Depois de Portugal, o passeio em pratos e taças agora é pela Argentina. O Bodegón é do mesmo grupo da vizinha Mercearia da Praça, e chega com o estilo de um típico restaurante portenho. O ambiente em dois andares tem mobiliário de madeira, lambe-lambes e itens temáticos. A morcilla abre os trabalhos, servida com cebola caramelizada e limão-siciliano (R$ 38,00), e a seção de milanesas tem seis opções, como o del pelado loko (R$ 78,00), de carne empanada com queijos canastra e gorgonzola, ovo e bacon sobre batatas fritas (R$ 78,00). O bife de chorizo (R$ 78,00) pode vir com beterraba assada com queijo de cabra, presunto de Parma e rúcula baby (R$ 26,00). Há mais de 100 rótulos de vinhos e drinques autorais como o bodegón tônic: Fernet Branca, hortelã e tônica de maçã (R$ 34,00). Salud!
Rua Jangadeiros, 14, Praça General Osório, Ipanema (82 lugares). 12h/0h (sex. e sáb. até 1h).
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Consolidada no delivery, a Beju & Magi chegou à Tijuca com sua primeira loja, recheada de bolos, brownies, cookies, doces gelados e pavês. Há sabores como o cake box de chocolate (R$ 160,00), um bolo gelado de chocolate recheado com brigadeiro cremoso em fôrma de acrílico. Outra opção é a torta palha italiana de Oreo com Nutella (R$ 140,00). O cake box de pistache (R$ 160,00), por sua vez, louva o ingrediente da moda trazendo camadas de creme de nata, musse de pistache, ganache cremoso de pistache e pistaches torrados. A toalha felpuda é um dos maiores sucessos da marca, um bolo gelado de coco com calda de leite condensado e coco ralado (R$ 24,00, individual).
Rua Conde de Bonfim, 177, Tijuca, 99904-6745 (4 lugares).
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1- A vista da Baía de Guanabara fica ainda melhor com o Samba do Xoxó e petiscos como os croquetes de cupim (R$ 34,00, quatro unidades) do Brewteco do Botafogo Praia Shopping (Praia de Botafogo, 400, Terraço). O couro come às quintas-feiras, a partir das 18h30, com chopes artesanais.
Beco do Rato: caldo de mocotó é pura tradição nas rodasFabio Rossi/Divulgação
2- Representante das origens mineiras do Beco do Rato (Rua Joaquim Silva, 11, Lapa), o pastel de angu com carne moída (R$ 8,00) é pedida certeira para curtir o premiado samba local, assim como o caldo de mocotó (R$ 15,00). As atrações diárias incluem artistas como Arlindinho, titular das segundas-feiras.
Malandro Botequim: a língua faz sucesso no bar musical de BotafogoLipe Borges/Divulgação
3- Os cavaquinhos e pandeiros atacam aos sábados, das 14h às 18h, no novo Malandro Botequim (Rua Nelson Mandela, 100, loja 113, Botafogo), onde a língua de boi de longo cozimento com batatas (R$ 42,90) é petisco disputado. Grupos diferentes se revezam com couvert a R$ 10,00.
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Armazém Cardosão: clima do interior e moqueca gostosa./Divulgação
4- No alto da ladeira, o Armazém Cardosão (Rua Cardoso Júnior, 312, Laranjeiras) cultiva o ritmo às quintas-feiras, das 19h às 22h. Elisa Addor e Pedro Holanda se revezam com o Samba Que Eu Te Prometi, com couvert a R$ 20,00. A moqueca de camarão faz bonito, com farofa de coco e arroz (R$ 129,00, para dois).
Tropik: sábados de samba e petiscos de requinteRodrigo Azevedo/Divulgação
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5- De pé na areia, o Tropik (Avenida Atlântica, quiosque 47/48, Copacabana) faz seu samba aos sábados, das 16h às 19h, liderado por Márcio Hulk, que tem história entre os bambas. No menu, o espeto de camarão é boa pedida, com cebola-roxa e tomate-cereja, farofa e molho à campanha (R$ 65,00).
Eleninha: chorinho com cozinha asiáticaTomás Rangel/Divulgação
6- A roda é de samba e chorinho no Horto, sob as árvores da calçada do Eleninha (Rua Pacheco Leão, 780). O som rola aos domingos, das 16h às 19h, com o Quarteto Urubatan e o grupo Son Lemos. Petiscos asiáticos acompanham, como os wontons de camarão (R$ 44,00, quatro unidades).
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Al Farabi: o samba não para entre petiscos e feijoadasTomás Vélez/Divulgação
7- Referência do samba no Boulevard Olímpico, o Al Farabi (Rua do Mercado, 34, Centro) recebe nos fins de semana projetos como o Canta Canta Minha Gente, de Raoni e Dandara Ventapane, que toca no segundo sábado do mês. Os bolinhos de aipim com carne de sol (R$ 12,00 a unidade) seguem o compasso.
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O hambúrguer que leva muita gente a enfrentar fila e sentar à mesa de um restaurante para sabore-á-lo está mais perto, por assim dizer, de seus fãs e consumidores. O Bal.Clan chegou de churrasqueira, brasa e tudo ao Shopping Leblon, apresentando uma versão “fast” do premiado restaurante Clan BBQ, dos chefs Pepo Figueiredo e Newton Rique. Entradas já conhecidas estão no cardápio, como a clanxinha, crocante e feita com frango defumado, servida com aïoli de ervas (R$ 16,00). O hambúrguer leva 180 gramas do blend da casa no pão brioche com queijo cheddar inglês e molho (R$ 52,00; foto), além de itens como bacon (R$ 7,00) e picles (R$ 2,00). Tem chope Heineken para acompanhar (R$ 15,00), e o querido pudim (sem furinho) com caramelo meio amargo (R$ 18,00) fecha com categoria.
Avenida Afrânio de Mello Franco, 290, Leblon, piso 4 (14 lugares). 10h/23h (dom. e fer. 12h/22h).
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Representante das galettes francesas, o crepe de trigo-sarraceno e ingredientes diversos no recheio, a Amélie Crêperie abre no CasaShopping a sexta unidade, com o ambiente de inspiração parisiense e a novidade do menu da chef, com entrada, prato principal e sobremesa, a R$ 129,00. O esquema traz receitas como a miniburrata com geleia de hortelã e ervas, e tomates concassé ao azeite de siciliano; e o salmão com molho de manga e gengibre, musseline de batata-doce-roxa com alho-poró e tempurá de couve. Entre as galettes, a île saint louis (R$ 61,00) é ótima aposta, com queijo brie, presunto de parma, figos (ou pera) confit, mel trufado e farofa de nozes. A carta de vinhos feita pela sócia Sálua Bueno acompanha, destacada no custo-benefício.
CasaShopping. Avenida Ayrton Senna, 2150, Barra (75 lugares). 12h/22h (sex. e sáb. até 23h).
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Que tal tomar um belo café da manhã e visitar a exposição Uma História da Arte Brasileira, com destaques do acervo do Museu de Arte Moderna? Ou aquela taça de vinho depois com um aperitivo? A Cantina do Mam abriu as portas para relembrar os velhos tempos em que reunia artistas importantes nos jardins. Com área externa e ombrelones ao lado da fonte, ou no salão de mesas brancas e bonitos tapetes, o espaço serve toasts no pão italiano como o de ovos cremosos, bacon crocante e aïoli de manteiga tostada (R$ 28,00), croque cantina, feito na torrada petrópolis com mostarda, queijo canastra, presunto royale e bechamel (R$ 34,00), e taças do vinho da casa, branco ou tinto (R$ 22,00, 150 mililitros).
Museu de Arte Moderna. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo (60 lugares). 9h/18h (fecha seg. e ter.).
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A seleção de delícias da estação do Zazá Bistrô Café (Rio Design Leblon) ganhou saladas como o salpicão de frango orgânico (R$ 52,00), no frescor de iogurte, maçãs verdes, passas brancas, hortelã, cenoura, aipo, raspas de limão e palha de batata.
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Trufas tropicais estão na coleção de verão da Chocolat du Jour (Shopping Leblon), que preparou o bombom de recheio cremoso nos sabores jabuticaba, maracujá e com o gostinho do drinque mais famoso por estas praias, a caipirinha (R$ 79,00, seis unidades).
Brisa de verão é o nome da nova sobremesa gelada da Dianna Bakery (Rua Dona Delfina, 14, Tijuca): musse de mel com amêndoas tostadas, envolta em fina camada de chocolate branco, coroada pelo sorbet de frutas vermelhas (R$ 32,00).
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Tango, Maradona (perdón, Messi) e Malbec formam a santíssima trindade de grandes símbolos argentinos. No campo dos vinhos, quase metade das uvas cultivadas no país são da variedade de origem francesa que se adaptou tremendamente bem em terras portenhas. Para quem produz por lá, é quase uma heresia tentar ir contra a corrente, mas é o que alguns vinicultores estão tentando fazer agora — e o resultado é surpreendente.
Um dos craques de vinhos argentinos que chutou a Malbec para escanteio foi Eduardo Soler, criador da vinícola Ver Sacrum, que há quinze anos produz vinhos com castas não convencionais em Mendoza. Ele explica a opção lembrando que nem sempre na história do país o domínio foi das uvas Malbec. “Antes da explosão da Malbec, há cerca de trinta anos, havia muitas outras variedades por lá”, contou ele à coluna AL VINO numa visita recente a São Paulo. No trabalho de recuperar essa tradição de maior diversidade, Soler tem conquistado admiração e mercados como Estados Unidos, Reino Unidos e Suécia, com seus vinhos leves e vibrantes.
A história começou com um impulso vindo de fora. Ex montanhista e esquiador profissional, Soler há vinte anos faz parte de um grupo de degustação às cegas que realiza encontros mensais. Em uma dessas reuniões, apareceu um Grenache (ou Garnacha) espanhol da Serra dos Gredos, uma coordilheira próxima a Toledo. O vinho era leve, de uma cor delicada, com a acidez que pedia o próximo gole, sutil, menos alcóolico, o extremo oposto do que estava no auge na Argentina naquele momento, os Malbecs pesados, amadeirados, muito extraídos e superpotentes. “Por que a Argentina não consegue produzir algo assim?”, pensou Soler.
A pergunta foi o ponto de partida para aquisição de terreno no belíssimo Vale do Uco, numa região a 1.200 metros de altitude, com vista para um paredão de rocha e uma montanha. Soler, com mesma leveza e sinceridade que seus vinhos têm, conta que foi um autodidata. “Fiz muito vinagre antes de começar a acertar”, reconhece. Mas quando acertou o resultado foi a tradução do que se espera hoje de um grande vinho: acidez que pede o próximo gole, leveza, frescor e personalidade.
NOTA ALTA DE ROBERT PARKER
Tive oportunidade de jantar com ele sua esposa, Emilia, uma advogada que também faz vinhos (em breve conto essa história), na Casa La Pastina, em São Paulo, onde apresentaram cinco rótulos que já estão no Brasil pelas mãos da World Wine, dentro os catorze que produz. O primeiro branco foi um blend de Viognier, Marsanne e Pedro Ximenez, que tem 10% do mosto amadurecido em carvalho sob véu de flor, que é uma camada de leveduras que se forma no topo do recipiente onde ele estiver fermentando, mesmo processo do Jerez Fino. O resultado é um vinho cremoso, vibrante em acidez, por isso muito gastronômico, e que recebeu 91 pontos do crítico americano americano Robert Parker.
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Não foi à toa que o Garnacha me chamou muita atenção. A Ver Sacrum é a maior produtora dessa uva em Mendoza. Como resultado desse trabalho, surge um vinho para se tomar ligeiramente resfriado, o que é uma delícia nesses dias quentes. A bebida amadurece em ovos de concreto em contato com as borras, o que dá corpo e o que os ingleses chamam lindamente de “crispness”. Metade dele amadurece em barricas de carvalho e descansa mais oito meses na garrafa antes de ir para o mercado. Se você leitor desta coluna me permite uma sugestão, experimente harmonizar aquela sua carne grelhada com uma taça de um vinho deste estilo, no lugar do Malbec clássico do churrasco: garanto a você que chegará ao final do almoço mais leve e não empachado e sonolento. Sabe aqueles almoços que começam ao meio dia e às 4 da tarde a churrasqueira ainda tem brasa? Então, este é o vinho.
O casal, Eduardo e Emília: eles estão juntos há 25 anos e há 15 produzem vinhos no Vale do UcoMarianne Piemonte/VEJA
Todos os vinhos da Ver Sacrum são produzidos com leveduras indígenas ou seja, não usam fermentos químicos. São as leveduras naturais da fruta que conduzem a fermentação, como acontece com os pães de levain ou de fermentação natural, que já estamos habituados. A vinificação é feita com mínima intervenção, ou seja, os vinhos que “não têm maquiagem”, como explica Soler. “Nossa intenção é engarrafar a paisagem”, romantiza o vinicultor.
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O último vinho que provamos na Casa La Pastina foi um blend das uvas Grenache, Syrah e Monastrel, o famoso corte GSM, muito usado na região do Vale do Rhône, na França. É a mesma receita que produz, por exemplo, o famosos Châteauneuf-du-Pape. Adepto da agricultura regenerativa, um modelo que, em linhas gerais, recupera o solo enquanto se produz, Soler plantou as três espécies de uvas juntas, misturadas, o que é pouco comum nas culturas convencionais. “As primeiras safras foram um problema, porque o tempo de brotação e colheita de cada cepa era muito diferente, o que foi uma catástrofe”, lembrou. “No entanto, com o passar do tempo, à medida que as raízes das plantas foram ficando mais profundas e se entrelaçando, elas passaram a ter ciclos iguais”, concluiu, com brilho nos olhos. Tenho que reconhecer, o resultado é mesmo pura poesia: um vinho mais encorpado, com fruta madura exuberante, mas com a sutileza que é assinatura da vinícola. E para quem não abre mão de uma medalhinha: levou 90 pontos Wine Spectator e 92 da revista Adega.
Harmonizada com a tendência mundial que pede vinhos menos alcóolicos e menos extraídos (sem cor e potência típicas de macerações mais pesadas), a Ver Sacrum vem ganhando mercado no exterior. Cerca de 90% da produção da vinícola, que é de cerca de 90 000 garrafas por safra, é totalmente destinada à exportação para onze países, entre eles, o Brasil.
A onda de calor está deixando até os cariocas acostumados com alta temperatura buscando alternativas para se refrescar. Com o fim de semana chegando e a previsão de calor extremo garantir a bebida gelada na praia é fundamental. Pra isso o aplicativo Zé Delivery fará uma ação este fim de semana que promete ser a salvação.
Quem estiver nas orlas do Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon poderá receber e manter a sua bebida gelada. Ao fazer o pedido no aplicativo de delivery nas avenidas dessas praias o cliente ganhará um cooler flexível e reutilizável em formato de sacola e cheio de gelo. A ação será válida para pedido de bebidas em latinha (não funcionará com produtos em vidro).
“Entendemos o que os nossos consumidores mais desejam é exatamente o que o Zé já entrega: bebida gelada, em minutos e no precinho. E agora com a sacooler, conseguimos uma maneira de manter a bebida gelada por mais tempo e, claro, garantir que todos curtam a praia sem perrengue”, explica Thaís Azevedo, diretora de marketing do Zé Delivery.
Para garantir ainda mais aquela refrescada especial, uma série de promoções de bebidas estarão disponíveis no app. Além disso, também irá disponibilizar combos de Brahma ou Beats + porta-lata térmico para manter as bebidas geladas por ainda mais tempo.
Já não se fazem mais bares de vinho como antigamente, e isso parece ótimo. Depois de algumas portas fechadas na pandemia — período em que o consumo de tintos e brancos cresceu no país, mas dentro de casa —, uma nova geração de estabelecimentos especializados na bebida vem atraindo um público rejuvenescido, curioso e de paladar aberto para estilos e métodos de produção vinícola distintos. São balcões e mesas que têm no foco a pureza e a qualidade do que é degustado, entre líquidos e sólidos, com as cozinhas nas mãos de chefs renomados como Roberta Ciasca, do Libô, e Monique Gabiatti, do Belisco. Caminhos empolgantes de harmonização são abertos, na maioria das vezes guiados por rótulos que sobrevoam o universo dos chamados “naturais”, feitos a partir do cultivo orgânico das uvas, da fermentação com leveduras indígenas e da ausência de aditivos químicos, em sintonia com tendências globais de consumo consciente.
