Recém-chegado de Turim, na Itália, onde participou da premiação The World’s 50 Best Restaurants e viu o Lasai ser considerado o 28º melhor restaurante do planeta — e o mais bem posicionado no Brasil —, o chef carioca Rafa Costa e Silva tratou de subir a Serra para acertar os detalhes finais da Bonaccia Osteria, que abre as portas no dia 26, no complexo da Casa Marambaia, em Petrópolis. Bonaccia significa “calma” em italiano, assim como Lasai quer dizer o mesmo em euskera, idioma basco. “A comida vai entrar no clima de paz que o hotel proporciona. Vou servir pratos esteticamente bonitos, para serem saboreados com tranquilidade”, explica o chef.

Reformado, o ambiente rústico e elegante ganhou tijolos aparentes e fotos dos avós italianos de Costa e Silva, homenageados também no visual dos garçons, que vão vestir coletes e boinas como o nonno do cozinheiro. No menu, massas frescas e secas, embutidos, pães e molhos confeccionados ali mesmo, na fábrica artesanal construída na propriedade, além de carnes na brasa. “Tenho uma equipe de confiança que comandará a casa enquanto divido meu tempo entre o Rio e Corrêas”, assegura Costa e Silva.

As novidades nas paisagens exuberantes da Região Serrana não se restringem à gastronomia. A vitivinicultura local passa por uma fase de transformação, marcada pela criação do primeiro roteiro estruturado em mais de trinta vinícolas só no Centro-Sul fluminense, iniciativa comandada pelo Sebrae. Em Paraíba do Sul, a TerraBenta acaba de dar início à sua primeira vindima com orientação do enólogo argentino Adolfo Lona, referência em espumantes no Brasil. “Eu não sabia que o estado do Rio tinha regiões de altitude e boa amplitude térmica, características que favorecem a produção de qualidade”, destaca o enólogo, que em 2024 vendeu mais de 25 000 garrafas de espumante no estado, para clientes como Chez Claude, Guimas e Casa 201.

Na TerraBenta, o plantio começou em 2022, com 20 000 mudas em cinco hectares. A safra inaugural inclui tempranillo, malbec e marselan. As brancas, incluindo sauvignon blanc e chardonnay, têm a primeira colheita prevista para 2026: “Estamos entusiasmados com o potencial dessa terra”, diz Marcia Marinho, que lidera a empreitada ao lado do marido, Renato Manso. A visitação começa no ano que vem.

Iniciativas públicas e parcerias com o terceiro setor também reconfiguram os cenários na Serra. Em abril, a Embratur anunciou Areal como sede do polo centro-sul do Novas Rotas, projeto que busca atrair turistas internacionais. “Existe um movimento para fortalecer o setor e gerar oportunidades. Estamos criando, por exemplo, a Universidade do Vinho, em Areal, com cursos de enologia, sommelier e hospitalidade”, detalha Ideraldo Luiz Evangelista Machado, presidente da Aviva, associação de vitivinicultores fluminenses.

Enquanto isso, a Maturano, em Teresópolis, comemora a segunda colheita e os primeiros rótulos — um branco e um rosé, da safra de 2024. Fundada em 2022, a empresa combina tecnologia, terroir (condições climáticas e geográficas do local) e mão de obra da região. A meta é chegar a 320 000 garrafas até 2032. O plano inclui hotel, wine bar, restaurante e o cultivo da rara uva italiana maturano, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro Rio). “Teremos um legado centenário. Isso é uma raridade”, destaca a sócia, Manuela Maturano. A um par de horas de distância da capital, está uma viagem riquíssima de sabores.

Areal ganha laboratório para aprimorar o cultivo de uvas
Em março, o governo do estado anunciou a construção do Laboratório de Viticultura de Areal, fruto de parceria entre a Pesagro-Rio, a Secretaria de Estado de Agricultura e a prefeitura. O espaço pretende oferecer suporte técnico e científico às vinícolas, com análises de solo, uvas e vinhos, além do desenvolvimento de técnicas de cultivo e aprimoramento de variedades para o clima serrano. O objetivo é impulsionar a produção de rótulos de excelência, fortalecendo o enoturismo. A unidade será instalada em uma área municipal, cedida para a Pesagro-Rio, com cerca de 135 metros quadrados, divididos entre dois laboratórios, que terão capacidade para analisar até 1 000 amostras por ano, incluindo testes físico-químicos e microbiológicos. A estrutura também será usada para cursos e workshops voltados a produtores e técnicos, reforçando o compromisso com a inovação no campo e o turismo rural. Haverá, também, espaço para degustação da bebida. Tim-tim!
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