Posted on

Conheça a vinícola da Campanha Gaúcha que está colecionando prêmios

A cidade de Dom Pedrito, localizada quase na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, tem uma rica história. O povoado foi formado graças ao trabalho do fidalgo Pedro Ansuateguy, um contrabandista que atuava na fronteira entre os domínios espanhois e portugueses. Foi desmembrado da cidade de Bagé e foi emancipado em 1872, e ganhou o status de município oficialmente em 1888. Passou por três conflitos armados importantes: a Revolução Farroupilha, a Revolução Federalista de 1893 e a Revolução de 1923. Tornou-se referência no agronegócio gaúcho e hoje é conhecido também como a cidade onde está instalada uma das principais vinícolas do país.

O portão da Vinícola Guatambu, na BR-293, diz “estância do vinho”. O nome é usado na região sul para designar as fazendas de gado, indicando a influência da cultura espanhola – perceptível também na arquitetura do prédio principal. Quem visita o espaço, seja para fazer a degustação convencional, seja para participar do Dia Épico, tradicional evento que conta com almoço harmonizado, é recebido com a tradicional hospitalidade do sul.

A visita à Guatambu faz parte de uma viagem de 1682 quilômetros em cinco dias que o Pé na Estrada fez explorando a produção vitivinícola na Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Em uma série especial de reportagens, contamos histórias da região fronteiriça, como a trajetória de uma das mais importantes vinícolas da atualidade.

Antes de entrar no negócio do vinho, a família Pötter, dona da vinícola, já era bastante conhecida no agronegócio local. Valter Potter é um dos maiores pecuaristas do Estado. A propriedade da família, com mais de 11 mil hectares, tem plantações de soja e arroz. A plantação de uvas próprias para a produção de vinhos começou em 2003, a partir de uma provocação de Gabriela Potter, uma das quatro filhas de Valter, que estudou enologia. A qualidade das primeiras safras mostrou que o negócio tinha grande potencial. 

Gabriela Potter, enóloga e diretora técnica da Vinícola Guatambu
Gabriela Potter, enóloga e diretora técnica da Vinícola GuatambuAndré Sollitto/VEJA
Continua após a publicidade

Hoje, são 20 hectares, uma pequena parcela do total da propriedade. Mas os vinhos passaram a representar uma parcela importante do faturamento. E passaram a fazer com que as pessoas encarem a viagem até a Campanha Gaúcha para provar os premiados rótulos. “Ninguém vem até aqui por conta da soja”, conta Valter Potter. “Mas vem pra cá por conta dos vinhos.”

A quantidade de premiações conquistadas em seleções nacionais e internacionais ajudou a Guatambu a se tornar mais conhecida. Seu espumante Nature Blanc des Blancs foi eleito o melhor rótulo nacional pelo guia Descorchados, o principal dedicado apenas aos vinhos da América do Sul, em 2023. O tinto Épico, feito a partir de um blend de safras, também já foi escolhido o melhor tinto do Brasil pelo Guia Adega 2023/2024

Na edição deste ano do Descorchados, o Guatambu Potter Tannat 2024 foi eleito o melhor tinto do Brasil (com 93 pontos, empatado com o Sabina Syrah Seleção de Parcelas 2024 e o Belmonte Tannat 2023). Na categoria dedicada aos melhores vinhos da Campanha Gaúcha, a vinícola emplacou vários outros rótulos, como o Lendas do Pampa Tannat, Rastros do Pampa Tannat, Rastros do Pampa Merlot, Nature Chardonnay e Isadora Edição V, entre outros. É um reconhecimento e tanto para uma marca tão recente.

Continua após a publicidade

Parte do sucesso dos rótulos se deve ao terroir encontrado na propriedade. Em geral, a região tem muitos solos argilosos, que não fazem bem a drenagem da água. Onde os vinhedos foram plantados, a argila representa apenas 35%. O resto é composto por solo granítico de pedras intercaladas que proporcionam boa drenagem, além de refletir a insolação, que é alta na altura do paralelo 51, onde a vinícola está localizada. “Encontramos um microterroir muito especial”, conta Gabriela Potter, enóloga e diretora técnica da Guatambu.

As primeiras safras foram feitas em parceria com a Embrapa, que analisava os vinhos. E os resultados foram consistentes a ponto da família decidir construir a vinícola, em 2010. “A ideia inicial era fazer onde estão os vinhedos, mas as estradas de terra ficam intransitáveis em algumas épocas do ano”, diz Gabriela. A estrutura fica próxima, mas na beira da BR, o que facilita o acesso. Há um hectare e meio de parreiras plantadas na frente da vinícola, cuja função é mais “cenográfica”. 

Além do terroir, há um alto investimento em tecnologia. Uma prensa específica para vinhos brancos, que faz o processo por gravidade, sem contato com o oxigênio, foi importada da França. Toda a fermentação dos vinhos é feita com controle de temperatura. A linha de produção tem capacidade para 150 mil garrafas, embora atualmente faça apenas 100 mil por ano. A Guatambu é também a primeira vinícola do Brasil totalmente movida a energia solar. As enormes placas ficam localizadas ao lado do prédio e são visíveis aos visitantes.

Continua após a publicidade

Adega da Vinícola Guatambu tem espaço para degustações e uma nova Galeria de Aromas
Adega da Vinícola Guatambu tem espaço para degustações e uma nova Galeria de AromasAndré Sollitto/VEJA

O enoturismo é parte fundamental da operação. Desde que a Guatambu começou a receber turistas, em 2013, mais de 40 mil pessoas passaram por lá. A vinícola foi construída com um restaurante, loja e espaço externo, além de uma recém-inaugurada sala de barricas, ao lado de uma Galeria de Aromas. E a programação conta com degustações, almoços harmonizados, eventos especiais e até um tour completo, com direito a uma passagem pelos laboratórios e pela linha de produção dos espumantes. O Dia Épico é o principal evento do calendário. Trata-se de um dia inteiro dedicado à cultura do vinho e à história do pampa gaúcho e da região da Campanha.

Para quem não pode visitar a vinícola, os rótulos são vendidos em todo o Brasil. O portfólio é grande e conta com rótulos de entrada, como a linha Rastros do Pampa, comercializada na faixa dos R$ 100, até os tintos de guarda, como o Lendas do Pampa Tannat, que custa R$ 212, e o Épico, vendido por R$ 417. Recentemente, a vinícola lançou também a linha Potter, cujos vinhos passam seis meses em ânforas de concreto. Há um branco, elaborado com chardonnay, e um tinto, de Tannat, ambos vendidos a R$ 315.

 

Publicidade

Fonte:

Vinho – VEJA
Posted on

Quem quer bacalhau? Festival no Cadeg tem pratos para a Páscoa

Festejando datas como a Páscoa e o Dia de São Jorge (23 de abril), o Festival Mesa Santa está em cartaz até 27 de abril no Cadeg, reunindo mais de 20 restaurantes que oferecem pratos à base de peixes, frutos do mar e bacalhau, criados para a ocasião. A programação traz bate-papos, workshops e música ao vivo, com ofertas de produtos típicos do mercado como vinhos e azeites. No dia 23, do santo guerreiro, a pedida será a feijoada, oferecida em diversos estabelecimentos do referido Mercado Municipal, em Benfica.

+ Os (muitos) petiscos imperdíveis do Bar da Frente, que abriu em Copacabana

Nessa edição do festival haverá números de mágicas para as crianças, esculturas de balões e pinturas artísticas, no dia 5 de abril. E está montadano Cadeg uma arena com totó, tamancobol, pingue-pongue, xadrez, futebol de botão e outros jogos. No dia 12, das 11h às 16h, tem caça aos chocolates com o coelhinho da Páscoa. No dia 20 de abril, das 9h às 14h, a exposição de carros antigos volta ao mercado, e no dia 27 o evento termina com bete-papos obre harmonização com vinhos.

Compartilhe essa matéria via:

.
Páscoa: Corujão do Cadeg vai de peixe assado e arroz de brócolis./Divulgação
Continua após a publicidade

Entre os muitos cardápios envolvidos, o Cantinho das Concertinas terá o Bacalhau ao mirandela, que traz meia posta de bacalhau com batatas ao murro, arroz com grão-de-bico, brócolis, azeitonas pretas, ovos cozidos e cebola refogada (R$ 179,00, para duas pessoas). O Brasas Show oferece o Digno dos deuses, um rato com lombo de bacalhau e farofa crocante de amêndoas, purê de banana-da-terra, bacalhau gratinado com queijo brie, risoto de camarão e ceviche de tilápia (R$ 259,90, para duas pessoas). O Corujão, por sua vez, vai de Peixe à siciliana, assado inteiro e servido com arroz de brócolis e pirão (R$ 185,00, para duas a três pessoas, com garrafa de vinho incluída).

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Tarifas, Estratégia e Liderança: a Visão de Marissa Lange, Presidente da Lange Twins

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Logo após o anúncio da primeira rodada das tarifas de Trump, Marissa Lange, presidente da vinícola Lange Twins Family Winery and Vineyards, localizada em Lodi, na Califórnia, recebeu um e-mail de seus importadores canadenses.

“Eles cancelaram todos os pedidos de vinho conosco, e o Canadá é o nosso maior mercado de exportação”, disse Marissa, em uma recente entrevista. O país também é o maior importador de vinhos dos Estados Unidos, com um valor em torno de US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 6,2 bilhões na cotação atual), de acordo com o Wine Institute.

“Agora as vinícolas dos EUA precisam encontrar outros mercados para o vinho destinado à exportação canadense,” diz ela. Dado que o volume de vendas de vinhos nos EUA caiu 9% no ano passado, encontrar novos compradores rapidamente pode ser desafiador.
Mas Marissa, a quinta geração de uma família de agricultores da Califórnia, está acostumada a desafios e a ajustar estratégias para atender às condições de negócios em constante mudança. “Agora, meu trabalho é acompanhar a política comercial federal e seu impacto no comércio de vinhos”.

Estratégia de Negócios na Lange Twins Winery

Foi Marissa quem escreveu o plano de negócios para expandir a empresa da família, convencendo seu pai, Randall Lange, e seu irmão gêmeo, Brad Lange, a investir em uma vinícola licenciada, capaz de processar até 30 mil toneladas de uvas por ano (cerca de 1,8 milhão de caixas de vinho).

“Não produzimos apenas nosso próprio vinho, mas também oferecemos serviços de esmagamento personalizados para outras vinícolas, vinho a granel e rótulos privados,” disse ela.

Marissa agora é presidente da parte vinícola do negócio da família, enquanto seu irmão, Aaron Lange, supervisiona os vinhedos e os serviços de gestão. Juntos, a família cultiva 2.630 hectares de uvas para vinho, dos quais 485 hectares são próprios. Nesta área estão 36 variedades, como sauvignon blanc, chardonnay, chenin blanc, cabernet sauvignon e zinfandel. Mas eles também cultivam variedades incomuns como gruner veltliner, picpoul e teroldego.

LT_Divulgação

Vinícola Lange Twins, na Califórnia

Os vinhedos estão localizados em três denominações de origem de Lodi: Jahant, Mokelumne River e Clements Hills, além de Clarksburg. Todos são certificados como sustentáveis, e Marissa disse que estão caminhando em direção à agricultura regenerativa.

“Somos principalmente uma operação B2B, porque apenas 10% dos negócios são dedicados à produção do nosso vinho. As vendas da bebida a granel para outras vinícolas representam a maior parte do negócio, com cerca de 50%, enquanto os serviços de esmagamento personalizado, engarrafamento e armazenamento representam cerca de 40%,” afirmou ela.

Como presidente, ela supervisiona 70 funcionários, e seus dias são ocupados com o desenvolvimento de negócios, gestão de operações, finanças e contabilidade, avaliação de desempenho e envolvimento com a indústria. “Somos uma família de agricultores da quinta geração que imigrou da Alemanha para Lodi, no século 19, com uma parada em Ellis Island,” conta. “Meu bisavô começou cultivando melancias e depois se tornou produtor de uvas. Agora estamos tocando este negócio multigeracional, sempre evoluindo.”

Os Vinhos da Lange Twins

Embora a vinícola represente apenas 10% das operações do negócio que Marissa supervisiona, ela é apaixonada por essa área. “Somos uma vinícola 100% totalmente própria e selecionamos alguns dos melhores vinhedos para compor nossos vinhos, que vendemos em lojas e restaurantes em 26 mercados nos EUA, além de vendas diretas ao consumidor por meio do nosso site e sala de degustação,” disse ela.

São quatro marcas de vinhos:
Sandpoint – fáceis de beber, frutados, com preços variando de US$ 10 a US$ 12 (R$ 57 a R$ 68) por garrafa.

Caricature – tintos encorpados, com preço de US$ 15 (R$ 85)

Ivory and Burt – com frutas concentradas frescas e envelhecimento em carvalho, por US$ 16 (R$ 91)

Lange Twins – especiais feitos de vinhedos únicos, com preços variando de US$ 27 a US$ 70 (de R$ 154 a R$ 399), incluindo um mais sofisticado, feito com uvas zinfandel de mais de 100 anos, chamado Centennial.

LT_Divulgação

Vinhos do portfólio da Lange Twins

Alegria, Desafios e Conselhos de Liderança

“Minha maior alegria é expressa no copo do nosso vinho que sirvo toda noite – uma manifestação física da terra e do trabalho na viticultura, da arte e da autenticidade da produção, e da vulnerabilidade e vitalidade de compartilhar uma garrafa com amigos e família. Isso nos reúne de uma maneira que poucas outras artes conseguem”, diz Marissa quando questionada sobre as alegrias de ser presidente de uma operação vinícola tão grande.

Sobre desafios, os principais giram em torno do ambiente regulatório na Califórnia e nos EUA em relação à gestão de um negócio familiar. “As empresas são vistas como adversárias em vez de colaboradoras. Está cada vez mais agressivo”, afirma Marissa. Ela destaca a importância de instituições como o California Wine Institute e a California Association of Winegrape Growers (CAWG), organizações que representam a indústria vinícola local, como uma voz sólida para a formulação de políticas públicas.

LT_Divulgação

Vinhedos de uvas da variedade Chardonnay

Marissa conhece bem os desafios e as glórias de ser uma mulher no setor, por isso, incentiva o aumento da presença feminina na viticultura. “As mulheres podem se envolver em oportunidades fora de suas responsabilidades principais para aumentar sua exposição, expressar suas ideias e sugestões dentro de sua área de especialização”, diz. Ela ainda completa que, ao oferecer mentorias, as mulheres podem construir liderança.

“Não estávamos buscando ativamente uma equipe exclusivamente feminina,” disse Marissa sobre todas as posições de liderança de departamentos na Lange Twins Family Winery & Vineyards serem ocupadas por mulheres. “Estamos apenas em busca dos melhores e mais brilhantes.”

* Liz Thach é colaboradora da Forbes EUA, onde escreve sobre estratégia global de negócios de vinhos, marketing e histórias de estilo de vida de vinhos.

O post Tarifas, Estratégia e Liderança: a Visão de Marissa Lange, Presidente da Lange Twins apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Fonte:

Notícias e Conteúdos sobre vinhos na Forbes Brasil
Posted on

Mais uma premiação gastronômica desembarca no Rio

O Rio de Janeiro está investindo forte em se tornar referência gastronômica mundial. Depois de receber por dois anos seguidos o Latin America’s 50 Best Restaurants e a cerimônia que trouxe de volta o Guia Michelin, agora será a vez de sediar a 50 Top Pizza América Latina.

A premiação que destaca as melhores pizza artesanais do continente acontecerá no dia 10 de abril no Instituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro, com festa em seguida na Bráz Pizzaria, no Jardim Botânico. Esta será a segunda vez que o selo mundial terá sua versão regional.

Representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela estarão presentes no guia que indica onde comer aquela pizza especial. A premiação mundial acontece, obviamente, na Itália.

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

O Que Afinal se Entende por “Vinhos Naturais”

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Nos últimos anos, o conceito de vinho natural ganhou popularidade, dividindo entusiastas e profissionais do setor. Alguns o veem como um retorno às origens, um vinho autêntico e livre de artifícios, enquanto outros criticam sua abordagem pouco rigorosa e o risco de defeitos qualitativos. Mas o que significa realmente vinho natural? E, sobretudo, é sinônimo de qualidade?

O termo “natural” no contexto da bebida é profundamente problemático. A União Europeia proibiu o uso dessa expressão no rótulo justamente por considerá-la enganosa. O vinho não é um produto que surge espontaneamente na natureza; ele exige intervenção humana em todas as suas fases, da seleção das variedades de uva à fermentação, da vinificação ao envelhecimento.

O mito do “vinho natural” joga com a contraposição entre o natural e o artificial, mas essa dicotomia é enganosa. “Natural” significa algo que ocorre sem intervenção humana, como uma fruta que cai de uma árvore e fermenta sozinha. Mas a bebida é o resultado de uma série de decisões técnicas: o manejo do vinhedo, o uso de práticas agronômicas, a seleção de leveduras, o controle da temperatura de fermentação. Mesmo nos vinhos definidos como “naturais”, o ser humano intervém constantemente para guiar o processo, evitando alterações indesejadas ou defeitos que comprometeriam a qualidade.

Além disso, a vinificação é um processo biológico e químico controlado. O vinho nunca é simplesmente “uva fermentada”, mas o fruto de um equilíbrio complexo entre natureza e conhecimento enológico. Sem intervenção humana, o risco de desvios organolépticos e microbiológicos seria altíssimo, levando à produção de líquidos instáveis e, muitas vezes, imbebíveis.

Um exemplo emblemático da confusão em torno dos vinhos naturais é o caso do odor de repolho, ou melhor, da presença de mercaptanos. Esses compostos sulfurados podem se desenvolver devido a uma má gestão da fermentação em redução e levar a defeitos olfativos desagradáveis. Se um consumidor menos experiente pode achar fascinante um vinho que cheira a cassœula, um enólogo reconhece imediatamente um problema técnico.

O ponto crucial é a linha tênue entre a aceitação de algumas características peculiares de um vinho e a tolerância a defeitos que comprometem a qualidade e a salubridade do produto. Alguns produtores e entusiastas de vinhos naturais aceitam notas de Brettanomyces, acidez volátil elevada ou refermentações na garrafa como parte do “caráter” do vinho. Mas até que ponto um vinho pode ser considerado expressivo e não simplesmente defeituoso?

Alguns sustentam que a presença de leveduras indígenas e fermentações espontâneas conferem maior autenticidade ao vinho, mas sem um monitoramento atento podem surgir problemas como oxidações indesejadas, acúmulo de acidez volátil e contaminações bacterianas. A ausência de sulfitos adicionados, muitas vezes vendida como uma virtude, pode se transformar em um sério problema de estabilidade do produto, expondo o consumidor a riscos de alterações organolépticas e sanitárias.

Conhecer a química da bebida

O principal problema no debate sobre vinhos naturais não é tanto a sua existência, mas a escassa educação do público e, às vezes, dos próprios produtores. Quem decide limitar as intervenções enológicas deveria ter um conhecimento aprofundado da química do vinho, para evitar riscos à saúde ligados, por exemplo, à presença de aminas biogênicas em concentrações elevadas. Essas substâncias, desenvolvidas em condições de fermentação pouco controladas, podem ter efeitos negativos sobre o organismo.

Ao mesmo tempo, os comunicadores do vinho têm a responsabilidade de explicar o processo produtivo com rigor científico, sem cair em narrativas simplistas que opõem “natural” a “industrial”. Um consumo consciente e informado é essencial para apreciar o vinho pelo que ele é: um produto cultural, técnico e ético.

Outro aspecto a ser considerado é a comunicação do vinho natural nos mercados internacionais. Enquanto em alguns países busca-se enfatizar o aspecto mais romântico da produção, em outros são exigidas garantias de qualidade e segurança alimentar. Essa disparidade de abordagem cria uma fratura entre os consumidores e os produtores, que correm o risco de não serem sempre compreendidos ou aceitos em contextos diferentes.

O futuro dos vinhos naturais

Não se trata de demonizar os vinhos naturais, mas de exigir maior transparência e competência na sua produção e promoção. Um vinho pode ser produzido com intervenções mínimas, mas deve ainda assim respeitar padrões de salubridade e estabilidade. A ausência de sulfitos adicionados, por exemplo, não deve se traduzir em um vinho instável ou potencialmente prejudicial.

A inovação no setor enológico permite limitar o uso de aditivos sem comprometer a qualidade do produto. Técnicas avançadas de filtração, controle das fermentações e monitoramento microbiológico permitem obter vinhos mais “naturais” sem sacrificar a segurança e o prazer da degustação.

O futuro da bebida natural deveria, portanto, passar por um equilíbrio entre idealismo e pragmatismo: respeito pela matéria-prima, conhecimento científico e uma comunicação clara e honesta com o consumidor. Só assim será possível garantir que a busca pela naturalidade não se torne um álibi para a baixa qualidade, mas sim uma oportunidade para um vinho mais expressivo, saudável e consciente.

Por fim, o verdadeiro objetivo não deveria ser o de criar uma oposição entre “natural” e “convencional”, mas de educar o consumidor à diversidade e complexidade do mundo da bebida. Mais do que rótulos, o futuro do vinho deveria falar de conhecimento e consciência, permitindo a cada um escolher de forma informada e sem preconceitos.

Cristina Mercuri é colaboradora da Forbes Itália e educadora de vinhos formada pela WSET, com um experiências de trabalho na indústria de vinhos e destilados. 

O post O Que Afinal se Entende por “Vinhos Naturais” apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Fonte:

Notícias e Conteúdos sobre vinhos na Forbes Brasil
Posted on

Ressaca certa: influencer ficou famoso provando os piores vinhos do mundo

O sonho de qualquer crítico de vinho é viver sempre à base de um Romanée-Conti e rótulos dessa mesma categoria, certo? Errado, conforme eu descobri graças a esse tal de algoritmo, que tem sempre seus mistérios. Certa vez, retornando de uma exaustiva degustação, repleta de vinhos medianos e farta em enochatos, me deparei com o Instagram de um influencer que faz um grande sucesso nas redes experimentando os piores vinhos do mundo. Nos vídeos postados em sua página, ele imita o ritual e todos os trejeitos dos profissionais na hora de entornar uma taça. O resultado da experiência é um impagável show de caretas. Não é fácil a vida de quem escolhe garimpar os mais decrépitos tintos, brancos e rosés do planeta.

O personagem em questão é Emre Rende, um fotógrafo e jornalista de tv freelancer da Turquia, que mora na Suíça e viaja o mundo. Moldávia, Japão, Canadá, Alemanha, Índia… Onde há vinho lá está o criador da página Chateau Garbage (Castelo do lixo) e sua sub categoria Chateau Migraine (enxaqueca) com suas análises sensoriais dignas de prêmio e que já amealha 119 000 seguidores no Instagram que se divertem com as experiência do influencer — ou seria influhater?

O tom bem-humorado passa também pelos vereditos de cada degustação. “Tão bruto quanto o inverno siberiano”, cravou ele certa vez, ao descrever taninos assassinos com uma clareza que foge a muitos manuais. Em um Merlot do Veneto, ele “sentiu” aroma do suor do Berlusconi e 20 anos de arrependimento. Sim, grandes regiões como França e Itália também estão no seu radar. Nesses casos, no entanto, a seleção dele recai sobre produtores que, como Emre define, “beiram à ilegalidade’, tamanha a baixa qualidade do seu negócio. Em um vinho canadense que tinha uma lista infinita de uvas no blend, ele comentou ao ler o contra-rótulo: “parece que a única coisa que não puseram aqui foi maple syrup”. Espirituoso, nesse universo nem sempre tão divertido do vinho. Confira aqui um dos vídeos de sua página:

Emre contou à coluna AL VINO que é um auto-didata do vinho, mas que estudou em escolas francesas durante os primeiros 18 anos de sua vida. Aos 16, já sabia descrever vinho como muitos especialistas e nunca se esqueceu de uma aula sobre retrogosto, com que o pai de uma namorada encerrou um jantar. Já a relação com as uvas começou ainda bem cedo, em Ancara, capital da Turquia, quando seu avô deixava os netos molharem o dedinho em sua taça de Raki, um destilado de uvas frescas e secas, que também pode ser produzido com figos, ameixas e especiarias, durante os almoços da família.

Continua após a publicidade

A seguir um pouco da nossa conversa com o influencer que se especializou nas piores garrafas disponíveis no planeta.

Como você teve a incrível ideia de degustar e falar sobre os piores vinhos do mundo? Uma amiga minha, Courtney Freer, sempre se referia a vinhos ruins como “lixooooo” quando morávamos juntos no Catar. Então, em 2020, organizamos uma festa em Istambul, convidamos alguns turistas que conhecemos naquele dia e pedimos que trouxessem uma garrafa de vinho. Eles trouxeram vinhos que eram simplesmente escandalosos e ruins, vinhos que chamamos na Turquia de “Matador de Cães”. Três dos piores vinhos da Turquia não foram abertos na festa. No dia seguinte, quando os vi lado a lado, pensei que seria engraçado fazer uma degustação e uma competição para ver qual era o pior, para decidir o Campeão do Lixo do Chateau. A Covid chegou e ficamos presos em casa, como muitos. Um dia, meu pai me deu um vinho que seu amigo fez, sem rótulo, e me disse “meu amigo diz que o vinho precisa respirar por 6 a 7 horas”. Assim que ouvi isso, soube que seria um Lixo do Chateau e gravei o primeiro episódio.

Não me parece um trabalho muito prazeroso pelas caretas que você faz? Estou certa? Eu realmente gosto do meu trabalho. Há tanto mérito em entender a profundidade de um Barolo safra de 1993 quanto há de um vinho grego em uma garrafa de plástico que faz você correr para o banheiro depois de um gole. Eu não os discrimino.

Continua após a publicidade

Você tem um ranking dos piores, ou de países que tenham os piores vinhos do mundo? Não tenho uma classificação propriamente dita, mas posso definitivamente confirmar que o Chateau Garbage mais lendário vem das regiões dos Balcãs e do Oriente Médio, onde não há regulamentação ou há pouquíssima regulamentação. Marrocos, Egito, Uzbequistão, Albânia, Bulgária… Mamma Mia!

Você pode descrever os aromas de um inesquecível e legítimo Chateau Garbage? No nariz, um ótimo Chateau Garbage pode vir com toques de acetona, aço, bolsa de ginástica, cachorro molhado, cimento e repolho. No paladar, geralmente, primeiro você sentirá descrença e, em seguida, quase certamente, arrependimento. O acabamento pode deixar uma cicatriz permanente em sua alma.

Você já problemas com proprietários de vinícolas ou com quem os comercializa? Eles já cogitaram em te chamar para ser embaixador da marca, como se usa hoje no universo do vinho? A maioria dos vinhos que experimentamos no Chateau Garbage não vêm realmente de vinhedos adequados, eles geralmente são feitos em fábricas, garagens e banheiras. Portanto, os “produtores de vinho” geralmente sabem dos crimes que estão cometendo e, portanto, não vêm reclamar. Até o momento, nunca me chamaram para ser embaixador de nada. Pelo contrário, às vezes, quando me reconhecem, os produtores de vinho ou donos de restaurantes me dão o olhar preocupado “oh deus, por que ele está aqui?”.

Como é a pesquisa para descobrir esses vinhos? Eu posso identificar uma fonte de um Chateau Garbage a 200 metros! Supermercados rurais, minimercados urbanos, pequenas tavernas, todos esses são lugares onde você pode encontrar um Grand Garbage Classé.

Continua após a publicidade

Já provou algum vinho brasileiro? Estive no Brasil em 2010, quando a produção local de vinho não era tão grande quanto é hoje. Lembro-me de tomar uma garrafa “ok” de um branco brasileiro em um restaurante de frutos do mar em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.  Recebo inúmeras mensagens e comentários do Brasil, às vezes diariamente, de brasileiros me dizendo a mesma coisa: “Temos muitos Chateau Migraines no Brasil e você tem que experimentá-los!”.

Qual vinho fez o mais sucesso seu Instagram? Definitivamente os ruins, especialmente aqueles que me deixam sem palavras. Um verdadeiro “Chateauneuf Du Crap (porcaria)” será determinado pelo quão perto eu chegar de cuspi-lo. Embora cuspir seja contra as políticas da empresa.

Entre as mensagens que você recebe do público, o que eles costumam te perguntar? Não acredito que te peçam dicas de vinho, certo? As mensagens mais comuns que recebo são de pessoas que querem que eu descubra o Chateau Migraines do seu país. “Por favor, venha à Polônia para provar nosso lixo!”. E sim, também recebo uma grande variedade de solicitações de recomendação de vinhos, coisas como “Estou indo para a Itália, você pode me recomendar alguns vinhos, por favor?”

Qual a diferença entre um Chateau Garbage and Chateau Migraine (enxaqueca)? Uma Chateau Migraine (enxaqueca) é ressaca garantida. Como uma garrafa de Torrontés de 2 dólares da Argentina pela qual você está pagando 100 dólares em Dubai. Definitivamente será forte, mas você não vai pensar em cuspir. Mais importante: se fosse a última garrafa na Terra antes de um meteoro destruir o planeta, você beberia uma Chateau Migraine. Uma Chateau Garbage beira à ilegalidade. Pode levar à cegueira e a picos significativos na pressão arterial. Não deve ser bebido por ninguém e vai te destruir se o meteoro ainda não tiver caído.

Quando não está trabalhando, que tipo de vinho você gosta de beber e não faz careta? Sou um grande fã de Grenache e Syrah, tanto no estilo do Velho Mundo quanto do Novo Mundo. Gosto de vinhos únicos e quase complicados, um pouco como Savagnin do Jura, sabe? Não procuro perfeição sedosa. Não me entenda mal, tenho muitos Brunellos de 2007-2010 na minha adega que realmente gosto, mas hoje em dia tenho mais prazer em ir à minha loja de vinhos favorita em Paris e dizer a eles “me dê um vinho que me choque”. Fora do vinho, meu combustível é um gim-tônica duplo.

Publicidade

Fonte:

Vinho – VEJA
Posted on

Tem invasor paulista no café da manhã carioca

O complexo da Casa Horto não para de crescer. Recentemente abriu ao lado do casarão que já é um point no Jardim Botânico o  Empório 1839, que tem como um dos destaques o café da manhã. Entre as diferentes comidinhas servidas para começar o dia um “invasor” chama a atenção. Chegou ali o Pão na Chapa Paulista.

Carro-chefe em qualquer “padoca”, como se costuma chamar as padarias no outro lado da ponte aérea, a iguaria é uma baguete ou francês levado à chapa com generosa camada de requeijão, para formar uma casquinha que deixa os comensais com água na boca.

“Cheguei a pensar em colocar ‘Paulixxxta’ no menu para fazer uma brincadeira com o sotaque carioca. Mas achei melhor não alimentar essa rivalidade”, brinca a chef Luisa Veiga.

Apesar da invasão, o charmoso casarão pensa mesmo no estilo de vida carioca. Tanto que abre cedo, às 06h, para ser o pit stop dos ciclistas que costuma circular pelo horto nas primeira horas do dia para se exercitar. Por ali há opções saudáveis como um cremosa crepioca (a receita número um do mundo fitness para começar o dia) e bowls de açaí e iogurtes com granola (deliciosa) feita na casa.

Os pães, para comer por ali ou levar pra casa, também chamam a atenção. Tem pão de queijo, mas o Gougère rouba a cena como opção mais leve (há opção até com recheio de creme feta). Também tem as opções clássicas de café da manhã, incluindo menu completo.

Continua após a publicidade

Nas opções de bebidas espaço pra cafés, sucos (tradicionais ou mesclados), chás gelados (incluindo mate, favorito dos cariocas), health shots para os mais saudáveis e até coquetéis para quem começa o dia já celebrando.

Empório 1839
Endereço: Rua Pacheco Leão, 724 – Jardim Botânico
Horário de funcionamento: Todos os dias, das 06h às 20h

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Os (muitos) petiscos imperdíveis do Bar da Frente, que abriu em Copacabana

As histórias são muitas, todas carregando boas doses de emoção, cervejas geladas e variadas, e petiscos que devem constar em qualquer antologia que se faça de bares e botecos cariocas. O bar da Mariana e da Valéria virou “da Frente” por ser em frente ao Aconchego Carioca, na Praça da Bandeira, do qual surgiu como uma espécie de filho, ganhando luz própria e intensa. Agora, 15 anos depois, a casa onde nasceu o petisco Porquinho de Quimono, um hors-concours das frigideiras nacionais, abre sua primeira filial como um protagonista que agrega e festeja o melhor da noite na cidade – tendo à frente, diga-se de passagem, uma pérola chamada Bip Bip.

+ Rua da Cerveja começa a ganhar forma com mais duas inaugurações

Se na citada casa das cultuadas rodas de samba e choro louva-se a figura única do Alfredinho, criador de uma adorável bagunça democrática, e falecido em 2019, o Bar da Frente foi oficialmente inaugurado na quinta (27) com um discurso onde Mariana lembrou da mãe, Valéria, parceira na empreitada feminina e familiar, que nos deixou em 2018.

Compartilhe essa matéria via:

É nessa bonita linha do tempo que envolve herança, trabalho e resistência a serviço do prazer, que a pequena Rua Almirante Gonçalves, de apenas um quarteirão em Copacabana (onde bebe-se também um café de primeira linha no Cafe ao Leu), ganha expressão no mapa da Zona Sul como um lugar de visita obrigatória.

Continua após a publicidade

Porquinho de Quimono: o grande sucesso da casa agora em Copacabana
Porquinho de Quimono: o grande sucesso da casa agora em CopacabanaRodrigo Azevedo/Divulgação

O Bar da Frente, que sempre foi referência em cervejas artesanais na Praça da Bandeira, comemora a providencial chegada do chope (R$ 9,50, 300 mililitros) na loja de Copacabana, que há de circular freneticamente entre alguns dos melhores bolinhos do Hemisfério Sul, e pratos que assinam a carteira de identidade do estabelecimento.

Ao pedir o Mix de Petiscos #2, por exemplo, o cliente receberá dois Porquinhos de Quimono, dois Croquetes de mortadela e dois Caprichosos e garantidos, devidamente acompanhados de seus molhos (R$ 65,40). O Caprichoso é um bolinho de massa cremosa de milho, recheado com camarão e queijo, com molho de taperebá. E o Porquinho, para quem ainda não teve o prazer, é um rolinho estilo harumaki, de formato cilíndrico e massa crocante, recheado com costelinha suína desfiada e requeijão de ervas, servido com um molho barbecue caseiro de lamber os beiços.

Continua após a publicidade

Sim, o Beijo grego também faz parte da festa, o bolinho criado pela chef Aninha Carbonell, muito amiga da casa, que mistura língua e rabo de boi com resultado notável (R$ 28,90, duas unidades). E o Fondue de coxinha também, uma ‘larica’ de gala que espeta as coxinhas em palitos para molhar no rechaud de creme de queijo ao vinho branco (R$ 35,80, quatro unidades; R$ 59,80, oito unidades).

Clássico dos clássicos, o Arroz de puta rica mistura linguiça, carne seca, palmito, alcatra, filé de frango, cenoura, milho, ervilha e azeitona e dois ovos fritos no topo (R$ 129,80, para duas pessoas). Versão mais simples do prato dá origem a um bolinho que também merece a mordida (R$ 31,90, três unidades), acompanhado de um molho feito com o mostarda e a calda do pudim, está bom assim?

Para beber tem muita coisa, com destaques para seis cervejas de linha da Hocus Pocus, 15 rótulos de cachaças da melhor qualidade, e opções de vinho branco, tinto e rosé. O bar ganhou bonito balcão no espaço interno e tem mesas na calçada. Começa funcionando de segunda a sábado, das 11h às 23h.

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Redescobrindo a Europa

Uma das tendências do momento no mercado do vinho no Brasil é a chamada “premiunização. Isto se traduz como uma sofisticação dos consumidores, que estão comprando vinhos de uma faixa de preço um pouco mais alta, situada entre o que chamamos de “baixo custo” e os de luxo. Além disso este consumidor está diversificando seu paladar, bebendo mais vinhos de outros tipos que não apenas tintos, como brancos e rosados, e descobrindo novas origens.

 

Este aparente amadurecimento do consumidor aponta para um crescimento dos vinhos do Velho Mundo. Esta é uma tendência que já vem de vários anos e cresce gradualmente. Muitos importadores estão focando, cada vez mais, em atender esta demanda, aumentando seus portfolios nestas origens.

 

O brasileiro está entendendo cada vez mais de vinho, faz viagens, e por conta disso começou a conhecer mais o vinho europeu. O consumidor está se afastando dos rótulos mais comerciais e conhecidos para explorar vinhos de regiões menos famosas, mas igualmente ricas em história e qualidade. Essa busca por autenticidade e novas experiências está abrindo portas para vinhos de pequenas origens europeias.

 

O consumidor se guiava pela uva, hoje em dia, depois das viagens, que retornaram com força no pós-pandemia, mais pessoas estão descobrindo as micro-regiões da Europa. Falo das menos conhecidas, como muitas do Rhône, ou centro-sul da Itália, Espanha fora de Rioja ou Ribera, ou outras que são conhecidas, mas não como deveriam, como Chianti e Chablis.

 

Na França, por exemplo, temos boas descobertas de sub-regiões como Faugères, Minervois, Saint-Chinian, Corbières ou Fitou (todas do Languedoc) Bandol (Provence); Cahors e Madiran (Sudoeste), Chinon, Saumur e Bourgueil (Loire); Gigondas e Vacqueyras (Rhône).

Continua após a publicidade

 

Na Itália, um universo. Uns poucos exemplos: Etna (Sicilia), Gavi (Piemonte), Sagrantino di Motefalco (Umbria), Valtellina (Lombardia), Roso Conero (Marche), Collio (Friuli), Aglianico del Vulture (Basilicata), Vernaccia di San Gimignano (Toscana).

 

Na Espanha, inúmeras possiblidades novas se abrindo. Começando pelo nordeste com Bierzo, Ribeira Sacra, Rías Baixas, Valdeorras (Galícia); Montsant, Costers del Segre, Terra Alta (Catalunha); Toro e Cigales (Castilla y León); Campo de Borja (Aragón); Jumilla e Yecla (Murcia), Utiel-Requena (Valencia); além dos Vinos de Madrid.

 

Portugal, embora geograficamente menor e com vinhos já bem mais conhecidos dos brasileiros, ainda guarda descobertas, como Tejo, Península de Setúbal, Lisboa, Bucelas, Beira Interior ou Algarve.

Continua após a publicidade

 

O mercado de vinhos no Brasil está em um momento de descobertas. O interesse pelas pequenas DOCs europeias é um reflexo de um consumidor mais informado e exigente, que busca autenticidade, qualidade e novas experiências sensoriais.

 

 

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Mari do Bar da Frente estreia em Copacabana

E o Rio de Janeiro ganhou mais um ponto gastronômico na noite de ontem (27). Mariana Rezende, a Mari do Bar da Frente, acaba de inaugurar sua nova casa, agora em Copacabana. Em uma quinta-feira de clima agradável, a comerciante – como ela se define – começou mais um capítulo.

No coração do bairro, com sua boemia única, a nova empreitada mantém a alma do Bar da Frente: frituras irresistíveis – entre elas o delicioso Porquinho de Quimono -, atendimento acolhedor e a alegria contagiante da equipe. A expectativa é conquistar ainda mais cariocas que já se identificam com o estilo autêntico de Mari.

“Peguei um empréstimo para abrir esse bar. Bate aquele frio na barriga, mas, com muito trabalho, sei que vai dar certo”, conta com brilho no olhar.

Na Rua Barão de Iguatemi, na Praça da Bandeira, o Bar da Frente se tornou referência entre os botequins mais criativos e bem-humorados da cidade – uma verdadeira referência de sucesso.

A história de Mari é contagiante com seus recortes superação e inovação. Em meio ao turbilhão da pandemia, nos anos de 2020 e 2021, ela enxergou uma oportunidade onde muitos viram apenas crise: apostou no delivery, um modelo que foi considerado inovador. “Nunca vendemos tanto quanto na pandemia”, relembra.

Continua após a publicidade

O que encanta no jeito Mari de ser é a autenticidade. Sem discursos rebuscados, ela diz com orgulho que não estudou gastronomia, mas se formou no Bar da Frente.

A coluna deseja muito axé! Salve Mari, salve o Bar da Frente!

Serviço:

Almirante Gonçalves, 29 – Copacabana

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO