Os clientes de mais de uma geração pediram e, no primeiro mês de abertura, após a volta cheia de novidades, o Álvaro’s reeditou o cardápio antigo na esquina do Leblon, onde mora há sessenta anos. A nova gestão arejou o ambiente com janelas e porta de vidro, colocou mesas na calçada e manteve funcionários com quase meio século de casa. A viagem começa pelos pastéis em sabores como camarão com Catupiry (R$ 14,90) e o vinagrete de polvo com batatas portuguesas (R$ 79,90). Ode a tempos idos, o turnedô à diplomata (R$ 189,90) é um filé-mignon alto com champignons, aspargos, batata noisette, arroz à grega e presunto. A carta de vinhos é do sommelier Dionísio Chaves, e os drinques são de Raysley Cler (Zazá Bistrô): o manolo (R$ 34,00) tem vodca, infusionada com morango e mirtilo, e chá de frutas. Perfumes da nova era.
Rua Ataulfo de Paiva, 500, Leblon (88 lugares). 11h30/23h (dom. até 23h). @alvaros.leblon.
Um forno a lenha para pães e delícias de inspiração síria é um dos trunfos da Casa Mohamed, que inaugurou em imóvel de quatro andares em Ipanema, dois deles abertos aos clientes de Iahia Mohamed. As esfihas na lenha em sabores de carne, ricota, berinjela e verdura (R$ 9,00, cada) fazem companhia a quibes como o cru, montado em camadas de coalhada, tabule e carne moída (R$ 45,00). No almoço, o serviço é de bufê, de terça a sexta (R$ 11,49, 100 gramas) e aos sábados e domingos (R$ 12,49, 100 gramas). À noite, o esquema à la carte traz pratos como o scharie, um estrogonofe de filé-mignon na coalhada com arroz de aletria (R$ 69,00), ou a paleta de cordeiro desfiada com cuscuz marroquino (R$ 94,00). Doces árabes diversos (R$ 12,00) são feitos no local, onde a cozinha tem o toque da família.
O sashimi de corte robusto que é selado no carvão e deitado em molho de tomate assado à putanesca, com lâmina de pão sourdough (R$ 69,00), é uma carta de intenções que marca na brasa o início promissor do Koral, onde o jovem chef Pedro Coronha, de 26 anos, apresenta cardápio instigante baseado na qualidade dos ingredientes e na inteligência da execução. A casa de dois andares e decoração minimalista tem salão de cozinha aberta e bar na entrada, ficando o segundo piso mais reservado. Principais como o miniarroz caldoso com polvo grelhado, chorizo, cubos de peixe a aïoli (R$ 119,00) antecedem doçuras como a delicada crostata de maçã assada, de massa fina e crocante, com sorvete de leite e chantilly de doce de leite (R$ 36,00).
Rua Barão da Torre, 446, Ipanema (97 lugares). 12h/15h30 e 19h/23h (qui 12h/15h30 e 19h/0h; sex. e sáb. 12h/0h; dom, 12h/19h; fecha seg.). @koralrest.
A chef Monique Gabiatti tem como estrela da ala de sanduíches do Polvo Bar (Rua General Polidoro, 156, Botafogo) o hot pulpo (R$ 65,00), com tentáculo de polvo no pão de leite, gremolata e maionese de missô, acompanhado de batatas fritas.
Marola: salmão robusto e empanado de estilo oriental./Divulgação
O hot filadélfia dos japoneses virou sanduíche no Marola (Avenida Olegário Maciel, 460, Barra, 96458-8675), do chef Thomas Troisgros. O marola hot (R$ 64,00) traz filé de salmão empanado na panko, cream cheese e molho teriyaki com gengibre no pão de hambúrguer.
Malta Beef Club: casa agora tem menu de sanduíches deliciososTomás Rangel/Divulgação
A unidade do Jardim Botânico do Malta Beef Club (Rua Saturnino de Brito, 84, 3269-4504) tem menu especial de sanduíches com o malta fish (R$ 45,00), delícia marítima feita com tiras de peixe empanadas, rúcula e molho tártaro.
Continua após a publicidade
Bucaneiros: aposta na mistura de mar e terraTomás Vélez/Divulgação
A onda surf and turf é a aposta do Bucaneiros (Rua Constante Ramos, 93, Copacabana, 3798-9353) com o burger Nutella (R$ 38,90): camarões, cream cheese e alho-poró cobrem a carne, além de maionese de cebola, queijo prato e mostarda Dijon.
Xepa Bar: muito camarão dentro do pãoMovedby/Divulgação
Entre as novidades de verão do Xepa Bar (Rua Arnaldo Quintela, 87, Botafogo, 99869-4769), o camarão caiano (R$ 38,00) chega com o crustáceo refogado, salada coleslaw e maionese de tempero caribenho, mais batatas fritas.
Continua após a publicidade
Bar Maravilha: a vez das lulas no sanduícheNelson Saldanha/Divulgação
Novidade no cardápio do Bar Maravilha (Rua Mena Barreto, 90, Botafogo), o lulalá (R$ 31,00) é recheado com anéis de lula à doré, alface americana e molho gribiche de ovos cozidos, alcaparras, picles e dill, e servido no pão de leite.
Escaminha: salada refrescante de repolho e cenouraTomás Rangel/Divulgação
Tem mar por todos os lados no Escaminha (Rua Dias Ferreira, 154, Leblon, 3988-8171), e a seção de sanduíches traz o “burger” com filé de peixe empanado, salada coleslaw, picles de pepino e maionese de limão galego no pão brioche (R$ 49,00).
A tradição merece ser cultivada com carinho, assim como as histórias que cada lugar tem para contar. O Zinga Bar está na esquina de Copacabana onde funcionou por quase cinquenta anos o icônico Alla Zíngara, e tem no comando os filhos de um dos fundadores do bar que fechou durante a pandemia. O painel ilustrado de seres do mar foi mantido na parede, e as empadas de camarão, frango e palmito (R$ 10,00 cada) continuam nas mãos do mesmo cozinheiro. O bife de chorizo à cavalo brilha na casa dos principais, servindo duas pessoas com arroz branco, batatas portuguesas, farofa de ovos e dois ovos fritos (R$ 150,00). O chope da Brahma (R$ 10,00) rega a brincadeira, e o zinga é um dos coquetéis do bartender Pretinho Cereja, com vodca, abacaxi, triple sec, limão, mel e bitter (R$ 34,00).
Rua Belfort Roxo, 231, Copacabana (110 lugares). 16h/1h (qui. a sáb. e fer. até 2h). @zinga.bar.
Lançado pelo Polo Gastronômico e Cervejeiro de Nova Friburgo, o Festival Gastrobier está no ar até o dia 29 de fevereiro com a participação de 30 estabelecimentos que celebram a gastronomia da região serrana do Rio.
O evento oferece variedade de pratos e bebidas elaborados pelos chefs e cervejeiros locais. “É uma oportunidade única para os moradores e visitantes se reunirem, explorarem novos sabores e desfrutarem da hospitalidade que nossa cidade tem a oferecer”, diz o presidente do Polo Gastronômico e Cervejeiro de Nova Friburgo, Flavio Stern.
Participam do festival restaurantes como Alto Mar Bistrô, Alberge Suisse e Trilhas do Araçari, e cervejarias como Buzzi e Angels & Devils. A Feitoria comparece com um tartar de atum, levemente apimentado com sriracha, shoyu, gergelim, raspas de limão, cebola crocante e abacate. E a Mosaicos Portella, no Vale das Seriemas, apresenta o trio de cestinhas recheadas com queijo de cabra e Parma com geleia de abacaxi e pimenta; caprese; e shitake.
O sabor começa pelo nariz, como se sabe, na composição dos diferentes aromas que aguçam a percepção. E o pessoal anda levando ao pé da letra a “perfumaria gastronômica”, criando drinques e sorvetes baseados em fragrâncias de marcas de perfumes e cosméticos, mantendo no foco os ingredientes de qualidade. Depois da Granado, que deixa em cartaz até março a sorveteria “pop up” na loja de Ipanema (Rua Garcia D’Àvila, 108), em parceria com a marca Sorvetiño, a novidade são os drinques feitos pelo hotel Emiliano Rio com a grife Carolina Herrera.
A carta de coquetéis se inspira em linhas da marca, refletindo a personalidade dos perfumes Good Girl, 212 e Bad Boy, além do batom Carolina Red 310. O Good Girl é preparado com vodca Ketel One, Aperol, caramelo, limão, gengibre, clara de ovo, e pitadas de sal e pimenta, oferecendo um sabor marcante. A 212, foi representada em duas composições: 212 Vip Rosé e 212 Vip Black. Segundo a marca, “enquanto a primeira demonstra a elegância e confiança da mulher moderna, com a combinação de Ketel One Botanical Peach & Orange, licor de cassis, Chandon Rosé e angostura, a segunda conta com gim Tanqueray, Kahlua, Monin Baunilha, suco de limão e tônica, refletindo a personalidade ousada e destemida do homem cosmopolita”.
O drinque Bad Boy, por sua vez, combina Gold Label, Cointreau, Martini Dry e Licor Elderflowers. E o Carolina Red 310 se inspira no icônico tom de batom da Herrera Beauty, feito com gim Tanqueray Ten, Bacardi Oro, 43 e suco de cranberry. Todos os coquetéis estarão disponíveis até o dia 20 de março, no bar do Emile, e no Rooftop do Emiliano (Av. Atlântica, 3.804, Copacabana, tel.: 21-99255-9920). O valor de cada um é de R$ 60,00.
Granado: marca tem sorvetes sem essências ou aditivos artificiaisInternet/Reprodução
Na Granado, permanecem em cartaz, no segundo andar da loja em Ipanema, oito sabores inspirados em fragrâncias clássicas da marca, feitos sem conservantes, corantes ou aromas artificiais. O Chá Preto e Bergamota, por exemplo, combina o sabor do chá com toque cítrico de tangerina; a Rosa Damascena é um sorbet de geleia de morango com um toque de água de rosas; e a Époque Tropical tem base de polpa de caju com leve toque de cardamomo. O copinho com dois sabores custa R$ 18,00.
BAIXE O APP COMER & BEBER E ESCOLHA UM ESTABELECIMENTO:
Dia desses, decidi repassar mentalmente os melhores pratos do ano passado. A verdade é que, na peneira da memória, pratos marcantes têm densidade especial. Se faço esforço para lembrar do impacto, “noves fora” uma ou outra injustiça, a comida não foi tão boa assim.
Para a minha surpresa, houve vários pratos salgados memoráveis brasileiros, mas foi duro ter de escalar o abismo criativo entre a maioria das nossas sobremesas e as do exterior. Lá pelo meio do cardápio, a sensação é que desarmou o disjuntor da inspiração e desandou o resto.
Semana passada, um jovem e talentoso chef carioca afirmou que sua geração não gosta de frutas, mas decidiu “insistir e fazer uma torta de maçãs”. Gostei da comida, mas confesso que, não só achei muito errada a generalização (levante o dedo quem tem menos de 30 e ama frutas), como está na contramão da boa gastronomia mundial, que valoriza, cada vez mais, as sobremesas com essa base. Será que começa aí o equívoco? Em não acreditar no potencial do próprio mercado?
Com raras exceções, o que vejo é uma sequência de doces muito doces, banais na concepção e montagem, mesmo em restaurantes ambiciosos. É chocolate sem qualidade, em calda, em crepe, em torta, em bolo; uma profusão de doces de leite, só morangos, caramelos, merengues, um mar de Nutella (o horror! o horror!) e suas versões. Sorvetes? Só de creme, chocolate ou alguma fruta vermelha em desprezo à nossa imensa biodiversidade. Mesmo que a proposta da casa seja simples, precisamos ver sempre as mesmas coisas? Há ingredientes baratos e mais originais. Fico feliz quando encontro doces clássicos como goiabada, mas por onde andariam o doce de mamão verde, a compota de figos, a mangada ou a marmelada?
E mais: com um Rio cheio de turistas estrangeiros, vale desprezar esse mercado? Ninguém chega em casa e diz que sua melhor lembrança da comida dos trópicos foi a centésima versão de uma torta basca.
Continua após a publicidade
Como é possível que a maior parte das castanhas e nozes que usamos aqui venham da Turquia ou Chile, enquanto esnobamos o baru, o pequi, a macaúba, o coco de babaçu ou até o nosso amendoim? E ainda: onde estão as raízes, especiarias, nossas frutas nativas (e da época). Por onde andam os legumes ou ervas nas sobremesas?
Na alta gastronomia, não é fácil acertar nas duas frentes. Um dos problemas é a certeza de muitos cozinheiros de que seus talentos bastam e que, por isso, não seria necessário investir em um chef confeiteiro que entenda do riscado. Uma pena.
Aqui, uma sequência de boas ideias, que queria compartilhar:
Por que não usar ervilhas crocantes e frescas – “porque estavam tão doces”, como disse a chef Sheyla Alvarado – que vinham sobre um creme etéreo e sorvete de morangos com estragão? Deliciosa sobremesa do restaurante LUNARIO, no Mexico.
Continua após a publicidade
A Ásia sabe que não há limites naquilo que podemos chamar de doce. Comi dumplings de tupinambo com cacau com sorvete de abóbora e esponja de um arbusto aromático, em Singapura. Lá é tupinambo, mas aqui poderia ser baroa, cará, qualquer tubérculo. O arbusto podia ser algo simples como folha de chá ou mate. Pouca gente usa.
Várias sobremesas são perfumadas com sakê, brandy ou qualquer álcool local. Aqui poderíamos ver mais cachaça. Usamos pouco… Também há tantos óleos aromáticos na cozinha salgada! Por que não usá-los na sobremesa? Comi muita coisa com óleos infusionados e azeites. Por que não usamos mais nossos azeites maravilhosos nas sobremesas?? E ainda mais obviamente, por que desperdiçamos os incríveis méis de abelhas nativas?
De longe, as melhores sobremesas do ano foram no CLOUDSTREET, onde o chef do Sri Lanka contratou a melhor confeiteira da Ásia, em 2022: Maira Yeo. O prêmio da moça, descobri agora. A etapa me marcou tanto que gemi primeiro e, só agora, ao escrever este texto, fui pesquisar. Muito merecido, de fato.
Havia uma pannacota de azeitonas pretas com morangos, ruibarbo fresco, um elemento crocante secreto e chocolate branco (de gritar); sorvete de tupinambo com pera pochê e em geleia com telha de natas caramelizadas; e sorbet de ameixas com ameixa fresca e óleo de tomilho, sobre folha de gelatina de crisântemo e soja branca [foto da capa desse texto].
Continua após a publicidade
melão cantaloupe do The Sea, The Sea, em LondresCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
Nosso maior pecado, no entanto, é desprezar as frutas. Fruta é uma iguaria, assim como a trufa, o ouriço ou o caviar. A vantagem é que é NOSSA. Temos algumas das melhores do mundo. Basta realçar seu sabor e doçura naturais.
Escolher o ponto de maturação certo, no auge da safra e servir na temperatura correta é tudo que um chef precisa. Nossas frutas são inesquecíveis para a maioria dos estrangeiros, mas a abordagem aqui ainda costuma ser a de colocar no cardápio como uma “opção boa para a dieta” e servir a pobrezinha verde, mal apresentada ou muito gelada.
Em Londres, comi um melão cantaloupe no THE SEA, THE SEA que vinha só com pimenta do reino, um fio de azeite e um pouquinho de creme de leite batido com baunilha à parte. Até hoje penso nele.
Continua após a publicidade
prato de frutas do tri-estrelado Zén, em SingapuraCristiana Beltrão/Arquivo pessoal
No ZÉN, que tem 3 estrelas Michelin e o 21º lugar mundial, no último 50Best, a etapa frutas é levada muito a sério (todas do Japão):
Havia a ameixa de Yamanashi, que tem duas vezes o tamanho de um ovo, têm teor de doçura altíssimo e derretem na boca. Foram servidas com xarope e raspas de yuzu. Também havia mangas de Miyazaki , chamadas de o “ovo do sol”. São primas da manga Irwin, da Flórida, e ganharam popularidade desde os anos 80 por serem cultivadas de um jeito muito específico do distrito de Myazaki, no Japão, com temperatura, poda e colheita controladas. São amarradas numa rede no alto da estufa quando pequenas e só apanhadas quando caem do pé. Servidas com um leve xarope de pimenta e, também, um tanto de pimenta moída. E ainda, o melão de Shizuoka, com gosto almiscarado e suculento, servido com gel de cereja seca e a ultra perfumada florzinha de shiso.
A questão é escolher bons fornecedores e valorizar o produto.
Continua após a publicidade
Por fim, não interessa se o restaurante é barato. Criatividade, safra e variedade são as melhores amigas do preço, em restaurantes.
Preciso fazer inúmeras ressalvas, mas mesmo elas seriam injustas e limitadas ao que provei no ano. Precisaria falar das indefectíveis sobremesas de Saiko Izawa, no Rosewood ou da Brenda Freitas, no Maní. Também não falo dos chocolates do Fréderic de Mayer, das várias e ótimas sobremesas à base de frutas da época e abelhas nativas que comi no Lasai ou ainda dos sorvetes deliciosos e originais que comi no Casas Brancas, quando o Gonzalo Vidal ainda estava por lá.
Esse post ranzinza nasceu de uma lembrança carinhosa de um prato da Lydia Gonzalez (que é nova, linda e gosta de frutas), no seu ANGÁ, aqui em Nogueira: eram pepinos, maçã verde, uvas e melão, com sorvete de queijo Boursin de cabra com lírio do brejo e biscoitinho de araruta. Uma rara poesia em tons de verde. Vi agora que anda servindo bolinho de chuva e, ainda, pitanga e melancia com lírio do brejo. Isso me faz querer viajar.
E foi assim que, como resolução de 2024, desejei, pela primeira vez, que a vida não fosse tão doce.
Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial começaram neste domingo (11), com um público animado torcendo nas frisas e arquibancadas. Para manter o público com energia ao longo da noite, o Sambódromo conta com opções de lanches e bebidas variadas, de hambúrgueres e pizzas a petiscos.
Os preços podem ser salgados: sanduíches custam entre 29,00 e 35,00, enquanto há combos que chegam a R$ 55,90. Pão de alho com baby beef (R$ 34,90) costela bovina (R$ 36,90) ou coração de frango (R$ 35,90) estão entre as pedidas mais “diferentonas”. Na ala das irresistíveis frituras, há opções como balde de frango com batata-frita (R$ 45,00) e pastel de carne, queijo ou napolitano (R$ 20,00).
Continua após a publicidade
Para acompanhar, cervejas a partir de R$ 13,00, a lata, Skol beats (R$ 13,00) e energético Red Bull (R$ 14,00). Além dos não-alcoólicos, como o clássico mate (R$ 10,00), refrigerante em lata (R$ 10,00) e água (R$ 7,00). Mas a hidratação também fica garantida com os pontos de distribuição gratuita de água, promovidos pela Águas do Rio.
As pizzas começam na faixa dos R$ 18,00, a fatia, e podem custar até R$ 75,00, a inteira. Já os combos com bebida custam de R$ 26,00 a R$ 30,00. Tem ainda pipoca (R$ 25,00, a caixa; R$ 40,00 o balde) e cachorro-quente (R$ 20,00) entre as opções de lanches rápidos para quem acompanha os espetáculos na Avenida.
A uva vinífera Torrontés é par da Malbec como ícones da viticultura argentina. E, em ambos os casos, superam suas origens. Ressalte-se que esta casta é uma variedade de uva branca de origem espanhola, da região Galiza, muito semelhante à Moscatel com a qual possui parentesco. Desde lá, Galícia, saem vinhos frutados. A uva é cultivada, também, em Portugale na Bulgária. Ela dá origem a vinhos brancos capazes de surpreender aos mais diversos paladares. É possível encontrar alguns notáveis exemplares desta uva ícone argentino em regiões da Nova Zelândia, claro que com o terroir de lá. Na Argentina, a uva Torrontés é encontrada, principalmente, no Vale de Cafayate, localizado ao norte do país, e na cidade de Salta. Como seus vinhedos são cultivados em grandes altitudes, há forte exposição ao sol e outras intempéries climáticas.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
WhatsApp
Com a Torrontés o vinhateiro argentino soube, mais uma vez, integrar a casta às características de solo e clima; diferentemente do que fazem os chilenos que, metendo os pés pelas mãos, insistiram em barricar a Sauvignon Blanc e extrair muito mais fruta do que poderiam, criando seus brancos enjoativos e cheio de arestas. Hoje a casta Torrontés nos entrega dois tipos de vinhos diferentes, os brancos de mesa e os de colheita tardia (late harvest). Os de mesa são ácidos e frutados, e os não passam por barricas são excelentes acompanhantes de frutos do mar. Já os “late harvest” apresentam uma complexidade bem interessante, mesmo os de entrada, equilibrando dulçor, acidez e toques cítricos bem marcantes; mais velhos evoluem para amêndoas e, até, brioche. Os vinhos de mesa desta casta, ao meu ver, são para serem consumidos logo, jovens e refrescados. Os de colheita tardia, por sua complexidade, podem ser consumidos jovens, entretanto evoluem de forma muito interessante se destinados a guarda. No Brasil alguns vinhateiros se aventuraram, positivamente, pelo caminho de produzir vinhos da Torrontés. Vou sugerir alguns, de lá e de cá, que merecem ser provados. E começo por um que desponta em tipicidade, o Crios de Susana Balbo Torrontés, de nariz frutado e seco na boca, vai muito bem com um arroz de polvo.
Já o Salentein Killka Torrontés, apresenta maior complexidade e é uma boa indicação para aqueles que buscam um bom acompanhante para a culinária indiana tradicional, ou mesmo tailandesa. O Sophenia Altosur Reserve Torrontés é um vinho de incrível versatilidade, se dando muito bem com um sashimi ou com uma pizza de muçarela. Por seu turno, um belo exemplar e com complexidade especial é o Gauchezco Torrontés. Dos provenientes de colheita tardia sugiro o Santa Julia Tardio, que tem aromas intensos de fruta madura, mel e frutas secas e, na boca estrutura e acidez balanceada; queijo forte é seu par. O Las Perdices Late Harvest, de Lujan de Cuyo, é daqueles que surpreendem até por harmonizarem muito bem com chocolates. Dos brasileiros, sugiro o interessante Don Guerino Vintage Torrontés, que vem de Alto Feliz – Serra Gaúcha – e acompanha muito bem uma salada de verdes ou uma massa com frutos do mar. Quando se respeita a terra, o clima e o homem, o vinho vem de encontro ao prazer e não correndo atrás do lucro, que, no primeiro viés, deve ser consequência e não objetivo. Salut!