Posted on

Petiscos, uma tradição carioca, bem casados com vinhos

Admitamos, nós brasileiros temos a tendência a dar mais valor ao que vem de fora e desprezar nossas raízes. Fomos colonizados, é verdade. Coq au vin é chic, Tagliatelle ai frutti di maré é puro glamour. Esquecemos, no entanto, que estas receitas são de origem popular em seus países. Deixemos de lado então os preconceitos e vamos nos deliciar com um pouco da “baixa gastronomia” ao lado de bons vinhos. Um crime para os ortodoxos, mas porque não um acarajé com um bom sauvignon blanc, torresmo com riesling, ou pastelzinho de carne com malbec?

 

Continua após a publicidade

Combinar petiscos brasileiros, do nosso dia a dia, com vinhos, além de saboroso pode ser muito divertido. A experimentação certamente irá proporcionar descobertas, trazendo a bebida saudável para nosso cotidiano, sem pompa, mas para muitas agradáveis circunstâncias.

 

Continua após a publicidade

Em uma análise de nossos petiscos, concluímos que noventa por cento deles são gordurosos, com muitas frituras. Para estes casos o vinho deve ter boa acidez, frescor e jovialidade. Para a coxinha, empada de frango, acarajé, torresmo, bolinho de bacalhau, ou camarão, busca safras recentes de vinhos com acidez um pouco mais alta, como espumantes ou os feitos com as castas brancas sauvignon blanc, riesling,  loureiro, arinto, verdejo, chenin blanc, pinot blanc. Tintas como a pinot noir, gamay, carignan e mencia, também podem ficar muito bem.

 

Continua após a publicidade

Para petiscos com carne, como pastéis de carne, empanadas, escondidinhos, bolinho de feijoada, pode-se optar por um tinto, de safra jovem, com pouca ou nenhuma madeira e de castas com acidez mais presente, como as já citadas acima, além de syrah, graciano aglianico, touriga nacional, cabernet franc e.

 

Continua após a publicidade

Para petiscos com queijo, como o pão de queijo frito, bolinha de queijo, empada ou pastel de queijo ou o dadinho de tapioca, uma boa pedida seria um chardonnay, ou outros brancos com boa textura e cremosidade, como alvarinho barricado ou viognier.

 

Continua após a publicidade

A pimenta, muitas vezes derramada em parcimônia sobre nossas comidinhas, é um complicador e muda totalmente o rumo da harmonização. A acidez nos vinhos incrementa a ardência e pungência da pimenta, logo opte pelo de acidez mais contida como, nos brancos:  gewürztraminer, pinot grigio, viognier, torrontes, sémillon, godello, mucadet; nos tintos: carmenere, grenache, monastrell, tempranillo ou primitivo

 

Continua após a publicidade

Um incentivo a pôr em prática estas combinações é a saúde, já que a acidez e polifenóis dos vinhos ajudam a processar a gordura dos petiscos a amenizam seu impacto na digestão e no nosso “hemograma completo”. Bem mais saudável que acompanhar estas iguarias com cerveja ou coquetéis como caipirinha, por exemplo.

Continua após a publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Picolé no inverno? Claro! Quiosque em Ipanema registra filas quilométricas

Domingo à tarde, a Praia de Ipanema está cheia de cariocas e turistas que aproveitam o tempo firme e as temperaturas mais altas, em pleno inverno carioca, para se banhar e fazer atividades na areia. No calçadão, na altura do Posto 9, filas crescentes de pessoas em frente a um quiosque chamam a atenção. Trata-se de uma cena comum desde que a sorveteria Bacio di Latte abriu neste ponto da orla sua versão praiana, onde são vendidos picolés para refrescar e render cliques bonitos para as redes sociais.

+ Rússia em fatias na Medovik de Ipanema

Vídeos apresentando o novo point, inaugurado em julho, viralizaram nas redes e passaram a atrair curiosos. Foi por meio do Tik Tok, por exemplo, que o estudante de publicidade Jovannys Martins, de 20 anos, descobriu o novo quiosque e teve vontade de experimentar os sabores inéditos. “Quando cheguei lá, me assustei porque tinham duas filas grandes, uma só pra fazer o pedido e outra pra retirar”, conta o jovem, que aproveitou o momento pós-praia para encarar a aglomeração.

Mesmo com a espera, a experiência recompensou. “Eu gostei muito, apesar do valor ser alto. A apresentação é muito “instagramável” e talvez seja isso que desperte interesse das pessoas, porque é uma proposta que ainda não tem em outros lugares”, conclui o estudante.

Continua após a publicidade

Compartilhe essa matéria via:

Os picolés “insanos”, vendidos a R$21,90 em caixinhas e com direito a cobertura, ganharam nomes inspirados em pontos turísticos da cidade. O campeão das vendas é o Posto 9, que homenageia o endereço do quiosque e consiste em um picolé de pistache, turbinado com calda de chocolate branco e pedaços da oleaginosa.

Bacio: coberturas e caldas são adicionadas na hora no quiosque
Bacio: coberturas e caldas são adicionadas na hora no quiosqueInternet/Reprodução

Há ainda opções como o Chocovado, de chocolate belga e cobertura de caramelo salgado e cookies crocantes; o Sapucaí, de morango, com calda de chocolate branco e ao leite e confeitos crocantes; e o Bacio Dumont, picolé de creme coberto por chocolate branco e mix de nuts caramelizadas. O quiosque também conta com picolés com sabores tradicionais da marca e sem firula, como fragola, cocco e doce de leite (R$ 15,90 a R$  18,90).

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Continua após a publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Bondai é quiosque para relaxar com comida boa no visual da Barra

Ioga pela manhã no deque, altas ondas em frente e receitas leves a qualquer hora do dia, entre drinques, petiscos e um colorido desjejum. A praia no início da Barra ganhou programa gostoso e de pé na areia com a chegada do novo quiosque Bondai, que recebe nas mesinhas e cadeiras de praia entradinhas como os camarões VG em crosta de coco, chutney de manga e especiarias (R$ 79,00). Um bom abre-alas para pratos como o atum selado em crosta de avelã com espaguete de pupunha e redução de vinho e mel (R$ 89,00). O drinque onda cítrica (R$ 42,00) leva vodca com infusão de cardamomo, tangerina, melaço de cana, limão espremido e borda de açúcar e canela. É só dropar.

Av. do Pepê, 560, Barra, ☎ 99992-6443 (100 lugares). 9h/20h.

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Dainer traz sotaque carioca para estilo americano de café-restaurante

“Take your time” porque tem café, almoço e coquetel. O Dainer re­fere-se ao diner americano, casual e pronto para todas as fomes. O clássico balcão com banquetas está lá, listrado de vermelho, e a cozinha exibe um vistoso forno a lenha. À frente da novidade está Edu Araújo (de casas como Chanchada e Pope), que vai dos cafés especiais com refil a itens de brunch como o steak egg tonnato, filé-mignon com ovos estalados, molho de atum e fatias de sourdough (R$ 54,00). A focaccia new york feelings cobre-se de bacon assado na lenha, ovos mexidos, grana padano e vagem francesa (R$ 46,00). De sobremesa tem banoffee split (R$ 34,00), com a fruta brûlée coberta por caramelo, cookies e sorvetes de baunilha, chocolate e flocos. Tem mais: a diversão é permanente nos drinques leves da bartender Laura Paravato.

Rua Real Grandeza, 193, Botafogo (60 lugares). 8h/19h (sáb. 9h/20h; dom. 9h/17h); fecha seg.).

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

O queijo de Minas Gerais é coisa nossa

O laticínio mineiro fresco é o preferido na Cardin (Rua Constante Ramos, 44, Copacabana) para rechear sanduíches em pães variados, como a broinha de milho (R$ 17,00), combinação recomendável.

Slow Bakery
Slow Bakery: queijo da região de Alagoa no pão da casa./Divulgação

Valorizando produtos artesanais, a Slow Bakery (Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon) usa em sanduíches como o croque madame (R$ 43,00) o queijo mineiro D’Alagoa, mais meia cura, presunto, creme bechamel, mostarda e ovo estalado por cima.

La Panata
La Panata: Canastra com presunto cru no estilo espanhol./Divulgação

A série especial de empanadas da rede La Panata (Rua Aníbal de Mendonça, 55, Ipanema), de massa insuperável e chamuscadas no forno, traz sabores como queijo da Canastra com lascas de presunto cru (R$ 14,90).

Momo Gelateria
Momo: três queijos e tomate no café da gelateria./Divulgação
Continua após a publicidade

A Momo Gelateria (Rua Garcia D’Ávila, 83, Ipanema, ☎ 3495-2469), além dos sorvetes, serve no café uma bonita torta de três queijos, com gruyère, grana padano e o nosso mineiro da Canastra, além de pedacinhos de tomate seco (R$ 22,00).

Casa das Natas
Casa das Natas: mineiro no lugar do Serra da Estrela./Divulgação

O queijo da Serra da Canastra chega derretido no interior do bolinho de bacalhau (R$ 13,00) da Casa das Natas (Rua São Clemente, 164, Botafogo, ☎ 3795-5777), que reinterpreta a versão portuguesa com o Serra da Estrela.

Cirandaia
Cirandaia: recheios fazem a festa no café de Botafogo./Divulgação

No Cirandaia (Rua Voluntários da Pátria, 416, Botafogo, ☎ 3798-8376), os pães de queijo caseiros recheados (R$ 14,50) levam meia cura na massa, e podem vir em opções doces e salgadas. Tem catupiry com melado, doce de leite com raspas de limão, e goiabada.

Continua após a publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Barel leva comida divertida à rua Olegário Maciel

O chope de colarinho cremoso recebe quem chega disposto a descontrair e petiscar a partir de um cardápio que faz releituras divertidas da comida de boteco. Na ebulição da Olegário Maciel, na Barra, o Barel tem varanda extensa, salão com tijolos aparentes, parede de plantas e bar ao fundo, de onde brotam os drinques da carta criada pelo mixologista Alex Miranda. É o caso do piña descolada (R$ 32,00), que vai de vodca, abacaxi, caramelo salgado e espuma de piña colada. De petisco, o bolinho porco espinho é boa dica, feito com barriga de porco e milho, empanado no macarrão cabelo de anjo (R$ 36,00, três unidades), e as tulipas de frango são marinadas e picantes ao molho ranch (R$ 40,00).

Av. Olegário Maciel, 231-F, Barra, ☎ 3796-3933 (110 lugares). 12h/2h (fecha seg.).

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Bacon é vida e inspira petiscos de bar em bar

Quem ainda tem dúvidas se polvo combina com bacon, é hora de ir ao Velho Adonis (Rua São Luiz Gonzaga, 2156, Benfica, ☎ 2026-4186) conhecer a cumbuca com o molusco frito na manteiga e toque de Tabasco (R$ 53,00). Sublime.

Casurca
Casurca: o medalhão é um clássico da culinária carioca./Divulgação

Bar que vai de pratos e petiscos de roupa moderna a clássicos cariocas, o Casurca (Av. Portugal, 96, Urca, ☎ 98217-9213) serve o medalhão de filé-mignon envolto em bacon, com molho madeira e batata portuguesa (R$ 165,00, para dois).

Rio Tap Beer House
Rio Tap Beer House: bacon generoso no burgão da casaJulya Oliveira/Divulgação

Além da seleção apurada de cervejas, o Rio Tap Beer House (Travessa dos Tamoios, 32-C, Flamengo, ☎ 3258-4168) traz hambúrgueres tentadores: o da casa sai com 220 gramas de carne, queijo Monterey, cebola crispy, aioli de leite e tiras do toucinho (R$ 46,90).

Nosso
Nosso: bourbon e bacon em combinação salivanteAteliê Belê/Divulgação
Continua após a publicidade

Bacon no drinque também é pura alegria, garante o bartender Daniel Estevan do Nosso (Rua Maria Quitéria, 91, Ipanema). O surf’n turf fashioned (R$ 52,00) leva bourbon Maker’s Mark infusionado, maple syrup, nam pla, bitter e tira de bacon.

Liga dos Botecos
Liga dos Botecos: praticamente um rocambole de bacon ao barbecue./Divulgação

O meatloaf é atração na Liga dos Botecos (Rua Álvaro Ramos, 170, Botafogo, ☎ 3586-2511): o bolo de carne é recheado com queijo, envolvido por fatias de bacon e molho barbecue, e servido com salada de ovos, farelo de paio e brioche (R$ 53,80).