Os cerca de trinta rótulos em taça do Belisco (Rua Arnaldo Quintela, 93, Botafogo) garantem a maior oferta do gênero na cidade. A chef Monique Gabiatti cuida das comidinhas deliciosas, e Gabi Teixeira oferece opções como o tinto austríaco Zantho, das uvas zweigelt (R$ 30,00, a taça). Das 18h às 20h há taças com 20% de desconto.Tomás Rangel/Divulgação
A fartura de opções servidas em taça é outra marca desses lugares onde o prazer de experimentar tornou-se regra, com opções em constante renovação, incluindo as bebidas alçadas a estrelas da nova era. É o caso do já famoso vinho laranja, apontado pela sommelière Maíra Freire, sócia de Roberta no Libô e também responsável pela carta do luxuoso Lasai, o duas-estrelas Michelin do chef Rafa Costa e Silva, como o mais querido da nova geração de consumidores. Trata-se de um estilo que segue tradição milenar, resgatado por produtores italianos na fronteira com a Eslovênia, antes de invadir as cartas do mundo todo. Falamos aqui de frescor e intensidade, resultado de um processo em que o suco das uvas brancas passa longo tempo em contato com as cascas (como ocorre com os tintos), ganhando cores e sabores expressivos, taninos e complexidade aromática. “O legal do laranja é a versatilidade para acompanhar a comida, isso para bar funciona superbem”, diz Maíra, que vê no cenário renovado um momento de desapego de antigas regras de etiqueta e “uma troca mais divertida e genuína”.
Pequenino e despojado, o Tão Longe, Tão Perto (Rua Fernandes Guimarães, 93, Botafogo) tem cadeiras de praias ao longo da calçada e oito torneiras para vinhos brasileiros como o laranja da Dom Dionysius (R$ 25,00, a taça). Charcutaria e queijos premiados acompanham, assim como as notáveis conservas marinhas do projeto A.mar../Divulgação
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Os custos das melhores produções pequenas e orgânicas não fazem dos vinhos naturais baratos, mas as taças a partir de 35 reais nos novos bares regulam com o preço de drinques nos balcões da moda. No despojado Tão Longe, Tão Perto, por exemplo, vinhos brasileiros de produção sustentável são servidos em taças de 150 mililitros por 20 reais, e em cadeiras de praia na calçada os frequentadores seguem o caminho espontâneo de bebidas que combinam com o clima da cidade. “Há maior busca pelos brancos, além de tintos com menos extração e menos barrica, como os claretes”, diz a sommelière e empresária Gabriela Monteleone, sócia e autora do livro Conversas Acerca do Vinho. O tal clarete é parte de um vocabulário novo que também sublinha termos como pét-nat. O primeiro fica entre os tintos e rosés, feito com mescla de uvas brancas e tintas, de corpo leve, jovem e frutado. O pét-nat, por sua vez, abrevia o termo francês “pétillant naturel”, método ancestral de borbulhantes de única fermentação, engarrafados no meio do processo e de bolhas delicadas.
O ambiente do Virtuoso (Rua Gomes Carneiro, 130-B, Ipanema) instiga com luz amarela, velas, vitrola para vinis de trilha sonora caprichada e, volta e meia, DJs convidados. Há cerca de cinquenta rótulos de curadoria apurada e taças que variam, como o branco chileno Lazy Winemaker Viognier 2022 (R$ 32,00)../Divulgação
A ascensão do vinho branco, por sinal, é um dado relevante num mercado historicamente dominado pelos tintos, e demonstra que os consumidores vêm buscando, de fato, alternativas mais leves, frescas e de menor teor alcoólico. Sommelière experiente e sócia da chef Monique Gabiatti no Belisco, Gabriela Teixeira atesta: há uma década, quando trabalhou na extinta Bottega del Vino, no Leblon, os tintos respondiam por 70% das vendas mesmo no verão. Hoje, em seu novo bar, os brancos, rosés e laranjas ficam com 80% dos pedidos. Um fenômeno que se repete em salões recém-abertos como o Virtuoso, animado bar em Ipanema dedicado ao vinho natural. Ali é a casa do casal baiano formado pelos sommelier Bernardo Goes e a mulher, Mel Romariz, que viajou pela América Latina e Europa explorando dezenas de bares de vinhos e escolheu o Rio para o investimento. “É um público entre 30 e 40 anos que está cansado de padronizações e não vê prazer no mais do mesmo. Criam-se ambientes de interação sem formalidade, é a desconstrução dos enochatos”, diz Bernardo, que recebe a turma do pós-praia de cangas e biquínis no fim de semana.
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O bar da The Slow Bakery chama-se Lazy (Rua General Polidoro, 25, Botafogo), tem torneiras com exemplares nacionais, mais de sessenta rótulos em garrafas e quase todos podem ser pedidos em taça. Os vinhos do dia podem vir em copinho (R$ 10,00) ou minidecanter (R$ 19,00).Maria Carolina Castro/Divulgação
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