Todos os anos, a revista americana Wine Spectator, referência na cobertura do mercado do vinho, divulga o ranking dos melhores rótulos. O ranking é baseado nas degustações feitas pela equipe da publicação ao longo de 12 meses e leva em conta a qualidade, o valor, a disponibilidade e o grau de entusiasmo que determinada garrafa desperta nos críticos e consumidores.
A lista de 2024 foi divulgada recentemente e, como costuma acontecer, para muitos o vinho eleito para a primeira posição é considerado o melhor do mundo. Há outras premiações do tipo, com resultados distintos. Mas o ranking da Wine Spectator tem peso importante.
Mais do que questionar se determinada escolha foi justa ou injusta ou se outro rótulo devia ter sido contemplado, é importante olhar para a lista e entender os rumos do mercado. Há muito o que aprender com a seleção anual da Wine Spectator.
Confira algumas das lições que a lista deste ano oferece:
Chile no topo De cara, o que chama a atenção é o fato de que a safra 2021 de Don Melchor foi eleita a melhor deste ano pelos críticos da revista. O rótulo tem uma longa história. Foi o primeiro grande ícone chileno lançado pela Concha Y Toro em 1987. É produzido em Puente Alto, o principal terroir para Cabernet Sauvignon do país – onde também estão outras vinícolas de primeira linha, como Almaviva e Viñedos Chadwick. É elaborado pelo enólogo e CEO Enrique Tirado com cuidado e precisão. O vinhedo foi dividido em 150 parcelas distintas, e Tirado e sua equipe provam aquelas parcelas que historicamente dão os melhores resultados, mas também as outras, que têm potencial. E o blend final é criado em Bordeaux, por um time que inclui Tirado e o consultor Eric Boissenot, filho de Jacques Boissenot, que esteve presente em todas as versões do rótulo, de 1987 a 2013. Além do pioneirismo, Don Melchor tem se mostrado um grande vinho de forma constante, ano após ano.
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E isso nos leva para o segundo ponto.
A importância da consistência A tradição, no mundo do vinho, é fundamental. Mas os vinhos precisam ter consistência, mostrando a qualidade a cada ano, mesmo nas safras mais desafiadoras. É por isso que Don Melchor foi eleito o melhor, ou Tignanello, o primeiro grande supertoscano, aparece em terceiro lugar. Há vários outros exemplos espalhados pela lista: o blend de Cabernet e Shiraz da vinícola australiana Penfolds. Os ícones de Rioja, na Espanha, como Viña Tondonia Reserva e Bodegas Muga Rioja Reserva. Ou ainda o Cabernet Sauvignon californiano da Stag’s Leap Wine Cellar.
Estados Unidos e Itália dominam Basta uma rápida busca pelo ranking para perceber que os dois países representam mais da metade da lista. Um quarto dos rótulos escolhidos vem dos Estados Unidos, enquanto há outros 20 da Itália, muitos da região da Toscana. Como a lista é americana, é natural que sejam avaliados mais vinhos locais. E há uma grande concentração de Cabernet Sauvignon da Califórnia, mas a diversidade é mais ampla. Há bons Pinot Noir tanto do Oregon quanto de Russian River, outra região californiana de destaque, e até um Zinfandel, casta geralmente pouco apreciada pelos críticos. No nosso mercado há poucas opções americanas por conta do alto preço. Mas a Itália, que marca forte presença no ranking, é muito procurada pelos consumidores brasileiros também. É interessante notar como o foco na Toscana reflete o gosto dos americanos por esses vinhos. Criou-se uma aura mítica ao redor de rótulos como Tignanello (terceiro lugar do ranking), Sassicaia (que ficou fora do top 100) e outros, que passaram a ser extremamente cobiçados no mercado internacional e são encontrados a preços bastante elevados.
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Diversidade latina Há apenas seis rótulos provenientes da América Latina no ranking. Três chilenos, incluindo o número um, e três argentinos. Embora a amostra seja pequena, é um indício forte de que os rótulos desta região do mundo já competem em pé de igualdade com os melhores do planeta – e isso em um mercado inundado de grandes vinhos como o norte-americano. Há espaço para crescimento, é claro, mas já fica claro o potencial da região.
Na noite deste domingo (24), o restaurante Spicy Fish, em Ipanema, foi palco de uma celebração especial para receber personalidades da América Latina que estão no Rio de Janeiro para o Latin America’s 50 Best Restaurants, premiação que reconhece os melhores restaurantes da região.
Leonardo Rezende e Maria Vargas.Renato Wrobel/Divulgação
Apesar de não ser um evento oficial, a festa na casa asiática do grupo Gitan foi marcada por uma atmosfera vibrante, menu volante dos chefs Emerson Kim, Rodrigo Guimarães e Meguro Baba, além de drinques elaborados pelo chefe de mixologia do grupo, Marcelo Emídio, e uma curadoria especial de saquês por Yasmin Yonashiro, Sakê Sommelière e especialista em omotenashi. O anfitrião Léo Rezende, diretor do grupo, recebeu os convidados ao lado de Maria Vargas, responsável pela comunicação.
A música ficou por conta do DJ Nepal, que animou cerca de 200 convidados, entre eles Charles Reed, CEO do 50 Best, Ulisses Marreiros, gerente-geral do Copacabana Palace, e Rosa Moraes, presidente brasileira do The World’s e do The Latin America’s 50 Best Restaurants. Nomes de destaque na gastronomia, como Alessandra Montagne, chef brasileira que lidera dois restaurantes em Paris, e chefs premiados que estarão no evento oficial de terça-feira, marcaram presença.
Entre os representantes cariocas, destacaram-se Elia Schamm, Rafa Costa e Silva, Rafa Gomes, Thomas Troisgros, Andressa Cabral e Pedro Coronha, que ajudaram a coroar uma noite inesquecível. O evento reforçou o clima de celebração e prestígio que toma conta da cidade nos dias que antecedem a aguardada premiação.
A chef Morena Leite não usa salto, mas anda super em alta na sua profissão: com atuação principalmente em Trancoso, São Paulo, Rio e Brasília, vive na ponte aérea entre esses lugares e Nova York, onde está morando desde o meio do ano e deve permanecer até o próximo mês, com as duas filhas, Manu, de 15 anos, e Júlia, de quase 5.
Depois de ser a chef oficial do G20 e do almoço em Brasília para Xi Jinping, viajou para Manhattan, onde permanece até a próxima terça (26/11), quando volta para o “Latin America’s 50 Best Restaurants 2024” no Museu Histórico Nacional, cozinhando para 500 pessoas.
Entre os líderes do G20, recebeu inúmeros elogios: mais efusivos do presidente da França, Emmanuel Macron, e do presidente dos EUA, Joe Biden, que lhe pediu autógrafo do seu livro “Sons e Sabores” (de receitas, com o músico Moreno Veloso) e a convidou para ir à Casa Branca. Dia 3 de dezembro, lança “Terapia na cozinha”, na Travessa do Shopping Villa-Lobos, em que reflete sobre suas contradições, fala sobre viagens, descobertas, lembranças e leva o leitor a repensar o comportamento alimentar, em coautoria com o médico Arthur Guerra.
Morena, 44 anos, 25 de carreira com muitas conquistas, é formada pela Le Cordon Bleu de Paris (“um país que me acolheu e me ensinou técnicas e valores gastronômicos”, diz ela) e tem experiência em outros grandes eventos, como Rock in Rio e camarotes da Sapucaí.
Em 2025, os desafios continuam, e agora, com mais uma unidade do Capim Santo, desta vez, em Brasília, mesmo lugar em que ela trabalha como uma espécie de consultora dos cerimoniais do Itamaraty.
1 – Qual o balanço do seu trabalho do G20?
O balanço do meu trabalho no G20 é como se, durante 25 anos, eu tivesse me preparado para esse momento. E ele aconteceu da melhor maneira possível. Fiquei muito, muito feliz. Acho que tudo saiu da maneira que eu planejei. A coisa que mais me deixou alegre foi ver a harmonia e a sintonia do meu time. Eu morri de orgulho de como a gente trabalhou bem junto.
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2- Que comentários você destacaria de algum dos chefes para a chef? Foram vistas fotos suas com alguns deles, como Biden e Macron.
São duas pessoas extremamente carismáticas e atenciosas. O Biden mandou me chamar na cozinha e parou uma reunião privada com o presidente Lula e mais 18 pessoas, levantou e pediu uma salva de palmas pra mim e depois veio pedir um autógrafo do meu livro (“Sons e Sabores”). Parecia que eu estava vivendo um filme. E o Macron? Eu estava caminhando, ele descendo uma rampa, me viu e cruzou a rampa para vir me dar um beijo. Eu tinha feito um almoço para ele no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em março, então fiquei muito emocionada com o carinho dos dois.
3 – Com uma chef que valoriza produtos sazonais e nacionais, qual a importância de apresentar a nossa culinária para o mundo?
Eu sempre entendi que essa era uma das minhas missões desde os 15 anos, quando saí de Trancoso e fui morar na Inglaterra, para mostrar esse Brasil colorido, saboroso, afetuoso. O Rodrigo Oliveira, que é um grande amigo e um chef muito competente (restaurante Mocotó, em SP), e a Adri Salay (mulher de Rodrigo, também chef) têm uma frase que eu adoro e compartilho, que é sobre não ser o melhor do mundo, mas sim o melhor pro mundo.
4 – A empresária Cristiana Beltrão, fundadora do Instituto Bazzar, disse à coluna que o Rio é uma cidade sem identidade gastronômica. O que você diria?
Eu acho que o Rio tem, sim, uma identidade muito forte. É num tripé de uma cozinha saudável? É. Eu tenho amigos cariocas que adoram tomar sucos incríveis e comer grãos; então, pra mim, o Rio me remete a uma comida saudável. É uma cozinha portuguesa do bolinho de bacalhau, do cabrito. O Rio também tem essa raiz africana, o tripé carioca, saboroso e divertido de ser.
5 – De um tempo pra cá, grandes eventos tomaram o Rio. Como, nas internas, você vê esse movimento da culinária na cidade carioca? O que destaca e o que temos que melhorar?
Faço Rock In Rio há alguns anos; faço também Web Summit (maior conferência de tecnologia do mundo), que é um outro evento incrível. Faço o Nosso Camarote no carnaval. Acho que o Rio tem uma espontaneidade e uma leveza, uma simplicidade, uma sofisticação que é encantadora e sedutora pra todo mundo.
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6 – Pelo seu restaurante, Capim Santo, a ideia é profissionalizar mão de obra, que é uma falta que temos por aqui. Ainda vai levar um tempo?
Sim, o Capim Santo teve a honra de ser convidado para assumir a cozinha da Biblioteca Parque na Rocinha. A gente formou 30 pessoas no primeiro Rock in Rio em 2019, e essa turma só vem se multiplicando, crescendo e trabalhando com a gente; hoje temos no Rio uma das maiores brigadas do grupo. Temos operações em Trancoso, em Salvador, Itacaré, no Rio, em Brasília e São Paulo. Estamos muito felizes com a equipe que trabalha com a gente no Rio.
7 – O que significa exatamente ser curadora gastronômica do cerimonial do Itamaraty?
Eu ajudo os ministros a pensarem em cada evento, quem vão ser os chefs escolhidos, o menu, como vamos operacionalizar. Em alguns, estou à frente como chef; em outros, dou apoio aos chefs convidados. É pensando no que tem a ver com cada situação e com cada chefe de estado, que a gente vai receber. É um projeto que me dá muito prazer porque sou muito patriota. Eu quero ver o Brasil brilhando através da nossa cozinha e ver todos os chefs brasileiros também brilhando juntos. Somos um exército de pessoas focadas em divulgar a nossa gastronomia, a nossa cultura.
8 – Mal acabou o G20, em que você cozinhou para 300 pessoas por dia, e você viajou a Brasília para coordenar o jantar do presidente Lula para Xi Jinping. Como foi?
Foi lindo estar lá, no evento com a maior segurança no Itamaraty que já fiz até hoje (com presença de pelotões da Polícia do Exército nos arredores da casa oficial da Presidência). Primeiro veio um segurança experimentar tudo na cozinha que o chinês comeria, que foi exatamente o que o Lula comeu: um xinxim de galinha, prato de origem africana e muito popular na culinária baiana, com frango, camarão, castanha de caju, amendoim e azeite de dendê, e de entrada, um pato laqueado com pérolas de tapioca. Foi mais uma noite muito emocionante.
9 – E, por fim, você parte para NY, onde mora, e volta para trabalhar no 50 Best, quando cozinhará para 500 pessoas. Qual a logística, como vai ser, quantos funcionários por trás, qual a importância de o Rio ser, pela segunda vez, anfitrião de um evento tão importante e você estar como “embaixadora” da culinária brasileira. Mais ainda para uma plateia tão, digamos, especial?
Pois é, segundo evento mais importante da minha vida foi semana passada, cozinhando para 55 chefes de Estado, um dos maiores banquetes que o Brasil já ofereceu no G20 e, agora, no “50’s Best”, para os melhores chefs de cozinha do mundo. Eu ainda estou me sentindo num filme. Estamos com mais ou menos 100 pessoas trabalhando, e estou com o meu esquadrão de elite, meus melhores chefs, todos focados. Estou agora aqui, dentro do avião, decolando para Nova York (quinta, 21/11); na segunda (25/11), estou aqui de volta e superfeliz com mais essa situação tão especial pra mim. Acho que 2024 foi um ano que marcou a minha vida.
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10 – Depois dessa agenda, o que vem mais por aí, seus planos para 2025?
Este ano, ainda tenho dois momentos: o “50’s Best” e o lançamento do livro chamado “Terapia na cozinha”, onde compartilho as minhas neuras e loucuras e crenças gastronômicas. E depois, no dia 12 de dezembro, lanço um livro chamado “Axé com vida para alimentar o corpo e a alma” com meu pai de santo babalorixá Paulo de Oyá, Sérgio Coimbra, de quem sou muito fã, um grande fotógrafo. Em 2025, vou inaugurar o Capim Santo em Brasília; então estou muito feliz depois de cinco anos meio nômade. Pretendo fincar um pouquinho mais de raízes aqui, ficar mais quietinha no Brasil, pra tocar mais de perto as minhas operações, estar aqui com as minhas filhas. Tenho vários projetos caminhando do instituto Capim Santo também, algo que nutre a minha alma.
Morena Leite e o presidente Joe BidenReprodução/ReproduçãoEmmanuel Macron, presidente da França, com Morena LeiteReprodução/ReproduçãoMorena Leite com o presidente LulaReprodução/Reprodução
Muitos apreciadores de vinho nunca ouviram falar do Pérgola e é quase certo que torçam o nariz caso tenham a oportunidade de experimentar esse tinto bastante adocicado. Independentemente disso, o negócio é um tremendo sucesso no Brasil. A garrafa de 1 litro custa 20 reais em média no mercado de São Paulo e o produto é presença frequente em festas e reuniões populares, ocasiões em que os consumidores não apenas tomam a bebida em taças, mas também a utilizam como base para ponches, sangrias e até mesmo misturada com cerveja (acredite, o chamado vinho de chope tem inúmeros fãs país afora!).
Os números são impressionantes: a Vinícola Campestre, produtora do vinho de mesa Pérgola, prevê fechar 2024 com a venda de 40 milhões de garrafas, o que garante ao produto o status pelo décimo ano consecutivo de vinho mais vendido do Brasil, segundo pesquisa de líderes de venda realizada consultoria Nielsen. Nos últimos dois anos, o fenômeno Pérgola tem extrapolado as fronteiras nacionais. “Depois que chegamos a Manaus, Roraima e Amapá, importadores do Suriname e Guiana Inglesa passaram a interessar-se pelo produto”, contou à coluna AL VINO o diretor comercial da Campestre, Carlos Quintus. Também houve um recente pedido de Gana, no continente africano, e já seguiram oito conteiners de Pérgola para os Estado Unidos, mais especificamente, rumo a Miami. Apenas para essa nova atividade, a exportação, a empresa contabiliza 500 000 garrafas em 2024.
O Pérgola: nos supermercados dos Estados UnidosDivulgação/VEJA
Feito com as uvas vitis americanas Isabel e Bordô, o Pérgola é um vinho de mesa com 80 g de açúcar por litro, o que o coloca na categoria de vinho suave (de acordo com a legislação brasileira, para entrar nessa classificação produto pode ter entre 25 e 80 g, sendo que parte desse açúcar é adicionado). O vinho fino seco é feito com vitis viníferas (Cabernet Sauvignon, Merlot ), uvas que não vão à mesa, e também de acordo com a legislação brasileira podem ter até 4g de açúcar, por litro. Há ainda vinhos de sobremesa ou de colheita tardia que têm até 40g de frutose por litro, mas esse açúcar não é adicionado, é residual da fermentação. Quando há a fermentação, o processo que transforma açúcar em álcool, em determinado momento as leveduras, responsáveis por essa transformação, morrem e não consomem todo o açúcar, deixando esse resíduo.
A Campestre também tem uma premiada linha de vinhos finos e secos que levam o nome da família fundadora da empresa, a Zanotto. Para as duas linhas, a vinícola conta com o mesmo enólogo, André Donatti, que acaba de receber o prêmio de enólogo do ano pela Associação Brasileira de Enologia (ABE). Para os próximos anos, a família Pérgola que já conta com vinhos brancos e secos deve crescer com rosé mais leves e menos alcóolicos, como apontam as últimas tendências.
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Enquanto a maioria das vinícolas do Sul do Brasil sofre com a concorrência nas gôndolas dos “reservados” chilenos, vinhos normalmente sem qualidade feito com a quarta prensa das uvas, o Pérgola teve um crescimento de 10% em volume de litros em 2024. E qual o segredo? “Apesar de ser um vinho de mesa, ele tem qualidades. Sabemos que os giradores de taça torcem o nariz, mas nosso foco é o consumidor”, diz Quintus. A exemplo do que fazem os grandes rótulos, o Pérgola ganhou uma roupagem dourada para comemorar a década de sucesso, com garrafa e rótulo especiais. Para garantir a qualidade do produto, a vinícola contratou agrônomos que visitam periodicamente os fornecedores de uvas para o Pérgola. São 800 famílias que vivem em regiões próximas a Vacaria, no Rio Grande do Sul, onde está localizada da vinícola. A intenção é a melhora técnica dessa produção, reduzindo agrotóxicos e evitando adubação excessiva, principalmente diante desse novo desafio que é a importação. Fora do Brasil, as taxas de resíduo mínimo são bem inferiores do que as permitidas por aqui, inclusive pela Anvisa.
Apesar de o público consumidor do Pérgola ser de classes populares em sua maioria, é um erro pensar que vinho adocicado apenas faz sucesso entre pessoas sem informação ou acesso a produtos melhores. Maikon Brito, que atualmente trabalha no Gero e foi maître no premiado Fasano, contou-me certa vez que já abriu muito vinho de sobremesa para acompanhar os famosos risotos da casa, na época em que ela era comandada pelo chef Salvatore Loi. Soa como uma heresia gastronômica, mas tem a ver com a lei do “é o freguês quem manda”. Mesmo em uma das casas mais estreladas de São Paulo, muitos clientes preferiam vinhos mais doces.
A sommelière Flavia Maia me disse que, em seu Instagram, vive recebendo pedido de indicações de vinhos suaves de boa qualidade. Aos poucos, eles levam esses bebedores a vinhos secos mais leves. Assim, funcionam como o caminho de entrada para um universo mais rico e complexo. A consultora brasileira que vive em Adelaide, Priscilla Hennekam também contou à coluna AL VINO que seu primeiro contato com vinhos foi nas praias de Natal em coquetéis que levavam leite condensado. Hoje, ela é uma especialista que faz a ponte entre Brasil e Austrália.
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Eu provei meu primeiro Pérgola ontem à noite. A cor bordô forte na taça dá a impressão de um bom suco de uva, no nariz um foxado típico dos vinhos feitos com esse estilo de uvas (termo vem do inglês Foxy, faz referência a um odor doce e cheiro de pelo de animal, no caso raposa). Tenho sentido também esse aroma em vinhos naturais defeituosos. Na boca, o Pérgola é um suco de uva turbinado, com 10% de álcool. Não tem complexidade aromática tampouco sutilezas de paladar. É possível dizer que lembra um Lambrusco (vinho italiano frutado e adocicado) sem o frisante. “A Isabel aporta aroma de uva e doçura, a Bordô a cor, exatamente o que espera o consumidor desse tipo de produto”, explicou-me Carlos Quintus.
Não é mesmo para todos. Mas, goste-se ou não dele, o histórico de sucesso e a expansão do negócio até no exterior são dignos de um brinde.
Novo festival de gastronomia na cidade, o Rota Rio ocorre de sexta a domingo (22 a 24) no Lagoon, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas (Av. Borges de Medeiros, 1424). Estão confirmados chefs como Jimmy Ogro, Kátia Barbosa, Heaven Delhaye, Pedro Siqueira e Rafa Gomes; além de bares e restaurantes como Bar da Frente, Bar da Gema, Cogumelo Bistrô, Dianna Bakery e Ella Pizzaria, num time com mais de 20 estabelecimentos, com todos servindo seus pratos e quitutes.
O evento contará com cinco cervejarias como Pura Seiva, Mistura Clássica e Farra. Além da oferta de gastronomia haverá oficinas, área infantil e dois palcos para shows de artistas como Rodrigo Santos, Devir e Mulatto. O evento ocorrerá na sexta, das 17h às 22h; sábado e domingo, das 12h às 22h.
Rota Rio: Porquinho de Quimono, do Bar da Frente./Divulgação
O Festival Gastronomia Preta é a atração no Parque Glória Maria, em Santa Teresa (Rua Murtinho Nobre, 169), no sábado (23) e no domingo (24). O evento gratuito tem como foco destacar a culinária negra e a contribuição de profissionais pretos e afro-indígenas no setor de alimentos e bebidas. No espaço Cozinha Show Benê Ricardo haverá chefs convidados como Danilo Parah, Vanessa Rocha, e Gizele Martins. Eles irão preparar pratos ao vivo, interagindo com o público e permitindo degustações.
Na Praça de Alimentação haverá mais de 25 barracas de alimentos, bebidas e produtos artesanais com foco na gastronomia afro-brasileira, como acarajé, sanduíches de pernil e opções veganas.
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Na sua 3ª edição, o Prêmio Gastronomia Preta homenageará profissionais em 23 categorias, incluindo chefs, merendeiras, pesquisadores e outras figuras importantes no setor. A entrega do prêmio será no domingo (24), das 10h às 18h. Outra atração será o Curso Pretonomia, uma iniciativa para qualificar pessoas negras e pardas em situação de vulnerabilidade, com o apoio de diversas instituições. Haverá também shows de samba com Marcelle Brito.
Festival de Acarajé
Gastronomia, música e artesanato estarão mesclados no 2º Festival de Acarajé do Rio, que ocorre de sexta a domingo (22 a 24), das 10h às 19h, na Praça Mauá, próximo ao Museu do Amanhã, na Zona Portuária. A programação inclui barracas com venda do quitute e de outras iguarias da culinária baiana, além de uma feira de artesanato, duas rodas femininas de samba (Moça Prosa e Mulheres da Pequena África), roda de jongo do projeto Tambor No Valongo e o Bloco Afro Lemi Ayò.
O festival celebrar o acarajé, que desde 2023 é considerado patrimônio de valor histórico e cultural do Estado do Rio. Durante os três dias, 30 baianas e baianos especializados no preparo do acarajé se revezam nas barracas. Serão dez profissionais por dia, promovendo uma verdadeira imersão em saberes gastronomia de matriz africana.
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Legítimo representante da cultura afro-brasileira no cenário carioca, o Bloco Afro Lemi Ayò também se apresenta, assim como o projeto Tambor no Valongo, focado na preservação do jongo, dança comunitária de origem africana que combina canto, batuque e dança.
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Em novembro, a orla carioca ganha três novos quiosques. Na Barra da Tijuca, o Tibar abriu suas portas próximo aos postos 7 e 8, um ponto de encontro para quem curte boa música, gastronomia e chope gelado.
No bairro de Copacabana, a grande novidade é o quiosque Casa Fuego, ideal para os amantes de carne, que conta com shows em voz e violão, happy hour e muitas opções de grelhados.
Já em São Conrado, a novidade fica por conta do Musa, da influenciadora Rachel Apollonio, que segue um estilo clean, ideal para quem busca uma alimentação saudável, além de smoothies, café, drinques e vinhos.
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O Nosso, finalista do Comer&Beber na categoria carta de drinque, protagonizou ao receber o Line, de Atenas, atualmente classificado como o sexto melhor bar do mundo pela prestigiosa lista do 50 Best Bars. Durante o evento, os bartenders gregos Nikos Bakoulis e Giannis Vavadakis apresentaram três coquetéis autorais, encantando os cariocas com suas criações inovadoras e técnicas sofisticadas.
Daniel Estevan, mixologista do Nosso, promove intercâmbio com bares da América Latina e Europa.Divulgação/Divulgação
A iniciativa faz parte do programa global Bar Exchange, promovido pela marca Woodford Reserve, que fomenta a conexão entre bares de destaque mundial por meio de intercâmbios culturais e criativos. A edição no Rio marca a continuidade desse projeto, já que, no mês passado, os mixologistas do Nosso, Daniel Estevan e Rodrigo Loureiro, estiveram em Atenas, apresentando um pouco da coquetelaria brasileira para o público grego.
No sábado (23) o bar recebe dois grandes nomes da coquetelaria latino-americana: o Mondo, de Cartagena (Colômbia), e o Baker’s, de Montevidéu (Uruguai) e no domingo (24) dois importantes bares paulistanos serão destaque: o Exímia e o Santana. A noite contará ainda com uma trilha sonora especial comandada pelo DJ Nic Fullen.
O intercâmbio entre bares internacionais é uma tendência em ascensão no mercado. Esses eventos proporcionam ao público carioca a oportunidade de conhecer diferentes culturas e técnicas, reforçando a coquetelaria como uma arte que conecta talentos e histórias de todo o mundo.
Quem nunca pecou que atire (na taça) a primeira pedra (de gelo). Em uma recente viagem para ser jurado em um concurso internacional de vinhos na Argentina, vivenciei um fato que me fez refletir.
Após as provas do concurso pela manhã fomos a um almoço ao ar livre, em um lindo e quente dia de sol. Nos foi servido um vinho branco, torrontés, com uma ponta de doçura, e que não estava resfriado. À mesa estavam grandes degustadores profissionais e ao meu lado Claudia Quini, ex-presidente da OIV, entidade mundial máxima do vinho. Ela pediu à garçonete um balde com gelo e dele todos se serviram naturalmente, colocando as pedras em seus copos com vinho. Eu estranhei e indaguei. De forma serena e elegante a ex-primeira-dama mundial do vinho me disse ser uma simples questão de bom senso, além de ser hábito local, afinal estava calor, o vinho estava quente, e era um vinho despretensioso, com o único intuito de refrescar os paladares com aperitivo. “Se ela pode, todos podem”, pensei.
De fato, a prática de colocar gelo no vinho é controversa. De um lado é hábito normal em muitos países, de outro muitos veem como um ato hediondo, merecedor de linchamento em praça pública. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra, eu diria. Colocar gelo no vinho pede contexto, como o que eu vivi no relato acima.
A novidade, que nem é tão recente, é que a indústria do vinho abraçou esta causa e têm lançado produtos especialmente criados para receber gelo, que normalmente trazem o nome Ice (gelo) no rótulo.
Mas quais vinhos se adaptam melhor ao gelo? Brancos, rosés e espumantes, que precisam ser servidos mais resfriados que os tintos, e preferentemente com alguma doçura. É inevitável que vinho seja um pouco diluído, à medida que o gelo derrete. Desta forma, a adição de gelo pode ser menos impactante em vinhos mais aromáticos e com um conteúdo maior de açúcar residual.
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Em última análise, o gosto por vinho com gelo é pessoal. O mais importante é apreciar o vinho da maneira que traga satisfação ao consumidor. Valerá sempre o bom senso.
Boca de ralo, mombucão, caga fogo, canudo, boca de renda…
O mundo das abelhas brasileiras é muito divertido. Já o meu primeiro encontro com o inseto, nem tanto.
Morava em Petrópolis e, pronta para tirar uma soneca no sofá da sala, suspendi os cabelos antes de pousar a cabeça na almofada. Zzzzing! Da ferroada veio o pescoço inchado, muita dor e uma apreensão que trago até hoje.
Cresci com a convicção que abelha, meeeesmo, era aquela de desenho animado, riscadinha de preto e amarelo (apis mellifera); uma criatura dissimulada que fazia um líquido tão gostoso só para disfarçar a intenção de nos pegar desprevenidos no sofá. Também tinha a certeza de que todas faziam apenas UM tipo de mel, sempre com o mesmo gosto, doce e viscoso, naquele tom dourado que todos conhecemos.
Mal sabia em que mundo iria mergulhar.
Meu primeiro contato com a complexidade do assunto foi na Nova Zelândia, em 2002, quando me apresentaram o mel de manuka, um arbusto local. O que o fazia tão diferente do que eu comia no Brasil? Foi a ponta do iceberg entender, por mais óbvio que possa parecer, que havia mais de uma espécie de abelha (só da tribo Apis, são 8), muitas flores, climas e biomas diferentes no mundo. E eu queria provar todos.
Fui de mel em mel, vida afora, e lembro a primeira vez que me espantei ao entender que ele nem sempre era doce, caso do corbezzolo, mel amargo da Sardenha. Mas nada me preparou para a total mudança de paradigma que foi a primeira prova do néctar das nossas abelhas nativas, sem ferrão.
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Foi em 2017, o nosso primeiro e inesquecível encontro. Era o mel de abelha jataí: menos doce, ligeiramente ácido e bem mais perfumado. Um mundo à parte.
É fácil entender a popularidade da Apis, uma abelha importada que chegou com os jesuítas, no século XIX. Afinal, seu mel é bem doce e muito mais produtivo que o das Meliponini (as nossas nativas, sem ferrão). A questão é que foi nele que baseamos a nossa legislação e referências gustativas, esnobando o riquíssimo universo de aromas e sabores do mel das abelhas indígenas, um absurdo estratégico para o nosso país, que felizmente começa a ser revertido.
O Brasil vem acordando para o seu imenso potencial, tanto na boca, quanto na preservação e no reflexo da nossa biodiversidade, na maior ação antioxidante (cobiçada pela indústria de cosméticos) e no potencial de desenvolvimento econômico de áreas carentes.
Temos 244 abelhas sem ferrão catalogadas. Se considerarmos a nossa riquíssima flora, nem o céu é o limite.
Eugênio e Marcia Basile, da MBee mel, 10 anos de desenvolvimento de mercadoCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
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MEL DE ABELHA SEM FERRÃO, O NOVO VINHO NATURAL
O movimento de méis de abelhas indígenas pode ser comparado ao movimento de vinhos naturais e, assim como eles, não significam um atestado de qualidade em si, mas uma importante mudança de paradigma DO SABOR.
A legislação datada empacou o desenvolvimento da produção, mas o mercado sempre existiu. Há méis nativos comercializados por colecionadores do mundo todo, abelhas sem ferrão são levadas clandestinamente para outros países e há néctares que valem 5 vezes mais que os das Apis.
Pós-graduados no assunto, mesmo, só os indígenas, que muito antes da chegada das variedades europeias, já criavam nossas abelhas e tinham batizado a turma toda: mombuca, tiúba, uruçu, tubuna ou irapuá, e por aí vai. Além disso, já usavam o produto para fins medicinais e cosméticos.
O crescimento do mel de abelhas nativas é uma “onda sem volta”.
Aqui no Sudeste, não há dúvida quanto ao papel que o casal Márcia e Eugênio Basile, da MBee Mel, teve na aproximação do produto com a alta gastronomia. Através de aulas, visitas e degustações infinitas foram mostrando aos melhores chefs do país a riqueza que tínhamos debaixo do nosso nariz.
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Quando inauguraram a empresa, há 10 anos, apenas dois ou três chefs tinham acesso a produtores, e sempre num mercado informal.
Foi um grande trabalho de desenvolvimento, desde então, tanto do mercado quanto dos produtores, a quem o casal faz questão apoiar e pagar o preço justo, fundamental para uma cadeia produtiva sustentável. Hoje, comercializam méis de todo o país, sempre fuçando novas abelhas, biomas e sabores.
Não à tôa, o casal participou da banca de jurados do 8º. Concurso Nacional de Méis de Abelhas Nativas, organizado pela Associação dos Meliponicultores do Rio de Janeiro (AME-Rio). Além deles, Jérôme Dardillac, o chef dos restaurantes Hotel Fairmont e antigo apaixonado pelo tema. Por fim, a quarta jurada da banca: esta colunista, que vos escreve.
Além de palestras excelentes, tínhamos a missão de provar 65 tipos de mel.
Luiz Medina, da AME-Rio, coordenador do 8o Concurso Nacional de Méis de Abelhas Sem FerrãoCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
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OS MÉIS NATIVOS CAMPEÕES
O primeiro impacto é a cor.
Os potinhos enfileirados e catalogados sob a coordenação de Luiz Medina (AME-Rio) tinham cores incríveis: iam de completamente transparentes, passavam pelo amarelo brilhante, migravam para um dourado escuro, cor de âmbar e até um, que parecia um licor de cereja.
Foram 65 amostras, provadas às cegas. Quase metade era do Amazonas, reflexo da linda biodiversidade, além dos 7 potes paraenses, 7 do Rio de Janeiro, 4 do Maranhão, 3 baianos, 3 de Pernambuco, 2 do Acre, 2 do Paraná, 2 de Rondônia, 2 de São Paulo, 1 do Rio Grande do Norte e 1 do Piauí.
De um modo geral, os méis de ASF são muito mais ácidos, alcóolicos e têm menos açúcar do que os de Apis. Eu adoro. A viscosidade também varia bastante, de algumas amostras completamente líquidas até outras bem densas como caramelo.
Minhas notas de degustação eram loucas: alguns tinham aromas lácteos, anotei “queijo parmesão (!)”, por exemplo. Quando vi o resultado, mais tarde, a maioria era mel de borá. Muitas tinham um cheiro terroso, como de cogumelos; algumas vinham com notas de ervas; muitos eram florais; vários eram cítricos; outros com forte aroma de resina, vinda do armazenamento na colmeia (aliás, abelhas indígenas constroem potes e não favos). Por fim, havia méis com lindos aromas de frutas, tão diversas quanto laranja, jabuticaba ou fruta de conde
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Quando foram revelados os resultados de tudo que pontuei às cegas, entendi que tenho uma clara predileção por mel uruçu-amarela. Na média, é muito complexo: tem notas, frutadas e florais, além de grande harmonia entre doçura e acidez. Além dele, pontuei muito bem os de jataí e amei o mel da abelha “brabo”, raríssima (Eugênio disse que ainda não foi catalogada pela ciência), a única amostra enviada pelo Piauí. Quero mais.
Para o concurso, são separados entre:
1) refrigerados: aqueles que não passam por fermentação e são mantidos em geladeira para preservar suas características, após a coleta;
2) processados: que podem ser desumidificados ou maturados (num processo de fermentação que pode levar até 3 meses e os torna mais ácidos).
Na média, não pontuei com particular diferença as duas categorias. Ambas têm interesse.
Na colocação geral (abrangendo refrigerados e processados), o grande campeão foi Caio Luiz Gomes Vieira, criador baiano, do meliponário Meldoyá. A abelha era uruçu nordestina. Perfumado, complexo, frutado. Delicioso.
O segundo lugar na colocação geral foi uma surpresa: uma amostra enviada aos 45 do segundo tempo, de Bela Vista, Piauí, com uma abelha não catalogada: a “brabo”. Demais! Floral, fruta, acidez, tudo de bom.
O terceiro lugar foi do Meliponário Iraê, também baiano, com mel de uma de minhas abelha preferidas: a uruçu amarela. Achei encantador, frutado, floral e complexo.
Celicina Ferreira, Presidente da AME-Rio e Eugênio Basile, sócio da MBee Mel, amizade de longa dataCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
E VIVA O RIO DE JANEIRO!
A boa notícia é que os méis do Rio de Janeiro são espetaculares, mesmo os feitos no perímetro urbano, para meu grande espanto.
O quarto melhor mel processado do concurso foi de Denilson Barros, 48 anos, que tem um meliponário em Jacarepaguá com mais de 100 colmeias e 15 espécies do nosso bioma, coisa pacas…
A paixão é de família. Seu pai, há mais de 50 anos trabalha com mel no Rio Grande do Norte, especialmente com a jandaíra, abelha típica de lá. Seu avô também criava abelhas, mas sem o conhecimento ambiental que hoje temos. “As gerações mais antigas não sabiam lidar com a abelha sem ferrão. Achavam que podiam derrubar uma árvore e que elas fariam ninho em outro canto. Mal sabiam que a abelha rainha não voa. Se não for transferida de forma correta, a colmeia morre”.
Anda apaixonado pelo mel de uma abelha subterrânea, a guiruçu, ralo, floral e clarinho e fala de outra subterrânea: a feiticeira. “Dizem que é alucinógeno, mas depende muito da flor que a abelha visita. Eu não senti nada”.
Sem bairrismos e, revendo minhas notas, o mel de Denilson estava entre os 3 primeiros da minha lista particular. Era de quê? Uruçu-amarela. Ele disse que foi Celicina, presidente da AME-Rio, que insistiu para que mandasse. Sorte a minha.
Outros espetaculares foram os de Ricardo Siri, artista e meliponicultor de Santa Teresa, bairro do Rio de Janeiro. Seus méis foram o 7º, o 9º e o 13º lugar, entre os processados, com excelente pontuação. As abelhas eram, respectivamente, a jataí, a uruçu-amarela e a tubuna.
Ricardo é um engenheiro, que começou a vida como músico e depois foi para as artes plásticas. Como sempre fez trabalhos com elementos da natureza, mergulhava num tema por 1 ou 2 meses, até criar sua obra. No caminho, começou a estudar méis de abelhas nativas e acabou se apaixonando. Além do estudo ter inspirado várias obras de arte (esculturas com própolis, “ninhos” de 50m2 inspirados em colmeias, quadros feitos com favos etc), acabou se formando em meliponicultura na pandemia.
Ficou surpreso quando enviou o primeiro mel para concurso e tirou 3º lugar. Hoje, considera as abelhas suas parceiras artísticas. Seu próximo trabalho vai incluir sons de abelhas num disco. Amei.
Os volumes anuais retirados de cada uma das colmeias, é mínimo. Pode ser de meio litro, apenas, especialmente num ano de seca, como esse.
Dentre os produtos raros, como trufa ou caviar, o mundo dos méis de abelhas sem ferrão é, para mim, muito mais interessante. São o paraíso da língua, céu do estômago e têm o lindo efeito colateral de salvar o planeta.
Viva elas.
frascos de mel para julgamento às cegasCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
Vai começar o Festival Botecar, um concurso que reúne os melhores e mais premiados bares da cidade. O evento de origem mineira, que existe há 10 anos em Belo Horizonte, chega de copos cheios no Rio e começa na quinta (21), ficando em cartaz até o dia 20 de dezembro. O time de 40 bares mistura clássicos e novidades de diferentes regiões do Rio.
Dois novos bares promissores abrem as portas e estreiam no concurso: o 5ª Categoria, de Sérgio Rabello, do Galeto Sat’s; e o Capiau, de Raphael Vidal, que se destaca pelo forno à lenha. Novatos como Portinha, Quitanda e Zuza dividirão as atenções, garfadas e votos com patrimônios como Bar Urca, Bar da Amendoeira, Bar da Portuguesa, Jobi, Pavão Azul, Real Chopp e Velho Adonis.
Na estreia do festival, os petiscos terão a música carioca como inspiração. Pode ser uma canção que fale do Rio ou homenagem a algum músico que tenha nascido ou escolhido a cidade para viver. Cada bar terá um petisco concorrente inspirado na música regional. Os petiscos são de criação livre e custarão entre R$ 25,00 e R$ 40,00, e o sistema de julgamento será dividido igualmente entre a votação popular (50%) e os jurados especializados (50%). A nota única conferida a cada petisco vai de 0 a 10, levando em consideração os itens: petisco, ambiente, atendimento e temperatura da bebida. Há bares que vão entrar pedidas conhecidas de seus cardápios.
O time carioca
A lista completa de bares, petiscos e horários dos serviços, com os textos enviados pela organização:
5ª Categoria
Trocando em miúdos: moela da casa à parmegiana, bem queijuda e molhadinha, naquela porção caprichada para muquirana nenhum botar defeito (R$ 38,00).
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Inspiração: Já na primeira garfada você nem vai lembrar das marcas daquele amor que não deu certo da canção de Chico Buarque e Francis Hime e partir para outra muito melhor.
Endereço: Rua Paulo Barreto 25 Loja C, Botafogo. Telefone: 2286-2176. Dias e horários de funcionamento: Todos os dias, das 11h à meia-noite.
5ª Categoria: novo bar tem moela da casa à parmegianaFabio Rossi/Divulgação
Aconchego Carioca
Down no High Society: três pastéis redondos com barriga de porco desfiada com chutney de maçã (R$ 30,00).
Inspiração: Elis Regina! “Você não imagina a loucura! O ser humano está na maior fissura!”.
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Endereço: Rua Barão de Iguatemi 245, Praça da Bandeira. Telefone: 2273-1035. Dias e horários de funcionamento: Terça a quinta, das 12h às 23h; Sexta e Sábado, das 12h à meia-noite; Domingo, das 12h às 17h. @aconchegocariocarj
Adega do Pimenta
Currywurst no “Samba do Avião” (Conexão Rio X Berlim): salsichão Alemão defumado com molho típico de Berlim com curry e batata frita (R$ 39,00).
Inspiração: “Samba do Avião”, de Tom Jobim, é um exemplo clássico do amor do compositor pelo Rio e de sua conexão com a Alemanha. Fortemente influenciado por Johann Sebastian Bach, Jobim também teve grande admiração na Alemanha, onde passou temporadas e colaborou com músicos locais. Embora a canção celebre o Rio, reflete as influências internacionais e clássicas, incluindo a música alemã, que marcaram sua obra.
Endereço: Rua Almirante Alexandrino 296, Santa Teresa. Telefone: 2224-7554. Dias e horários de funcionamento: Segunda a sexta, das 12h às 22h, Sábado, das 12h às 20h, Domingo, das 12h às 18h. @adegadopimenta
Bar da Amendoeira
Marra de Durão: escondidinho de aipim com a famosa carne seca da casa e quadradinhos de queijo coalho maçaricados (R$ 25,00).
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Inspiração: Um hit do Clareou inspirou o petisco. Quando o aipim ficou juntinho da nossa famosa carne seca, a marra de durão do aipim passou! Ele desmoronou, e o cara mais solteiro tá pensando em se casar.
Endereço: Rua Conde de Azambuja 881, Maria da Graça. Telefone: 2501-4175. Dias e horários de funcionamento: Segunda, das 9h às 16h. Terça e quarta, das 8h às 22h. Quinta, das 9h às 2h. Sexta, das 8h às 22h. Sábado, das 8h às 20h. Domingos, somente em dezembro, das 9h às 16h. @bardaamendoeira01
Bafo da Prainha
Lona Armada: Peito de boi defumado na churrasqueira de tambor de latão com farofa de banana (R$ 30,00).
Inspiração: Uma homenagem aos versos de “Saudades da Guanabara” do compositor Moacyr Luz, um dos primeiros a se apresentar na famosa sacada do bar.
Endereço: Largo de São Francisco da Prainha 15, Saúde. Dias e horários de funcionamento: Segunda e terça, das 17h às 23h; Quarta a Sábado, das 12h à meia-noite; Domingo, das 12h às 21h. @bafodaprainha
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Baixela
Rainha do Mar: bolinho de peixe e arroz com maionese de dendê (R$ 25,00).
Inspiração: Uma homenagem a Iemanjá e ao compositor baiano Dorival Caymmi, que foi morador de Copacabana e tem uma estátua ali bem pertinho do bar, na Av. Atlântica.
Endereço: Av. Rainha Elisabeth 85, Copacabana. Telefone: (21) 97917-0998. Dias e horários de funcionamento: Segunda a Quinta, das 12h às 21h; Sexta e Sábado, das 12h à meia-noite; Domingo, das 12h às 20h. @baixela.rio
Bar Barata Ribeiro
Tá delícia, tá gostoso!: É amor, é paixão! Quatro pastéis bem servidos com uns dos pernis mais famosos de Copacabana. O gorgonzola que não é bobo, pulou para dentro do recheio também (R$ 35,00).
Inspiração: Martinho da Vila. Para aproveitar devagar, devagarinho.
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Endereço: Rua Barata Ribeiro 698, Copacabana. Telefone: 3256-3320. Dias e horários de funcionamento: Segunda, das 8h às 16h; Terça a Sábado, das 8h às 22h; Domingo, das 9h às 19h. Funcionamento especial: 23 de novembro, 7 e 14 de dezembro, das 9h às 17h. @barbarataribeiro698
Bar da Frente
Tá ardendo, assopra!: Dupla de risoles de frango assado picante (R$ 25,00, 2 unidades).
Inspiração: Música “Tá ardendo, assopra” (69, frango assado), de Tati Quebra Barraco. A picância dos funks da Tati Quebra Barraco transformada em petisco, de ladinho, daquele jeito que a gente gosta.
Endereço: Rua Barão de Iguatemi 388, Praça da Bandeira. Telefone: 2502-0176. Dias e horários de funcionamento: Quarta a sábado, das 12h às 22h. Domingo, das 12h às 17h. Segunda e terça, fechado. @bardafrente
Bar da Gema
Reza: peito de boi com aipim cozido, manteiga de garrafa, com tomate, alho e cebola assados com ervas (R$ 40,00).
Inspiração: Quem batizou o petisco foi Luís Antônio, de cinco anos, filho do Leandro, sócio da Luiza, no Da Gema. Reza foi escolhida por ser a música preferida dele e obrigatória no samba que o bar fazia com Nego Álvaro, um dos compositores, e que tem tudo a ver com a energia boa do bar.
Endereço: Rua Zulmira 134, Maracanã. Telefone: (21) 98148-4081. Dias e horários de funcionamento: Terça a Quinta, das 17h à meia-noite; Sexta e Sábado, das 12h à meia-noite, Domingo, das 12h às 18h. @bardagema
Bar da Portuguesa
Arroz carinhoso do Didi: arroz de bacalhau e camarão, com azeitona preta, pimenta biquinho e muçarela gratinada (R$ 40,00).
Inspiração: Pixinguinha, figura emblemática que frequentou o bar por anos, inspira as criações irresistíveis da Dondon.
Endereço: Rua Custódio Nunes 155, Ramos. Telefone: 3486-2472. Dias e horários de funcionamento: Terça a sexta, das 17h à meia-noite; Sábado, das 11h às 18h; Domingo, das 11h às 17h. @bar_da_portuguesa
Bar do Momo: sonho de baroa com pernil e cebola caramelizada no vinhoFabio Rossi/Divulgação
Bar do Momo
Nosso Sonho: sonho de batata baroa com pernil desfiado e cebola caramelizada no vinho. Acompanha chantilly de limão (R$ 18,00, a unidade).
Inspiração: Uma homenagem ao funk carioca e a dupla Claudinho e Buchecha.
Endereço: Rua General Espírito Santo Cardoso, 50, loja A – Tijuca. Telefone: 2148-2874. Dias e horários de funcionamento: Segunda, Quarta, Quinta e Sexta, das 12h30 às 22h; Domingo, das 12h30 às 17h30; Terça: Fechado. @bardomomooficial
Bar do Trotta
Naquela Mesa: quatro canoinhas de baguete francesa recheadas de pernil, cobertas de queijo provolone derretido e alichela (R$ 40,00).
Inspiração: Música de Sérgio Bittencourt, eternizada por Elizeth Cardoso e Nelson Gonçalves, que inspirou a abertura do bar, em homenagem ao avó de Felipe Trotta, Adolfo Trotta.
Endereço: Rua Dona Zulmira, 109 – Maracanã. Dias e horários de funcionamento: Terça a sexta, das 17h à meia-noite; Sábado, das 12h à meia-noite; Domingo, das 12h às 22h. @bardotrotta
Bar Madrid
Que Beleza: jiló cozido recheado com camarão, molho de tomate, muçarela maçaricada e orégano (R$ 30,00)
Inspiração: Abra a porta e vá entrando para aproveitar o jiló recheado em homenagem ao tijucano Tim Maia, assim como o dono do bar, Felipe Quintans.
Endereço: Rua Almirante Gavião n°11-F e G, Tijuca. Telefone: 3594-8526. Dias e horários de funcionamento: Quarta a domingo, das 11h às 18h. @barmadrid
Bar Maravilha
Vem cá, minha flor: couve-flor empanada no tempura, finalizada com molho tonkatsu e parmesão (R$ 31,00)
Inspiração: Uma homenagem ao carnaval de rua do Rio de Janeiro.
Endereço: Rua Mena Barreto 90, Botafogo. Dias e horários de funcionamento: Terça a Sábado, das 12h à 1h; Domingo, das 10h às 20h. @bar.maravilha
Bar Urca
Deixa a Vida Me Levar: Seis unidades de minibolinhos de bacalhau (R$ 25,00, 6 unidades).
Inspiração: Deixa a vida te levar para a mureta mais emblemática da cidade. Chega lá, levanta as mãos para o céu, agradeça e aproveita para comer nossos bolinhos, agora em versão mini.
Endereço: Rua Cândido Gaffree 205, Urca. Telefone: 2295-8744 e 2542-8395. Dias e horários de funcionamento: Todos os dias, das 8h às 23h. @barurca
Bar do Bode Cheiroso
Bobóde Camarão que Dorme a Onda Leva: bobó de camarão com farofinha e pimenta para dar aquele levante até num coração de papel (R$ 38,00).
Inspiração: Uma homenagem à primeira gravação de Zeca Pagodinho do samba feito que ele fez em parceria com Arlindo Cruz e Beto Sem Braço e que todo carioca sabe cantar.
Endereço: Rua General Canabarro 218, Maracanã. Telefone: 21 99257-4883. Dias e horários de funcionamento: Terça a Sábado, das 11h30 às 22h30; Domingo, das 11h às 18h. @bardobodecheiroso
Botero
Camarão foi de arrasta!: sanduíche de camarões empanados com molho tártaro de picles da casa e queijo (R$ 39,00).
Inspiração: Os Originais do Samba são a inspiração desse sanduíche que fez uma revolução de sabores no fundo do mar.
Endereço: Rua Arnaldo Quintela 51, Botafogo. Dias e horários de funcionamento: Segunda, das 11h às 16h; Terça a quinta, das 11h à 1h; Sexta e sábado, das 11h30 às 2h. Domingo: Delivery. @boterobar
Capiau: pão de queijo no fogão à lenha e bochecha de porcoFabio Rossi/Divulgação
Capiau
Claudinho: pão de queijo grelhado no arado do fogão à lenha e “moiado” com carne de lata de bochecha de porco (R$ 25,00).
Inspiração: Um tributo para a dupla de MC’s Claudinho & Bochecha, que na última década do século passado frequentou nas segundas-feiras de tarde o Beco das Sardinhas, lugar de referência do Movimento Funk, ao lado de outros MC’s, donos de equipe, DJ’s, produtores e fãs.
Endereço: Endereço: Rua Miguel Couto 124 A (esquina do Largo de Santa Rita), Beco das Sardinhas, Centro. Dias e horários de funcionamento: Segunda, das 12h às 22h; Terça e quarta, das 12h às 18h; Quinta e sexta, das 12h às 23h; Sábado, das 12h às 18h. Domingo e Segunda: Fechado. @capiaubotequim
Carioca Deutsch
Exagerado: cama de batata chips com iscas de lombinho suíno ao molho barbecue de goiabada (R$ 38,00).
Inspiração: O petisco surgiu de várias conversas com amigos clientes no bar e é um exagero no tamanho e no sabor. Música de Cazuza.
Endereço: Rua Jurupari 46, Tijuca. Telefone: 2026-1585; (21) 99808-9568. Dias e horários de funcionamento: Terça a Sábado, das 12h à meia-noite; Domingo, das 12h às 18h. @cariocadeutsch
Casa Porto
Gogó da Quelé: moela de pato confitada com quiabada no dendê (R$ 35,00).
Inspiração: Inspirado por Clementina de Jesus, a Rainha Quelé, e sua voz ancestral temperada pela vida caipira do Vale do Paraíba Fluminense, pelos terreiros da Praça XI e pelas escolas de samba dos anos 1920/30/40.
Endereço: Largo de São Francisco da Prainha, 4 – Sobrado, Saúde. Dias e horários de funcionamento: Terça e quarta, das 12h às 22h; Quinta a sábado, das 12h às 23h; Domingo, das 12h às 21h. @casaporto.rio
Costelas
Qui nem jiló: três jilós recheados com linguiça calabresa picada e coberto com farelo de torresmo (R$ 30,00).
Inspiração: “Ai, quem me dera voltar para os braços do meu xodó! Para a saudade não amargar, chega aqui para comer o nosso jiló”. Inspirado na música de Luiz Gonzaga, pernambucano que escolheu a Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro para viver, onde a rádio e a música aconteciam na época. Tocou em bares, cabarés e programas de calouros do Rio.
Endereço: Rua Barão de Iguatemi 408, Praça da Bandeira. Telefone: (21) 95101-8383. Dias e horários de funcionamento: Terça a Sábado, das 11h30 às 23h; Domingo, das 11h30 às 17h. Segunda: Fechado. @costelasnabrasa
Costelas: jilós com linguiça calabresa e farelo de torresmoFábio Rossi/Divulgação
Enchendo Linguiça
O meu lugar é o nosso lugar!: linguicinha suína exclusiva, produzida na casa, regada com molho de cerveja sobre purê de aipim, acompanhada de batatas portuguesas (R$ 38,00).
Inspiração: Uma homenagem ao nosso cliente, o carioca e poeta do samba Arlindo Cruz. Tivemos a grande honra de termos sido escolhidos por ele como seu bar preferido!
Endereço: Av. Engenheiro Richard 2, Grajaú. Telefone: 2576-5727. Dias e horários de funcionamento: Segunda a quinta, das 11h à meia-noite. Sexta e sábado, das 11h à 1h. Domingo, das 11h às 21h. @enchendolinguica
Gato de Botas
Feitiço da Vila: trio de croquetes de legumes com bacalhau e parmesão, acompanhados da deliciosa maionese do Gato (R$ 33,00).
Inspiração: Bacalhau do Agostinho e do nosso querido músico Noel Rosa, uma das personalidades mais queridas do nosso bairro.
Endereço: Rua Torres Homem 118, Vila Isabel. Telefone: (21) 98128-8252. Dias e horários de funcionamento: Terça a sexta, das 17h à meia-noite, Sábado, das 12h à meia-noite; Domingo, das 12h às 22h. @bargatodebotas
Jobá
Do Leme ao Pontal: um passeio pela orla com bolinho de bacalhau e croquete de costela, com geleias de goiabada e caju para dar aquele mergulho gostoso (R$ 23,50).
Inspiração: Chama o síndico: Tim Maia!
Endereço: Av. Ataulfo de Paiva 1174, loja A, Leblon. Telefone: 3189-6259. Dias e horários de funcionamento: Terça a domingo, das 11h às 3h. Segunda: Fechado. @joba.botecocarioca
Jobi
Aquele abraço: quinze bolinhas de queijo da casa que dão aquele mostram que o Rio de Janeiro continua lindo! (R$ 35,00).
Inspiração: Aquele abraço do compositor baiano e morador do Rio, Gilberto Gil, você pode dar em todo mundo agora, só que em forma de bolinhas crocantes e cremosas ao mesmo tempo.
Endereço: Av. Ataulfo de Paiva 1166, loja B, Leblon. Telefone: 2274-0547. Dias e horários de funcionamento: Todos os dias, das 11h às 3h. @bar_jobi
Kalango
Yes, nós temos bananas!: quatro bolinhos com massa de banana-da-terra recheados com carne seca desfiada com Catupiry e vinagrete refrescante de maxixe (R$ 39,00).
Inspiração: Uma marchinha de carnaval em forma de petisco! E tem vitamina, tá?
Endereço: Rua Arnaldo Quintela 44, Botafogo. Telefone: 3178-0811; (21) 97142-4944. Dias e horários de funcionamento: Segunda a Quinta, das 17h às 0h20; Sexta e Sábado, das 12h às 2h; Domingo, das 12h às 22h. Terça: Fechado. @barkalango
Lá na Rosi: kafta de carne seca, pipoca de queijo coalho, melado de rapadura com cachaça e pimentaFabio Rossi/Divulgação
Lá na Rosi
A amizade…: kafta de carne seca com pipoca de queijo coalho, melado de rapadura com cachaça e pimenta, cebola e farofa (R$ 30,00).
Inspiração: Uma homenagem aos amigos compositores da Ilha do Governador, como Cleber Augusto, Djalma Falcão, Bicudo e todos que cantaram o bairro.
Endereço: Praia do Zumbi, Quiosque 0 – Pracinha dos brinquedos. Telefone: (21) 98939-3984. Dias e horários de funcionamento: Quinta a sábado, das 17h40 às 23h30, Domingo, das 12h às 17h. @lanarosibar
Maria Lôca
Ratatuia: Ratatouille com cenoura, berinjela e jiló, iscas de fígado, pimenta – biquinho e cebola roxa. Acompanha torrada com manteiga, maionese e alho e molho de mostarda com mel (R$ 35,00).
Inspiração: Como diria Zeca Pagodinho, quem nunca comeu melado se lambuza até o pé. Vai vacilar?
Endereço: Rua Engenheiro Ernani Cotrin 15 loja D e F , Tijuca. Telefone: 3128-9146. Dias e horários de funcionamento: Segunda a Sábado, das 7h às 22h; Domingo, das 8h às 19h. @barmarialocarj
Otra
Quarteto em Cy: quatro unidades de bolinhos de arroz cremoso com queijo e calabresa finalizados com molho de ostra (R$ 33,00, 4 unidades).
Inspiração: Quarteto em Cy, quarteto vocal feminino.
Endereço: Rua Belfort Roxo 58, Copacabana. Telefone: (21) 99636-0514. Dias e horários de funcionamento: Segunda a Quinta e Domingo, das 12h à meia-noite; Sexta e sábado, das 12h à 1h. @otra.bar
Pavão Azul
Emocionou: Moela no vinho e alecrim com polenta cremosa (R$ 30,00).
Inspiração: Bordão de Liebert Ferreira Pinto, produtor musical e baixista e fundador do The Fevers, banda de rock formada no Rio de Janeiro em 1964, associada à Jovem Guarda. Liebert é frequentador assíduo do bar há mais de 30 anos.
Endereço: Pavão Azul: Rua Hilário de Gouveia, 71 – Copacabana. Pavão Black: Rua Barata Ribeiro 354, loja E, Copacabana. Telefone: 21 3734-6229. Dias e horários de funcionamento: Todos os dias, das 12h à meia-noite (Pavão Black fecha na terça). @pavaoazuloficial
Petisqueira Martinho
O mar serenou: surpreendentes camarões sem cabeça, fritos, sequinhos e crocantes, com molho da casa e limão (R$ 35,00).
Inspiração: Clássico do repertório de Clara Nunes, a música do carioca Candeia é uma homenagem aos pescadores e suas vidas no mar. Vem serenar!
Endereço: Praia do Jequiá 33, Ribeira, Ilha do Governador. Telefone: 3298-5518. Dias e horários de funcionamento: Terça, das 11h às 17h; Quarta, das 11h às 23h; Quinta e sexta, das 11h à meia-noite, Sábado, das 11h30 à meia-noite; Domingo, das 11h30 às 17h. Segunda: fechado. @petisqueiramartinho
Porco Amigo
Conversa de botequim: carne de sol de porco curada com creme de queijo coalho, picles de abóbora e torradas de pão francês com manteiga (R$ 29,00).
Inspiração: Seu garçom faça o favor de me trazer depressa esse petisco, mas pode trocar a água por um chope bem gelado.
Endereço: Rua São Manuel 43, Botafogo. Telefone: 21 2137-4963. Dias e horários de funcionamento: Terça a domingo, das 12h à 0h. Segunda: Fechado. @porcoamigobar
Porco Amigo: carne de sol de porco, creme de queijo coalho e picles de abóboraFabio Rossi/Divulgação
Portinha
Violão, Sardinha e Pão: pizza de sardinha (R$ 25,00, fatia quadrada).
Inspiração: “Violão, Sardinha e Pão”, canção de Adelino Moreira eternizada na voz de Nelson Gonçalves, que morou ali pertinho, na Rua Gustavo Sampaio, no Leme. A pedida aqui na nossa Portinha é violão, sardinha e pizza!
Endereço: Rua Prado Júnior 281, Copacabana. Dias e horários de funcionamento: Segunda e Terça, das 17h à meia-noite, Quarta e Quinta, das 17h às 4h; Sexta, Sábado e Domingo, das 12h às 4h. @portinhaprado
Quitanda
Maxixada da Luz: maxixe recheado com calabresa em molho de tomate da casa e aquele pãozinho para não sobrar nada no prato (R$ 25,00).
Inspiração: Mariana Padrão conquistou Moacyr Luz pelo estômago em seus camarins. Quando soube que ele era fã de maxixe, trocou o jiló da receita original de seu pai pelo legume, e deu samba!
Endereço: Rua Andrade Pertence 42, Catete. Dias e horários de funcionamento: Segunda, Quarta, Quinta e Sexta, das 15h às 22h; Sábado e Domingo, das 13h às 21h30; Terça: Fechado. @quitandagastronomia
Real Chopp
O feio!: dez deliciosos bolinhos de carne, crocantes por fora e rosadinhos por dentro, servidos com mostarda escura (R$ 35,00).
Inspiração: Roberto Carlos, no auge da Jovem Guarda, já dizia que era com o feio que todes querem namorar! Se ficar na dúvida, pergunta para o Seu Hermínio!
Endereço: Rua Barata Ribeiro 319, Copacabana. Telefone: 2257-2645. Dias e horários de funcionamento: Terça a sábado, das 8h à 1h. Domingo, das 9h à meia-noite. @realchopprj
Suru Bar
Meu Vício é Você, Meu Risole é Você: dupla de risoles de língua (R$ 28,00).
Inspiração: Meu Vício é Você, de Alcione! A cantora maranhense se mudou para o Rio de Janeiro nos anos 70, onde reside até hoje. Mangueirense nata, assim como um dos sócios do bar, que tem Mangueira até no sobrenome (Igor Mangueira Renovato) e é fã da cantora.
Endereço: Rua da Lapa 151, Lapa. Telefone: 21 3591-1524. Dias e horários de funcionamento: Segunda, das 19h às 2h; Quarta, das 17h à 1h; Quinta e Sexta, das 12h às 2h; Domingo, das 12h às 19h. Terça: Fechado. @surubar.rj
Tô Careca de Saber
Croquete Ben Jor: cinco croquetes feitos com aquela costela que fica 6h no bafo servidos com molho de manga para dar aquela chuchadinha (R$ 35,00).
Inspiração: Assim como Jorge Ben Jor mistura os ritmos com maestria, a gente por aqui resolveu combinar o doce com salgado que é puro swing, balanço e funk.
Endereço: Rua Cachambi 402, Cachambi. Telefone: 21 98666-9746. Dias e horários de funcionamento: Terça a Sábado, das 18h às 23h59, Sábado, das 11h às 23h59, Domingo, das 11h às 17h. @tocarecadesaberoficial
Velho Adonis
Ora pois, pois. Bacalhau!: massa de bacalhau frita com ovo estrelado e torresmo de bacalhau (R$ 32,00).
Inspiração: Delírio da Baixa Gastronomia, de Moacyr Luz, cita pratos e bares tradicionais do Rio, como o próprio Adonis. O músico, aliás, tem cadeira cativa no botequim de Benfica.
Endereço: Rua São Luiz Gonzaga 2156, Benfica. Telefone: 2026-4186. Dias e horários de funcionamento: Terça a sábado, das 10h30 às 22h30. Domingo, das 10h30 às 19h. @velhoadonis
Xepa
Bloquinho de Baião: baião de dois empanado na panko com maionese de coentro (R$ 35,90, 8 unidades).
Inspiração: Essa é a mistura do talento do Gonzagão e o borogodó do carnaval do Rio numa mordida só.
Endereço: Rua Arnaldo Quintela 87, Botafogo. Dias e horários de funcionamento: Terça a quinta, das 12h à 1h. Sexta e sábado, das 12h às 2h. Domingo, das 12h à meia-noite. @xepa.bar
Zuza Fish Bar
Veleiro azul: cabecinhas de lula crocantes com páprica defumada e servidas com maionese de polvo (R$ 45,00).
Inspiração: Passa a vida, passa o ar e todo mundo vai querer encontrar essa versão de “torresmo do mar”, que remete ao ícone dos botequins.
Endereço: Rua Marquês de Abrantes, 1 – loja A. Telefone: 98777-6385. Dias e horários de funcionamento: Terça a sábado, das 12h às 23h. Domingo, das 12h às 17h. @zuzafishbar
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