas tropicais suculentas, mineralidade e, às vezes, um leve toque de mel no meio do paladar. Neste caso, é semelhante a um blend de Sauvignon Blanc/Sémillon de Bordeaux, mas com um acento mais cítrico. Ou, pense em um Sauvignon Blanc que encontra um Riesling seco e um Chablis.

A uva Madrasa de casca grossa, originária do Azerbaijão, produz vinhos com uma estrutura tânica leve, aromas e sabores de chocolate e frutas vermelhas, que podem ser complexos, frutados, com especiarias sutis e acidez firme. Pense em algo entre o norte do Vale do Rhône e a margem direita de Bordeaux.

A Saperavi, nativa da Geórgia, tem raízes genéticas relacionadas à Syrah, o que se revela nos aromas de chocolate amargo, além de sua estrutura equilibrada e acidez. Seus sabores se assemelham aos da Baboso Negro das Ilhas Canárias, e sua cor é tão escura quanto a do vinho feito com a uva Croatina.

O futuro dos vinhos do Azerbaijão parece promissor — graças à disponibilidade de variedades locais distintas e a indivíduos dedicados e ávidos por elaborar vinhos.

Assim como a vinícola Clos Apalta, no Chile, criou um corte ao estilo Bordeaux francês, mas adicionou o suco da uva Carménère para dar um toque local, o Azerbaijão poderia produzir seu próprio blend característico tendo a uva Madrasa como componente essencial.

* Tom Mullen é colaborador da Forbes EUA, especializado em vinhos, destilados e enoturismo.

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Fonte:

Notícias e Conteúdos sobre vinhos na Forbes Brasil
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O Vinho no Segmento do Luxo

O vinho na grande maioria das civilizações ao qual ultrapassou sempre foi um elemento de status social, nobreza, valioso produto econômico, estando presente como figura importante em muitas disputas na geopolítica ao longo dos tempos. Para entender o papel desta bebida na história dentro deste contexto, primeiro é importante entender com clareza o que é o luxo.

Existem muitos conceitos do que é o luxo, desde os mais filosóficos e subjetivos até os mais materialistas e realistas, esses podendo serem percebidos de formas diferentes de acordo com cada indivíduo e até pelo seu nível de entendimento da sua conceitualização. Os mais partilhados são que é algo que vai além do essencial, proporcionando prazer e conforto, não sendo uma necessidade fundamental. Numa análise mais pragmática da autora aqui que vos escreve, o que gera o status de luxo a algo ou a alguém é a exclusividade, a escassez, acessível a poucos, muitas vezes o seu preço não é pelo bem em si, mas sim pelo legado “do produto ou da personalidade” com coerência e consistência ao longo da sua história.

No setor dos vinhos há uma pequena parcela de produtos que se posiciona dentro deste patamar e se voltam exclusivamente para um público seleto, e esse não só de serem grandes conhecedores de vinho em si, mas que valorizam determinado produto ou marca pelo seu valor intrínseco. Eles não compram só o líquido contido ali, esse público extremamente seleto paga, valoriza e investe pelo que o vinho representa. A comunicação da marca deste estilo de vinho é sofisticada e elegante e é voltada exclusivamente a este elitizado público.

Há alguns exemplos históricos de vinhos que mesmo antes de serem abertas as suas garrafas, só em estarem presentes num lugar, numa mesa ou numa garrafeira já mostram o poder econômico que esta pessoa possui. Na atualidade há investidores que arrematam em casas de leilões de vinhos de luxo em Londres, Nova York, Genebra, Chicago e Hong Kong, garrafas exclusivas de vinhos por valores impensáveis comparadas a obras de artes de alto valor, imobilizando capital por algum período, mas dentro de um tempo pode ter retorno com lucros importantes comparados a outros bons investimentos em outros setores. Investidores com experiência e sobretudo cultos, procuram diversificar cada vez mais onde colocam o seu dinheiro, e o setor dos vinhos, que envolve compras de garrafas ou mesmo a compra de empresas do setor, tem sido um desses locais onde fortes donos de capital tem procurado investir visando lucratividade diversificada.

Alguns dos mais famosos e históricos rótulos leiloados por preços fora da média são os franceses Romanée-Conti, Château Mouton Rothschild, Château Lafite Rothschild, Petrus, Krug Collection e o americano Screaming Eagle. Mas há outras marcas de vinho dentro do posicionamento de luxo que também são comercializadas por preços altos e se tornando pouco acessível a maioria dos consumidores. A seguir um resumo da história do vinho mais luxuoso da história até aqui, o Romanée-Conti.

