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Petiscos, uma tradição carioca, bem casados com vinhos

Admitamos, nós brasileiros temos a tendência a dar mais valor ao que vem de fora e desprezar nossas raízes. Fomos colonizados, é verdade. Coq au vin é chic, Tagliatelle ai frutti di maré é puro glamour. Esquecemos, no entanto, que estas receitas são de origem popular em seus países. Deixemos de lado então os preconceitos e vamos nos deliciar com um pouco da “baixa gastronomia” ao lado de bons vinhos. Um crime para os ortodoxos, mas porque não um acarajé com um bom sauvignon blanc, torresmo com riesling, ou pastelzinho de carne com malbec?

 

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Combinar petiscos brasileiros, do nosso dia a dia, com vinhos, além de saboroso pode ser muito divertido. A experimentação certamente irá proporcionar descobertas, trazendo a bebida saudável para nosso cotidiano, sem pompa, mas para muitas agradáveis circunstâncias.

 

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Em uma análise de nossos petiscos, concluímos que noventa por cento deles são gordurosos, com muitas frituras. Para estes casos o vinho deve ter boa acidez, frescor e jovialidade. Para a coxinha, empada de frango, acarajé, torresmo, bolinho de bacalhau, ou camarão, busca safras recentes de vinhos com acidez um pouco mais alta, como espumantes ou os feitos com as castas brancas sauvignon blanc, riesling,  loureiro, arinto, verdejo, chenin blanc, pinot blanc. Tintas como a pinot noir, gamay, carignan e mencia, também podem ficar muito bem.

 

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Para petiscos com carne, como pastéis de carne, empanadas, escondidinhos, bolinho de feijoada, pode-se optar por um tinto, de safra jovem, com pouca ou nenhuma madeira e de castas com acidez mais presente, como as já citadas acima, além de syrah, graciano aglianico, touriga nacional, cabernet franc e.

 

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Para petiscos com queijo, como o pão de queijo frito, bolinha de queijo, empada ou pastel de queijo ou o dadinho de tapioca, uma boa pedida seria um chardonnay, ou outros brancos com boa textura e cremosidade, como alvarinho barricado ou viognier.

 

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A pimenta, muitas vezes derramada em parcimônia sobre nossas comidinhas, é um complicador e muda totalmente o rumo da harmonização. A acidez nos vinhos incrementa a ardência e pungência da pimenta, logo opte pelo de acidez mais contida como, nos brancos:  gewürztraminer, pinot grigio, viognier, torrontes, sémillon, godello, mucadet; nos tintos: carmenere, grenache, monastrell, tempranillo ou primitivo

 

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Um incentivo a pôr em prática estas combinações é a saúde, já que a acidez e polifenóis dos vinhos ajudam a processar a gordura dos petiscos a amenizam seu impacto na digestão e no nosso “hemograma completo”. Bem mais saudável que acompanhar estas iguarias com cerveja ou coquetéis como caipirinha, por exemplo.

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Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO