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Porto Alegre: onde comer bem e com identidade a duas horas do Rio

Depois de mais de uma década sem visitar Porto Alegre, voltei à capital gaúcha com curiosidade e sem grandes expectativas. E saí de lá verdadeiramente encantada. A cidade não é apenas uma porta de entrada para a Serra Gaúcha: ela é um destino por si só, com uma gastronomia pulsante, autoral e madura.

Renata Araújo em Porto Alegre
Renata Araújo no 20Barra9Renata Araujo/Veja Rio

Meu roteiro começou com a brasa precisa do 20BARRA9, que tem três unidades em Porto Alegre, das quais conheci duas: uma no Shopping Pontal, mais elegante e com ambiente amplo; e outra no Cais Embarcadero, animada e com vista deslumbrante para o Guaíba. Em ambas, cortes nobres como o Entrecôte Lote9, acompanhamentos inventivos como arroz de tutano, cogumelos na brasa e salada Caesar defumada mostram como o churrasco gaúcho pode dialogar com a sofisticação sem perder a identidade.

Espaço externo do 20Barra9 Pontal
Espaço externo do 20Barra9 PontalRenata Araujo/Divulgação
Mesa farta do 20Barra9 no Embarcadero
Mesa farta do 20Barra9 no EmbarcaderoRenata Araujo/Divulgação

 

Renata Araujo no Pôr do Sol no Embarcadero, em Porto Alegre
Pôr do Sol no Embarcadero, em Porto AlegreRenata Araujo/Divulgação
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No Benjamin Osteria, o destaque vai para o projeto arquitetônico de Sig Bergamin e o ambiente elegante, com um bar digno das boas casas europeias. A cozinha do chef Bruno Hoffmann impressiona com pratos como o Plin de Costelão e o tiramisù desconstruído, ambos de execução impecável e sabor marcante.

Benjamin Osteria em Porto Alegre
Plin irretocável na Benjamin OsteriaRenata Araujo/Divulgação
Ambiente sofisticado na Osteria Benjamin, em Porto Alegre
Ambiente sofisticado na Osteria Benjamin, em Porto AlegreRenata Araujo/Divulgação

Mas foi no Sushito Experience que vivi um verdadeiro banquete japonês: vieiras com caviar, cones crocantes recheados com tartar e sushis e sashimis elaborados com peixes maturados em câmaras especiais. Um serviço atencioso e um ambiente sereno completaram a experiência, que coloca a casa entre as melhores do país nesse segmento.

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Renata Araujo no Sushito, em Porto Alegre
Renata Araujo no Sushito, em Porto AlegreRenata Araujo/Divulgação

Na Serra, Gramado e Canela mantêm o alto nível. O Catherine, em Gramado, une arte, arquitetura e cozinha autoral com sotaque francês, sob comando do chef Nícolas Heckel. Provei um confit de pato com molho de bergamota inesquecível e finalizei com fondue de chocolate com creme de pistache — talvez o melhor que já experimentei no Brasil.

Ambiente Catherine Gramado
Ambiente Catherine GramadoCorte food 17/Divulgação
A diversidade de sabores de fondue no Catherine, em Gramado
A diversidade de sabores de fondue no Catherine, em GramadoRenata Araujo/Divulgação
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Em Canela, o Dezoito35 ocupa o lendário Laje de Pedra, que se prepara para reabrir sob a bandeira da Kempinski em 2027. Sob comando de Carla Pernambuco, a casa é uma celebração da brasa com elegância: cortes preparados em cozinha envidraçada, acompanhamentos como aligot de aipim brûlée e uma carta de vinhos precisa. Um jantar memorável, vivido durante o festival Ícones de Sudamérica.

Ambiente do Dezoito35 no Kempinski Laje de Pedra
Ambiente do Dezoito35 no Kempinski Laje de PedraDivulgação/Divulgação
Adega 1835 Kempinski
Adega 1835 com quatro mil rótulosPedro Locatelli/Divulgação

Mais do que um roteiro gastronômico, visitar o Sul hoje é um gesto de afeto e apoio. Um ano após as chuvas históricas, a reconstrução ainda segue. E redescobrir Porto Alegre é também reconhecer a força de uma cidade que segue criando, servindo e acolhendo com a alma de sempre — e com um tempero ainda mais especial.

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Renata Araújo é jornalista, editora do site You Must Go! e da página no Instagram @youmustgoblog

 

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Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO