Posted on

A Denominação de Origem Cigales

Cigales é uma Demoninação de Origem localizada geograficamente bem no centro da Comunidade Autônoma de Castilla y León, a 20 Km de Valladolid e cerca de 30 Km de Palencia, ao norte do rio Douro. 

Crédito de imagem do Mapa dos terrois em Castilla y León : https://enopira.com.br/castilla-y-leon-2/


Este terroir vínico está associado aos vinhos rosés de cor intensa e aos vinhos tintos fáceis de beber. Uma característica interessante de Cigales está em solo, que apresenta um pH mais elevado, o que ajuda a proporcionar vinhos naturalmente mais frescos e macios.

Credito de Imagem da D.O. Cigales : https://enopira.com.br/castilla-y-leon-2/

Em peregrinação pela região tive o prazer de degustar um vinho “rosado” bem agradável e que me motivou a escrever essas palavras. 

https://bodegasfelixsalas.com/collections/todos/products/vina-picota

O vinho se chama “Viña Picota”, da safra 2021, produzido pela Bodegas Hijos de Felix Salas em Corcos del Valle, uma delícia de blend com 85% Tempranillo e os outros 15% com Verdejo, Albillo e Garnacha. 

Apresenta uma cor rosa linda e intensa com notas florais e de frutas vermelhas e na boca uma sensacional sensação de frescura, profundo e rico. Uma bela sugestão para harmonizar com esse refrescante néctar são camarões flambados na manteiga. Adorei ! 

Desejo excelentes descobertas vínicas e que você leitor possa conhecer também os vinhos da Denominación de Origen Cigales. 

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal
Posted on

Os Chardonnays mais procurados do mundo

Os Chardonnays mais procurados do mundo

A busca pelos vinhos mais populares do mundo continua com a uva branca favorita de todos.

Chardonnay, o vinho que uma vez governou o mundo do vinho branco, está de volta com um estrondo.

Para ser justo, nunca foi embora. Apesar de cair em desgraça com alguns críticos e sommeliers, o público bebedor de vinho permaneceu fiel a esta nobre uva e, se nossos dados de pesquisa servem de base, estão crescendo.

A participação de Chardonnay nas pesquisas gerais cresceu significativamente em todo o mundo, com as pesquisas americanas aumentando 18% no ano passado, por isso está em péssimas condições como categoria.

Claro, quando se trata de falar sobre Chardonnay, há um elefante bastante grande na sala: Borgonha. As pesquisas na Borgonha estão crescendo, pois todos querem colocar as mãos nesses vinhos de alta qualidade e baixo volume, e a Borgonha branca foi varrida pelo tsunami de interesse pelos vinhos tintos da região.

A Côte d’Or e Chablis – e Champagne  – dominam as pesquisas de Chardonnay a tal ponto que é injusto colocar vinhos de outros lugares na mesma classe para esta lista em particular. Apenas um vinho não francês aparece em nossos 50 Chardonnays mais pesquisados ​​e, mesmo assim, aparece em 49º lugar.

Então, hoje vamos olhar para o Chardonnay não francês, e vamos cuidar da Borgonha outro dia (já vimos o Champagne nesta série).

Chardonnay é uma uva bem viajada. Poucas regiões vinícolas ao redor do mundo não o cultivam e, consequentemente, há uma infinidade de estilos disponíveis para você escolher. E o que as pessoas parecem querer é um Chardonnay delicioso e maduro, com um belo cinturão de tempero de carvalho – os mesmos vinhos que os conhecedores nos diziam há anos que estavam saindo.

Há uma distribuição justa de regiões na lista deste ano, então vamos ver o que as pessoas estão procurando.

Os Chardonnays mais procurados do mundo são:

Marcassin Estate, Sonoma Coast
Kongsgaard The Judge, Napa Valley
Leeuwin Estate Art Series, Margaret River
Kumeu River Mate’s Vineyard, Kumeu
Aubert Wines Lauren Vineyard, Sonoma Coast
Chateau Montelena, Napa Valley
Gaja Gaia & Rey, Langhe
Kongsgaard, Napa Valley
Kistler Vineyards Kistler, Sonoma Valley
Far Niente Winery Estate, Napa Valley

As coisas não mudaram muito desde a última vez que olhamos para a lista de Chardonnays que não são da Borgonha. Naquela época, havia sete vinhos da Califórnia e três de outros lugares, e esse ainda é o caso.

O vinho de menor preço da lista tinha um preço médio global de apenas US$ 6, um décimo do preço médio mais baixo da lista. Rombauer também estava orgulhosamente no topo da lista, mas caiu acentuadamente desde então – caiu quase 700 lugares em nossos rankings de busca. Outros vinhos que deixaram a lista são Jacob’s Creek e Kendall-Jackson Vintner’s Reserve, com novas entradas para Far Niente, o Chardonnay “padrão” de Kongsgaard e o bolter no pacote, Kumeu River (que subiu quase 1500 lugares em nosso ranking de buscas desde ano passado).

A grande coisa a mencionar, porém, é certamente os preços no topo. A Marcassin viu um forte aumento em seu preço médio global de varejo nos últimos nove meses, e é 68% mais alto do que quando analisamos a lista pela última vez. O Kongsgaard Judge se saiu ainda melhor – subiu 75%, com o preço médio quase quadruplicando nos últimos 10 anos.

Esses vinhos podem não ser da Borgonha, mas com certeza buscam esse nível quando se trata de preço. Bom trabalho, ainda existem muitas pessoas por aí que ainda estão apaixonadas por Chardonnay.

Fonte:

Tudo Sobre Vinho
Posted on

O Vinho em Castilla y León

A vasta Comunidade Autônoma de Castilla y León é a maior em área da Espanha e é a menor em densidade demográfica. Por este domínio reina a dedicação em lavorar a terra e é claro que que a produção vínica não poderia ficar de fora, inclusive se destacando com grandes vinhos, como o aclamado Vega Sicília produzido em Ribeira del Duero.

Há inúmeras evidências que muito antes da época da romanização e a idade média neste território, a Vitis vinífera e o vinho já eram produzidos,  fato histórico que é facilmente comprovado com a presença de inúmeros lagares rupestres esculpidos em rochas de granito muito antigas e que na atualidade podem ser facilmente visitados seguindo a “ Ruta de los Lagares Rupestres “.

Crédito das Imagens e contato para fazer a Rota dos Lagares Rupestres.
https://www.terranostrum.es/senderismo/ruta-de-los-lagares-rupestres

Em Castilla y León há diversos terroirs vínicos, possui 13 Denominações de Origem Protegida (DOP), 1 Indicação Geográfica Protegida (IGP) e 1 VdlT Castilla y León, nesta enorme área espanhola, destaco Ribeira del Duero, Rueda, Toro, Cigales e Bierzo, e em breve serão temas de artigos específicos neste blog. 

Credito da Imagem : https://enopira.com.br/castilla-y-leon-2/

Nestas áreas da península ibérica o rio Duero que nasce na Serra do Urbión há 2160 m de altitude tem um grande papel juntamente com seus afluentes e percorre no total até sua foz 897 KM, serpenteando em diversos terrois vínicos ibéricos, um destaque dentro da Espanha é para Ribeira del Duero e em Portugal o Vale do Douro.

Ambos os terroirs ibéricos consagrados  mundialmente pela excelente produção vínica. Tive a enorme satisfação de há pouco tempo atrás participar de uma bela prova um verdadeiro duelo vínico entre o Barca Velha ( Vale do Douro/ Portugal ) e o Vega Sicilia ( Ribeira del Duero/ Espanha ) ambos da safra 2011 e indiscutivelmente apresentaram-se em prova com grandes vinhos mundiais.

Convido você leitor a desbravar os maravilhosos terroirs e vinhos desta grande área espanhola Castilla y León e se encantar pela enorme beleza que essas terras reluzem.

Desejo excelentes provas e muita saude!

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal
Posted on

Uma reflexão sobre os preços dos vinhos e o consumidor

Desmistificar o vinho e torná-lo um bem de consumo fácil (que o é) é uma das minhas propostas desde sempre. O jeito de consumir, a taça e o vinho, tudo isso vem sendo mistificado há décadas, sempre como uma grande jogada de marketing. Isso é inexorável. E quem perde é o consumidor, somos nós, porque nos vemos diante de algumas normas impostas, muitas vezes injustas e com claro viés manipulador do consumidor. Sobre as taças, claro que não devemos beber um grande Bordeaux num “copo de requeijão”, mas desde quando é obrigação do consumidor depositá-lo em uma taça alemã cuja mais simples custa € 100,00?

A situação fica mais crítica quando nos deparamos com a absurda disparidade entre os preços dos vinhos, muitas vezes dentro de uma mesma vinícola. Não tenham dúvidas que isso se verifica, em primeiro lugar, como uma clara estratégia mercadológica visando “embromar” o consumidor, muitas vezes o induzindo a erros. E mais: há camadas dessas práticas. Uma começa no consumo de vinhos de luxo, por exemplo os cinco Premiers Crus de Bordeaux, onde os mesmos são ativos de fundos de investimentos pelos mercados financeiros do mundo todo, a começar por Londres, cidade onde estes vinhos são mais valorizados no planeta e onde estão sediadas as casa de leilões mais prestigiadas da Terra. Por exemplo, um quase inalcançável Chateau Lafite Rothschild 2014, pode alçar a cotação londrina de € 2.000,00, enquanto um Domaines Barons de Rothschild Lafite Les Legendes 2014 é encontrado por € 75,00, em qualquer quiosque de qualidade na capital britânica; me pergunto: vinhos da mesmíssima vinícola, com mesmas regras e mesmos canais de distribuição, podem ter esta diferença brutal de preços?

Qual justificativa plausível guardam para tanto? Falamos de Bordeaux, a região produtora mais conhecida e mítica do mundo. Se formos para a francesa Bourgogne a disparidade é maior ainda e, assevere-se, trata-se de uma “região monocástica”, praticamente só se produz tintos da Pinot Noir (há a Gamay também, claro) e onde os métodos produtivos são rudimentares, beirando o campesinato, não se justificando, assim, ser o berço dos vinhos mais caros do mundo e que, pelo preço, pouquíssimo entregam, sendo muito fácil a falsificação dos mesmos. Ocorre que estes fenômenos, que impactam nosso “inconsciente de consumo”, também estão muito presentes nas regiões produtoras do Novo Mundo, a exemplo do que ocorre aqui no Brasil mesmo.

Uma garrafa do Vinho Villa Francioni Dilor Safra 2009 custa R$ 830,00, enquanto que o muito bom Joaquim Tinto, da mesma vinícola, é vendido por R$ 80,00 no site da produtora. A manipulação mercadológica faz com que o operador de mercado, “novo rico”, que quer impressionar o cliente, ordene ao sommelier de um restaurante de luxo em São Paulo um vinho da Itália de R$ 3.000,00 cuja uva, região, e recomendações de serviços sequer imagina. E tudo isso para acompanhar “aquele costelão” famoso dos Jardins. Isso não ocorre por conhecimento, mas sim por uma rebuscada cadeia mercadológica que envolve a vinícola, a importadora, o restaurante e a construção de marcas, tudo enlaçado num corolário de hipocrisia e “bajulação” efêmeras. E tudo isso em torno do gostoso vinho.

Claro que estou indo aos limites, para bem ilustrar o conceito e a crítica, mas estas situações de “aberrações enogastronomicas” têm se tornado cada vez mais comuns nos grandes centros financeiros do mundo. Creio necessária uma mudança do “rumo do marketing” no entorno dos vinhos, onde os produtores procurariam ser mais parcimoniosos com os preços de suas cartas, os formadores de opinião mais severos com disparidades e os consumidores mais cuidadosos com os arquétipos de consumo que lhes são apresentados, dando valor ao vinho bom e não ao vinho caro. Por óbvio, o melhor vinho é aquele que você gosta e que bebe como quiser e levar isto em mente é respeitoso com o vinho e com você mesmo. Uma pequena observação: trato aqui do “vinho caro” e não do “vinho raro”! Fechando o raciocínio, deixo uma pergunta: Será que estes fundos financeiros de vinhos um dia vão abrir as suas garrafas? Salut!

Fonte:

vinho – Jovem Pan
Posted on

Vinho Esloveno

Vinho Esloveno

A Eslovênia é um pequeno país europeu com uma longa história de produção de vinho. Isso não é surpreendente, dada a sua localização mediterrânea (limítrofe) entre as latitudes norte de 45 e 47 graus, latitudes compartilhadas por Bordeaux, Borgonha e norte do Ródano. O país também faz fronteira com quatro das nações produtoras de vinho mais antigas da Europa; Croácia ao sul, Hungria a leste, Áustria ao norte e Itália a oeste.

Apesar da turbulência cultural e política que sitiou os estados balcânicos ao longo do século passado, a Eslovênia manteve sua indústria vinícola, que tem sido particularmente bem-sucedida desde que o país conquistou a independência da ex-Iugoslávia, em 1991.

A Eslovênia é em grande parte sem litoral, com apenas alguns quilômetros de costa no topo da Península da Ístria, ao sul de Trieste e do Carso DOC de Friuli-Venezia Giulia. O clima esloveno tem uma certa tendência marítima a oeste, extraída do norte do Adriático, enquanto há fortes influências continentais no norte e leste, criadas pelos Alpes e pela Bacia da Panônia. A variação topográfica significa que é difícil categorizar a Eslovênia climaticamente, e seu clima é muitas vezes dado o descritor abrangente de “sub-mediterrâneo”.

Essa variação também oferece aos produtores de vinho muitas opções quando se trata da localização de seus vinhedos. Enquanto os padrões climáticos gerais são reproduzidos em todo o país, há, dentro desses macroclimas, uma gama de variações mais sutis que contribuem para os terroirs locais.

A Eslovênia tem três regiões vinícolas principais: Podravje no Leste, Primorska no Oeste e Posavje ao sul do centro.

Podravje é a casa de máquinas da indústria vinícola eslovena, produzindo cerca de metade da produção nacional do país. Suas áreas de vinha mais densamente plantadas estão localizadas ao redor da cidade oriental de Maribor, nos vales dos rios Pesnica, Drava e Mura. As castas brancas fortes e aromáticas brilham aqui, bem adaptadas aos solos ricos em mineiros e ao clima mais continental.

Primorski é uma região costeira, do outro lado do Adriático de Veneza e Fruili. Desde 1991, apresenta o maior aumento na produção de vinhos de qualidade de todas as regiões, e continua a demonstrar o seu potencial vínico em concursos nacionais e internacionais de vinhos. Compartilhando muitos dos mesmos solos e mesoclimas ricos em minerais que a vizinha Friuli-Venezia, a região é adequada para a viticultura.

Posavje é uma região menos densamente plantada e ainda não desenvolveu a reputação que Primorski ou Podravje têm como regiões produtoras de vinho de qualidade. Em vez disso, é o lar de Cvicek, um vinho único e azedo produzido a partir de variedades tintas e brancas com um teor alcoólico relativamente baixo.

As variedades de uvas para vinho cultivadas na Eslovênia mostram uma influência italiana no Oeste, uma influência germânica no Leste e uma crescente influência “internacional” francesa em geral.

Riesling (tanto Rhine Riesling quanto Welschriesling ) são encontrados em quantidade em Podravje, assim como Traminec (Gewurztraminer) e Rizvanec (Müller-Thurgau). A Sivi Pinot (Pinot Gris) também é plantada amplamente aqui, assim como a Beli Pinot (Pinot Blanc) e sua forma mutante local, Radgonska Ranina . Em Primorski, o contacto da região com a Itália manifesta-se na escolha das uvas, nomeadamente Refosco, Tokaj (Tai) e Rebula (Ribolla). Este último faz tanto sucesso aqui quanto em sua terra natal, além da fronteira italiana, em Friuli-Venezia Giulia.

As uvas vermelhas de Bordeaux que tiveram sucesso global nos últimos 50 anos também são populares na Eslovênia, com Cabernet Sauvignon, Merlot e até mesmo seu antigo companheiro de estábulo, Carménère, sendo usados ​​para fazer tintos Primorski de qualidade. A dupla chave da Borgonha Pinot Noir (Modri ​​Pinot) e Chardonnay também são favorecidos, assim como os brancos secos feitos de Pinot Gris (Sivi Pinot) e Sauvignon Blanc.

Fonte:

Tudo Sobre Vinho
Posted on

Vinhos Orgânicos: Confiando na terminologia

Uvas orgânicas vs Vinhos orgânicos

Vinhos Orgânicos: Confiando na terminologia

Por muitos anos na UE, a única certificação era para “vinho feito de uvas cultivadas organicamente”, pois não havia estrutura legal para as práticas vinícolas. Mas o termo “vinho orgânico”, definido na legislação da UE desde 2012, também trata do uso de aditivos e outras práticas na vinícola, com foco nas adições de enxofre, mas também abrangendo enzimas, leveduras cultivadas, ajustes de acidez e assim por diante.

Embora as duas maiores jurisdições tenham esclarecido e melhorado bastante suas regulamentações, permanecem discrepâncias inúteis entre os códigos da UE e do USDA. Os vinhos que ganham o selo orgânico do USDA são vinhos orgânicos sem adição de sulfitos. Adições de dióxido de enxofre (bissulfito de potássio ou metabissulfito) de 100 partes por milhão são permitidas em vinhos que podem levar a descrição “feito com uvas orgânicas”. No entanto, na Europa o vinho orgânico pode ter até 100 miligramas por litro de dióxido de enxofre nos vinhos tintos secos, com um limite de 150mg/l nos vinhos brancos e rosés.

Antes de 2012, o termo “vinho natural” começou a ser usado por quem fazia, vendia ou bebia vinhos feitos com nenhum ou mínimo aditivos químicos. Dada a margem de manobra dos sulfitos nos regulamentos atuais da UE, agora estão sendo feitas tentativas para codificar esse movimento.

O tema dos vinhos naturais e dos processos enológicos orgânicos será examinado mais detalhadamente na terceira parte desta série.

Certificação

O conceito de certificação gera muita controvérsia, assim como as complexidades dos vários processos para obter a certificação. Isso está ligado aos fatores motivadores para crescer organicamente ou biodinamicamente.

Como mencionado na primeira parte, alguns praticantes de agricultura orgânica e biodinâmica dizem que fazem isso para fazer o melhor vinho possível e preservar suas terras para suas terras em um estado saudável para seus filhos. A comercialização baseia-se na qualidade do vinho, não na agricultura biológica propriamente dita, pelo que a certificação pode ser vista como desnecessária, e alguns produtores até a caracterizam como um imposto sobre a agricultura biológica. Alguns defensores dizem que os métodos orgânicos devem ser a norma e que os usuários de produtos químicos devem ser certificados.

Frases que evitam a palavra “orgânico” que muitas vezes aparecem para descrever produtores não certificados incluem “agricultura sem o uso de herbicidas, pesticidas e fungicidas sintéticos”, embora o consumidor deva confiar no produtor e/ou fornecedores quanto ao que essas frases realmente significam.

Os produtores orgânicos certificados muitas vezes se opõem a que os vinhos de produtores não certificados sejam identificados como orgânicos no mercado. Estes últimos não tiveram o mesmo esforço (em termos de papelada) e despesas, nem passaram pelo mesmo escrutínio. Eles também podem pulverizar fungicidas se surgir um problema específico na estação de crescimento. Este debate levou a algumas trocas bastante acaloradas entre os diferentes campos, quando se poderia pensar que eles compartilhavam muitos valores comuns.

Em biodinâmica, Demeter – de propriedade da International Biodynamic Association – é o certificador padrão, no entanto, alguns produtores acham que é muito rigoroso em certas áreas de aplicação. Enquanto isso, Michel Chapoutier no Rhône sente que não é suficientemente rigoroso e, portanto, usa a organização rival Biodyvin, cuja formação Olivier Humbrecht desempenhou um papel importante. Este último concentra-se na produção de vinho, ao contrário de Demeter, e reivindica custos de adesão muito mais baratos. Os custos de certificação para a certificação Demeter são contínuos – na Nova Zelândia, os viticultores pagam taxas fixas de acordo com a área de seus vinhedos, enquanto as vinícolas são cobradas 0,5% das vendas no primeiro ano e 1% depois.

A Demeter USA causou atrito ao registrar o termo “biodinâmico” nos EUA, de modo que ninguém pode chamar seu vinho de biodinâmico a menos que seja certificado pela Demeter. A biodinâmica, no entanto, não é reconhecida diretamente pelo USDA, exigindo que a Demeter tenha uma empresa irmã (Stellar), que obtém a certificação orgânica reconhecida pela NOP como parte de seu processo.

Na agricultura orgânica, 300 ou mais organismos de certificação oferecem uma escolha desconcertante, variação de regras e potencial diluição da confiança do consumidor. A UE e o Programa Orgânico Nacional do USDA fornecem uma estrutura regulatória federal para esses órgãos, e o logotipo do USDA Organic e da folha da UE aparece em um vinho junto com os detalhes do certificador. O IFOAM (Organic International), com sede na Alemanha, é um órgão sem fins lucrativos que também credencia certificadores. As empresas de vinho dos EUA também podem se inscrever por meio do programa NOP para financiamento dos custos de certificação.

Alguns produtores praticam a biodinâmica, mas certificam seus vinhos como orgânicos. Isso pode ser devido a problemas técnicos ou a sensação de que a certificação orgânica é uma ferramenta de vendas mais forte. Milton Estate, em Gisborne, Nova Zelândia, é certificada com Demeter como uma das primeiras 10 propriedades de vinho biodinâmico do mundo, mas também é certificada orgânica com Biogro para facilitar o acesso a novos mercados de exportação.

Tudo isso torna difícil para os consumidores diferenciar as categorias e identificar os vinhos orgânicos; é necessária alguma confiança em distribuidores e varejistas bem informados. Atualmente temos que nos limitar a identificar aqueles vinhos que têm as palavras orgânico ou biodinâmico no nome do produto.

Na conversão

A certificação não é um processo imediato. As várias agências orgânicas normalmente levam três anos ou mais para certificar um produtor ou propriedade. O status de conversão geralmente implica que os métodos orgânicos foram seguidos por um a dois anos.

O processo de certificação biodinâmica pela Demeter USA também leva três anos, ou um ano a partir da inspeção inicial se o vinhedo já for certificado como orgânico. Se a avaliação inicial e o relatório publicado indicarem que a certificação pode ser alcançada dentro do prazo de três anos e houver um plano de cinco anos para a conversão de toda a fazenda, o status “em conversão” poderá ser referenciado na rotulagem e no material de ponto de venda.

Recuperação da exposição a produtos químicos

Prever quanto tempo um vinhedo levará para se recuperar totalmente do uso anterior de pesticidas sintéticos e outros produtos químicos é um tópico incrivelmente difícil. Os prazos típicos de três anos para certificação são baseados no estabelecimento de práticas auditáveis, não em efeitos absolutos.

A definição de recuperação total do solo pode ser um alvo móvel em termos de vestígios de produtos químicos e vida biológica. Diferentes pesticidas sintéticos, por exemplo, podem variar muito em termos de tempo que levam para se decompor, e variações na geologia, topografia, clima e clima também podem ter um grande efeito nas escalas de tempo.

Sulfato de cobre e enxofre

A aceitação do uso do sulfato de cobre pelos certificadores orgânicos e biodinâmicos é uma razão comumente apontada contra a obtenção da certificação por produtores que utilizam métodos orgânicos, ou usada para justificar o trabalho sob a bandeira lutte raisonée. A mistura Bordeaux (uma mistura que combina cal hidratada com sulfato de cobre) foi pulverizada nas videiras para combater o míldio desde o século XIX.

Esta é uma grande contradição com a definição de viticultura orgânica como a ausência de produtos químicos sintéticos. Também nos lembra que, enquanto o desenvolvimento e uso de uma gama completa de pesticidas, herbicidas e outros progrediu para uma ortodoxia no século XX, há mais tempo estamos danificando quimicamente nosso solo de vinha (que a raça humana vem esgotando o solo através monocultura e outras desventuras desde os primórdios da agricultura podem ser salvas para outra época).

Mas o excesso de cobre é tóxico para muitos organismos; um acúmulo deixa o solo sem vida e sem aeração de minhocas, como é o caso em muitas partes de Bordeaux. A mistura era conhecida como perico (periquito) nos EUA porque deixava os trabalhadores dos vinhedos azuis – e matava muitos deles. O sulfato de cobre é lento para se decompor em água doce e, portanto, também pode danificar a biodiversidade em rios próximos.

Na era moderna, os produtores com acesso a outros produtos químicos para combater o oídio ou o oídio e outros fungos podem usar a mistura de Bordeaux uma vez por ano no inverno e usar opções alternativas em outros momentos. Os viticultores orgânicos e biodinâmicos costumam usá-lo com mais regularidade, pois é sua principal opção fungicida, e os benefícios da idade da videira significam que a rotação de culturas – uma parte fundamental da prevenção de doenças e pragas para a maioria das operações orgânicas – é apenas uma opção para o inter- linha, não a cultura principal.

Enquanto o sulfato de cobre é usado contra o míldio, as preparações contendo enxofre são normalmente usadas contra o oídio na agricultura orgânica e biodinâmica. Isso pode estar em desacordo com uma certificação completa de vinho orgânico do USDA ou com o conceito de vinho natural, como será discutido mais adiante na parte três.

Revisões científicas de vinhedos orgânicos e biodinâmicos

Muitos ensaios científicos foram realizados comparando vinhedos orgânicos e/ou biodinâmicos com vinhedos convencionais. Nenhuma imagem clara parece ter emergido. Por exemplo, um teste de vinhedo orgânico da Nova Zelândia mostrou resultados mistos; ao longo de três anos, três vinícolas dividiram dois blocos ao meio e cultivaram metade de forma convencional e metade de acordo com práticas certificadas pela Biogro. A Gibbston Valley Estate em Central Otago preferiu seu Pinot Gris orgânico, mas achou que os dois Pinot Noirs de 2014 eram muito semelhantes e pensou que a decisão de expandir seu programa orgânico era mais sobre a terra do que os vinhos. Em contraste, Mission Estate em Hawke’s Bay tinha uma preferência esmagadora pelo Merlot e Syrah de seu bloco orgânico e sentiram que merecia a conversão total no final do projeto. Wither Hills em Marlborough sentiu que, embora outros custos fossem amplamente equilibrados em comparação, os rendimentos mais baixos vistos significavam que eles não expandiriam seu compromisso orgânico.

Não é mais fácil comparar vinhedos biodinâmicos e orgânicos entre si. A ênfase moderna no cultivo de cobertura, policultura e rotação de culturas não fazia parte dos ensinamentos originais de Rudolf Steiner e pertence mais ao movimento orgânico a partir da década de 1940. Como muitas técnicas – benéficas e problemáticas – são usadas em ambas as metodologias, os ensaios científicos comparando as duas são muitas vezes muito difíceis. A maioria dos estudos luta para identificar quaisquer benefícios distintos para os elementos mais exclusivos da biodinâmica; os preparativos.

Isso nos devolve à ideia (mencionada na primeira parte) de que a principal diferença pode ser fornecida pela rotina fornecida ao trabalhador da vinha pelo calendário biodinâmico. No entanto, os adeptos da biodinâmica tendem a ver o sistema de forma holística, não muito preocupados com o aspecto que fornece a vantagem que muitas das principais propriedades que praticam a biodinâmica sentem que detectaram através da degustação do produto final após seus próprios testes de parcelas de vinha.

Vizinhos

Um produtor orgânico pode ser impedido de obter a certificação devido à aproximação de vizinhos, por exemplo, se sprays químicos atravessarem a fronteira com o vento. Não é incomum que uma mudança para a agricultura orgânica estimule a contratação de produtores próximos.

Os governos (especialmente na França) tendem a não discriminar entre vinhedos orgânicos e não orgânicos quando se trata de combater problemas nas regiões vinícolas. Em um processo judicial de alto perfil em 2014, Emmanuel Giboulout, de Beaune, cujos 10 hectares (25 acres) foram cultivados organicamente, depois biodinamicamente, por décadas, foi condenado e multado por desrespeitar uma lei que exige que os produtores usem um pesticida químico contra o inseto cigarrinha, que espalha o vírus mortal flavescence dorée.

Da mesma forma, em 1994, helicópteros pulverizaram grandes partes do Languedoc para combater as mesmas pragas. Um agricultor orgânico cujo vinhedo é submetido a tal bombardeio aéreo só pode prometer que pessoalmente não adicionou produtos químicos ao vinhedo. As únicas contrapropostas não químicas para se proteger contra esse vírus envolvem um incentivo a longo prazo da biodiversidade para aumentar os predadores naturais da cigarrinha e sprays, o que equivale a pedir aos vizinhos que se tornem orgânicos.

Custos de produção, preços das garrafas

Adolfo Hurtado, da Concha y Toro, estima que os custos de produção das vinícolas orgânicas sejam cerca de 30% superiores aos dos vinhedos convencionais. As razões incluem o preço de algumas preparações orgânicas, como o fungo predador Trichoderma, que é usado contra o mofo. Os custos de mão de obra associados à compostagem são outro componente-chave que afeta o resultado final, assim como os requisitos para equipamentos especializados. No projeto da Nova Zelândia mencionado anteriormente, mais dinheiro foi gasto em capina, mas isso foi compensado por menores gastos com herbicidas. As reduções de rendimento podem adiar muitos negócios, como mencionado acima, embora as generalizações sejam difíceis.

A biodinâmica requer talvez 10 a 15 por cento mais custos de mão de obra para seguir o cronograma do calendário lunar e produzir as várias preparações e compostos e implantá-los. Quaisquer materiais pré-fabricados disponíveis provavelmente serão caros, em parte devido a economias de escala. Então, para ambas as metodologias, podemos potencialmente adicionar os custos da certificação, conforme mencionado acima. No entanto, alguns custos, como os associados ao manejo do dossel, podem ser reduzidos em alguns vinhedos.

No entanto, a imagem ainda é obscura. Por exemplo, parece que o tamanho do vinhedo pode ter um grande impacto ao comparar os custos de produção da biodinâmica com a agricultura convencional. Um estudo de 2010 da Universidade de Adelaide sugeriu que a economia de escala e os custos da metodologia têm uma relação complexa, com vinhedos pequenos 12% mais caros para operar biodinamicamente, vinhedos biodinâmicos de tamanho médio (3 a 9,9 hectares) 63% mais caros e vinhedos maiores que 10ha, na verdade, um pouco mais barato, em média, para funcionar biodinamicamente.

Demanda

O espaço impede aqui uma visão geral das tendências estatísticas para a procura de vinhos orgânicos e biodinâmicos. Isso não apenas parece variar de acordo com o mercado, mas também é difícil isolar o vinho – um segmento subsidiário do maior setor de bebidas orgânicas, que por sua vez é uma parte menor da demanda de alimentos e bebidas orgânicas como um todo.

Muitos comentários vinculam a demanda ao aumento do número e da área de vinhedos cultivados organicamente, embora isso não seja feito apenas para atender à demanda. A taxa de aumento é difícil de definir, mas parece que a produção de vinho orgânico e biodinâmico continua a aumentar.

Na minha própria experiência, apenas uma pequena porcentagem de clientes via orgânico – em um sentido ecológico – como um critério de compra primário, e muitos deles tendiam também a ser compradores orientados para o valor. Para aqueles dispostos a pagar o preço premium, a ênfase nas credenciais orgânicas ou biodinâmicas era inseparável dos requisitos de qualidade. Isso, no entanto, ecoa as motivações de muitos produtores de vinho.

No meu último período no varejo, no início de 2010, muito mais pessoas me pediram vinho natural, preocupadas com possíveis ligações entre os níveis de sulfito e os riscos à saúde, ou os sintomas de curto prazo que encontraram ao beber vinho. Na parte final desta série, focamos as práticas orgânicas e biodinâmicas na adega e o conceito de vinho natural.

Fonte:

Tudo Sobre Vinho
Posted on

Rioja, a Terra com o Nome de Vinho 

Imagem captada julho de 2022

A região La Rioja é considerada uma das áreas vinícolas mais importantes do mundo devido a sua situação geográfica, suas condições climáticas e seus solos, esses fatores privilegiam essa parte da Espanha para cultivar videiras com excelência. Foi a primeira região da Espanha a receber sua Denominação de Origem (DO), em 1925. E no ano de 1991 esta denominação foi alterada para Denominación de Origen Calificada (DOCa), demonstrando a enorme qualidade que seus vinhos apresentam.

Imagem da La Rioja Turismo

A Denominación de Origen Calificada Rioja localiza-se no norte da Espanha, em ambas as margens do rio Ebro, esse é o rio mais importante da região. Há uma curiosidade interessante que o nome “Rioja” deriva de um nome de rio que é um afluente do rio Ebro, o rio “Oja“. 

A região La Rioja é a menor região da Espanha, a sua demarcação está sub-dividida em três áreas, a Rioja Alavesa , a Rioja Alta e a Rioja Oriental, que até o ano de 2018 era denominada de Rioja Baja. São cerca de cem quilômetros que cruzam a parte leste a oeste e cerca de quarenta quilômetros de largura que são ocupados por vinhedos no Vale do Ebro em diversos patamares de terraços e em diferentes níveis de altitudes, sendo os mais altos com 700 metros acima do nível do mar. 

www.riojawine.com

Todas as áreas praticamente se beneficiam com à confluência de dois climas opostos, o clima Atlântico e o clima Mediterrânico, que proporcionam temperaturas suaves e níveis de precipitação anuais de giram em torno de 400 l/m² . Ao norte está a Serra da Cantábria que protegem dos fortes ventos frios que vem do Norte, já na parte Sudoeste estão localizadas as Serras da Demanda e Los Cameros. Há inúmeros micro-clima e que dependendo de onde estão implantados determinados vinhedos, o tipo da sua orientação pode ocorrer maior captação de luz ou maior proteção dos ventos.

Os solos são variados dependendo da área, na Rioja Alavesa predominam os argilo-calcários pobres em matéria orgânica, já na Rioja Alta predominam os argilo-calcários, argilo-ferrosos e aluviais e na Rioja Ocidental há mais solos argilo-terrosos e aluviais. 

Nas castas mais produzidas destaca-se em primeiro lugar a Tempranillo, conhecida em Portugal como Tinta Roriz ou Aragonês no Alentejo. A Garnacha tinta, Mazuelo, Graciano também são cultivadas no setor das tintas e nas brancas a Viura é a mais cultivada seguida pelas Malvazia e Garnacha Branca. 

Algo curioso que vale o destaque histórico é que na época da grande praga da Filoxera, os vinhedos franceses foram devastados primeiro 1867 e na região La Rioja só em 1889, fato este que levou os franceses à região espanhola atrás de vinho. No ano de 1880 uma grande parte da região La Rioja já estavam tendo relações comerciais com os viticultores franceses, estes compravam vinho para compensar as perdas na produção francesa, e foi neste período que o “modo bordalês” de elaborar e envelhecer o vinho foi introduzido na região. 

Os vinhos produzidos nesta magnífica região podem ter estilos variados e que agradam aos mais diversos estilos de gostos vínicos, segue abaixo um quadro didático com a descrição dos estilos e características de envelhecimento, perfis aromáticos ao qual são regidos os vinhos La Rioja pela (DOCa).

Imagem da Aula (Vinos da Rioja) – Escola Hosteleria Dictiva

Fica o convite à você leitor desbravar pessoalmente esta belíssima e fantástica região vitivinícola espanhola ou através dos seus vinhos. Desejo excelentes provas e muita saúde !

riojawine.com

TEL. (34) 941 500 400

CONSEJO@RIOJAWINE.COM

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal
Posted on

Os vinhos mais procurados do Chile

Os vinhos mais procurados do Chile

Se você fosse escolher um garoto-propaganda para fazê-lo no cenário internacional do vinho, teria que ser o Chile.

Nos últimos 40 anos, essa longa e fina faixa do paraíso do cultivo de uvas fez o jogo perfeito quando se trata de conquistar um pedaço do mercado global e também o fez à sua maneira.

Enquanto outras regiões como Argentina e Nova Zelândia também marcaram presença no cenário vitivinícola internacional na mesma época, ambas garantiram sua fatia da ação ao contar com uma variedade de uvas em particular: Malbec e Sauvignon Blanc, respectivamente. Isso significou que ambos os países se tornaram porta-estandartes de um determinado vinho varietal, às vezes em detrimento de outras variedades. Os produtores de Chardonnay da Nova Zelândia acham difícil ganhar força em um mercado saturado de Sauvignon, por exemplo.

O Chile, no entanto, prosperou em virtude de duas coisas: sempre produziu bons vinhos confiáveis; e produziu uma ampla gama de estilos. Enquanto a Argentina pegou o Malbec e o tornou seu – e a Nova Zelândia fez do Marlborough sinônimo de Sauvignon Blanc – o Chile perseverou, fazendo vinhos de uvas que todo mundo já faz – eles apenas os tornam consistentemente bons e consistentemente acessíveis.

Carmenére tornou-se uma espécie de especialidade chilena. Acreditava-se que a variedade, uma vez difundida em Bordeaux, estava extinta até que alguém percebeu que as videiras que muitos agricultores chilenos cultivavam não eram na verdade Merlot, mas Carmenére, tornou-se uma espécie de vinho de assinatura para o Chile, mas plantações e produção não chegam nem perto de Malbec na Argentina ou Sauvignon na Nova Zelândia.

Assim, o Chile conseguiu construir sua reputação nas variedades Bordeaux, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Noir e até Syrah, e o fez de maneira tão eficiente que o Chile se tornou sinônimo não de mera variedade de uva, mas de valor genuíno para dinheiro. O elemento custo-benefício no Chile é impressionante; você pode escolher um dos melhores vinhos do país por menos de US$ 50 e temos apenas dois vinhos chilenos em nosso banco de dados com preços médios globais superiores a US$ 200.

Então, com todo esse valor em exposição, que vinhos as pessoas procuram? Vamos dar uma olhada.

Os vinhos chilenos mais procurados do mundo são:

Sena, Vale do Aconcágua
Vina Almaviva, Puente Alto
Clos Apalta, Vale de Colchagua
Concha y Toro Don Melchor Cabernet Sauvignon, Puente Alto
Montes Purple Angel Carmenére, Vale de Colchagua
VIK, Millahue
Errazuriz Don Maximiano, Vale do Aconcágua
Vinedo Chadwick, Vale do Maipo
Vina Almaviva EPU, Puente Alto
Montes Alpha M, Apalta

Por todo o valor e variedade que o Chile oferece, os produtores podem estar tentando esvaziar um balde de água com um garfo. Os milhões de pessoas que fazem buscas neste site todos os dias claramente não se importam com a variedade; eles sabem exatamente o que querem.

E o que eles querem é, predominantemente, que Bordeaux se misture com pontuações agregadas da crítica nos anos 90 e é isso. Carmenére recebe uma entrada, enquanto o Cabernet Sauvignon puro – no qual o Chile se destaca – também recebe apenas uma única menção. Os brancos não dão uma olhada; há apenas um branco (o Aristos Duquesa d’A) entre os 50 vinhos chilenos mais procurados.

Há uma certa consistência chilena sobre o preço nesta lista também. Todos esses vinhos, com exceção de um, viram aumentos constantes e incrementais de preço nos últimos 10 anos, com alguns vinhos quase dobrando seus preços médios globais durante esse período, mas nenhum dando saltos repentinos no preço. A única exceção é o VIK, que flutuou muito entre 2012 e 2015, antes de se estabelecer em uma trajetória tipicamente chilena de crescimento cuidadoso e constante. Curiosamente, é o único vinho da lista que tem um preço médio mais baixo agora do que em 2012.

A consistência sempre foi a chave para o sucesso do Chile nas últimas quatro décadas e não parece que isso vá mudar tão cedo; os vinhos continuarão a melhorar cada vez mais e os preços subirão lentamente, embora nunca de uma forma que possa assustar os cavalos. Esse é o jeito chileno.

Fonte:

Tudo Sobre Vinho
Posted on

Vinho Grego

Vinho Grego

A Grécia – o país montanhoso mediterrâneo no sudeste ensolarado da Europa – é frequentemente considerada o berço da civilização ocidental. Evidências arqueológicas sugerem que o vinho é produzido em algumas partes da Grécia há mais de 4.000 anos.

Referências na Ilíada e na Odisseia de Homero confirmam que a vinicultura era predominante aqui no século VIII aC. A importância do vinho também é evidente na mitologia grega. Dionísio (o deus grego do vinho) aparece em lendas de todas as partes da Grécia, desde as planícies da Ática até a ilha de Quios no mar Egeu.

A partir do século IV, a tumultuada história da Grécia como parte do Império Bizantino fez com que a vinificação não florescesse como na vizinha Itália. Como resultado, a importância da Grécia no mundo do vinho moderno é muito menor do que se poderia supor, dado seu sucesso inicial. No final do século 20, no entanto, a vinificação grega mostrou sinais de revitalização, apoiada por técnicas modernas de vinificação e uma geração de produtores motivados e focados na qualidade.

A face moderna do vinho grego combina o tradicional com o moderno. Variedades de uvas nativas da Grécia, como Assyrtico, Agiorgitiko e Xynomavro, são encontradas ao lado de famosas variedades internacionais (francesas) como Cabernet Sauvignon e Chardonnay. O portfólio de vinhos gregos do século 21 inclui tudo, desde brancos frescos com aroma cítrico e rosé espumante até tintos deliciosamente doces.

Geograficamente falando, a Grécia consiste em seu continente e inúmeras ilhas. O continente grego cobre o extremo sul da Península Balcânica, projetando-se no Mar Mediterrâneo entre o sul da Itália e a Turquia. É ladeado a leste e oeste pelos mares Egeu e Jônico, respectivamente.

Isso tem forte influência nos diversos mesoclimas do país; as ilhas e o extenso litoral trazem uma influência marítima ao clima mediterrâneo. O clima se inclina para o continental no extremo norte montanhoso, ao longo das fronteiras com a Albânia, Macedônia e Bulgária. As paisagens gregas variam de montanhas escarpadas e vales fluviais exuberantes a planícies costeiras planas e pequenas ilhas mal habitadas.

A viticultura pode ser encontrada em praticamente todos os cantos da Grécia, embora sua escala seja significativamente diferente de região para região. Os estilos preferidos também variam consideravelmente. No Noroeste (Macedônia grega), os vinhos ricos e tânicos feitos de Xynomavro são os preferidos.

A Península do Peloponeso no Sul complementa seus tintos à base de Agiorgitiko com brancos frescos e altamente ácidos feitos de Moschofilero. As Ilhas do Mar Egeu são internacionalmente famosas pelos vinhos secos à base de Assírtico de Santorini e pelos vinhos doces à base de Moscatel feitos em Rodes, Samos e Limnos.

Nenhuma descrição do vinho grego estaria completa sem referência a Retsina . Diz-se que este estilo de vinho resinado, distintamente grego, se desenvolveu quando a resina de pinho foi usada como selante hermético para recipientes de armazenamento de vinho. Hoje, a Retsina é feita por escolha e não por necessidade, através da adição de resina de pinheiro durante a fermentação.

Os vinhos Retsina modernos vêm principalmente da Ática. Eles são tipicamente baseados na uva branca Savatiano, embora Roditis e Assyrtico também sejam usados ​​por alguns produtores.

Retsina serve como um elo com o passado, um lembrete da importância da Grécia no desenvolvimento da cultura do vinho europeu. Até os romanos valorizavam o vinho grego acima do seu, como mostram os preços praticados para as importações gregas).

O comércio de Malvasia da Idade Média foi uma época de ouro para a indústria vinícola grega. Envolveu um conjunto complexo de variedades de uvas com o nome da área do Peloponeso de Monemvasia. Os vinhos tornaram-se uma importante exportação para Constantinopla (atual Istambul).

Os mosteiros recebiam isenções fiscais e frequentemente cediam terras à indústria. Isso configurou um período de prosperidade vitícola que duraria até a chegada dos turcos otomanos.

A partir do século XV, grande parte da Grécia foi governada pelos otomanos, cuja religião muçulmana proibia o consumo de vinho. Isso significou uma era de declínio para a produção de vinho grego; vinhas foram arrancadas, banidas, esquecidas ou plantadas para culturas mais lucrativas, como passas. Alguns permaneceram, mas os governantes otomanos impuseram pesados ​​impostos sobre a produção de vinho grego. Esse período é frequentemente citado como o motivo pelo qual a indústria vinícola da Grécia não é tão desenvolvida quanto a da França ou da Itália, apesar de sua longa história.

A Guerra da Independência Grega de 1821-32 mergulhou o país em turbulência. A viticultura só foi retomada no final do século XIX. Durante este tempo, o surto de filoxera devastou as vinhas da Europa Ocidental. Isso chamou a atenção para os vinhos gregos, e o país viu um aumento na atividade vitícola. Infelizmente, as duas Guerras Mundiais e a própria praga da filoxera na Grécia provaram ser devastadoras para a indústria vinícola do país em meados do século XX.

Foi durante a década de 1960 que a indústria começou a crescer e técnicas e tecnologias modernas de vinificação foram empregadas pelos produtores de vinho gregos. Em 1971, um sistema de denominação foi introduzido para imitar os grandes regimes de vinhos da França e da Itália. Fazia parte dos preparativos gregos para a entrada na União Européia.

Regiões de importância histórica estavam entre as primeiras a receber o status de denominação. As condições foram impostas às variedades a serem utilizadas e muitas vezes às altitudes necessárias para o cultivo.

O Onomasia Proelefseos Anoteras Piotitos (OPAP) e Onomasia Proelefseos Eleghomeni (OPE) são as duas principais designações de vinho de qualidade na Grécia. Eles cobrem vinhos secos e doces, respectivamente. No nível inferior, o Topikos Inos (vinho local/país) e Epitrapezios Inos (vinho de mesa) de nível IGP cobrem áreas maiores e uma ampla variedade de estilos de vinho e variedades de uvas.

O início do século 21 foi um período tumultuado para a Grécia, com instabilidade política e uma enorme crise da dívida ameaçando toda a economia da Europa. No entanto, os vinhos tintos encorpados feitos de Agiorgitiko e Xynomavro mostram o potencial das uvas indígenas da Grécia.

Enquanto isso, as regiões vinícolas de Naousa, Nemea, Mantinia, Samos e a ilha de Santorini continuam a ser uma referência para o resto do país.

Fonte:

Tudo Sobre Vinho
Posted on

O Vinho no Reino de Navarra

Imagem captada em Bargota, Navarra em Julho 2022

Um grande amor pela terra e uma enorme paixão pelo vinho foi o que constatei com meus próprios olhos peregrinando a pé por todo o norte do reino de Navarra. Adentrando este reino pela belíssima e histórica capital Pamplona e seguindo para Obanos, Puente La Reina, Estella, Ayegui, Igúzquiza, Los Arcos e Torres del Rio. Neste percurso foram muitos quilômetros apreciando os detalhes desse terroir vínico tão encantador.

O vinho está presente nesta região já há muitos séculos e faz parte da cultura e da tradição fazê-lo com muito esmero e qualidade. A região se caracteriza além do vasto acervo histórico-cultural, pela grande diversidade de paisagens e climas dentro deste mesmo reino. Navarra possui uma particularidade climática, ela está na confluência dos tipos de climas, atlântico, continental e o mediterrâneo. Em seu relevo destaca-se está cercada ao norte pela cordilheira da Cantábria, receber influência dos Pirineus (montanha do vale do Roncal) e a região está localizada no vale do rio Ebro.

Com esta diversidade de micro-climas Navarra produz vinhos tintos, brancos e rosés com qualidade para acompanhar deliciosos pratos com a culinária local ou também com a cozinha internacional. 

Com cerca de 10.200 ha de área com a Denominação de Origem ( D.O.), divididos em cinco sub-regiões : Baja Montaña, Valdizarbe, Tierra Estella, Ribeira Alta e Ribeira Baixa. A casta mais produzida na região é a melindrosa Garnacha das tintas, mas há forte presença também da Tempranillo, Mazuelo, Graciano e das internacionais Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Pinot Noir . Nas brancas a Viúva, Malvasia e Garnacha Branca marcam presença como castas autóctones e a Chardonnay, Sauvignon Blanc e a Moscatel de Grano Menudo como brancas internacionais bem adaptadas ao terroir. 

Uma curiosidade é que mais de 70% da plantação é com castas autóctones ( Garnacha, Tempranillo e etc. ) e 30% que estão com castas internacionais no território. Dentro do D.O. Navarra são produzidas 90% de castas  tintas e só 10% de castas brancas, e essas todas juntos são magníficas para produzirem deliciosos néctares de Baco. 

Convido você leitor desbravar os vinhos D.O. Navarra, boas provas e muita saúde.

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal