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Com acidez elevada e taninos marcantes, Sangiovese é a joia mais proeminente da Toscana; conheça

Sangiovese. Em tradução livre, do latim, seria Sangue de Júpiter (Sang di Giove) e a referência não é italiana, mas grega. Mais precisamente de Creta, onde diz a mitologia que toda vez que o sangue de Zeus, correspondente grego, ferve, dos vulcões da mágica ilha são expelidas chamas. A verdade é que esta uva é milenar da Toscana e alguns afirmam, mais por conta da etimologia, que foi para lá levada por alguns Etruscos que passaram por Creta há mais de um mil anos antes de Cristo. Entretanto, é inegável que a Sangiovese é a joia mais proeminente da Toscana. Muitos creem que foi em Montalcino, na Provincia de Siena, onde primeiro se vinificou esta uva, o que pode explicar que, até hoje, os melhores exemplares de vinhos desta casta veem de lá, a exemplo do Brunello di Montalcino. A casta está presente por diversas comunas italianas e, hoje, é cultivada em vários locais do Novo Mundo, inclusive no Brasil. Por ter uma característica marcante, ela consegue imprimir aos vinhos, independentemente da região onde são produzidos, traços comuns. Seus vinhos costumam apresentar alto grau de acidez, com potencial gastronômico imenso. Seus taninos são marcantes e, muitas vezes, o enólogo opta por domá-los com pequenos cortes de castas mais macias, a exemplo da Canaiolo ou da francesa Cabernet Sauvignon. Este último corte (Sangiovese / Cabernet Sauvignon), acredita-se, deu origem aos vinhos chamados de “SuperToscanos”, produzidos em Marema.

A verdade é que a Sangiovese não é uma uva de fácil cultivo. É delicada e exige muito cuidado no campo. Como a Pinot Noir, ela não se adapta à qualquer região, assim exige bons vinhateiros e cuidados no cultivo, colheita e guarda. Também recebe outras denominações, não tão conhecidas, como Morellino em Montalcino; Brunello, Prugnolo ou Prugnolo Gentile em Montepulciano; Nielluccio na ilha de Córsega, na França, e Toustain, na Argélia. Mas é por Sangiovese que o mundo todo a conhece e chama. Como destaquei acima são marcas da variedade acidez elevada, taninos firmes e equilibrados, final de boca elegante e persistente. Os sabores e aromas mais facilmente encontrados são cerejas, ameixas e morangos, com um leve toque de ervas, como sálvia, alecrim e manjericão. São, normalmente, vinhos de guarda, a exceção dos Chiantis mais simples, que, recomendo, sejam consumidos novos e refrescados. Pratos gordurosos vão muito bem com vinhos desta uva e os molhos de tomate têm nela uma possibilidade de harmonização bem especial. Queijos gordos e embutidos também casam bem com vinhos da Sangiovese, de modo geral.

Para melhor conhecer a uva, sugiro que procurem vinhos de regiões diferentes, a começar por Montalcino, de onde indico o excepcional, Expressione Brunello di Montalcino do Castelo
Tricerchi e o Brunello di Montalcino Il Poggione, um clássico e de tipicidade marcante. Mais simples, da Toscana, o Prestige Sangiovese Uggiano é uma boa pedida assim como o Villa
Gracchio Chianti do Angelo Rocca & Figli. Da California, merece todo destaque o Stolpman Vineyards Love You Bunches Sangiovese e da Argentina o Faro Sangiovese. Por aqui, temos vinhos da Sangiovese bem bacanas e que prestigiar seria uma boa experiência, por exemplo o Atelier Tormentas Vermelho, um Sangiovese de autor, elaborado pelas habilidosas mãos do enólogo Marco Danielle, referência internacional na produção de vinhos artesanais. O Zanotto é um Sangiovese elaborado pela Vinícola Campestre, localizada em Vacaria, Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e que guarda uma tipicidade muito boa e, dos nacionais, não poderia deixar de mencionar o Valmarino V3 Corte 1, que leva Cabernet Sauvignon, Merlot e Sangiovese. Salut!

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vinho – Jovem Pan
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Uvas não tão conhecidas do Piemonte oferecem vinhos de alta qualidade; saiba quais são

Das regiões viníferas italianas, a mais prestigiada no mundo é, como segurança, o Piemonte. E este fato se deve, especialmente, à fama dos Barolos e Barbarescos pelo mundo. Ambos vêm da casta Nebbiolo e guardam características próprias um ou outro. Ocorre que o Piemonte não é só “Nebbiolo”, há muitas outras uvas viníferas que nos oferecem vinhos de altíssima qualidade e versatilidade ímpares. Vale destacar que o Piemontês é bairrista (o que é bom para o viticultor), e as castas estrangeiras não são ou são pouco bem-vindas por lá. Assim, é muito difícil encontrar um “Cabernet Sauvignon” piemontês (eu, particularmente, desconheço).  Tal característica de regionalismo outorga ao vinho piemontês uma tipicidade única, o que sempre louvo, por significar homem-terra-clima-técnicas em harmonia no vinho. Voltando às castas pouco conhecidas, destaco a primeira delas como a mais conhecida das pouco conhecidas, a branca “Cortese”, que é famosa pela notável acidez que apresenta e excelente capacidade de manter o frescor, ela é cultivada, principalmente, na parte sudeste do Piemonte e há centenas de anos, existindo menções a essa variedade até mesmo em documentos do século XVII. Os vinhos mais tradicionais elaborados com a uva Cortese são os Gavi e deles sugiro que conheçam Gavi DOCG Ca’Bianca e o Fontanafredda Gavi Del Comune Di Gavi, cuja acidez e frescor são marcantes, e ostras, mariscos ou o vôngole aplaudem quando juntos. 

A “Freisa”, por seu turno, é uma casta tinta e que, curiosamente, andou por aqui em meados do século XX, quando a Granja União cultivou esta uva e a vinificou na região de Caxias do Sul (RS).   Piemontesa de origem, nos dá vinhos tintos com bom corpo e sabores frutados. Com a presença de bons taninos e marcante acidez, o vinho Freisa é capaz de envelhecer bastante. Segundo o Mestre Amarante, no século XIX a uva Freisa foi amplamente cultivada nos vinhedos da região do Piemonte, quando era a variedade mais plantada na província de Torino. Sua elevada resistência tornou-a extremamente popular, especialmente após a grande praga filoxera que assolou os vinhedos da Europa. Por aqui, raro que é o vinho da casta Freisa, sugiro que procurem o Borgogno Langhe Freisa DOC 2016 e o Giacomo Borgogno Freisa, ambos com ótimos taninos, bom corpo, acidez que os torna ícones gastronômicos e longevos. São vinhos que vão muito bem com uma Carne Cruda ou mesmo com um Vitelo Tonnato. 

Por fim, a “Brachetto” é uma uva tinta que dá origem a ótimos tintos e a espumantes espetaculares sendo originária das colinas de Monferrato, na Itália. Considerada uma uva de baixos rendimentos, a uva Brachetto possui cachos robustos que apresentam muitos bagos, de pele fina porém firme, com coloração escura e profunda, e elevado teor de açúcar natural. Os espumantes tintos desta uva, ao meu ver, disputam espaço com o lusitano Murganheira, sendo, em muitas ocasiões, mais apropriado para harmonizações com pratos gordos. E o espumante da Brachetto que vou sugerir é o Ca´Del Profeta Brachetto Momentum, ótimo acompanhante de uma torta de chocolate meio-amargo, e o tinto é o Batasiolo Brachetto, que frutado e de baixo teor alcoólico, segue bem com sobremesas a base de frutas ou mesmo com uma fruta mais ácida como o Kiwi. Saber e conhecer estas uvas e seus vinhos é se distanciar um pouco do marketing sufocante que está no entorno do vinho e permitir-se ousar, provar, descobrir. Salut!

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vinho – Jovem Pan
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Feijoada, sanduíches e salgadinhos: Harmonizações inusitadas com vinhos

O vinho, afora sua nobreza espiritual, é uma bebida versátil e tal versatilidade se traduz bem no que se chama de “potencial gastronômico”, ou seja, na capacidade da bebida de bem acompanhar um alimento. Em que pese os limites do gosto ou a ausência de limites que o gosto nos possibilita, certos alimentos, a uma primeira vista, não parecem combinar bem com o vinho. Nestas ocasiões tendemos a correr para bebidas, ditas, mais populares e fáceis, por exemplo a cerveja; ledo engano, sempre é possível eleger um vinho para acompanhar o alimento. 

As tais regras da alta gastronomia já vêm, quase, prontas. É na, falada, “baixa gastronomia” que encontramos os maiores problemas. O filme Sideways: entre umas e outras (de 2004 e aqui recomendado), creio, foi o primeiro a trazer à baila esta discussão sobre harmonização e baixa gastronomia, quando, no final, Mr. Miles (personagem interpretada por Paul Giamatti), trucida um gordo cheeseburger com um Château Cheval Blanc 1961. Certa vez, inspirado no filme, fiz algo parecido: abri um Barbaresco do Michele Chiarlo com um sanduíche de salame e manteiga. Juro que a combinação saiu boa, especialmente por conta da acidez do vinho, contrastada com a gordura do embutido. 

Ocorre que tais combinações são, absolutamente, possíveis. A nossa feijoada, controvérsia universal quanto a harmonização, ao meu ver, vai muito bem com um vinho rose jovem e bem refrescado, sem madeira – por exemplo um Miolo Seleção Cabernet Sauvignon & Tempranillo Rosé ou o português Mateus Rosé. Ao meu ver, o que não combina com feijoada é cerveja! Uma barriga de porco “pururuca” (serve para o torresmo), se não for acompanhada de uma boa cachaça, segue bem com uma Cava (espumante espanhol da Cataluña), por exemplo uma Gramona ou mesmo uma Codorniu Clasico Brut

O nosso famoso “Comercial” (arroz, feijão, contrafilé e salada) pode ser, tranquilamente, acompanhado de um vinho tinto da uva Malbec, sempre sem madeira; isso desde o  Punta Negra Wines of Belhara Malbec, até o Achaval Ferrer Malbec. O “Tutu a Mineira” ou o “Virado a Paulista” (que são diferentes entre si), se fazem acompanhar muito bem de um Pinot Noir mais simples, por exemplo o espanhol Ponderado Pinot Noir ou o brasileiro Don Guerino Reserva Pinot Noir. As tortas salgadas têm lugar de destaque na culinária nacional; a torta de palmito, a de frango ou mesmo as tortas regionais – como o Empadão Goiano – vão muito bem com vinhos brancos da uva Chardonnay, inclusive com um Petit Chablis. Sugiro que provem uma bela torta com o an Bouchard, Petit Chablis Aoc ou com um excelente Chardonnay daqui do Brasil, o  Casa Venturini Reserva, Vinícola Casa Venturini Chardonnay. 

Os embutidos mais condimentados, de forma geral, vão bem com tintos de boa acidez e frescos. O tal sanduba de salame sugere um Barbera jovem ou um Tannat de entrada; o Don Pascual Reservado Tannat é uma boa pedida e o italiano Colli Piacentini Barbera outra. Os tais quitutes e salgadinhos são um caso à parte e aí prefiro optar por um espumante branco e bem seco, mais simples. O argentino Norton Extra Brut é uma eleição bem possível, assim como o nacional Victoria Geisse Extra Brut. Agora, quando pairar dúvidas, não hesite: opte pelo Champagne, ao meu ver a bebida universal, que vai bem com pão com manteiga na chapa, strogonoff de frango, ostras frescas, feijão branco caldento ou bolinhos de bacalhau. Com certeza o Champagne é uma unanimidade no universo das harmonizações, dado a sua acidez e capacidade de adaptação a qualquer situação de vida. Lembro que champagne é francês, o resto é espumante, com o devido respeito. Salut! 

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vinho – Jovem Pan
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Vinhos: as vantagens do modelo bag-in-box, que ganha espaço no Brasil

Conchego Tempranillo –Evino/.

vinho

As garrafas de vidro oferecem notórios benefícios para o armazenamento de vinhos. A depender da cor, elas protegem o líquido da indesejável radiação ultravioleta. Também são aliadas do processo de envelhecimento, especialmente se estiverem associadas a rolhas de boa qualidade. O formato costuma ser um indicativo do tipo, das castas de uva e da região em que o rótulo foi produzido. Não à toa, o engarrafamento em peças de vidro é o método preferido dos vinicultores e até hoje consagrado no consumo cotidiano. Mas persiste um fator que incomoda especialistas: sabe-se que, depois de abertas, as garrafas não mantêm as propriedades originais da bebida — isso explica a perda de sabor no dia seguinte e dá certa razão a quem argumenta que é preciso tomar tudo de uma só vez. Para driblar a dificuldade, outra configuração vem ganhando espaço na mesa e na adega de enólogos e consumidores em geral — o vinho em caixa.

Conhecida como bag-in-box, consiste em uma embalagem de plástico com várias camadas metalizadas, acomodada dentro de uma caixa de papelão que comporta, em geral, 3 litros. Uma pequena torneira é usada para servir o vinho, e o processo de acionamento faz com que o saco plástico continue selado a vácuo. Segundo produtores, a técnica proporciona maior durabilidade ao conteúdo. Eles asseguram que a bebida mantém a qualidade da primeira à última taça por pelo menos trinta dias. E há ainda uma vantagem ambiental, o que agrada a gregos e troianos nestes tempos de debate climático a toda. De acordo com levantamento da California Sustainable Winegrowing Alliance (CSWA), entidade americana de viticultores, a pegada de carbono de uma dessas caixas de 3 litros é 85% menor do que em uma única garrafa de 750 mililitros.

Don Jorge Geisse –FamÍlia Geisse/.

vinhos

Embora tais caixas não sejam propriamente uma novidade — sua primeira versão nasceu no longínquo 1965 —, só agora elas caíram nas graças dos fãs de tintos e afins, antes mais céticos em relação à inovação. O formato bag-in-box vem ingressando na cultura etílica de diversos países. Um estudo da consultoria Market Research constatou que quase metade (44%) dos vinhos vendidos em supermercados franceses já está alojada nessas embalagens. De acordo com outra pesquisa, conduzida pela agência Wine Intelligence entre 2020 e 2021, 3,7 milhões de pessoas no Reino Unido e na França passaram a comprar as caixas. Chile, Argentina e sobretudo Estados Unidos também indicam um crescimento expressivo delas. No Brasil, embora faltem dados confiáveis, analistas estimam que esse tipo de invólucro responda por 3% das vendas totais — há poucos anos, não chegava a 0,5%.

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Fabenne Moscato Giallo –Fabenne todo dia/.

vinhos

O consumo é impulsionado pelo leque de opções que chegam às lojas ou estão disponíveis pela internet. Em 2022, vinícolas como a Miolo passaram a oferecer uma gama de versões no sistema bag-in-box. Recentemente, o e-commerce Evino estreou sua marca própria Conchego com três variedades — um tempranillo tinto, um branco feito com a casta airén e um terceiro, rosé —, todas produzidas na Espanha e vendidas pelo aplicativo.

Terranova Chenin Blanc –./Divulgação

vinhos

Uma boa medida do aumento da popularidade das caixas é a entrada de startups no negócio. A paulista Fabenne criou um portfólio com quatro tintos, dois brancos e um rosé no modelo bag-­in-box. “É o que chamamos de vinho de geladeira, para ter à mão quando se quiser uma tacinha”, diz Arthur Garutti, fundador da empresa. “Não brigamos com o modelo tradicional, somos complementares.” Em geral, o vinho armazenado nesse formato é mais simples, e os produtores oferecem seus rótulos de entrada — como o português Alandra, do Grupo Esporão — a preços na maioria das vezes mais baixos. Para um número cada vez maior de consumidores, isso já é suficiente.

Publicado em VEJA de 30 de novembro de 2022, edição nº 2817

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Vinho – VEJA
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Evento traz ao Brasil pequenos produtores de vinho da França

Quando se fala em Champagne, a mítica região francesa de onde vêm alguns dos melhores espumantes do mundo, é natural pensar em um punhado de nomes extremamente famosos que exportam grandes volumes para o resto do planeta. Mas a região tem mais de 16 mil produtores que trabalham de acordo com as regras da denominação de origem. Embora nem todos produzam seus próprios rótulos, há uma enorme diversidade de produtos, vinificados de formas diferentes. E uma maneira de conhecer essa variedade é sair em busca dos pequenos produtores.

Uma oportunidade é a Festa do Champagne e do Rhône, que acontece nesta sexta-feira (25) na Anima Vinum, em São Paulo. O evento trouxe ao país produtores, os vignerons, de quatro vinícolas diferentes. Da região de Champagne estão presentes Guillame Doyard, do Domaine Doyard, e Fabrice Pouillon, do Domaine R. Pouillon et Fils.

Guillame representa a 12ª geração de produtores e a quarta geração de viticultores do Domaine Doyard, que vende cerca de 50% das uvas produzidas em 108 hectares para grandes vinícolas, e usa o restante para produzir seus próprios rótulos. O cultivo é majoritariamente orgânico: cerca de 70% das uvas são cultivadas sem agrotóxicos, muitas delas em vinhedos antigos, de 50 a 70 anos de idade. Hoje seu portfólio tem seis espumantes, dois deles safrados, que representam diferentes terroirs dentro da região de Champagne, e um vinho tranquilo. Na festa, ele apresenta o extra brut Vendémiaire Premier Cru e o nature brut Révolution Grand Cru, ambos produzidos 100% com chardonnay.

Fabrice Pouillon é um dos responsáveis por mais de 40 propriedades espalhadas pela região de Champagne, muitas delas com viticultura orgânica, uso de leveduras nativas e outras técnicas modernas de agricultura regenerativa. Pouillon conta que antes de começar a trabalhar na vinícola da família passou 10 anos estudando os solos da região e hoje oferece nove rótulos. No evento, ele apresentará três deles: o Champagne Réserve, um blend de 65% pinot noit, 20% pinot meunier e 15% chardonnay; o Les Terres Froids Premier Cru, 100% chardonnay produzido na montanha de Reims, e o Premier Cru Rosé, 100% pinot noir.

Como o título diz, neste ano a edição terá a participação de dois produtores do Rhône. A região é dividida entre Rhône Meridional, no sul, onde são produzidos os rótulos de Châteauneuf-Du-Pape, blends de até 13 castas, com predomínio de grenache, syrah, cinsault e mourvèdre. Já no Rhône Setentrional, no norte, a única uva tinta permitida é a syrah, e os brancos complexos são feitos com viognier, marsanne e roussanne.

Pierre Jean Villa é um dos produtores do norte que está no Brasil. Ele chegou acompanhado da filha, Pauline, que também cuida da vinícola e agora lança sua própria linha de rótulos. Para o evento, Villa apresentará dois tintos, ambos produzidos com syrah, préface e carmina (este feito em homenagem à ópera Carmina Burana, de Carl Orff), e o branco Primavera, 100% viognier. Villa trabalhou durante 30 anos na Borgonha antes de se dedicar ao Domaine que leva seu nome. Começou com 1 hectare de syrah, e hoje tem 24 hectares. Toda a sua produção, feita em uma região de difícil acesso, é orgânica e certificada.

Por fim, Christine Vernay e a filha, Emma, representam o Domaine George Vernay, fundado em 1930. A família teve papel importante da criação da apelação de Condrieu, hoje uma das mais procuradas pelos enófilos por causa da enorme qualidade dos vinhos produzidos nas encostas de solo granítico da região. As duas mostrarão três rótulos: Le Pied de Samson, 100% viognier, e Saint-Agathe, 100% syrah, ambos feitos na indicação geográfica Collines Rhodaniennes, e Blonde du Seigneur, 95% syrah e 5% viognier, este produzido em Côte-Rôtie, outra importante denominação do Rhône setentrional.

Ainda há ingressos à venda. O valor de R$ 798 dá direito à prova dos 11 rótulos disponíveis. Os produtores das quatro vinícolas estarão no local para conversar sobre seus vinhos.

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Vinho – VEJA
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Vinho, chá, frutas e vegetais estão ligados ao declínio mental mais lento

Pessoas que comem ou bebem mais alimentos com flavonóis antioxidantes, encontrados em várias frutas e vegetais, bem como em chás e vinhos, podem ter uma taxa mais lenta de declínio da memória, de acordo com um estudo publicado na Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia.

“É emocionante que nosso estudo mostre que escolhas alimentares específicas podem levar a uma taxa mais lenta de declínio cognitivo”, disse o autor do estudo Thomas M. Holland, do Rush University Medical Center, em Chicago, nos Estados Unidos. “Algo tão simples como comer mais frutas e vegetais e beber mais chá é uma maneira fácil de as pessoas assumirem um papel ativo na manutenção da saúde do cérebro.”

Os flavonóis são um tipo de flavonoide, grupo de fitoquímicos encontrados em pigmentos vegetais conhecidos por seus efeitos benéficos à saúde. O estudo envolveu 961 pessoas com idade média de 81 anos, sem demência. Eles preencheram um questionário a cada ano sobre a frequência com que comiam certos alimentos, assim como completaram testes anuais cognitivos e de memória, incluindo recordar listas de palavras, lembrar números e colocá-los na ordem correta. Os pesquisadores descobriram que a capacidade cognitiva das pessoas que ingeriam mais flavonóis tinha um declínio mais lento do que as pessoas que tinham o menor consumo. Holland observou que isso provavelmente se deve às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias dos flavonóis.

Os alimentos que mais contribuíram para esse atraso no declínio cognitivo foram couve, feijão, chá, espinafre, brócolis, tomate, maçã, chá, vinho, laranja, peras, azeite e molho de tomate, em ordem decrescente. O estudo mostra uma associação entre maiores quantidades de flavonóis na dieta e declínio cognitivo mais lento, mas não prova que causam diretamente.

Outras limitações do estudo são que o questionário de frequência alimentar, embora válido, foi auto relatado, de modo que as pessoas podem não lembrar com precisão do que comeram.

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Vinho – VEJA
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Arroz harmoniza com champagne: projeto reúne criações inéditas de chefs

O Brasil é hoje um dos destinos mais atrativos para o mercado do vinho. Em 2021, o país subiu 12 posições e hoje está em 14º no ranking elaborado pela consultoria Wine Intelligence. Portanto, é natural que tenha papel importante em eventos realizados pelos principais produtores do mundo.

É o caso da iniciativa Single Ingredient, da Maison Krug. Todos os anos, desde 2015, a vinícola escolhe um ingrediente que deverá ser o destaque de pratos criados por chefs espalhados pelo planeta. Batata e cebola são dois exemplos de anos anteriores. Neste ano, o selecionado foi o arroz.

O Brasil é o único representante da América Latina, com uma embaixada, como são chamados os restaurantes parceiros da Krug, em São Paulo. Trata-se do restaurante Kinoshita, que entre 2015 e 2020 recebeu uma estrela do prestigioso Guia Michelin (que hoje não faz mais a avaliação de nenhum endereço no Brasil).

O chef Alberto Hideo Morisawa, que comanda a cozinha do Kinoshita, preparou um prato especial chamado Sushi Shojin, que consiste em quatro sushis vegetarianos, preparados com shitake, aspargo, berinjela e pimentão vermelho – os dois últimos com uma atenção ao visual, que remete aos sushis preparados com peixe. “O arroz é o ingrediente mais importante na parte cultural da minha herança japonesa, onde é consumido do café da manhã ao jantar. E em meu país de origem, o Brasil, o arroz também desempenha um papel fundamental, ao lado do feijão, em nossas refeições cotidianas”, diz Morisawa. O prato integra o omakase, menu degustação de nove tempos, cujo valor é R$ 2.367,81 (os centavos fazem referência ao código internacional de discagem do Japão).

A sugestão de harmonização é o Grande Cuvée, principal rótulo da Krug. Embora não seja safrado, ou seja, não tenha uma indicação do ano em que foi produzido, ele ganha uma edição diferente a cada ano, desde a fundação da vinícola, em 1843. Atualmente, encontra-se na 170ª edição, feita com um blend de 51% pinot noir, 38% chardonnay e 11% pinot meunier a partir da mistura de mais de 120 vinhos, o mais recente datado de 2014, e o mais antigo de 1998. Embora jovem para um grande cuvée, é acessível, com aromas florais, de frutas cítricas secas, biscoito e gengibre. Na boca, oferece um ataque de acidez e frescor, seguido por densidade e cremosidade e um final persistente.

Esta também é a primeira vez que as receitas dos chefs parceiros são compiladas em livro. Há uma edição física de Rice Here Right Now, título do volume, mas sua distribuição é restrita às embaixadas da Krug. O material, no entanto, pode ser encontrado na íntegra no site do projeto, neste link.

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Vinho – VEJA
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Amantes do vinho, preparem-se: Sparkling Festival tem edição no Jockey

Louvando os espumantes, estilo que representa o melhor da produção brasileira de vinhos, o Sparkling Festival vai reunir cerca de 30 vinícolas nacionais e importadoras no Clube House, no Jockey, nos fim de semana dos dias 18 e 19 de novembro.

+ Chegou o Burger Fest: quais sanduicherias do Rio participam do festival?

Oferecendo cerca de 350 rótulos, estarão presentes marcas como Don Candido, Cristofoli, Fin, Salton, Clariot, Invernnia, Cliche, Vinum Rio, Miolo, Adolfo Lona e Audace Vinhos.

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Para comer, haverá estandes de bons restaurantes, food bikes e tendas de produtores artesanais de pães e queijos. O evento anuncia também DJs e bandas tocando ao vivo.

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Todas as atrações são abertas ao público, apenas o acesso à área restrita de degustação é cobrado. Os ingressos, que incluem degustação de todos os rótulos, taça de cristal e ecobag para carregar os espumantes que forem comprados, já estão à venda por R$ 120 (mais taxas) por meio do site sparklingfestival.com.br.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Partiu Zona Norte: bares tradicionais que fazem parte da história carioca

O Rio de Janeiro sempre foi um lugar diferente no cenário nacional. Já foi capital federal, palco das finais das copas de 1950 e 2014, terra do Cristo Redentor e Pão de Açúcar, do calçadão inconfundível de Copacabana, cidade do mate gelado, berço da feijoada, terra de belas praias, lugar onde se aplaude o por do sol do Arpoador, esplendor do samba e da Sapucaí, reduto de Tom Jobim e sua garota de Ipanema e de uma boemia autêntica, tradicional e histórica.

Não se pode falar sobre a cidade maravilhosa sem citar, descrever e até se emocionar com seus bares, seus famosos e indescritíveis “pé limpo” e “pé sujo”, definições essas que somente os cariocas conseguem entender. Explicar para um visitante o que define um bar do outro é uma missão impossível. Dane-se. Afinal, o que importa é ser feliz em qualquer um deles. Mas, afinal, o que existe por trás desta magia carioca de amar e frequentar bares, botecos, pequenas portas que abrem diariamente e fazem a alegria de seus frequentadores? Comentários mais rasos podem descrever situações do cotidiano, como calor frequente, cidade de praia, local turístico, ótimo local para se ver e ser visto, fome, sede, e por aí vai. Até aqui nada de anormal, pois tudo isso é verídico. Mas, prestando um pouco mais de atenção, observa-se um comportamento totalmente diferente dos cariocas da gema em seus cotidianos. O Rio é diferente. Quem vem nos visitar sabe disso e se comporta, ou melhor, se insere neste contexto rapidamente, e passa a viver seus dias, seu tempo na cidade como se fosse um autêntico carioca. Isso é um fato. Quando um carioca vai para São Paulo, por exemplo, ele jamais abdica de suas manias e, principalmente, de seu linguajar. Pode ele estar numa reunião importante ou num almoço de negócios. Ao final do dia, esse carioca estará em algum bar bebendo um chope paulista, falando seu “carioquês” super puxado, e dizendo que o chope do rio é infinitamente superior.

Há tempos os bares cariocas possuem fama nacional e até internacional. Do “Amarelinho” do centro da cidade, inaugurado em 1921, passando pelo lendário Café Lamas, com seus 148 anos de história, ou ainda pela Pizzaria Guanabara, reduto de artistas como Cazuza nos anos 90, (hoje uma incógnita), Bar Jobi, Bracarense, Bar Belmonte, Bar do Oswaldo e tantos outros de extrema relevância que se confundem com a história da cidade. Estes tradicionais pontos de encontro sempre foram frequentados por cariocas e todas as pessoas que nos visitam. Vir ao Rio e não frequentar algum desses é o mesmo que não subir o Morro do Corcovado para apreciar a vista da cidade e o monumento do Cristo Redentor, pelo menos uma vez na vida.

Mas há, ainda, um movimento cada vez maior de cariocas “fugindo” destes tradicionais points e frequentando redutos boêmios (também diurnos) de bares tão bom quantos os da Zona Sul, porém em locais mais distantes do conhecimento dos visitantes. Bairros como Tijuca, Grajaú, Maracanã, Benfica e muitos outros da Zona Norte carioca estão sendo “invadidos” por esta explosão de redutos simplesmente maravilhosos de se comer & beber. Há tempos venho assistindo com alegria a essa força de bares extremamente simples, sem frescura e que estão entre os melhores locais para conhecer, se divertir e ter uma experiência legitimamente carioca.

Bares como o Angu do Gomes (Rua Sacadura Cabral 75 ), com sua batidinha de coco e cerveja de Garrafa no Bafo da Prainha, na Gamboa. Local este da famosa Pedra Do sal, onde, às segundas, rola um samba raiz que arrasta multidões há anos. Viver esses locais é viver o que o Rio tem de melhor. Sua gente. Bairros como a Tijuca, de onde saem os tijucanos, são cheios de botecos maravilhosos. Começando Pelo Restaurante Salete (Rua Afonso Pena 189) e seus azulejos azuis, que desde 1957 serve uma das melhores empadas do Rio. Às quintas-feiras a programação da casa é voltada para o público feminino, desde dose dupla de drinques on tap da mais nova marca carioca, Bica, empresa de drinques em barris que está revolucionando o serviço de bar, trazendo agilidade, qualidade e lucratividade. O movimento é tamanho, que recentemente a casa começou seu projeto de expansão e já pegou a loja ao lado. Nosso tour segue agora para o Grajaú, onde nasceu, em 1991 o Bar do Adão, (Avenida Engenheiro Richard 105). Por lá, além do chope geladíssimo, tem os pastéis mais loucos que se pode experimentar na cidade. São mais de 50 variedades de recheios, doces e salgados e ainda um menu executivo muito atrativo em quantidade e preço. Rodar pelas verdes ruas do bairro, que mais parece uma cidade do interior, é um convite super agradável e “off label” que todo mundo deveria experimentar.

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Em pé, sem problemas

Rodar a Zona Norte em busca do bar perfeito é uma missão como o homem habitar Marte. São muitas as possibilidades e diferentes experiências. Em dias de jogo do Flamengo, por exemplo, o entorno do Estádio do Maracanã se confunde com a saída do metrô da Carioca às 18 horas. Um formigueiro de pessoas se amontoa em frente aos bares como Bode Cheiroso e Bar dos Chicos, (ambos na Rua General Canabarro, 218 e 119, respectivamente). Além dos bares, ainda existe uma invasão de ambulantes que vendem de tudo. Todo mundo em busca de um lugar ao sol. No Bode Cheiroso, o queridinho dos cariocas na atualidade, o movimento começa cedo e as 16h já não tem mais mesa disponível. O que o bar tem de diferente? Simplicidade. Cerveja de garrafa gelada, um atendimento rápido e um torresmo comercializado em barras que você come rezando. Mesas postas até o outro lado da rua, cheias de gente bebendo e comendo são uma rotina diária. O local é eclético, simples e cheio de vida.

É sabido que carioca que se preze bebe chope em pé, ou apoiado em algum barril que virou uma espécie de mesa de apoio, de preferência na calçada ou na mureta. Viver o Rio é também, por muitas vezes, passar perrengue, segurar um chope com uma mão e um torresmo na outra. Ninguém liga. Essa é a rotina dos frequentadores do Bar do Velho Adonis, (Rua São Luiz Gonzaga, 2156), no bairro de Benfica, também Zona Norte. O lugar é um fenômeno. Localizado em uma esquina, sua simplicidade provinciana é um reduto de gente que adora comer bem, sem frescura, sem pressa. O menu é cheio de opções e vive lotado. Já estive por lá algumas vezes, em diferentes dias e horários e não teve jeito. Tive que encarar, de bom humor, a espera por uma mesa, bebendo boas tulipas, beliscando seus quitutes. Quando a mesa liberou, já estava em resenha com meus “novos” amigos que eu nunca havia visto, e permaneci na calçada, mais feliz que pinto no lixo.

Existem muitas outras opções incríveis pelos bairros nas redondezas. Cachambi, Engenho de Dentro, Vila Isabel, e Méier, para não me estender. Quando você, carioca ou não, quiser conhecer a essência da cidade, olhe para a Zona Norte. Você pode se surpreender com tantas coisas simples, deliciosas e provincianas que fazem a cabeça de muita gente. Basta querer. Se quiser, pode me chamar. Vou com você.

Cheers.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Chegou o Burger Fest: quais sanduicherias do Rio participam do festival?

Está chovendo hambúrguer pelo Brasil, com sabores de todos os tipos dentro dos pães em endereços destacados no Rio. O Burger Fest completa 10 anos e reúne casas estreantes como Clan e Stuzzi Gastrobar, além de consagradas como T.T. Burger, Irajá Redux, Boteco Colarinho e Curadoria.

+ Os indicados ao prêmio de melhores bares no VEJA RIO COMER & BEBER

O festival, que ocorre em 11 estados brasileiros, envolve também participantes de Niterói, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Saquarema, nos formatos presencial e delivery.

Stuzzi: chef Sei Shiroma vai de kimchi, legumes fermentados sobre a carne/Lipe Borges/Divulgação
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A programação completa está no site do festival, onde há delícias como a criação do Clan BBQ (Rua Dias Ferreira, 233, Leblon), um hambúrguer de fraldinha com queijo cheddar levemente defumado, aioli de funghi e picles de jalapeño no brioche tostado na brasa (R$ 65,00). Ou o kimcheese smash do Stuzzi Gastrobar (Rua Dias Ferreira, 45, Leblon), um smash cheeseburger com kimchi, maionese de ostras e ketchup (R$ 45,00).

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Comer & Beber – VEJA RIO