Em cenário de toalhas quadriculadas nas cores da Itália, limões sicilianos e lâmpadas penduradas, a Giardino Trattoria abriu as portas no shopping Vogue Square, na Barra, tendo no comando o chef italiano Vittorio del Gatto, de Nápoles.
Com passagem pelo premiado Satyricon, Vittorio oferece antepastos como o crudo de peixe marinado em suco de limão e azeite de oliva, com focaccia branca (R$ 45,00), e a salada de camarões VG ao azeite de oliva e ervas frescas (R$ 129,00). Há pratos como o Spaghetti Salsa Bianca (R$ 74,00), espaguete com pancetta, creme de leite fresco, gorgonzola, taleggio e parmesão. O Speciale Vittorio Polvo & Gamberi (R$ 189,00) tem massa paccheri com camarões VG e polvo ao molho especial do chef. O Vogue Square fica na Avenida das Américas, 8585, Loja SS108, Barra da Tijuca.
Os ventos italianos sopram também em Ipanema, que acaba de ganhar a panetteria Padelli. A casa que vai dos artigos de padaria e sanduíches no estilo panini às pizzas, e funciona todos os dias das 7h30 às 22h. O Pane al Formaggio (R$ 12,00) é pão de queijo feito com queijo curado e recheado com requeijão cremoso (R$ 12,00, a porção de cinco), e a seleção de paninis, feitos na ciabatta, tem recheios como a que leva queijo curado, ragu de carne assada e picles de cebola roxa (R$ 39,00), ou a combinação de pasta de abacate, ovo caipira com gema mole e salmão (R$ 44,00).
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Padelli: paninis bem recheados estão no menu da padaria italiana./Divulgação
Na ala doce, o Bomboloni al Gelato (R$ 32,00), lembra o sonho brasileiro, porém assado e ainda recheado de sorvete (creme, chocolate ou pistache), além de complementos como as coberturas de chocolate, geleia de frutas, nutella ou doce de leite, castanha de caju, pistache ou nozes. O Padelli fica na Rua Vinícius de Moraes, 68, em Ipanema.
O Descorchados 2024, que vem a ser a 26ª edição do mais importante guia de vinhos sul-americanos, será lançado no Rio nesta quinta (11), com direito a degustação de alguns dos melhores rótulos do continente, e um panorama atualizado nas páginas sobre a produção atual de vinhos em seis países: Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, Peru e Bolívia. Nas quase três décadas de publicação, pela primeira vez o guia conferiu 100 pontos, a nota máxima, a um vinho – ou melhor, a dois tintos argentinos.
Os ingressos para evento no terraço do shopping Village Mall, na Barra, que ocorre das 18h às 22h, estão sendo vendidos a R$ 250,00 no site da revista Adega. A caixa com os três volumes custa R$ 295,00. Mais de 50 vinícolas estarão presentes, oferecendo degustações.
Descorchados: lançamento com mais de 50 vinícolas em degustação na Barra./Divulgação
Na edição de 2024 dos livros organizados por Patricio Tapia, jornalista e crítico chileno de vinhos, foram mais de 4.000 vinhos degustados pelo time de especialistas da publicação, abordando mais de 230 vinícolas argentinas, 210 chilenas, 35 uruguaias, 40 brasileiras, 20 peruanas e 5 bolivianas. Argentina e Chile ganham guias próprios, e o terceiro livro fala dos demais países.
Os dois vinhos que foram contemplados com 100 pontos, uma novidade no Descorchados, foram argentinos feitos com a uva malbec: Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2021, da Catena Zapata; e o Finca Piedra Infinita Supercal 2021, da bodega Zuccardi. Ambos têm a garrafa com preço em torno de R$ 3.000, se comprados nas importadoras.
Vale dizer, aos interessados em mergulhar no universo vinícola do Brasil e países vizinhos, que o Descorchados não á apenas um guia com vinhos e suas pontuações, mas há textos atualizados sobre cada lugar, assim como as características das diferentes regiões produtoras, as tendências e novidades do mercado, indicações das melhores relações preço-qualidade e outras informações sobre o “mercosul” dos vinhos.
No texto de abertura das páginas dedicadas ao vinho brasileiro, por exemplo, os autores chamam a atenção para o encontro do país com sua conhecida vocação para a produção de espumantes, e contam que a vinícola Casa Valduga pretende converter 98% de sua produção em vinhos borbulhantes nos próximos 20 anos. A seleção de rótulos e produtores nacionais privilegia casas menores e menos conhecidas do grande público, que não pretendem fazer vinhos para imitar os chilenos e argentinos de sucesso do mercado, respeitando a clima da Serra Gaúcha e adjacências, favorável a vinhos mais diretos, leves e frutados. O potencial da uva cabernet franc em produções brasileiras recentes ganha destaque no texto de apresentação.
Em relação ao Chile, onde os vinhos orgânicos, de baixa intervenção e os chamados “naturais” invadiram nos últimos anos a publicação, surge a tendência correlata da produção utilizando vinhas velhas, e o “renascimento” de uvas como a garnacha, reinterpretada em rótulos de destaque. Para quem está de passagem comprada e se interessa por vinhos, o Descorchados é um excelente companheiro de viagem. Para quem não pretende viajar agora, um enorme incentivo para a compra de passagens.
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Sem dúvida, o Rio de Janeiro vive um ótimo momento para a gastronomia, com festa do Guia Michelin à vista, além da premiação 50 Best Restaurants Latin America, que novamente aportará por aqui, no segundo semestre.
É natural que os bons ventos no setor estimulem chefs e empreendimentos já consagrados a alçar novos voos.
É o caso de Paula Prandini, que celebra uma década de sucesso de seu Empório Jardim, quatro vezes premiado em VEJA Rio Comer & Beber, com a expansão da marca para a Zona Oeste. Mais especificamente no BarraShopping, substituindo a cafeteria Starbucks. O projeto ainda não tem data de inauguração.
Descontraído, o Empório Jardim tem a nobre missão de oferecer café da manhã o dia todo, e conta atualmente com unidades no Jardim Botânico, em Ipanema e na Casa Firjan, em Botafogo. São 119 opções de pães, ovos, sanduíches, tapiocas, omeletes, frios, bolos, doces, iogurtes, sucos e café.
Sucesso entre os boêmios e notívagos, o Parada de Copa, que serve o melhor sanduíche da cidade, vai além dos limites do bairro. Agora em maio, a marca chega a Ipanema, inaugurando uma operação na Rua Vinicius de Moraes.
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Qualquer semelhança com antigas madrugadas de Copacabana não é mera coincidência: o Parada de Copa é a moradia das especialidades que fizeram fama no antigo Cervantes, preparadas por onze funcionários que trabalharam por anos no clássico de Copacabana, que fechou no auge da pandemia e voltou ‘gourmetizado’.
Depois de se aventurar pela gastronomia asiática com o Si-Chou, em sociedade com Menandro Rodrigues, o chef Elia Schramm está pronto para mergulhar nas técnicas e delícias francesas. O dono do Babbo Osteria vai abrir uma boulangerie no Essência, novo complexo imobiliário que a Mozak ergue na Rua Juquiá, no Leblon. O condomínio já foi entregue aos primeiros proprietários e o espaço gastronômico está pronto para receber as obras de adequação e ser aberto em breve.
O local, aliás, ganhou o Largo do Piva, que homenageia o arquiteto André Piva, falecido em 2020. Ele concebeu a fachada e o interior das áreas comuns do empreendimento.
Enquanto Alissa Ohara está em temporada de 50 dias no Japão, onde fará homenagem em família pelos sete anos da morte do pai, Isao Ohara, o fundador do histórico e extinto restaurante Azumi, o empresário Antônio Rodrigues anunciou no Rio que o “templo” da comida japonesa voltará a funcionar no Leblon, sob sua administração, em parceria com Alissa, que estava à frente da casa original de Copacabana.
Responsável por “ressuscitar” estabelecimentos tradicionais como o Nova Capela, o Amarelinho, o Cervantes, e o Mosteiro, e dono da rede Belmonte de bares, o cearense Antônio anunciou a inauguração da nova versão do Azumi para agosto, no imóvel situado na esquina entre as ruas Dias Ferreira e General Venâncio Flores, em frente ao Belmonte do Leblon.
Antônio, famoso por criar o serviço volante de empadas e salgadinhos que circulam entre as mesas nos seus bares, diz que o cardápio original do Azumi será preservado, com suas especialidades e cozinha quente tradicional japonesa, com as receitas da família Ohara.
Desde que o Descorchados, o principal guia de vinhos da América do Sul, começou a ser editado pelo jornalista Patricio Tapia, há 26 anos, nenhum rótulo havia recebido 100 pontos. O ranking elege os melhores tintos, brancos, espumantes e rosés de acordo com uma série de critérios, e cada um recebe uma pontuação, e o próprio Tapia havia dito que uma nota perfeita seria absolutamente improvável. Neste ano, no entanto, dois vinhos, ambos argentinos, receberam a pontuação máxima.
Foram eles o Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2021, produzido pela Catena Zapata, e o Finca Piedra Infinita Supercal 2021, da Zuccardi. Ambos são monovarietais elaborados com a uva Malbec, considerada um veículo ideal para transmitir as particularidades de um terroir. Na Argentina, é a variedade mais bem adaptada e que melhor reflete as características dos diferentes locais onde é produzida. Também são interpretações menos frutadas e mais minerais do que pode ser um malbec argentino.
Parte da explicação para o sucesso destes dois rótulos está na qualidade da safra de 2021, especialmente na Argentina. “O que aconteceu esse ano foi a combinação de um momento brilhante (de ambos os produtores) no processo de interpretação de um lugar juntamente com uma safra estelar como a de 2021, um ano fresco que provou ser o melhor motor para esses vinhos expressarem sua origem”, escreve Tapia na introdução do volume do guia dedicado à produção argentina.
Mas não é só. Em visita ao Brasil, o crítico Tapia e os enólogos Sebastian Zuccardi e Alejandro Vigil – este último eleito o destaque do ano na Argentina – ajudaram a explicar o trabalho por trás da elaboração de ambos, e o que a pontuação alta representa na busca por vinhos singulares.
O Supercal, da Zuccardi, surgiu a partir de uma vontade de Zuccardi de produzir vinhos com a uva malbec que não tivessem o dulçor associado à variedade, mas uma estrutura mineral. As uvas vêm de Altamira, na região do Vale de Uco, a 1.100 metros de altitude, em um local bem próximo à cordilheira dos Andes. “É uma zona com muitas pedras de grande tamanho, recobertas por carbonato de cálcio, algo único no mundo”, afirma Zuccardi. A família começou, então, uma investigação dos diferentes tipos de solo, e dividiram a propriedade de 38 hectares em 36 parcelas distintas. “A variedade é enorme. Há solos diferentes a cada 5, 10 metros”. O Supercal é feito com uvas de duas parcelas específicas, a fermentação é espontânea, feita com as leveduras locais, e o vinho passa de 10 a 12 meses em tanques de concreto. “Para fechar o vinho”, diz Zuccardi, “e assim mostrar sua coluna vertebral de solos calcários, que fornecem estrutura e a rugosidade de taninos que dá sua textura”.
Mundus Bacillus Terrae 2021, da Catena Zapata, também recebeu pontuação máxima –Catena Zapata/Divulgação
Mundus Bacillus Terrae, da Catena Zapata, também vem do Vale de Uco, mais precisamente da parcela Bacillus Terrae, um pedaço de 1,4 hectare do vinhedo Adrianna, em Gualtallary, a 1.400 metros de altitude. “Ele faz parte de um processo de entendimento que o carbonato de cálcio daquele solo poderia ser uma coisa boa”, conta Alejandro Vigil. Como outros enólogos, esse elemento não era visto de forma positiva na região, até que ele descobriu que grandes vinhos feitos na Borgonha, na França, e em Barolo, na Itália, eram provenientes de vinhedos com boa concentração de carbonato de cálcio. Ao analisar os solos, fez mais de 2 mil microvinificações para entender como a uva se comportaria em diferentes situações. “Viticultura é paciência. E tempo”, diz ele. Agora, com a safra 2021, alcançou o topo do ranking da América Latina. “Esses 100 pontos não nos pertencem, mas a gerações de pessoas que vêm fazendo tudo certo, há muito tempo”, conclui Vigil.
Curiosamente, ambos os rótulos não passam por barricas de carvalho, mas por tanques de concreto. A decisão dos enólogos está ligada à vontade de traduzir apenas os aromas, sabores e texturas do terroir. A madeira faz um aporte de sabores, e nenhum dos dois buscava isso. O concreto, nesse sentido, é neutro. O sommelier argentino Hector Riquelme, eleito melhor sommelier do Chile em 2005 e coautor do Guia Descorchados por 11 anos, já disse que o concreto é um “amplificador” das qualidades do vinho.
A investigação profunda das possibilidades na uva Malbec na Argentina está relacionada a uma busca de Vigil, Zuccardi e outros enólogos de reposicionar o país como uma força a ser reconhecida. “Assim como a Pinot Noir na Borgonha, a Sangiovese na Toscana e a Nebbiolo no Piemonte, a Malbec já faz parte do terroir”, diz Sebastian Zuccardi. “Agora, estamos trabalhando em um conceito de microvinificação”, afirma Vigil. Para ele, não faz sentido buscar simplesmente um Malbec “de Mendoza” ou mesmo da região de Gualtallary. “É preciso saber de onde aquele vinho específico vem, dada a diversidade que existe”, diz ele. “O mais difícil é comunicar isso“.
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No Brasil, o Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae é importado pela Mistral e custa R$ 2.910. O Finca Piedra Infinita Supercal é importado pela Grand Cru e custa R$ 2.499.
O ano de 2567 será celebrado na Tailândia de 13 a 15 de abril, datas onde ocorrem os festejos do Songkran. No Rio, os dois principais restaurantes tailandeses preparam cardápios especiais onde não faltam cores e sabores.
A 3ª edição da festa no Càm O’n Thai Food está caprichada. O menu degustação ficará em cartaz por dois dias e servirá como “spoiler” de novidades que entrarão para o cardápio fio da casa. Nos dias 13 e 14, sábado (almoço e jantar) e domingo (almoço), estarão na carta entradas como o Goong Satay, de camarões graúdos grelhados no espeto, servidos com nam phrik de pimenta, coco fresco, coentro e folhas de limão kaffir (2 unidades); e principais para compartilhar como o atum ao molho de caramelo salgado de porco, com salada cítrica de ervas, folhas de limão kaffir e molho red nahm jim, acopanhado de arroz jasmim. Na lista de sobremesas há pedidas como a mousse de tamarindo com ganache de chocolate branco e crocante de amendoim. O menu sai a R$ 160,00 por pessoa, com reservas pelo link do Songkran. Disponível nas unidades da Barra e Botafogo, que fica na Rua Visconde de Caravelas, 111.
O Nam Thai (Rua Rainha Guilhermina, 95-B, Leblon, tel.: 97042-6575) faz três dias de festa no Leblon, de 12 a 14 de abril, com mesa farta, decoração especial e música tailandesa. No menu criado pelo chef David Zisman, para começar, o Cocktail Kung Sod Thai (R$ 49,00) é um coquetel de camarão com sabores asiáticos. Entre os principais, há o Plá Salmon Neung Nam Man Hoi (R$ 96,00), um salmão preparado no vapor com molho de ostras em leito de abobrinha. Já o Plá Neung King Lé Sod Hom (R$ 96,00) é peixe branco com gengibre e cogumelos, sempre com o arroz jasmim ao lado.
Aiô no Mee
Ainda em viagens de sabor pela Ásia, um grande encontro marca a semana no oriental Mee, do Copacabana Palace. Na sexta (12), das 19h às 22h, os chefs Caio Yokota e Victor Valadão, e o bartender Maurício Barbosa, responsáveis pelo sucesso dos restaurantes paulistanos Aiô e Mapu Baos, vão apresentar criações do Aiô, inspiradas nos sabores de Taiwan, ao lado do chef Alberto Morisawa, titular do Mee (Av. Atlântica, 1702, Copacabana), com reservas pelo tel.: (21) 2548-7070. O menu individual custa R$ 515,00, mais 10% de taxa de serviço.
Aiô: Victor Valadão e Caio Yokota estarão no Mee./Divulgação
A sexta (12) reserva também uma noite entre taças no Hilton Barra (Av. Embaixador Abelardo Bueno, 1430, Barra da Tijuca), com o evento Jazz, Queijos e Vinhos. A experiência traz degustação de bons rótulos, queijos artesanais e veganos, meles especiais de abelhas brasileiras, além de uma estação com pães, patês e nozes. A trilha sonora da noite será comandada por um grupo de jazz.
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Em parceria com a importadora Ansic Brasil, participarão bodegas premiadas Mil Demônios, Mosquita Muerta, Zorzal Wines, Salvador Patti, Corbeau Wines, Casa Jose Pedro, Relator Wines e a Vinícola Altar Uco. No local, também haverá estandes da Mbee com meles de terroir, Basico Plant Food com queijos veganos e da
Queijaria Fazenda Geneve, que se tornou referência pelos queijos de cabra artesanais produzidos no Circuito Serra Verde Imperial, em Teresópolis. Além da degustação, o público também poderá adquirir os produtos diretamente com os vendedores.
O Jazz, Queijos e Vinhos será realizado no Plaza, um espaço céu aberto no Hilton Barra, das 19h às 22h. O valor é de R$ 195,00, mais 10% por pessoa. As reservas são limitadas e podem ser feitas pelo Whatsapp: (21) 96738-7848.
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O vinho é arte e ciência. Muitos fatores afetam a qualidade e o sabor de uma safra: as uvas utilizadas, a maneira como se lida com elas e o repouso do líquido sagrado durante meses — ou não — em barricas de carvalho. Mas nada funcionaria, nada mesmo, sem o conhecimento da geografia, o domínio ao menos mínimo do que a natureza entrega. Há uma faixa entre 30 e 50 graus de latitude, dos dois lados da linha do Equador, tida como ideal. Nessas zonas, há um equilíbrio delicado entre a incidência de luz do sol, a temperatura e a quantidade adequada de chuva. Não à toa, ao norte, é nessa franja que estão França, Espanha, Itália e Portugal, na Europa, e a Califórnia, nos Estados Unidos. São países de grande tradição. Ao sul, é onde despontam Uruguai, Chile, Argentina e África do Sul, os melhores produtores do chamado Novo Mundo.
Pode-se tratar esse desenho como regra, o mapa-múndi que há séculos emoldura a viticultura. A surpresa, ou o susto: as mudanças climáticas podem reinventar a roda das videiras, levando a decadência a algumas regiões hoje celebradas e a ascensão a territórios agora desdenhados. Um estudo de fôlego publicado na revista Nature aponta as consequências, no futuro, das extremas variações de termômetro, precipitação, umidade, radiação e CO2. “Cerca de 90% das regiões vinícolas tradicionais nas regiões costeiras e baixas de Espanha, Itália, Grécia e do sul da Califórnia correm o risco de desaparecer até o final do século devido à seca excessiva e às ondas de calor mais frequentes com as alterações climáticas”, aponta o time de pesquisadores (veja no mapa). Em um cenário mais conservador, em que a temperatura global subirá no máximo 2 graus, algumas áreas manterão a produção. Um aumento de 2 a 4 graus, no entanto, pode afetar de 49% a 70% de todas as plantações já conhecidas. “A marca do aquecimento global é a irregularidade”, diz Joana Maçanita, enóloga que trabalha na região do Douro, em Portugal. “Antes, colhíamos algumas uvas no final de setembro. Agora, elas já estão maduras no fim de agosto.” Não é preciso ir longe. Basta lembrar das geadas precoces que devastaram Chablis, na França, em 2022.
As transformações são inevitáveis, mas nem todas são negativas. As mudanças climáticas devem favorecer o desenvolvimento de novas regiões vitivinícolas. É o caso da Dinamarca ou de áreas no sul do Canadá, atualmente consideradas muito frias para a produção de bons vinhos. Em outros países, onde já existem vinhedos com variedades adaptadas ao frio, como a Alemanha e a Inglaterra, há expectativa de que o aumento na temperatura favoreça a qualidade da bebida. “Produtores que foram muito famosos podem não continuar tão famosos. E produtores não tão conhecidos hoje em dia podem começar a ser em breve”, resume o chileno Pedro Parra, especialista em terroir e consultor de vinícolas ao redor do mundo. O Brasil tende a ficar no meio do caminho, sem grandes danos ou belos saltos.
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BOA SURPRESA - Vinhedo na Inglaterra: mudança para melhorDan Kitwood/Getty Images
De qualquer maneira, será preciso se adaptar, com novas práticas agrícolas, mais eficientes, mas também mais caras. Em alguns casos, mesmo que seja tecnicamente possível produzir sob as novas condições de clima, o custo inviabilizaria a operação comercial. E, mesmo assim, o sabor do vinho seria diferente. O estudo aponta que até o perfil do aroma de fruta dos grandes rótulos pode mudar ao cabo do século XXI. Em vez de frescor de cereja fresca, por exemplo, a percepção será de compota. Talvez seja melhor começar a guardar algumas garrafas na adega, lembrança do que bebemos hoje em dia. Não é má ideia.
O consumidor, de forma intuitiva, quando pensa em vinho o imagina fechado por uma rolha de cortiça (arrolhado), seja ela maciça ou produzida com resíduos de cortiça, aí aglomerada. A finalidade da rolha é limitar o contato do oxigênio com o vinho, proporcionado, assim, um processo de envelhecimento moderado e controlado. Mas há outros tipos de vedação das garrafas que, a cada dia, vêm sendo mais comuns e próximos do consumidor. Há vedação com rolhas sintéticas (até produzidas com silicone), rolhas de vidro (comuns nos vinhos da Provence) e, a mais polêmica, as “screwcaps” (ou tampas de rosca). Estas últimas costumam ser produzidas em metal maleável e se abrem com facilidade, bastando gira-las com um mínimo esforço.
Vale a pena lembrar que até meados do século XVII, os viticultores franceses não utilizavam rolhas de cortiça, e sim trapos envolvidos em óleo, forçados contra os gargalos das garrafas. O inventor das tampas feitas de cortiça é desconhecido. Histórias coloquiais atribuem a invenção ao monge beneditino Dom Pérignon. No início do século XXI, o problema do “gosto de rolha” se tornou prevalente, levando muitos produtores a abandonar o uso da cortiça, em favor de alternativas. A tampa de rosca usando alumínio resistente à ferrugem foi usada pela primeira vez no engarrafamento de medicamentos prescritos na década de 1920, tendo da farmácia migrado para as caves; tais tampas roscadas se tornaram especialmente importantes na Austrália e Nova Zelândia até 2010.
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Grandes vinhos da Oceania passaram a invadir os mercados mundiais fechados com screwcaps, inclusive muitos produzidos pela icônica Penfolds, que criou o vinho mais importante e nobre da Austrália, o Penfolds Grange, cuja garrafa chega a custar mais de 1.000 Euros no mercado internacional (este vinho é fechado com rolha de cortiça). A verdade é que as tampas de rosca estão sendo cada vez mais usadas e, aos poucos, os preconceitos estão sendo deixados de lado pelos apreciadores de vinhos. A “screwcap” em nada influencia na qualidade do vinho que está dentro da garrafa. Para vinhos mais jovens, indicados a um consumo imediato, a tampa-rosca é, na verdade, um benefício, vez que torna o consumo menos litúrgico e mais fácil, fazendo com que o vinho alcance mais mercados consumidores. Salut!
“Quero um som de fossa da Dolores, uma valsa do Orestes, zum-zum-zum dos Cafajestes, um bife lá no Lamas, cidade sem Aterro, como Deus criou”. Conhecida no vozeirão de Alcione, a canção Rio Antigo traz como compositor um certo Chico Anysio, frequentador, como tantos artistas de sua e de outras gerações, do cantado estabelecimento. A bem da verdade, em relação à referida letra, quando entrou em curso o projeto do aterro da orla no Flamengo, o Café Lamas se aproximava de seu primeiro século de existência.
História: casa do século XIX está no Flamengo desde os anos 1970Ricardo Macieira/Riotur
O restaurante que já servia acepipes quando a República tomou o lugar da Monarquia no Brasil, e recebia o presidente Getúlio Vargas para um chá com torradas a caminho do Palácio do Catete, está aberto desde 1874 e leva a fama de ser o mais antigo em atividade no país. Um senhor motivo para se comemorar os 150 anos da casa que começou no Largo do Machado e, por causa das posteriores obras do Metrô, transferiu-se para o vizinho Flamengo, em 1974.
O endereço da Rua Marquês de Abrantes, 18, resiste com ambiente e cardápio intocados, mais motivos para festejar o dia 4 de abril, data em que houve música ao vivo e palmas no salão cercado de espelhos, por onde circulam garçons de uniforme branco, gravata borboleta e décadas de serviços prestados.
Início: casa foi inaugurada pelo português Francisco dos Santos LamasInternet/Reprodução
Do mingau à canja de galinha, tudo está por lá, com ênfase nos filés de quatro dedos de altura. Portentos como o Oswaldo Aranha, coberto de alho frito e acompanhado de ótimas batatas portuguesas, arroz branco e farofa de ovos. O prato, é bom que se diga, foi ali muitas vezes pedido pelo próprio diplomata que o batizou no Cosmopolita, salão histórico da Lapa que, infelizmente, ao tempo não resistiu. Para o Lamas, portanto, sopraremos com prazer as velinhas, quem sabe acompanhadas de uma taça de morangos com chantilly?
Jaguar, o cartunista, cronista e boêmio histórico, conta em livro o dia em que o garçom Maia pisou numa casca de banana, dos tablados de frutas que eram vendidas na calçada, caiu de pernas para cima e não derramou nenhum copo da bandeja. “O bar aplaudiu de pé a performance”, escreveu. Pois hoje aplaudimos todos.
Resistência: salão atravessou gerações e momentos difíceis como a pandemiaAlexandre Macieira/Riotur
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Uma das primeiras marcas a habitar o complexo Be+Co, em Botafogo (Rua da Matriz, 54), está de volta levando belas pizzas ao espaço colaborativo de sabores. A Cobre já ocupa seu box, entrando no lugar do mexicano Dos Perros, com as redondas de longa fermentação que fazem sucesso também na matriz da Rua Visconde de Caravelas, no mesmo bairro, exibindo criatividade e versões veganas, a cargo dos chefs Leo Brito e Pedro Pernambuco. Há entradas como os Envoltini (R$ 45,00), pãezinhos recheados de calabresa com catupiry, acompanhados por molho à base de melaço e pimenta sriracha. E pizzas como a Peppe Especial (R$ 55,00), que leva mussarela, molho de tomate pelati, pepperoni e fio de mel.
A Paella Fest é atração de domingo (7) no Venga de Ipanema (Rua Garcia D’Ávila, 147), em edição especial. Quem comparece é o chef argentino Gonzalo Vidal, que muda os tons na panela e vai fazer um arroz negro de lula e cavalinha, o peixe (R$ 88,00), além de empanada de bochecha de boi (R$ 22,00) e torta basca de milho e doce de leite para a sobremesa (R$ 34,00). O evento ocorre das 12h às 17h. Reservas pelo telefone 2247-0234.
O evento Cozinha no Quintal é boa de domingo (7) no Sebastian (Rua dos Oitis 6-A, Gávea), das 13h às 19h. A convidada da vez é Letícia Mattos, criadora da hamburgueria Encarnado, que vai preparar hambúrgueres como o Abençoado: blend próprio no brioche com cheddar, pé de moleque de bacon, maionese de alho e picles (R$ 42,00).
Dainer: menu da casa está recheado de novidadesVini Bordalo/Divulgação
Dainer com novidades
O Dainer repaginou seu cardápio em Botafogo (Rua Real Grandeza, 193), assim como o horário de funcionamento, que foi ampliado. De terça a sábado, das 9h às 22h, o público poderá desfrutar de pratos como o Breakfast Burrito (R$ 62,00), tortilha com ovos mexidos, guacamole, linguiça, bacon e maionese de sriracha, acompanhados de nachos e cheddar. Entre os principais, o Nugget & Mac’n Cheese (R$ 66,00) é o lançamento de um clássico americano com peito de frango e molho especial picante. E o Goulash au poivre (R$ 58,00) é opção vegana com cogumelos e banana da terra no molho goulash, creme de leite vegetal, pimenta do reino e especiarias, acompanhado de arroz basmati e batata palha.
Crepúsculo do Arp
No lindo cenário do Hotel Arpoador (Rua Francisco Otaviano, 177), o Arp Bar criou tarde de celebração do pôr do sol nesta segunda (8), com drinques e boas comidinhas. O encontro Ao Luar, das 17h30 às 23h, terá parceria com a bebida Aperol e o chef Waguinho liderando a equipe de bartenders na criação de coquetéis, com duas convidadas especiais: Paula Diniz, da Babbo Osteria, e Bruna Bicalho, do Marinho. O drinque Minha Carne é de Carnaval mistura Aperol, bourbon, acerola e suco de limão; e o Amassa leva Amaro Averna, Cynar, rum, hortelã, suco de limão e rapadura, ambos disponíveis por R$ 30,00.
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Belisco: tacos estão entre as boas novas da chef MoniqueTomás Rangel/Divulgação
Novas do Belisco
A chef Monique Gabiatti também tem novidades no menu do Belisco, em Botafogo (Rua Arnaldo Quintela, 93). Na lista dos estreantes estão os Tacos de Peixe, feitos com tortilha de trigo, tempurá de dourado, coleslaw (salada de repolho), crispy de parma e sriracha (R$ 43,00, 2 unidades); e o Bao de Barriga Coreana, feito com pão no vapor, barriga empanada, molho agridoce e picante, aioli de missô, amendoim, gergelim e cebolinha (R$ 33,00 a unidade). A Panelinha de Frutos do Mar é outra boa nova com camarão, polvo e lula, molho pomodoro, azeitonas e alcaparras, acompanhados de pão (R$ 65,00). Para beber, a sugestão é a régua de degustação da casa. A cada mês, a sommelière Gabi Teixeira escolhe entre três e quatro rótulos de vinhos de um mesmo produtor para aprofundar a experiência com a região.
Executivo no Alba
O charmoso casarão de Botafogo que mescla restaurante, bar e pista de dança agora tem almoço executivo. O Alba (Rua Martins Ferreira, 60) abre de terça a sexta, das 12h às 16h, com o preço de R$ 49,00 para entrada e principal, ou principal e sobremesa; e R$ 59,00 para entrada, principal e sobremesa. Entre as possibilidades de entrada há o trio de arancini de costela desfiada. Na ala principal, uma das opções é o fusilli com tomate e almôndegas. Para fechar, o zabaione de frutas vermelhas é uma opção.
Alba: acento italiano do chef Meguru Baba no executivo./Divulgação
A Adega Santiago tem novidades em seus combinados do almoço, que são opções de entradas, principais e sobremesas que podem ser escolhidas em dois formatos: no menu completo (R$ 92,00), ou somente o prato principal (R$ 78,00), sempre de segunda a sexta. Nas entradinhas figuram tapas do dia; croquete de jamón e verdura; e tostada de queijo de cabra e tomate. Já na seção dos principais, desfilam clássicos como o bacalhau à brás; e o arroz de pato, além do peixe do dia com legumes na brasa. O menu encerra com pastel de nata e mousse de chocolate. O restaurante com bela vista da Lagoa da Barra fica no 2º piso do shopping Village Mall (Av. das Américas, 3900, Barra da Tijuca).
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