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Cervejas, shows e final da Libertadores: atrações do Oktoberfest Downtown

Com novidades na programação e cervejarias premiadas, a Oktoberfest Downtown retorna ao espaço aberto do shopping da Barra para três fins de semana seguidos, de 14 a 29 de outubro, com entrada franca.

+ Mais de 100 mil litros de cerveja estão reservados para a Oktoberfest Rio

Nas oito datas, das 12h às 23h, estarão presentes mais de dez cervejarias artesanais, de diversas cidades de Rio, São Paulo e Minas Gerais, além de gastronomia variada e 20 shows que de blues e rock às músicas tradicionais irlandesa e alemã, além de um telão para assistir à final da Copa Libertadores, no dia 29, encerramento do evento.

Cervejarias fluminenses como Odin, Paulistânia, Hocus Pocus, Antuérpia, Farra Bier, Labirinto, Máfia, Noi, Motim, Criatura Craft Beer e Three Monkeys estarão entre as presentes em torno da Praça Central do Downtown. De São Paulo, a Paulistânia traz seu premiado chope pilsen Marco Zero, e importados da alemã Erdinger.

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Além das cervejas, a exposição etílica terá os drinks da Nusa Frozen e da 021 Batidas Premium. A gastronomia vai da Tasquinha do Portuga aos hambúrgueres da Vulcano. A comida alemã marca presença na tradicional Adega do Pimenta, direto de Santa Teresa.

Acima de tudo roqueira, a programação musical traz shows gratuitos em suas oito tardes e noites de festa, além de discotecagem a cargo do DJ Elvis, que começa a tocar desde o horário de abertura, sempre às 12h.

O rock vai do clássico Analfa, com seus 40 anos de estrada ao grupo Road Rock, e passa ainda por décadas mais recentes com Madame Beretta e California 55, em tributos de Arctic Monkeys e Red Hot Chilli Peppers ao punk pop californiano dos anos 90. Já os The Canecutters mixam rock’n’roll com blues. A música tradicional alemã aporta com as petropolitanas Bauernband e Spiel Und Charm, e o folk irlandês vem com o Tailten.

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O primeiro fim de semana terá festa na sexta (14) e no sábado (15), os dois seguintes terão três dias, sempre de quinta a sábado.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Como degustar um vinho

Você se lembra do último vinho que provou? Talvez nem o sabor nem o aroma tenham permanecido em sua memória. E talvez você nem consiga descrever as sensações produzidas pela bebida. Reside justamente aí a diferença entre beber e degustar. Beber é simples: basta transferir o líquido da taça para a boca e dali direto ao estômago. Na degustação, este caminho passa pelo cérebro e pelo coração. Exige concentração, técnica, experiência, imaginação, memória e, sobretudo, paixão.
Degustar é sentir o vinho e interpretá-lo. Para isso é preciso educar as emoções, aprendendo a traduzi-las e descrevê-las. Por outro lado, se as sensações são subjetivas, a percepção deve ser objetiva. E o que é colocar emoções em palavras? Poesia. Degustar é escrever poesia. Então é preciso ser poeta para apreciar a bebida de Dionísio/Baco? Não. Eu diria que o próprio vinho o tornará um. Transformar-se num virtuose desta arte, porém, não é fácil. Amo as palavras, mas tenho dificuldade de encontrar a melhor para exprimir as sensações que estou experimentando. Como disse Ferreira Gullar, “escrever poesia é tocar o inaudito para torná-lo dito. Ou seja, é fracassar gloriosamente”. Para aproximar-se desse ideal, é fundamental um vocabulário amplo e preciso e, assim, nomear corretamente as sensações. Grandes poetas atingem esse objetivo ao transformar em versos os sentimentos. Não por acaso, o vinho já inspirou muitos artistas.
Para quem gosta de pintura, não é difícil diferenciar Renoir de Picasso. Da mesma forma, vai ficando óbvia a diferença entre um Cabernet Sauvignon e um Pinot Noir. Dentre tantos aromas de um vinho, depois de um aprendizado fica fácil reconhecer aromas de carvalho ou de uma fruta.
Degustar é apresentar visão, olfato, tato e paladar, mais ou menos nesta ordem. Vejamos como o vinho pode ser descoberto pelos sentidos humanos:
Olhar – A cor do vinho nos diz muito sobre ele e pode ser belíssima. Normalmente, quanto mais escura a cor, mais encorpado (e mais tânico nos tintos). Quanto mais viva, mais ácido e jovem ele é. Quanto mais esmaecida, mais velho e menos ácido. Nos tintos, quanto mais violeta ou rubi, mais jovem (pode indicar que ainda está inadequado para beber). Quanto mais apagada e próxima ao tijolo ou à laranja, mais envelhecido. Os brancos jovens têm tonalidade tendendo ao verde que, com o tempo, passa a amarelo e ao dourado. Os brancos, diferentemente dos tintos, ficam mais escuros ao envelhecer. Assim, desconfie de brancos escuros demais.

Olfato – Aqui é que está o grande charme do vinho. Gire-o na taça, libere a imaginação e inspire. Os aromas evoluirão à medida que você o aprecia, pois as substâncias aromáticas se volatizam em tempos diferentes. Algumas rapidamente, outras demoram mais. É interessante guardar um pouco de bebida na taça por algumas horas para acompanhar a evolução dos aromas. Procure associar os aromas a coisas que você conhece (frutas, flores, especiarias, minerais) e ficará muito mais fácil reconhecê-los e recordá-los. Para ser um bom degustador é preciso imaginação e memória. Quem, proustianamente, não tem algum tipo de memória olfativa?.

Paladar e tato – Beber é o último estágio. Aqui se irá confirmar tudo que já se sentiu. Na realidade, a maioria do que achamos ser paladar, na realidade, é olfato. Enquanto o número de aromas é virtualmente infinito, o paladar proporciona quatro sensações:

Doçura – percebida principalmente na ponta da língua. Vem de açúcares, frutose, álcool etílico e glicerina.
Acidez – notada principalmente nos cantos da boca, próximo aos maxilares, pela salivação provocada. Quanto maior a salivação mais ácido o vinho. Vem dos ácidos málico, lático, tartárico e cítrico.
Salgado – sentido principalmente na parte superior da língua. Vem dos sais minerais e sais ácidos.

Amargor – perceptível principalmente na área da língua junto à garganta, normalmente após engolir. Vem da oxidação de taninos e sulfatos.

Alguns cientistas acrescentam um quinta sensação à esta lista. Chamado de “umami”, este gosto seria percebido em toda a cavidade bucal e estaria associado ao glutamato monossódico, tempero utilizado na culinária oriental, que no Brasil é conhecido pela marca “Aginomoto”.
Mas na boca não se percebe só o paladar, sentimos também tato e aromas (pela comunicação interna da boca com o nariz). Deve-se deixar o vinho algum tempo na boca, mastigando-o e sentindo-o em toda cavidade bucal.

No tato nota-se a consistência do vinho (sua textura e corpo), a aspereza, a fluidez, a pungência (alguns mais tânicos ou alcoólicos podem dar uma leve impressão de pressão ou de dor na língua), a temperatura e a adstringência ou tanicidade (produzida pelo travo notado nas laterais da língua, como uma cica que seca a boca).

O aroma de boca é diferente do de nariz, pois a saliva aquece e intensifica a evaporação. Estes aromas normalmente são mais fortes (e normalmente menos elegantes) que os de nariz. Para senti-los melhor, pode-se, com o líquido ainda na boca, deixar entrar um pouco de ar nesta. Assim, a evaporação será intensa e os aromas bastante nítidos. Após engolir, sente-se o calor provocado, efeito do álcool e o que chamamos “fim-de-boca”, sensação percebida no fim da língua, quase na garganta. Com alguns exemplares, tem-se a sensação de que os aromas retornam após algum tempo, é o que chamamos de retro-gosto.

Assim, a autêntica técnica de degustação consiste em proceder toda esta análise de maneira natural e contínua, de modo a não comprometer o principal: o prazer. O que torna o vinho tão especial é este equilíbrio razão/emoção que inspira em seu bebedor.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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O que muda nos rótulos de alimentos com novas regras já em vigor

A partir deste domingo (9), entram em vigor as novas regras para rotulagem de alimentos no Brasil, estipuladas pela Anvisa, estabelecidas pela Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 429 e Instrução Normativa nº 75, publicadas em outubro de 2020.

As novas regras, que vão atingir todos os consumidores, trazem importantes mudanças nas tabelas nutricionais dos alimento. A rotulagem nutricional frontal é a maior inovação das novas regras, que tem como objetivo esclarecer o consumidor, de forma clara e simples, sobre o alto conteúdo de nutrientes que têm relevância para a saúde.

As empresas de alimentos devem se enquadrar aos prazos de adequação estipulado pela Anvisa. Para os produtos que já se encontram no mercado até a data, os prazos para adequação são:  

– Até 9 de outubro de 2023 (12 meses da data de vigência da norma) para os alimentos em geral, – – Até 9 de outubro de 2024 (24 meses da data de vigência da norma) para os alimentos fabricados por agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, empreendimento econômico solidário, microempreendedor individual, agroindústria de pequeno porte, agroindústria artesanal e alimentos produzidos de forma artesanal.

– Até 9 de outubro de 2025 (36 meses da data de vigência da norma) para as bebidas não
alcoólicas em embalagens retornáveis, observando o processo gradual de substituição dos rótulos.

Entenda a nova rotulagem nutricional brasileira:

Tabela de informação nutricional:

A Tabela de Informação Nutricional passará por importante modificações:

– A primeira delas é que a tabela passa a ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo é afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem na legibilidade das informações;

– Outra alteração será nas informações disponibilizadas na tabela. Passará a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100 g ou 100 ml, para ajudar na comparação de produtos, bem como o número de porções por embalagem;

– Além disso, a tabela deverá estar localizada, em geral, próxima à lista de ingredientes e em superfície contínua, não sendo aceita divisão. Ela não poderá ser apresentada em áreas encobertas, locais deformados ou regiões de difícil visualização. A exceção só se aplica aos produtos em embalagens pequenas (área de rotulagem inferior a 100 cm²), em que a tabela poderá ser apresentada em áreas encobertas, desde que acessíveis.

Nova Tabela de informação nutricional anvisaANVISA/Veja Rio
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– Rotulagem nutricional frontal:

Considerada a maior inovação das novas regras, a rotulagem nutricional frontal é um símbolo informativo que deve constar no painel da frente da embalagem. A ideia é esclarecer o consumidor, de forma clara e simples, sobre o alto conteúdo de nutrientes que têm relevância para a saúde.

Para tal, foi desenvolvido um design de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.  O símbolo deverá ser aplicado na face frontal da embalagem, na parte superior, por ser uma área facilmente capturada pelo nosso olhar.

É obrigatória a veiculação do símbolo de lupa com indicação de um ou mais nutrientes, conforme o caso, quando os alimentos apresentarem as seguintes quantidades de nutrientes:

Alto conteúdo de Alimentos sólidos e semissólidos Alimentos líquidos
Açúcar adicionado 15 g ou mais por 100 g de alimento 7,5 g ou mais por 100 ml de alimento
Gordura saturada 6 g ou mais por 100 g de alimento 3 g ou mais por 100 ml de alimento
Sódio 600 mg ou mais por 100 g de alimento 300 mg ou mais por 100 ml de alimento
Nova Rotulagem nutricional frontal anvisaANVISA/Veja Rio

– Alegações nutricionais:

As alegações nutricionais permanecem como informações voluntárias. Em relação aos critérios para uso de tais alegações, foram propostas alterações com o objetivo de evitar contradições com a rotulagem nutricional frontal.

Alegações nutricionais anvisaANVISA/Veja Rio

 

O objetivo das normas é melhorar a clareza e legibilidade dos rótulos dos alimentos e, assim, auxiliar o consumidor a fazer escolhas alimentares mais conscientes.

 

Fonte :

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/rotulagem-nutricional-novas-regras-entram-em-vigor-em-120-dias

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Vale a pena conhecer os vinhos da região espanhola La Rioja

Se é verdade que os vinhos espanhóis mais caros vêm de Ribeira del Duero, é mais verdade ainda que os mais afamados e conhecidos vêm de La Rioja. A Rioja é a primeira região produtora de vinhos demarcada — denominación de origen calificada (DOC) — da Espanha e chega a ser quase um sinônimo de vinhos tintos espanhóis, em que pese os maravilhosos brancos que também saem de lá. La Rioja é uma província e comunidade autônoma no norte, abaixo dos Montes Cantábricos, cujos vinhedos ocupam o Vale do Ebro e cercam a antiga cidade de Haro, tendo se firmado como região vinícola no final do século XIX e começo do século XX, quando a praga filoxera devastou os vinhedos franceses. Em busca de novas terras, muitos produtores de Bordeaux encontraram lá o terroir ideal: protegida dos ventos e chuvas pela Serra da Cantábria, a região sofre menos com as temperaturas extremas tão comuns a outras áreas espanholas.

Segundo o criterioso Guia Peñin, na região são produzidos, anualmente, 291 milhões de litros de vinho, dos quais 41% são exportados. Há três sub-regiões: Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Baja. A primeira concentra as vinícolas mais tradicionais (e centenárias), localizadas principalmente na histórica cidade de Haro, ao sul do Rio Ebro. Rioja Alta se destaca tanto em termos de qualidade como de quantidade. Como é uma área mais elevada, favorece os vinhos em acidez e cor, mas com níveis moderados de álcool. Por seu turno, os vinhos de Rioja Alavesa se assemelham ao de Rioja Alta, só que com mais acidez e menos cor, enquanto Rioja Baja, por causa do calor e do solo mais rico, produz bebidas mais encorpadas e alcoólicas, com menor qualidade. As castas tintas que lá predominam são a Tempranillo e a Granacha, seguidas da Graciano, Mazuelo e a francesa Cabernet Sauvignon. As brancas são a Viúra, Malvasia e Granacha Blanca. A Tempranillo é a predominante e mais afamada e a que dá firmeza e estrutura ao vinho tinto de lá. Normalmente é a que aparece em maior parcela nos cortes dos tintos riojanos. Quanto a vinificação e classificação, são divididas em quatro tipos: Joven, Crianza, Reserva e Gran Reserva. O Joven vai a mercado sem envelhecimento; já o Crianza, só após um ano de barrica e mais um de garrafa; o Reserva, com um ano de barrica e dois de garrafa; e o Gran Reserva, com dois anos de barrica e três de garrafa. Ou seja, destes últimos, só encontraremos os da safra de 2021 nas prateleiras após 2.026. Os Gran Reservas são as joias da coroa espanhola e, por óbvio, os mais caros.  

Os tintos riojanos são extremamente gastronômicos e versáteis à mesa. Costumam segurar bem pratos mais gordurosos e condimentados e seguem bem com massas ao pomodoro, por exemplo. Um dia desses, arrisquei um rigatoni ao pomodoro com um Rioja Gran Reserva de mais de 20 anos de idade e tive uma grata surpresa, uma refeição para lá de feliz! Agora o tinto da Rioja, de forma geral, tem como grande par à mesa a paleta de cordeiro, acompanhada de batatas assadas regadas em seu molho. O Joven da Rioja pode ser um grande acompanhante de um churrasco rústico de costela. Os brancos, por sua acidez e leves toques “oxidativos”, são excelentes acompanhantes de frutos do mar, com ênfase aos crustáceos preparados com ervas frescas, manteiga e pimentas leves. Um arroz de frutos do mar pode ir bem como um tinto Reserva ou com um branco da casta Viura mais jovem. A versatilidade do vinho da Rioja impera. Insta destacar que são vinhos longevos, tanto os tintos quanto os brancos. 

No Brasil, o vinho espanhol mais famoso e tradicional é o Marques de Riscal, que tem uma linha bem extensa de produtos, indo desde o branco simples até o espetacular Tinto Gran Reserva. O Marques de Murieta também goza de elevado e justo prestígio, sendo o seu “Castillo Ygai” um caso a parte. O Viña Real Reserva Rioja tem uma tipicidade a toda prova e um custo bom para um Reserva, e o  La Rioja Alta 904 segue a mesma linha, porém de custo mais elevado. Por sua vez, o Vina Tondonia Blanco Reserva é um dos grandes brancos do mundo, estrelado e cultuado. Dos vinhos da Rioja mais simples e acessíveis, destaco o Señorio De Prayla Rioja, que tem tipicidade, acidez e boa estrutura. O Marqués de Cáceres Crianza é um opção bastante boa também, sendo muito gastronômico. Dos brancos mais acessíveis, destaco o Cune Blanco da CVNE, que é monovarietal da Viura. Por fim, na categoria dos mais em conta, a linha do Marques de Tomares é bem interessante. Em suma, Rioja é uma região que há de ser considerada na escolha do vinho que vai à mesa. Salut!

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vinho – Jovem Pan
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A cozinha contemporânea morreu?

Pergunte a qualquer um: “O que é cozinha contemporânea?”.

Eu perguntei. E ainda tive a coragem de pesquisar, com um olhinho meio fechado, todas as vezes em que o termo foi usado recentemente na internet para classificar o estilo de alguns desses restaurantes e dos pratos que melhor o definiriam. 

As respostas orbitavam em torno de cinco categorias:

1) Há quem acredite, por exemplo, que é quando se mistura aligot com sushi. 2) “É quando a pessoa tem um monte de espumas e gelatinas no prato”. 3) “São coisas que não são coisas, como uma falsa laranja esculpida, que na verdade tem mousse de chocolate branco dentro”. 4) “É quando a cozinha é mais oriental, ‘tipo’ tem algas, kimchi, shoyo ou gengibre”. 5) É a cozinha que faz “releituras” (como as 1825 versões de carbonara).

Pois é. Nunca pensei que algo que significasse “do nosso tempo” pudesse ficar tão datado… 

Metade das definições de “contemporaneidade” para consumidores, jornalistas e até mesmo chefs ou donos de restaurantes se refere a práticas que ficaram populares nos anos 70, como a cozinha fusion ou a cozinha molecular de Ferran Adrià que se espalhou pelo mundo nos anos 80.

O título ficou tão engessado no tempo que não costuma trazer nenhuma brisa de vanguarda aos lugares que toca. Precisamos urgentemente rebatizar as boas coisas. 

Muita gente ainda costuma torcer o nariz para termos que, de fato, significam a vanguarda na gastronomia, como sustentabilidade, localismo, sazonalidade, pagamento justo a todos os elos da cadeia, zero desperdício, uso de orgânicos, foco em pequenos produtores e veganismo, só para citar alguns. Consideram frescura, puro marketing, ingenuidade, utopia, “comida boa é outra coisa”. Não faço aqui nenhuma apologia. Escrevo (gostem ou não) do que veio para ficar. 

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De fato, há muito blá blá blá e pouca materialização de “vontades” para que virem realidade. O fato é que entregar qualidade carregando tanto conceito nas costas custa caríssimo, envolve um tremendo esforço no desenvolvimento de fornecedores, mudança dos hábitos engessados dos clientes (que também pregam uma coisa e fazem outra), a mudança de uma lógica de distribuição totalmente diferente da que existe nas últimas 5 décadas e tantos outros fatores que antecedem. Daí os principais representantes dessas correntes serem raros, caros e nunca 100% fiéis ao conceito. Ainda assim, é importante ir na direção certa.

E assim, fui parar em Laranjeiras.

Já tinha ouvido muito falar do Trégua, desde a campanha de financiamento coletivo que rodou no ano passado que contava com o depoimento dos chefs Rafa Costa e Silva (um dos que mais admiro no país pelas boas bandeiras que carrega) e do Oswaldo Oliva, restaurante incrível na Cidade do México que visitei no ano passado. Ambos exaltavam num vídeo as qualidades do casal de jovens cozinheiros que tentava captar recursos para um pequeno restaurante de 13 lugares, naquele bairro. 

A casa é um corredor delicioso, apertado e sem compromisso, projeto de sonho da talentosa mineira Ana Paula Soares e Victor Guimarães Lima, carioca com raízes no Ceará, que queria jogar futebol, mas acabou na cozinha para a nossa sorte (desculpaê, Victor). 

Comi maravilhosamente bem, a começar pelo jiló com purezinho aveludado de feijão verde e couve chamuscada. Queria uns quatro. O prato principal era uma costelinha de porco levíssima, delicada, que ainda rendeu um caldo muito bem feito e cheio de colágeno. Também provei o chuchu com requeijão e kimchi e o prato vegetariano, de abobrinhas, cogumelos e cevadinhas, sensacional. Não dispensei o pão feito na casa, melhor decisão para raspar os molhos ricos, e ainda lambi os beiços com o creme de abóbora frio e sorvete de iogurte com toque de erva doce, único prato na sobremesa. O serviço foi excelente, a carta tem rótulos muito corretos orgânicos e biodinâmicos, com o dedo preciso e competente da Maira Freire, do Lasai. Até o café da Serra do Salitre é bom, fresco e torrado aqui no Rio pela Five Roasters. Tudo isso, pasmem, a R$63 (sem bebida). Não dá para fazer melhor a esse preço.

Tudo ali é bem contemporâneo, no melhor e mais simples sentido, uma cozinha que eu gostaria de rebatizar de ‘sustentável’, que me perdoe o povo de minha própria geração. Sustentável é um ideia que não dá para colar no prato e sim na cadeia. É termo que diz respeito à retaguarda, que trata bem ingredientes e pessoas. Quem tem estrada, como eu, reconhece.

E ainda dá para se fazer de turista num day-use no Joe&Joe, hostel com 80 quartos a poucos passos dali, no adorável Largo do Boticário, cheio de lindos e bem decorados espaços gregários, cercados de verde e de história, como manda um futuro que não existe sem preservar o passado (mas esse é outro post). 

Se a ‘nova’ cozinha contemporânea será rebatizada, não sei dizer, mas o Rio continua sendo o lugar que eu mais gosto de visitar. 

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Pedro de Artagão amplia suas cozinhas com restaurante novo no Leblon

Depois de um ano de delivery bem sucedido, a pizzaria Bastarda, criada pelo chef Pedro de Artagão, abriu as portas no shopping Rio Design Leblon com cardápio que vai além das redondas de massa fina e recheios de personalidade.

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O estilo “new york” adotado nas pizzas feitas para ser devoradas com as mãos se estende ao menu da casa de fachada vermelha no sub-solo do shopping, com ambiente em estilo industrial e baias com sofás.

Há massas, sanduíches, entradas e itens para petiscar. O carpaccio de carne trufado com parmesão (R$ 56,00) é opção, acompanhado de pãezinhos de massa macia chamados pizza scraps. As lick your fingers ribs são costelinhas suínas ao barbecue, cebolinha e gergelim (R$ 42,00).

Carpaccio: entrada vem com molho de trufas negras e parmesão//Reprodução
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O buffalo blue fries chicken (R$ 38,00) é sanduíche de frango empanado, molho picante, gorgonzola e salada Bastarda. E uma seção de parmegianas para compartilhar traz pedidas como o filé (R$ 142,00), cortado em formato aperitivo e guarnecido com escolhas como o risoto de grana padano.

Minidonuts: tentação da vez de Artagão recebe calda de Nutella/Restaurants to Love/Reprodução

A loja tem 14 sabores de pizza e estreia com novos a exemplo do parma e brie (R$ 75,00), que leva queijo parmegiano, tomate confit, brie, parma e rúcula. Há carta de vinhos e drinques para acompanhar, e a tentação da vez na sobremesa são os minidonuts com sorvete de baunilha e calda de Nutella colocada na mesa (R$ 52,00).

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A Bastarda fica na Av. Ataulfo de Paiva, 270, subsolo, loja 102, no Rio Design Leblon. Funciona de segunda a sábado, das 12h às 23h, e domingo até as 22h.

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Mais de 100 mil litros de cerveja estão reservados para a Oktoberfest Rio

Quem é da cerveja, do encontro e da música boa pode sorrir: a Oktoberfest Rio 2022 vem aí para aumentar a lista de grandes eventos do segundo semestre do ano. A versão carioca da imensa festa alemã será na Marina da Glória, em dois fins de semana: nos dias 14, 15, 16; e 21, 22 e 23 de outubro, com shows de alguns dos maiores nomes da música brasileira.

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Estão confirmados nomes como Alcione, Seu Jorge, Marcelo D2, Jorge Aragão, Alexandre Pires, Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Mart’nália, além de bandas folclóricas de música germânica e apresentações de danças típicas e performances teatrais.

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O evento espera um público estimado em 10 mil pessoas por dia, com o consumo total de 120 mil litros de cerveja, nos seis dias do evento. Para acompanhar haverá comidas típicas alemãs como salsichas frankfurt e salsichões, chucrute, vários tipos de cachorro-quente e croquetes de carne assada.

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O segundo lote dos ingressos já está à venda no site Ingresso Certo. Para o setor pista, os valores são de R$ 90,00 (meia-entrada) e R$ 180 (inteira), e os preços para o camarote são de R$ 200,00 (meia-entrada) e R$ 400,00 (inteira).

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Festival de gastronomia promove viagem pela Europa sem sair do Rio

Uma verdadeira viagem pela gastronomia sem sair do Rio: assim será a 1ª edição do Gastronomia Sem Fronteiras, evento realizado sábado (8) e domingo (9), das 13h às 23h, no terraço do shopping Fashion Mall, em São Conrado. Com curadoria do chef Elia Schramm, da Babbo Osteria, o encontro tem como objetivo um intercâmbio cultural através da gastronomia.

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O projeto homenageia alguns países da Europa como Espanha, Portugal, França, Itália, Bélgica, além de México, Brasil e Japão. O time de peso escalado oferecerá pratos típicos de cada região com preços especiais. A Itália será representada pela Babbo Osteria. Já a Bélgica terá o chef Frederic de Mayer com o Frederic Epicerie. A França fica por conta do Ricardo Lapeyre, do premiado Escama.

Chegando à Espanha, a chef Juliana Kegler aterriza com o Venga e sua culinária espanhola. Portugal terá o Barsa, do chef Marcelo Barcellos, com suas receitas inspiradas na cozinha colonial. O chef Pedro Alberto Carvalho vai de México, com os tacos fora de série do Dos Perros. Já o Brasil será representado por Bianca Barbosa, do bar Kalango. O Jappa da Quitada estará presente com sua culinária japonesa.

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Serão dois dias com mais de 20 horas de experiências gastronômicas e culturais, com diversas atividades, palestras, debates e música. Uma feira de pequenos produtores terá marcas como: Vale das Palmeiras, Zuca Salumeria, Biscotteria, Dababi Delícias Veganas, Alemão da Serra, Arte em Conservas e Dona Farofa.

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No sábado haverá show de Rodrigo Santos, ex-baixista do Barão Vermelho, com a cantora mineira Marcella Fogaça. No domingo é a vez das meninas do Samba que Elas Querem. Durante os dois dias haverá atrações para as crianças como o grupo de recreação infantil Fabulosos, até às 17h.

As vendas estão abertas pelo Ingresso Certo: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

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Rio Coffee Nation terá mais de 40 produtores de café na Casa França Brasil

Um encontro dedicado aos cafés especiais e orgânicos do Brasil, assim é o Rio Coffee Nation, que terá a sua terceira edição realizada na Casa França Brasil, no Centro, nos dias 15 e 16 de outubro. Com a missão de divulgar os cafés especiais brasileiros, o evento estimula a profissionalização e a cultura do mercado, além de apoiar, promover e ajudar a agricultura familiar, unindo os elos da cadeia entre o campo, mercado, conhecimento e os amantes do segmento.

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Serão mais de 40 produtores de cafés especiais e orgânicos, de todas as regiões do Brasil, como Café Orfeu, Rituais da 3 Corações, Café Flô, Café Klem orgânico, Café Fazenda Florença, Brasil em Grãos, Madura Coffee, Cooperativa Cafésul, Café Pó de Mulheres, Matisse (cerveja com café), entre outros.

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Na ocasião, os expositores também explicarão a importância da sustentabilidade e da presença feminina no setor, do comércio justo, do turismo, das cafeterias, do know-how brasileiro em plantação e torrefação, e dos métodos de extração, além de apresentarem receitas ensinando os diversos modos de preparo dos grãos, harmonizações, molhos, drinks e sobremesas com café.

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Haverá mais de 12 palestras e competições como a do melhor café torrado para expresso, e praça de alimentação com food trucks e área recreativa para crianças. O Rio Coffee Nation foi criado e é comandado por Martina Barth d’Avila, executiva de marketing e comunicação.

A Casa França Brasil fica na Rua Visconde de Itaboraí, 78, Centro. Das 11h às 19h. Ingressos a venda no site oficial do evento.

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Conheça 11 rótulos que mostram a diversidade da produção chilena de vinhos

Os vinhos chilenos são bastante conhecidos por aqui. Embora o Chile seja apenas o quinto maior exportador do mundo, o Brasil é o principal destino de seus rótulos. E não é para menos. Alguns dos melhores vinhos produzidos com a uva cabernet sauvignon são feitos em nosso vizinho, e os chilenos também oferecem outros tintos e brancos de excelente custo-benefício. Mas há uma variedade enorme de rótulos que ainda são menos populares.

Em recente visita ao Brasil, Eduardo Jordán, enólogo e diretor técnico da Miguel Torres, vinícola de origem espanhola presente no Chile desde 1979, apresentou 11 rótulos que exploram essa diversidade. Jordán tem direcionado seu olhar tanto para a variedade de terroirs dentro do Chile, buscando as melhores uvas de norte a sul do país, quanto nas oportunidades de trabalhar com pequenos produtores, valorizando vinhedos centenários e variedades pouco comuns.

O enólogo Eduardo Jordán –Miguel Torres/Divulgação

A seguir, uma breve análise dos 11 rótulos, comentados pelo enólogo.

Estelado Extra Brut Rosé (R$ 109)
Produzido com a uva país, variedade que encontrou no Chile boas condições para se desenvolver, mostra aromas de frutas vermelhas e boa acidez. “A uva país não é muito usada em espumantes porque ela perde a acidez rapidamente, mas conseguimos preservar essa qualidade neste espumante ao mesmo tempo em que ajudamos a preservar vinhedos com mais de duzentos anos”, diz Jordán.

Cordillera Reserva Especial Chardonnay (R$ 149)
Produzido no Valle de Limarí, na região norte do Chile, é elegante, com boa acidez e aroma cítrico que remete a abacaxi. Passa 11 meses em barricas, sendo que apenas 9% delas são de madeira nova. “O solo calcário, composto por conchas marinhas, confere um final salino ao vinho”, afirma o enólogo.

Cordillera Reserva Especial Sauvignon Blanc (R$ 149)
Feito na região sul do país, mostra como as mudanças climáticas estão afetando a produção de vinhos. “Antes chovia muito no Valle de Osorno, mas agora abriu-se a possibilidade de cultivar na região”, diz Jordán. Apenas quatro produtores trabalham no local, e o tempo frio faz com que a uva demore mais a amadurecer. O resultado é uma acidez elevada, aromas cítricos, frescos e florais, além da mineralidade que se manifesta na boca.

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Tenaz (R$ 120)
Homenagem da vinícola aos “titãs do vinho”, como são conhecidos produtores como José Miguel Castillo, cujo nome está gravado no rótulo. Além de remuneração acima da média do mercado, recebem uma participação nas vendas. As uvas da casta Cinsault usadas neste vinho são provenientes de vinhedos de 1955. “Queremos que você seja transportado para o local em que foi produzido, no Vale de Itata, mais ao sul”. Oferece notas de frutas vermelhas, cereja madura e leve mentolado. Embora passe 11 meses em barricas, a madeira é pouco perceptível.

Millapoa (R$ 229)
Feito totalmente com uva país proveniente de vinhedos de mais de 150 anos, de forma artesanal, com maceração manual e fermentação em lagar de rauli, um grande tanque aberto. O envelhecimento é em ovos de concreto, e o resultado é um vinho de aroma rústico, terroso, com frutas e especiarias, com potência e estrutura. “Produzido na região de Bío Bío, é uma forma de mostrarmos como se fazia vinho antigamente”, diz Jordán.

Cordillera Reserva Especial Carmenere (R$ 159)
“No Vale de Cachapoal, onde é feito, a colheita é realizada em clima quente, o que beneficia muito a casta”. O resultado é um vinho encorpado com aromas de frutas maduras com toque herbáceo e especiarias e alcaçuz.

Cordillera Vigno Old Vines Carignan (R$ 159)
“Representa a nossa tentativa, minha e da Miguel Torres, de criar uma Denominação de Origem para a uva carignan no Chile”, afirma o enólogo. As vinhas precisam ter ao menos 30 anos de idade, o blend deve ter no mínimo 85% de carignan, os vinhedos não podem ser irrigados e o vinho precisa ter ao menos dois anos de guarda antes de chegar ao mercado. Este, de 2018, tem aroma de frutas negras, ervas secas e especiarias. Boa estrutura, acidez persistente e grande potencial gastronômico.

Los Inquietos 01 (R$ 489)
Trata-se de um “field blend”, expressão que denomina uma mistura de uvas produzidas juntas, no mesmo vinhedo, e vinificadas de uma só vez. Este leva 80% de malbec, e os outros 20% são compostos por cabernet sauvignon, cabernet franc e gros verdot, todas de um vinhedo plantado em 1945. Jordán conta que outros vinhos da linha terão blends diferentes e serão identificados por outros números.

Manso de Velasco (R$ 469)
Rótulo tradicional da vinícola, é produzido apenas com cabernet sauvignon e é conhecido por sua grande potência. Nas mãos de Jordán, ganhou sofisticação e elegância. No aroma, frutos negros e vermelhos, toque herbáceo. Na boca é encorpado, com taninos suaves, e o amadeirado é proveniente de estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês e fudres de carvalho alemão. “Quis torná-lo mais acessível”, diz Jordán, “e, ao mesmo tempo, mostrar o grande potencial da casta no Chile.”

Escaleras de Empedrado Pinot Noir (R$ 969)
“Produzido apenas com pinot noir cultivadas na região costeira do Vale do Maule”, conta Jordán. O resultado é um rótulo que remete aos bons tintos da Borgonha, com aromas de cerejas, com acidez, estrutura, um toque de mineralidade e final longo.

Rótulos mostram variedade da produção chilena –Miguel Torres/Divulgação
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Fonte:

Vinho – VEJA