Xepa Bar
Xepa Bar: torresmo de barriga em cubinhosBeto Roma/Divulgação

No colorido Xepa Bar (Rua Arnaldo Quintela, 87, Botafogo, ☎ 99869-4769), que homenageia com criatividade os petiscos de botequim, o torresmo de barriga (R$ 34,00) é um do itens mais pedidos, com carne macia e a pele crocante à pururuca.

Continua após a publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Labuta Mar tem cardápio sedutor na Glória

A espera valeu a pena, desde a breve passagem por Copacabana do Labuta Mar, que aprimorou o cardápio e renasceu povoando calçada na Glória com cadeiras de praia e caixote de cerveja, entre prédios antigos e árvores frondosas. Os belos azulejos foram mantidos do antigo botequim que ali funcionava, e o toldo vermelho abriga petiscos como a empanada frita de cabeça de polvo e azeitona preta (R$ 12,00), o ovo marinado com maionese japonesa e ovas de massagô (R$ 9,00), e o peixe curado com iogurte e dill (R$ 22,00), além de pratos para dois como a moqueca de peixe com arroz, farofa de dendê e pirão (R$ 89,00). Vinhos brancos e espumantes naturais estão nas taças, além de cervejas e caipirinhas de frutas da estação (R$ 24,00). Mais um acerto do chef e empreendedor Lucio Vieira, do Lilia e da série Labuta.

Rua do Russel, 450-B, Glória, ☎ 3268-7672 (45 lugares). 11h30/22h (fecha seg.).

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Coração de mãe: Sofia mostra nova face da chef Katia Barbosa

Depois de alguns anos acalentando o sonho de abrir um restaurante em homenagem à mãe, a chef Kátia Barbosa cumpriu a missão no charmoso Sofia, que leva o nome da matriarca, de 92 anos. É de comida brasileira e popular, mas também autoral, como Kátia nunca exibiu em restaurante próprio. Por trás da fachada azul-clara, convidativa como as casinhas nordestinas que reproduz, o ambiente é decorado com artesanatos garimpados pela cozinheira, e o almoço vai da entrada à sobremesa por R$ 70,00. Sabores como as lâminas de cenoura com azeite, iogurte e melado; ou a copa-lombo com polenta de milho crioulo. De sobremesa vem delicada pera com iogurte e caramelo salgado. O jantar chega em setembro, com quatro etapas e preço de R$ 120,00, e a carta de vinhos brasileiros é feita pelo músico e gastrônomo Gabriel da Muda. Saúde, Sofia!

Rua Barão de Iguatemi, 257-C, Praça da Bandeira, ☎ 96973-9781 (24 lugares). 12h/23h (fecha seg.).

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

O Vinho Grego, do Passado à Atualidade

A civilização grega construiu a base para o desenvolvimento da sociedade ocidental, o seu grau de importância no curso da história passa pelo início das atividades da ciência, da política, da filosofia, da literatura, do teatro, da poesia e arte, da medicina, da arquitetura e de tantas outras áreas, e claro que o vinho esteve presente nesta jornada. Os gregos não foram os primeiros a produzirem o vinho, mas na Grécia Antiga deu-se o desenvolvimento da cultura vínica em vários aspectos, como o crescimento das vinhas, a legislação, a negociação e sobretudo a arte de degustar o vinho. Para um grego, o vinho é muito mais que uma cultura, ele é o próprio status de civilidade.

Breve Histórico do Vinho na Grécia Antiga

 A história do vinho grego é difícil dissociar-se da própria história da Grécia tal a importância desta bebida no cotidiano desta civilização. As inúmeras referências arqueológicas, as pesquisas, os estudos e publicações sobre viticultura, sobre os vinhos e suas produções e importações fazem parte do acervo histórico do seu povo durante séculos e que trazem muito orgulho a esta população que sempre presou por este néctar sagrado e milenar.

Segundo o jornalista e escritor britânico Tom Standage, que em sua obra “A História do Mundo em 6 Copos” descreve que o vinho era a bebida que ditava o ritmo nos simpósios e festas na Grécia Antiga onde os participantes partilhavam grandes taças. Em visita in loco em vários museus em Atenas pude constatar isso através de inúmeras obras de artes registradas e objetos catalogados relacionando esta descrição. No Museu Benaki vi peças e representações que retratavam as cenas de como funcionavam os simpósios, momentos estes presentes com muita frequência no cotidiano da vida dos gregos. Esses debates eram regados de vinhos e os pensadores antigos tentavam superar um ao outro por meio da inteligência.

O filósofo Platão dizia que o vinho era uma ótima maneira de testar o caráter e a índole de um homem, submetendo-o às paixões despertadas pela bebida como a raiva, o amor e a ambição. Ele associava a importância do consumo de vinho ao ato de falar, dizia que as pessoas soltavam a oratória, neste mesmo período surgiram os Sofistas “pensadores da Grécia Antiga”, que viajavam de cidade em cidade realizando discursos públicos.

Os gregos consumiam o vinho no seu dia a dia, e aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração. Também foram eles que reforçaram a implantação das vinhas realizadas pelos fenícios em muitas áreas do Mediterrâneo e introduziram vinhas e a produção de vinhos em suas colônias do Sul da Itália, que chamavam de Oinotria, que significa terra do vinho, mais tarde os romanos passaram a chamar de Enotria.

O Vinho Grego na Atualidade

O vinho para os gregos é o sinônimo de uma bebida portadora de civilidade e na Grécia tem uma das histórias mais longas do mundo ininterrupta, pois sempre foi parte integral da cultura desde a antiguidade até a atualidade, mesmo em muito momentos históricos a produção tenha sido comprometida por povos dominadores avessos ao consumo de álcool. A Grécia possui uma incrível variedades de terroirs distintos e únicos, desde vinhedos implantados em terrenos de montanhas, em solos vulcânicos, em regiões da costa e em área continental, proporcionando uma incrível variedade de possibilidades de estilos de vinhos.

Regiões Vitivinícolas Gregas, Crédito de imagem Livro Atlas Mundial do Vinho 7 Edição

Na atualidade os números do mercado vínico da Grécia são pouco representativos perante o cenário mundial, segundo os dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (2021). Neles a Grécia representa 0,9% da produção mundial de vinhos, ficando na 17° posição do mundo. Como consumidor de vinhos está na 22° posição mundial equivalendo a 0,9%. Suas exportações no setor de vinhos representam 0,2% ficando na 26° posição mundial e como importador de vinhos representa 0,1% , marcando a posição 53° do mundo em importação.

Em 2022 foram registradas na União Europeia 33 PDO e 114 PGI de vinhos Gregos. Destes 9,5% da produção nacional é representada pelos vinhos PDO, e 23,5% pelos vinhos na categoria PGI, seguindo as normas europeias. Registradas estão 95.922 ha de vinhas plantadas, fragmentadas em 1200 vinhedos em toda a área do país. Macedônia, Thrace, Peloponeso, Ilhas Aegean, Creta, Epirus, Thessaly, Grécia Central e Ilhas Ionian são as regiões onde estão divididos os vinhedos gregos. Mas as PDO mais importantes na atualidade a nível mundial são Naoussa, Nemea e Santorini, pois estão apresentando ao mundo vinhos com caracter únicos e com castas emblemáticas.

A Grécia produz muito mais vinhos brancos e só cerca de 1/3 são produzidos de vinhos tintos. O país possui mais de 200 tipos de castas autóctones e apresenta cerca de 90% de sua área plantada com essas emblemáticas castas que em sua massiva maioria só possui plantação em solo grego. As brancas Debina, Robola, Tsaouss, Athiri, Lagorthi, Mavrodaphne, Moschofilero, kydonitsa e as tintas Limniona, Monemvassia, Mandilaria são algumas das representantes destas históricas uvas.

PDO Naoussa / ΠΟΠ Νάουσα

A Naoussa PDO está localizada na região da Macedônia no norte do país, foi regulamentada em 1971, é uma região de vinhos tintos onde a casta Xinomavro é rainha. Esta casta apresenta altos níveis de taninos, de acidez e uma cor de intensidade média. Seus vinhos possuem bastante longevidade e complexos aromas de especiarias e terrosos com o decorrer do tempo. Muitos especialistas comparam esta casta com a Nebbiolo e seus vinhos aos icônicos Barolos.

Terroir Naoussa, crédito de imagem Wines of Greece

Este terroir apresenta um clima mediterrâneo temperado, com influência continental, possui invernos frios e verões relativamente quentes. A grande parte dos vinhedos está implantado nas encostas sudoeste do monte Vermio em uma altitude de 150-400m. Existe uma grande diversidade de terrenos e altitudes, aspectos e solos nas encostas das colinas do Vermio, que resultam em diferenças significativas entre os locais de vinhedos, permitindo a existência de muitos terroirs distintos menores, aos moldes dos “climats” que os franceses tanto exaltam. Os solos mostram grande variação, mesmo dentro do mesmo vinhedo.

PDO Nemea / ΠΟΠ Νεμέα

A Argiorgitiko é a casta tinta mais cultivada e no Peloponeso em Nemea PDO produz vinhos de diversos estilos. Quando os vinhedos estão implatados em áreas de encostas mais baixas e quentes, os seus vinhos apresentam-se mais marcados pelos sabores de compotas, mais frutados e geralmente são indicados para um consumo mais imediato. Quando produzidas em encostas mais mais altas, seus vinhos apresentam mais acidez e taninos menos delicados. Esta casta também é muito usada para composição de blends dando aos lote mais frescura. Os vinhos rosés produzidos com ela também são muito apreciados.

Terroir PDO Nemea, crédito de imagem Wines of Greece

PDO Nemea é a maior área de produção de vinhos tintos da Grécia, e nesta área geográfica se distribuem 17 cidades com grandes diferenças em altitudes, solos e orientações dos vinhedos. De forma mais simples e extraoficial a área está dividida em 3 sub-regiões que se diferem sobretudo nas altitudes de implantações dos vinhedos que iniciam em 200m e chegam até a 850m do nivel do mar. O clima da região é em geral mediterrâneo, mas há variações significativas dentro das áreas devido ao seu tamanho e a diferença entre as altitudes.

PDO Santorini / ΠΟΠ Σαντορίνη

Um dos terroirs mais icônicos gregos e do mundo dos vinhos sem dúvida é Santorini PDO. Esta ilha vulcânica possui uma das heranças mais antigas do mundo dos vinhos, os especialistas dizem que por ela há cepas que tem hereditariedade de mais de 3500 anos e que dentre tantos fatos históricos que essas terras presenciaram, o cultivo de vinhas autóctones foi preservado até mesmo da grande praga da Filoxera que dizimou os vinhedos da Europa e de grande parte do mundo. A Assyrtiko é a casta desta terra, chegando a marca de 75% a 80% da produção de toda a ilha. Ela possui alta acidez e excelente mineralidade conferida pelo terroir e algum aroma mais discreto de fruta cítrica e de caroço. Os vinhos dela são produzidos para vinhos tranquilos de estilos secos e também para os doces, estes chamado de Vinsanto, com uma docura natural sendo compesada pela alta acidez. Desta casta também se produz espumantes de boa qualidade. A ilha de Santonini será o tema de um artigo específico que publicarei em breve, tamanha a quantidade de informações curiosas deste magnífico terroir.

Terroir PDO Santorini, por Dayane Casal, Agosto de 2023

Observar in loco toda a herança que a civilização grega deixou ao mundo dos vinhos foi incrível, mas mais maravilhoso de ter estado na Grécia foi perceber que os gregos não desejam somente contar histórias antigas, mas sim entregar ao mundo vinhos com qualidade técnica igual ao dos mais famosos terroirs mundiais e sobretudo mantendo a sua própria identidade grega.

 Evi Evan!
Foi o brinde nas celebrações do culto de Dionísio, significa “vamos ser felizes mas nunca bêbados.”
Yia Mas!
É a saudação do brinde atual em grego e significa, ”aqui está a saúde!”

E que não nos falte saúde para continuarmos apreciando com frequência e com moderação a bebida símbolo de civilização, o vinho !!!

Saudações Báquicas!

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal