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Conheça a nova safra do icônico vinho chileno Don Melchor

No mundo do vinho, a Europa, e especialmente a França, é constante fonte de inspiração. Suas tradições centenárias serviram (e ainda servem) de referência para que países como Chile e Argentina consolidassem sua produção e desenvolvessem vinhos considerados ícones. Foi assim que a Concha Y Toro, maior grupo do Chile, criou seu principal rótulo, Don Melchor. Em 1987, decidiu fazer um vinho inspirado nos clássicos de Bordeaux, mas com características únicas do terroir chileno. Desde então, o vinho construiu uma sólida reputação como um dos melhores exemplares dos vinhos de alta gama que podem ser produzidos no país após sucessivas pontuações bastante altas.

Agora, chega ao mercado brasileiro a safra 2020, a mais recente de Don Melchor. No guia Descorchados, recebeu 96 pontos. No site de Robert Parker, influente crítico americano, recebeu 94 pontos. Não se trata de um reconhecimento específico para uma safra acima da média. O rótulo vem consistentemente sendo reconhecido pelos especialistas, o que mostra sua qualidade duradoura. Em 2018, por exemplo, recebeu a pontuação perfeita de 100 pontos de James Suckling.

Parte de seu sucesso vem da qualidade das uvas. O vinhedo El Tocornal, plantado na década de 1970 na região de Puente Alto, no subúrbio de Santiago, é conhecido por dar origem a uma cabernet sauvignon de perfil frutado e herbáceo, com toques mentolados que caracterizam os vinhos feitos com essa variedade na região andina. Uma diferença importante é que as plantas que compõem não são clones, prática comum em grandes vinhedos. “São todas cabernet sauvignon, mas diferentes, o que garante a biodiversidade do vinhedo”, afirma o enólogo Enrique Tirado, que esteve no Brasil para divulgar a nova safra. Tirado faz parte da equipe de Don Melchor desde 1995, e desde 1997 é o responsável pelo ícone chileno.

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Safra 2020 de Don Melchor acaba de chegar ao mercado brasileiro –Divulgação/Divulgação

Há, claro, bastante trabalho humano envolvido. O vinhedo foi mapeado e dividido em 150 parcelas distintas, que produzem frutos com qualidades específicas. “Com os dados que temos em mão, fica mais fácil manejar até os vinhedos mais antigos”, diz Tirado. Há um esforço constante para provar as parcelas e acompanhar aquelas que historicamente produzem bons vinhos.

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O blend final é elaborado em Bordeaux, na França, por Tirado e pelo consultor Eric Boissenot, filho de Jacques Boissenot, que esteve presente em todas as versões do rótulo, de 1987 a 2013. São enviadas duas amostras de cada uma das 150 parcelas, em uma operação logística complexa, para garantir que se alguma delas sofrer durante a viagem há uma outra disponível para o processo de degustação final. O processo leva cerca de uma semana, e é feito no mesmo laboratório no Medóc que atende quatro dos cinco principais chateaux da região.

No caso da safra 2020, Tirado conta que o ano foi mais quente que a média. Como resultado, a colheita foi feita de forma antecipada. “Lembro perfeitamente que fui ao vinhedo e provei as uvas em meados de fevereiro e achei que elas estariam prontas em cerca de três semanas. No dia seguinte, provei de novo e percebi que não ia demorar tanto. Tivemos que ficar atentos”, lembra o enólogo. Por ter sido a primeira safra pandêmica, o processo de amadurecimento antecipado foi benéfico e ajudou a preservar a equipe que lá trabalha. Foi, também, uma safra de menor rendimento, que deu origem a 12 mil caixas. O máximo que o vinhedo produz é 18 mil caixas.

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Enrique Tirado, enólogo e CEO da Viña Don Melchor –Divulgação/Divulgação

As uvas que não são usadas para Don Melchor podem ser usadas em outros rótulos de alta gama da Concha Y Toro, como Gravás Del Maipo e Marquês de Casa Concha Heritage (os dois vendidos por preços na faixa dos R$ 500). Ambas têm vinhedos próprios, mas podem receber a produção excedente. Tirado, que acumula a função de CEO da Viña Don Melchor, conta que há a vontade de elaborar um segundo rótulo, como fazem vários chateaux franceses, mas que a prioridade agora é consolidar a marca ainda mais a marca Don Melchor no mundo, inclusive no Brasil.

Don Melhor 2020 pode ser encontrado no Descorcha, e-commerce oficial da vinícola, ou em outros pontos de venda, por preços em torno de R$ 1.300.

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Fonte:

Vinho – VEJA