O Vinho Romanée-Conti

Considerado o melhor vinho tinto do mundo o Romanée-Conti é um fenomenal néctar pelos seus atributos vínicos, mas também por possui em sua história a venda da garrafa mais cara da história pela bacatela de US$ 558.000, preço que ultrapassa 3 milhões de reais na atualidade. Isto ocorreu em 2018 na casa de leilão Sotheby’s em Nova York. Esta garrafa de 750 ml era da safra lendária 1945 e havia sido produzida antes dos vinhedos terem sido replantados. É uma das mais raras e históricas do século XX. Ela pertencia a coleção da família Drouhin, uma das mais influentes do setor do vinho na Borgonha. Uma curiosidade é que no mesmo leilão haviam 2 garrafas de Romanée-Conti 1945 de 750 ml sendo leiloadas, a primeira foi arrematada por US$ 496.000 e a segunda minutos depois por US$ 558.000, se tornando o recorde histórico do setor. Mais que um isolado recorde histórico, o vinho tem permanecido sempre como um dos mais valorizados do mundo, confirmando o conceito partilhado inicialmente neste texto sobre consistência ao longo da história.

Para entender o poder do branding de luxo da marca é preciso conhecer a história deste mítico vinho que desde seus primórdios esteve entrelaçado com a nobreza, com os monges beneditinos, com revoluções e pela paixão de uma vitivinicultura de excelência.

No século XIII o vinhedo foi cultivado pelos monges da Abadia de Saint-Vivant, estes muito atentos pois eram excepcionais vitivinicultores e identificaram logo que aquele terroir era extraordinário na região. Após passar a Idade Média todo em posse da igreja, em 1631 a propriedade é transferida passando pelas mãos de vários nobres franceses. Em 1760 o príncipe de Conti (Louis-François de Bourbon) compra o vinhedo e logo acrescenta o seu nome ao vinho. Uma curiosidade era que ele usava o vinho só para o consumo pessoal e o considerava um dos maiores tesouros da França. Quando na época da Revolução Francesa (1789) todas as propriedades da nobreza foram confiscadas pelo Estado incluindo La Romanée-Conti. Após este período foi leiloada e passou por diversas mãos. Já no século XX a propriedade foi adquirida pelas famílias Villaine e Leroy, que hoje controlam o Domaine de la Romanée-Conti.

A Domaine de La Romanée-Conti tem a abordagem biodinâmica e respeito absoluto pelo terroir, com a produção limitadíssima que não ultrapassa 5 a 6 mil garrafas por safra. Este “climat” conceito francês para entender o exato diferencial do local, está a meia encosta com orientação a leste, que permite ter acesso à luz solar durante a maior parte do dia, um microclima excepcional dentro da Côte de Nuits, na Borgonha. Já os seus solos são de calcários muito bem drenados e se tornam outro diferencial importante deste vinhedo, pela sua textura e por apresentar uma profundidade mais rasa de 60 cm, comparados os da região que são de 90 cm. Este pequeno vinhedo com 1,8 hectares produz uma Pinot Noir fabulosa, que dão origem a vinhos riquíssimos em complexidade, elegantes e com capacidade de longevidade incomparáveis, se tornando um grande destaque dentro da análise dos grandes especialistas.

Reflexão Final

Para entender o preço de um vinho fora da média no mercado é fundamental dominar o conceito do valor do luxo, afinal preço e valor são algo bem distintos. Espero que este texto possa ter contribuído com a sua percepção sobre o vinho ao longo da história como símbolo de poder econômico. Muitos outros detalhes com muito mais riqueza passando por civilizações eu abordo no meu livro, Vinho Viagem Cultural, se desejar embarcar nesta jornada de ricos conhecimentos, fica o convite a lê-lo logo que possível.

Saudações báquicas e saúde!

Contact : geral@treeflowerssolutions.com
Fonte:

Mundo de Baco por Dayane Casal
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5 Spots de Luxo para Descobrir: uma Viagem Pelos Vinhedos e Paisagens de Portugal

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Com a temporada de férias logo mais, a Wine Tourism in Portugal definiu um roteiro turístico de luxo para a descoberta de sabores e paisagens em diferentes regiões do país. Pensando nos leitores da Forbes, os especialistas delinearam cinco spots que foram selecionados tendo como meta experiências requintadas de agroturismo.

“Este itinerário exclusivo foi criado para os amantes do vinho que procuram uma experiência de imersão total nas vinhas mais prestigiadas de Portugal. Desde as encostas do Douro até as ilhas vulcânicas dos Açores, cada destino oferece um encontro memorável com os sabores, aromas e tradições que definem o melhor do país”, diz a Wine Tourism in Portugal.

A viagem proposta começa no coração do Douro, na Quinta da Vacaria, uma propriedade que respira história desde 1616. Ao chegar, os hóspedes são recebidos com um passeio de jipe pelas vinhas centenárias, culminando na Casa da Vinha, um mirante natural com vistas deslumbrantes sobre o vale do Douro. Aqui, é possível degustar vinhos centenários, verdadeiras obras-primas que contam a história de quatro séculos de dedicação à viticultura. Esta experiência pode ser acompanhada com um jantar privado, preparado por um chef “estrelado”, que harmoniza os sabores da região com os vinhos da quinta.

Quinta da Vacaria

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Quinta da Vacaria, na região do Dão

No Dão, a sugestão passa pela descoberta da Quinta da Taboadella. Esta propriedade, situada no coração de uma das regiões vitivinícolas mais prestigiadas de Portugal, promete “uma experiência sensorial única”. O visitante é guiado por um passeio pelas vinhas, seguido de uma visita à adega, onde a tradição se alia à inovação. Os vinhos da Taboadella “são a expressão da pureza do Dão, com uma frescura e complexidade que cativam até os paladares mais exigentes”, sublinha a organização do passeio. A experiência culmina com uma degustação privada, acompanhada por petiscos gourmet.

Rumo à região de Lisboa, o convite da Wine Tourism in Portugal leva à Quinta da Chocapalha, onde a tradição evolui com criatividade. Situada entre as colinas da serra de Montejunto e as planícies do Tejo, esta propriedade oferece uma vista deslumbrante e uma experiência de alto nível. A visita à adega é uma imersão no processo de produção, resultando em vinhos de grande complexidade e frescor. A degustação, realizada num ambiente exclusivo, é uma celebração da paixão e do compromisso da família Chocapalha com a excelência.

Quinta da Chocapalha

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Encontro na Quinta da Chocapalha

No Alentejo, o luxo encontra a serenidade na Quinta do Paral. Esta propriedade é um oásis de tranquilidade, onde o conforto e a elegância se fundem com a paisagem infinita de vinhas e oliveiras. Aqui, será recebido com um tratamento personalizado, desde um passeio privado pelos vinhedos até uma visita à adega. A degustação, realizada num ambiente intimista, é uma viagem pelos sabores do Alentejo, com vinhos que combinam frescura e complexidade.

Quinta do Paral

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Quinta do Paral, nos Açores

A jornada culmina nos Açores, na Azores Wine Company, um tesouro escondido no meio do Atlântico. As ilhas vulcânicas, com os seus solos únicos e clima excecional, oferecem as condições perfeitas para vinhos de caráter inconfundível. A visita leva os visitantes a conhecer o processo de produção, onde o respeito pela natureza e pelas tradições locais se alia à inovação. A degustação, realizada num cenário de “bilhete postal”, é o ponto alto desta experiência, “uma celebração da paixão e da dedicação que tornam estes vinhos verdadeiramente únicos”, comenta a Wine Tourism in Portugal.

Azores Wine Company

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Azores Wine Company

“Cada destino foi cuidadosamente selecionado para oferecer uma experiência única, que não se encontra em mais lado nenhum. Dos vinhos centenários do Douro aos sabores vulcânicos dos Açores, cada momento é uma descoberta, uma memória que ficará para sempre gravada no seu paladar e no seu coração”, refere a Wine Tourism in Portugal.

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Saiba mais sobre Merlot, uva de Bordeaux que conquistou o mundo e se deu muito bem na Argentina

A uva Merlot é uma das castas tintas mais cultivadas e apreciadas no mundo. Conhecida por produzir vinhos macios, aveludados e acessíveis, também pode originar rótulos de enorme complexidade e potencial de guarda. Ao lado da Cabernet Sauvignon, forma a base dos grandes vinhos de Bordeaux, mas também ganha destaque em terroirs diversos — como na Argentina, onde tem mostrado identidade própria.

Ela tem origem na região de Bordeaux, na França, sendo mencionada em registros oficiais desde o século XVIII. Seu nome vem provavelmente da palavra francesa merle (melro, um tipo de pássaro preto), por conta da coloração escura da uva. Na sua terra natal, a Merlot é a uva mais plantada. Ela se adapta perfeitamente aos solos argilosos e ao clima oceânico moderado de Bordeaux. Saint-Émilion e Pomerol (Rive Droite – Margem Direita), são as regiões onde esta casta prepondera; nestes locais a Merlot reina absoluta. Produz vinhos intensos, sedosos e longevos. Ícones como o Château Pétrus e Château Cheval Blanc (em corte com Cabernet Franc) são centrados na Merlot.

Os Merlots varietais são geralmente vinhos de corpo médio a cheio, com taninos macios, textura sedosa e aromas de ameixa preta, cereja madura, chocolate, ervas frescas, tabaco e baunilha (quando envelhecido em carvalho). A acidez moderada e os taninos aveludados tornam o Merlot muito amigável ao paladar.

A casta tem características peculiares, de maturação precoce, o que a torna ideal para regiões mais frias ou para equilibrar castas de colheita tardia. Apresenta cachos médios a grandes, bagos redondos, de pele fina e escura. E têm produtividade relativamente alta, exigindo controle no vinhedo para preservar qualidade.

Hoje o país do, chamado, Novo Mundo, que nos oferece os Merlots mais interessantes é a Argentina. Verdade é que, embora não tão emblemática como Malbec, a Merlot encontrou na Argentina terroirs de destaque, especialmente em regiões de altitude. Introduzida no país com as primeiras cepas europeias, a Merlot foi por muito tempo usada em cortes. A partir da década de 1990, com a revolução enológica argentina, começaram a surgir vinhos varietais de Merlot com maior atenção à qualidade, particularmente no Vale do Uco e em Salta.

O Vale do Uco, localizado em Mendoza, apresenta altitudes entre 900 e 1.500 metros, clima seco, com grande amplitude térmica entre dia e noite. Os solos pedregosos e calcários proporcionam boa drenagem e estresse hídrico controlado, favorecendo concentração e elegância nos vinhos. O Merlot aqui revela notas de frutas negras, ervas de montanha, minerais e taninos finos, com um frescor surpreendente.

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Já em Salta, região extrema, com vinhedos que chegam a 2.000 metros de altitude, a intensidade solar e a grande amplitude térmica promovem concentração e acidez. Os Merlots de Salta são mais exóticos, com toques de especiarias, notas florais e taninos mais marcados, mantendo elegância.

Os vinhos da casta Merlot, da Argentina, vão bem com carnes grelhadas (cordeiro, filé mignon), massas com molhos à base de tomate, queijos curados (como parmesão ou grana padano), risotos de cogumelos e pratos com trufas. Os exemplares mais leves também seguem bem com pratos vegetarianos assados e aves de carne escura, como pato.

Vou sugerir alguns vinhos argentinos da casta Merlot, absolutamente interessantes e de qualidade ímpar e começo pelo Gran Tomero Single Vineyard, da Bodega Vistalba, do Vale de Uco, é um vinho muito bem estruturado, com grande expressão a frutos vermelhos e pretos, notas de alcaçuz e especiarias doces, com certeza longevo e gastronomico. Já o Achaval Ferrer Mendoza Merlot, tem um potencial de guarda incrível e é bem gastronômico. O Humberto Canale Estate Merlot, de Rio Negro, já apresenta um corpo médio e com notas de especiarias bem bacanas. 

O Altos del Condor Merlot, de Salta, é elaborado pelo Grupo Peñaflor, um dos maiores produtores de vinho da Argentina, este Merlot expressa as características do terroir de Salta, com aromas frutados e taninos equilibrados. E o Miraluna Merlot, também de Salta, é produzido a cerca de 2.600 metros de altitude e  destaca-se pela intensidade aromática e tipicidade varietal.

Embora muitos Merlots varietais argentinos sejam consumidos jovens (em 3 a 5 anos), os melhores exemplares podem evoluir lindamente por 8 a 12 anos, ou até mais. Em cortes com Cabernet Sauvignon ou Malbec, a longevidade se estende, graças à estrutura adicional e ao potencial de guarda das demais variedades. Ao envelhecer, o Merlot argentino desenvolve notas terciárias de tabaco, couro, frutas secas e especiarias, mantendo taninos sedosos e uma acidez refinada. Salut! 

 

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vinho – Jovem Pan
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Festival Vinho na Vila abre a temporada de eventos dedicados à bebida

O festival Vinho na Vila chega a sua nova edição no Rio destacando a participação de vinícolas do Estado do Rio, que começam a engarrafar suas primeiras safras e ganhar visibilidade. Entre mais de 30 produtores, estarão presentes no Jockey Club, nos dias 24 e 25 de maio, vinhos de casas como Fazenda Bemposta, Família Eloy, Vinus Vale, Vale dos Desejos, Tassinari, Vinícola Arouca, Vinícola Mendez, Vale da Bússola, Fazenda São João Penedo, Fazenda Santa Teresa, Di Bento, Dream Farm (do empresário Roberto Medina) e Altos do Rio. 

+ 74 Restaurant, em Búzios, faz jantar a quatro mãos com vista de cinema

São produtores que praticam o chamado cultivo “invertido”, os vinhos de inverno, onde a colheita da uva ocorre nos meses de junho e julho, a estação mais fria, ensolarada e atrativa nessa bela área montanhosa do estado.

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Há outras vinícolas que participam pela primeira vez como a Nova Aliança, a Cerro de Pedra, a Tramarim, a Giovanni Tasca e a Area 15. O público também poderá conhecer a proposta da Taste and Fly Vinhos, do casal Fabio Wright e Roberta Cassiano Fraga, que criaram a marca-conceito de vinhos próprios que conta com nove rótulos de diversas regiões da Serra Gaúcha.

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O Rio Grande do Sul vai marcar presença com vinícolas como Fin, Garbo, Tramarin Vinhos, Luiz Argenta, Miolo, Dom Cândido, Buffon, Vinhetica e Aurora. Além das degustações, o evento contará com shows ao vivo, gastronomia artesanal e feira de produtos locais.

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O festival ocorrerá no espaço EXC, dentro do Jockey Club Brasileiro, na Gávea. Os ingressos custam a partir de R$ 150,00, no Ingresse.com

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Novos drinques, pratos e ação em família no Vian Cocktail Bar

A criatividade anda a mil no Vian,e uma ação em família está guiando a maior reformulação de cardápio já feita pelo premiado bar de coquetelaria do mixologista Frederico Viana. Além de dez novos drinques, incluindo criações repaginadas, há uma seção com mais de 25 clássicos. O paloma da terra (R$ 44,00) é um clarificado que traz blend de tequilas infuso com doce de laranja-da-terra, mix de cítricos, licor de laranja e guarnição de páprica e laranja tostada. Já o cacaso (R$ 44,00) leva cachaça e gim infuso em queijo, xarope de goiabada cascão, bitter, cítricos e queijo tostado na guarnição. 

+ Joelho de porco na frangueira é novidade no Tijolada, de Thomas Troisgros 

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A cozinha também ganha novidades: Zu Moraes, mulher e sócia, está ao lado da mãe, Zuleika, e da sogra, Dagmar, preparando pedidas como o risoni de camarão com alho-poró (R$ 65,00).

Rua Visconde da Silva, 21, Botafogo (70 lugares). 19h/1h (sex. e sáb. até 2h; fecha dom. e seg.). @viancocktailbar

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Ipanema brilha com ótimas opções de almoço executivo

À frente do Koral (Rua Barão da Torre, 446, Ipanema), o chef Pedro Coronha muda o cardápio a cada semana. É possível encontrar delícias sazonais como a lula na brasa com arroz de tomate e salsa verde, em combinações que vão de 68 a 98 reais.

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Venga: baião de dois leva linguiça espanhola chistorra./Divulgação

O menu conexão (R$ 74,00) do Venga! (Rua García D’Ávila, 147, Ipanema), com entrada, principal e sobremesa (ou café), mistura receitas brasileiras e espanholas, e tem escolhas como baião-de-dois com chistorra, a linguiça fina espanhola.

Tomás Rangel
Rancho Português: o clássico arroz de pato da casa premiada é opçãoTomás Rangel/Divulgação

Baseado em ingredientes da estação, o Nôa (Rua Garcia D’Ávila, 135, Ipanema) serve entrada e principal por 79 reais. O peixe do dia grelhado com farofa cítrica e legumes na brasa é uma das opções para as combinações.

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Bianca Santos
Nôa: peixe do dia acompanha legumes na brasa e farofa cítricaBianca Santos/Divulgação
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Melhor restaurante da categoria em VEJA RIO COMER & BEBER, o Rancho Português (Rua Maria Quitéria 136, Ipanema) oferece entrada e principal (R$ 108,00) com opções como tigelinha de bacalhau, moqueca de dourado e o aclamado arroz de pato.

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ruda-almoço-executivo

Rudä: arroz cremoso de abóbora é receita do chef Danilo ParahO arroz cremoso de abóbora cabotiá com granola salgada, fonduta de grana padano e picles de abóbora é uma criação do chef Danilo Parah no Rudä (Rua Garcia d’Ávila, 118, Ipanema), que oferece entrada, principal e sobremesa (ou café) por 89 reais. 

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Comer & Beber – VEJA RIO