Posted on

Decantação – o que realmente acontece com o vinho

Normalmente chamamos de “decantação” o ato de transferir o vinho da garrafa para um decanter (recipiente de vidro com fundo mais largo). Esta operação na realidade tem duas funções. A decantação propriamente dita, que é separar o vinho de eventuais borras, e a aeração, que é expor o vinho ao oxigênio.

 

A decantação propriamente dita

As borras, sedimento que se acumula no fundo da garrafa, embora sejam seguros para consumo, podem turvar o vinho, atrapalhar seus aromas, sua textura pode parecer arenosa e seu sabor pode ganhar amargores. No entanto pouco vinhos tem borras, só os tintos mais encorpados quando não filtrados ou quando atingem anos de guarda. O sedimento se forma por causa do agrupamento (polimerização) das moléculas de taninos que, por serem mais pesadas, vão para o fundo da garrafa.

 

A aeração e a evaporação

A aeração é o motivo mais comum pelo qual se coloca o vinho em um decanter. Na aeração acontecem dois fenômenos, a evaporação e a oxidação.

 

A evaporação começa imediatamente após a garrafa ser aberta. Componentes voláteis do líquido começam lentamente a se mover para sua superfície e se evaporam junto com o álcool. Este processo se dá muito lentamente se o vinho for deixado na garrafa aberta, um pouco mais rápido se colocado em uma taça e de forma acelerada em um decanter. Girar o vinho na taça ou no decanter acelera ainda mais a evaporação.

 

Com o contato com o ar o vinho libera álcool e outros compostos aromáticos. É comum que logo ao serem abertos, especialmente garrafas mais velhas, tenham alguns odores desagradáveis (compostos sulfurosos e redutores, aromas de fósforo aceso, ovo podre, fumaça, cebola cozida), que se dissipam logo no início da evaporação, dando lugar à aromas mais elegantes, de frutas, flores, madeira, minerais etc. À medida que o vinho respira, haverá mais aromas para cheirar, transportados pelo álcool que evapora e diminui ligeiramente ao longo do tempo. Estudos mostram que vinho perde em torno de 1% de álcool a cada duas horas em um decanter. À medida que o álcool cai diminuem as sensações tácteis de maciez e de calor/queimação.

 

A oxidação

A oxidação já é um passo além da evaporação, pois refere-se a reações químicas, transformação de elementos do vinho, como os taninos, através de sua interação com o oxigênio. A oxidação é mais complexa e bem mais demorada, ocorre ao longo de horas ou dias.

 

Na prática então, uma aeração afetará muito pouco os taninos em um vinho. Vinhos mais envelhecidos têm de fato taninos amaciados, mas isso é resultado de um lento processo de anos em garrafa e não de um par se horas no decanter.

Continua após a publicidade

 

Vinhos que foram elaborados com maior exposição ao oxigênio, como os que tiveram passagem por barricas, se tornam mais estáveis quando a garrafa é aberta e mais resistentes à oxidação.

 

Cuidados

É preciso ter cuidados em certos casos. Vinhos mais velhos são mais sensíveis ao oxigênio. Para estes decante para separar eventuais borras e provocar a evaporação de aromas desagradáveis e sirva logo em seguida.

 

Mesmo tintos mais jovens podem sofrer se esquecidos por muitas horas no decanter. À medida que o paladar destes vinhos fica mais redondo eles também podem perder alguns aromas primários. A família Sauvignon por exemplo, o Cabernet Sauvignon e o Sauvignon Blanc, possuem típicos aromas derivados de compostos Tióis, como cassis no tinto e maracujá no branco, que podem diminuir sensivelmente com a aeração prolongada.

 

Devo aerar/decantar brancos e espumantes?

Toda a lógica exposta acima para vinhos tintos, também vale para outros tipos de vinhos: fortificados, brancos, rosados e espumantes.

 

Os fortificados como o Vinho do Porto devem ser aerados/decantados conforme seu tipo. O Porto Vintage necessita de decantação, pois normalmente tem muitas borras, muito corpo e se beneficia da evaporação e da decantação propriamente dita. Os do tipo Ruby, Tawny e Colheita não precisam, pois costumam ser filtrados e engarrafados poucos anos antes do consumo. Os do tipo LBV variam, pois alguns são filtrados e outros não, neste caso constará no contra-rótulo a informação “unfiltered” ou “não filtrado”.

Continua após a publicidade

 

Os vinhos rosados quase sempre são jovens e delicados demais, dispensando qualquer tipo de aeração/decantação.

 

Os brancos na maioria dos casos não se beneficiam de aeração/decantação. Quase sempre são consumidos mais jovens, a quantidade de taninos é muito pequena e desenvolvem poucos aromas que precisem de evaporação, e sim muitos mais aromas frescos. As exceções são os brancos de maior estrutura e maior potencial de guarda, que quando jovens podem se beneficiar de evaporação para mostrar mais rapidamente seus aromas. Há também casos mais raros de brancos que apresentam cristais (bitartarato de potássio) e pedem a decantação propriamente dita, para separar estas borras.

 

Decantar espumantes pode parecer uma excentricidade, e quase sempre o é. Quando isso é feito os motivos podem ser: 1-sumir com eventuais aromas desagradáveis, como sulfuroso; 2-amaciar o impacto das borbulhas, que em espumantes jovens podem ser agressivas ao paladar, e 3-em caso de espumantes de maior estrutura e ainda jovens, acelerar a evaporação e a “abertura” de seus aromas.

 

Como decantar, passo a passo

Caso o vinho a ser decantado possa ter borras, e a garrafa tenha sido armazenada deitada, coloque-a de pé de véspera, para que as borras se desçam para o fundo da garrafa. Para casos em que esta antecedência não é possível, existe um acessório tradicional, cestas de vime nas quais a garrafa fica inclinada.

 

Antes de começar lave o decanter com muita água e deixe-o secar naturalmente, sem usar panos (que podem ter cheiros indesejados e deixar fibras no vidro). Antes da decantação avinhe o decanter com uma pequena dose do vinho que será servido. Lave o decanter com esta pequena dose e descarte-a.

Continua após a publicidade

 

Remova a cápsula do vinho por completo para que se possa ver através do gargalo. Coloque o decanter em uma mesa ao lado de uma fonte de luz que deverá ficar por trás do gargalo da garrafa (para que se possa ver através do vidro quando a parte do vinho com a borra surgir). Tradicionalmente usa-se uma vela como fonte de luz, mas hoje em dia é perfeitamente lógico e prático usar-se a lanterna do celular.

 

Derrame cuidadosamente o vinho da garrafa para o decanter, inclinando a garrafa devagar, sem jamais recuar neste movimento, pois isto misturaria as borras no vinho. Prossiga até quase o fim da garrafa e pare. Desta forma você terá um vinho límpido no decanter e um resto (dois dedos) na garrafa, cheio de borras. Este resto pode ser uma delícia se passado no pão ou usado para cozinhar.

 

Para vinhos sem borra, a operação é simplificada. Pode-se Abrir normalmente a garrafa e verter o líquido por completo para o decanter.

 

Quanto tempo decantar

A pergunta mais feita quando o assunto é decantação, é “quanto tempo?” No mundo do vinho a resposta como sempre é “depende”. Para a decantação propriamente dita, separar o vinho de suas eventuais borras, o efeito é imediato. A aeração é que requer tempo. Minutos ou horas para evaporação, e várias horas ou dias para que chegue à alguma oxidação.

 

O tempo dependerá, portanto, de quanta aeração o vinho precisa. Uma boa parte dos vinhos tintos e alguns poucos brancos se beneficiará de uma aeração curta, de 30 minutos ou menos.

Continua após a publicidade

 

Vinhos envelhecidos requerem decantação extremamente curta, o ideal é decantar e servir imediatamente, pois podem se deteriorar em poucos minutos.

 

Alguns tintos mais jovens e encorpados podem pedir bem mais tempo. Raramente recomendo decantações de mais de 2-3 horas, sob risco de perda de alguns aromas.

 

Vivenciei, contudo, casos extremos de vinhos que necessitaram de aeração extremamente longa, como um jovem Yacochuya (malbec argentino de Salta) de 2 anos de idade que ao ser aberto estava fechado à sete chaves, mais depois de 3 dias da garrafa aberta já à metade, se mostrou exuberante. Ou de uma garrafa de 6 litros de Château Mouton Rothschild safra 2000 que aberta em 2019, só começou a se abrir lentamente depois de 8 horas no decanter, demonstrando precisaria de ainda muito mais tempo no decanter.

 

O que é dupla-decantação?

A dupla-decantação é a operação de decantar um vinho e depois vertê-lo de volta para a sua garrafa original.

 

Realiza-se a operação normal de decantação, separando eventuais borras. Pode-se deixar ou não o vinho no decanter por algum tempo antes de devolvê-lo a sua garrafa original. Caso haja borras a garrafa original deve ser lavada, descartando as borras, antes de colocar o vinho de volta.

Continua após a publicidade

 

Este procedimento pode ser para vinhos que não requerem exposição prolongada ao oxigênio, como vinhos antigos que não podem ficar muito tempo no decanter, mas que não serão servidos imediatamente.

 

A dupla decantação também pode ser muito útil quando se tem muitas garrafas a decantar e poucos ou somente um decanter. Já tive a oportunidade de coordenar um almoço com uns 20 vinhos a decantar em um restaurante que só tinha um único decanter.

 

Além da química

Tudo o que vimos acima é química, mas há outro fator que se sobrepõe a este, que é o psicológico. O ritual da decantação as vezes serve mais para decantar o degustador do que para decantar o vinho. E expectativa melhora a experiência. Ao tratar o vinho com respeito, estamos indiretamente tratando com respeito quem vai degustá-lo.

 

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Quem precisa de carne: o que comer nos melhores vegetarianos do Rio

Teva e Teva Deli

Nos veganos Teva, em Ipanema (Av. Henrique Dumont 110-B), e Teva Deli, em Copacabana (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 1334-A), este dia 20 de março traz desconto de 50% nos produtos da Amazonika Mundi. No Teva, o Amazonika Burger, feito com burger de fibra de caju, rúcula, tomate, cebola caramelizada, aioli rosé defumado e pão rústico Sítio do Moinho, sai por R$ 29,00. A mussarela Basi.co e o pão sem glúten da Cozinha Crunch são opcionais. Já no Teva Deli, as almôndegas com baião de dois vão de R$ 68,00 para R$ 34,00. São almôndegas de fibra de caju ao molho chimichuri, com baião de dois, mussarela Basi.co maçaricada, molho vinagrete e coentro.

+ Lugar de mulher é atrás do balcão dos bares Jurubeba e Marchezinho

Brota: burrata no azeite com cebolas caramelizadas
Brota: burrata no azeite com cebolas caramelizadasAlex Woloch/Divulgação

Brota

Aperitivos e pequenas porções de gostosuras vegetarianas fazem sucesso no Brota (Rua Conde de Irajá, 98, Humaitá), da chef Roberta Ciasca. Longe das proteínas animais, há pedidas como as Brotinhas (R$ 36,00), dupla de bolinhos fritos de arroz integral com recheio de tomate, pesto e azeitonas; ou wasabi com chutney de manga. A burrata vem sob azeite quente com cebolas, alcaparras e alho assado, raspas de limão siciliano, alho torrado e manjericão (R$ 84,00).

A casa vai promover no dia 27 de março, das 18h às 23h, a primeira edição do Olha Quem Brotou, uma série de encontros com chefs vegetarianos e veganos. A primeira convidada é a chef Soyan, que está à frente do indiano Annapoorna, na Freguesia. Estão confirmados nomes como Tati Lund (.Org), Verônica Moreira (Esperança.Eco) e Thiago Feitosa (Tititi).

Continua após a publicidade

Compartilhe essa matéria via:

Tititi: petisco de polenta frita com creme de queijo no novo bar
Tititi: petisco de polenta frita com creme de queijo no novo barInstagram/Reprodução

Tititi Bar

O Vegan Ti Burguer, hamburgueria vegana de Thiago Feitosa, em Botafogo, mudou de conceito e agora funciona como Tititi Bar (Rua Fernandes Guimarães, 99-A), com drinques e petiscos de boteco que mantêm a proposta local, a exemplo da polenta frita com creme de queijo maçaricado, farofa defumada e cebolinha. Permanecem hambúrgueres como o Maré (R$ 42,00), feito com tofu empanado e molho tártaro.

.Org: casa tem bowls como o pad thai, de acento asiático
.Org: casa tem bowls como o pad thai, de acento asiáticoInstagram/Reprodução
Continua após a publicidade

.Org

A cozinhas colorida e repleta de sabores saudáveis e ingredientes orgânicos da chef Tati Lund, no .Org (Avenida Olegário Maciel, 175-G, Barra da Tijuca), acena com delícias como o Bowl Mediterrâneo (R$ 54,00), que leva polenta cremosa, molho de tomate, legumes assados, queijo de castanha, óleo de ervas de lascas de amêndoas. Há pratos do dia como a Paella Veg com arroz de cúrcuma, legumes da horta e farofinha de castanhas, com entrada à escolha entre sopa do dia ou salada orgânica (R$ 68,00).

Naturalie: cozido indiano tem grão de bico e batata doce
Naturalie: cozido indiano tem grão de bico e batata doceInstagram/Reprodução

Naturalie Bistrô

A cozinha criativa de Nathalie Passos é um convite a vegetarianos ou não, para conhecer seus saborosos pratos feitos sem qualquer tipo de carne. A casa charmosa de Botafogo tem pedidas espertas como a moqueca de banana da terra (R$ 52,90) e o cozido indiano feito com grão de bico, batata doce, molho de tomate e especiarias (R$ 53,90).

BAIXE O APP COMER & BEBER E ESCOLHA UM ESTABELECIMENTO:

IOS: https://abr.ai/comerebeber-ios
ANDROID: https://abr.ai/comerebeber-android

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Lugar de mulher é atrás do balcão dos bares Jurubeba e Marchezinho

Bebidas especiais que valorizam a biodiversidade brasileira, fermentadas com frutas e ingredientes nativos, estão nas mãos de mulheres talentosas da mixologia para o evento Mulheres Borbulhantes. Uma carta de drinques especiais, valorizando os espumantes e vermutes da Companhia dos Fermentados, está em cartaz nos bares Jurubeba e Marchezinho, ambos em Botafogo, com coquetéis criados por Paula Diniz e Tariny Rabel, dupla do Jurubeba, e Raquel Dantas, que acaba de estrear no balcão do Marchezinho.

+ Dia do tiramisù: um roteiro com as versões mais gostosas da clássica sobremesa italiana

No dia 31 de março, o encerramento do projeto virá com noite feliz no Jurubeba, quando a especialista em bebidas Isadora Fornari vai receber o trio de protagonistas femininas com novos drinques criados para a ocasião, entre petiscos da casa.

Compartilhe essa matéria via:

Em relação aos drinques que já estão à disposição nos respectivos bares, Paulinha Diniz fez o (not) french 74, que leva borbulhante de acerola, cachaça do Jurubeba (envelhecida por 15 anos), cordial de poejo e limão (R$ 32,00). Tariny apresenta o Gloria, feito com vermute de café, xarope de arruda e manjericão, e soda de uva roxa (R$ 32,00). E Raquel Dantas vai de Maria de Déa, com borbulhante de caju, cachaça amburana, limão, bitter e alecrim (R$ 35,00). Isadora vai preparar, no encontro do dia 31, o Leo Drink, que terá vermute de jabuticaba, borbulhante de cambuci, e cachaça do Jurubeba

Continua após a publicidade

O Marchezinho fica na Rua Voluntários da Pátria, 46, Botafogo. @marchezinho O Jurubeba fica na Rua Real Grandeza, 196, Botafogo. @jurubeba.bar

BAIXE O APP COMER & BEBER E ESCOLHA UM ESTABELECIMENTO:

IOS: https://abr.ai/comerebeber-ios
ANDROID: https://abr.ai/comerebeber-android

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Gastronomia (Bruno Calixto): comida criativa no Rio? Sim, a Coltivi

Coltivi por Bruno Calixto3
<span class=”hidden”>–</span>Bruno Calixto/Divulgação

O que Gregório Duvivier diria sobre a palavra “Coltivi” em sua mais recente peça “O céu da boca”? O sentido clássico da palavra é “cultivar, semear…”, o que vem fazendo o chef Meguru Baba no Coltivi, em Botafogo, um dos poucos e raros restaurantes onde o salão é 100% do lado de fora, num jardim lindo. Cozinha italiana na veia, com sotaque paulista. Um dos casarões históricos da charmosa Conde de Irajá, quase na esquina com a São Clemente (Largo dos Leões), é um dos imóveis da região pertencentes ao ator Marco Nanini, que também é dono do Reduto (Brota e Libô) em frente. Uma palmeira gigante e um jardim lindo de jiboias são parte da decor; o resto fica por conta das mesas de tampos de mármore e cadeiras descombinadas. Um charme! Mas é sobre a comida de Meguru que estamos aqui para falar. E vamos lá!

Coltivi
<span class=”hidden”>–</span>Bruno Calixto/Divulgação

Em cinco anos de Rio, a casa do italiano Piero Zolin (tem sócios) – que fez carreira no ramo hoteleiro – nunca esteve tão bem. Primeiro pela contratação de um supergerente, afinado com o público e a noite carioca: Leomario Silva, ex-Fosfobox (um craque da coquetelaria autoral). E segundo pelo novo menu de entradas, pensadas pelo chef para ser uma alternativa às pizzas e às massas, o carro-chefe do Coltivi há anos.

Coltivi por
<span class=”hidden”>–</span>Bruno Calixto/Divulgação
Continua após a publicidade

Duas palavras para o carpaccio de atum com queijo stracciatella e pistache caramelizado servido com chips de sourdough da casa (R$ 45): leve e refrescante. Nada melhor para o Rio, ainda em tempos de termômetros nas alturas. Numa onda dos petiscos, a sobrecoxa desossada vai com molho tártaro (R$ 52). O steak tartare (R$ 75) chega deitado numa cama de azeite de ervas, sobre uma travessa retangular, feito com denver e shouder (um dos melhores cortes nas churrascarias, este último). A pizza frita leva alho e aliche e encerra um ciclo de entradinhas que promete (R$ 42).

Coltivi
<span class=”hidden”>–</span>Bruno Calixto/Divulgação

Para coroar o passeio, a pizza de atum com cogumelos (Paris, shitake e shimeji) e guanciale, quentinha, de massa fofa sem fermento químico, somente comida, comida, comida. Zero conservante. É a tática de Megura para se posicionar como um chef criativo inovador e autêntico na culinária praticada no Rio, sobretudo em meio a tantos nomes da cena que vêm se destacando pelos mesmos predicados. Honra ao mérito, às mães e à inteligência do chef que veio de SP surfar na diversidade de insumos com procedência do Rio de Janeiro.

Continua após a publicidade

Coltivi por
<span class=”hidden”>–</span>Bruno Calixto/Divulgação

Como a tendência é reduzir no álcool, a partida foi dada com um mocktail (drinque sem álcool) à base de purê de frutas vermelhas e Ginger Ale da casa (R$ 26): o Shirley Temple, um clássico da coquetelaria zero álcool. Criação do cria Thiago Neto, chefe de bar trazido pelo Leomario Silva. Mas, logo em seguida, vieram duas receitas autorais que seria um crime inafiançável devolver sem virar, uma delas o intenso Frida, com tequila, Campari, Lillet e Dry Martini (R$ 55). Alguém me leu escrever “releitura de Negroni”?

A Coltivi está de parabéns: ocupa a 21ª posição, entre as 50 melhores pizzas da América Latina na edição 2024 do prêmio italiano 50 Top Pizza Latin America. Um pátio de delícias, onde Meguru Baba vai além do óbvio e manda para a mesa um cardápio exclusivo de três massas exclusivas da casa, para prova (nem tudo é só o recheio), entre blend de farinhas integrais, uma com cevada e a terceira com milho e sementes. O mestre das massas!

Continua após a publicidade

Da Itália para o Peru, turismo em expansão

Peixes, batatas, milho e frutos do mar. Tão fascinante como sua gastronomia, o Peru é um dos países da América do Sul que mais atraem investidores estrangeiros no setor de turismo. Dá um show de flora e fauna, cultura e, sobretudo, latinidade — Machu Picchu está lá para comprovar. Por trás de uma boa parte desse sucesso todo, está a PROMPERU, plataforma de promoção do Peru que traz ao Rio seu diretor de investimentos, Daniel Cordova, para um encontro com o segmento, nos dias 24 e 25/03. E também aproveitar para apresentar, em primeira mão, algumas das principais novidades na hotelaria de Lima, Cusco e Arequipa, três de inúmeras cidades e/ou regiões peruanas em plena expansão.

tarja calixto
<span class=”hidden”>–</span>Arquivo pessoal/Reprodução

 

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Dia do tiramisù: um roteiro com as versões mais gostosas da clássica sobremesa italiana

Desde o início da trajetória do restaurante Gero no Rio (Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema), o tiramisù da casa é um destaque alçado ao topo do ranking das sobremesas. De bonita apresentação, é feito na base clássica de biscoito inglês, café, mascarpone e cacau em pó (R$ 65,00).

Rodrigo Azevedo
Gero: um dos melhores da cidade e destaque no cardápio do italianoRodrigo Azevedo/Divulgação

+ Sushi, drinques e mais novidades para comer e beber em Botafogo

Japonês com tiramisù? Sim, senhoras e senhores, e com toque oriental pelas mãos da chef pâtissier Paula Peixoto. O doce no Shiso (Av. Lucio Costa, 9.600, Barra da Tijuca) leva creme mascarpone com a fruta yuzu, pão de ló e syrup de matchá (R$ 49,00).

Lipe Borges
Shiso: creme de yuzu e matchá na composiçãoLipe Borges/Divulgação
Compartilhe essa matéria via:

Continua após a publicidade

O Massa+Ella (Rua Dias Ferreira 617-A/B, Leblon), trattoria italiana do chef Pedro Siqueira, apresenta a iguaria na versão rústica que leva bolo chiffon de café e cacau molhado na cachaça, creme de mascarpone e telha crocante de chocolate (R$ 38,00).

Ferro e Farinha: conhaque na receita e taça de martini
Ferro e Farinha: conhaque na receita e taça de martiniInstagram/Reprodução

Na visão do chef Sei Shiroma, o tiramisù é especial na Ferro e Farinha (loja de Ipanema na Rua Maria Quitéria, 107)): vem na taça de martini com mascarpone da casa e cacau, biscoito feito na lenha e molhado em café com conhaque (R$ 38,00).

Bodegón: sobremesa leva fernet e chocolate meio amargo
Bodegón: sobremesa leva fernet e chocolate meio amargoTomás Rangel/Divulgação
Continua após a publicidade

Tem novidade argentina na praça, e o Bodegón (Rua Jangadeiros, 14, Pça. Gen. Osório, Ipanema) leva a seu tiramisù um toque portenho. A sobremesa chega à mesa farta, montada com biscoito champanhe embebido no café com fernet, camada do creme mascarpone e raspas de chocolate meio amargo.

Medovik: tiramisù no pote com massa e creme de bolo russo
Medovik: tiramisù no pote com massa e creme smetana de bolo russoRodrigo Azevedo/Divulgação

O tiramisù chegou à Rússia, por assim dizer, na versão do Medovik (Rua Visconde de Pirajá, 156, sobreloja 203, Ipanema). A sobremesa é servida num pote, onde o bolo é feito de massa de mel do Medovik embebida em café concentrado e bourbon, com creme smetana, mascarpone e cacau 100% por cima (R$ 29,00).

Bráz: quadrado de massa leve de mascarpone na pizzaria
Bráz: quadrado de massa leve de mascarpone na pizzaria./Divulgação
Continua após a publicidade

Depois da pizza, o tiramisù. É a proposta da Bráz (Rua Rua Maria Angélica, 129, Jardim Botânico). A sobremesa é leve e boa para compartilhar, feita com biscoito, creme de queijo, café e pó de cacau (R$ 36,00).

Posì: o tiramisù expresso martini é drinque que vem na xícara
Posì: o tiramisù expresso martini é drinque que vem na xícaraGuiga Lessa/Divulgação

No Posì Mozza & Mare o clássico vem em dose dupla. O tiramisù é elaborado com um leve creme de mascarpone, intercalado com camadas de pão de ló artesanal, embebidos em calda de café (R$ 42,00). Na carta de drinques do chefe de bar Marcelo Emídio, o Tiramisù Espresso Martini é a versão etílica feita com vodka, licor de café, vermute tinto, Amaretto Disaronno, café expresso e espuma de tiramisú (R$ 43,00).

Satyricon: visual chamativo e sabores clássicos na sobremesa
Satyricon: visual chamativo e sabores clássicos na sobremesaBruno de Lima/Divulgação
Continua após a publicidade

No requintado Satyricon (Rua Barão da Torre, 192, Ipanema), após as pedidas únicas de frutos do mar, a sobremesa indicada é ele, um tiramisù em fatia retangular feito com biscoito embebido em café expresso, chocolate e queijo mascarpone, com calda em desenhos no prato (R$ 52,00).

Nino Cucina: tiramisù no copinho para finalizar a refeição
Nino Cucina: tiramisù no copinho para finalizar a refeição./Divulgação

Vem no copo a versão do italiano Nino Cucina (Rua Barão da Torre, 490, Ipanema), onde o tiramisù clássico (R$ 40,00) combina camadas de mascarpone aerado com biscoitos champanhe embebidos em café, finalizado com cacau em pó.

Babbo: doce bom de se ver e de se comer em Ipanema
Babbo: doce bom de se ver e de se comer em IpanemaInstagram/Reprodução
Continua após a publicidade

Tem bonito visual redondo e amparado em telha de chocolate o tiramisù da Babbo Osteria (Rua Barão da Torre, 632, Ipanema). Leva pão de ló, creme de mascarpone, café e cacau (R$ 38,00).

BAIXE O APP COMER & BEBER E ESCOLHA UM ESTABELECIMENTO:

IOS: https://abr.ai/comerebeber-ios
ANDROID: https://abr.ai/comerebeber-android

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Sushi, drinques e mais novidades para comer e beber em Botafogo

Depois de quatro anos no Leblon, o Peixoto Sushi chega renovado a Botafogo. A nova casa fica no número 49 da Rua Dezenove de Fevereiro, e tem balcão para uma experiência mais intimista e clássica japonesa, com os clientes na frente do sushiman. E a operação de delivery ganhará espaço separado e próprio, agilizando as entregas. No cardápio há novidades como o Enguia Roll, um uramaki de salmão avocado com laminado de unagui e teriyaki, cebolinha, ovas de massago e gergelim (R$100,00, 8 unidades). O Gunkan de Lichia é o joy de salmão com cream cheese e lichia caramelizada com raspas de limão siciliano (R$ 60,00, 6 unidades). E o Rainbow Roll, enrolado de arroz com salmão, atum, camarão e cream cheese (R$ 50,00).

+ Marco da boemia carioca em Botafogo, Bar Cabidinho fechará para dar lugar a novo negócio

Blue Blazer: clima intimista típico do estilo speakeasy
Blue Blazer: clima intimista típico do estilo speakeasy./Divulgação

A coquetelaria também está em festa no bairro com a abertura, nesta quarta (19), do Blue Blazer, que deixa a Barra da Tijuca e chega ao número 11 da Rua Álvaro Ramos. O speakeasy do mixologista Lelo Forti, que é também escola de coquetelaria, mora em antiga casa com escadas de pedra da região, por onde se alcança o salão com imponente estante de bebidas de madeira, luz baixa, sofás de couro e recantos acolhedores. Por lá, bebe-se coquetéis como o Prenda-me Se For Capaz (R$ 38,00), com vodka Ketel One, infusão de hibisco e gengibre com caramelo salgado. O Antes do Fim Do Mundo (R$ 38,00) é feito com bourbon Maker’s mark infusionado no café com canela por 48 horas, licor Cabra Lab e vermute rosso seco. Há petiscos para divertir a boca como as batatas fritas defumadas, com farofa de bacon e aioli defumado (R$ 25,00), e opções como o risoto de cogumelos servido no bowl (R$ 45,00).

Compartilhe essa matéria via:

Continua após a publicidade

A expectativa agora no bairro das novidades é o negócio comandado pelo chef Pedro Siqueira (Massa + Ella), novo ocupante do imóvel que pertenceu ao João Padeiro, na ferveção da Rua Arnaldo Quintela. Ele vai abrir ali uma ‘oficina’ de massas, espécie de coworking de suas marcas, com nome novo, oferecendo um pastifício de produtos como lasanhas de tamanho família e um pizza shop que vai oferecer também versões congeladas para levar.

BAIXE O APP COMER & BEBER E ESCOLHA UM ESTABELECIMENTO:

IOS: https://abr.ai/comerebeber-ios
ANDROID: https://abr.ai/comerebeber-android

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Deixe a preguiça de lado é vá conhecer a Lazy, em Botafogo

O que era bom pode ficar melhor? A The Slow Bakery prova que sim! Depois de ficar famosas pelos seus pães deliciosos, a padaria de Botafogo abriu num anexo um restaurante igualmente despretensioso e arrebatador. O nome Lazy é um convite a a desfrutar as comidas em ritmo desacelerado, mas a explosão de sabores servidos fazem qualquer um ficar bem acordado.

O clima intimista da casa é um charme, assim como a opção em oferecer uma carta de vinhos exclusivamente naturais e opções de bebidas feitas na hora. Nada de refrigerantes que irão roubar o gosto do que está sendo servido, o que é bebido complementa a experiência.

Mas é no menu de comidas que o Lazy ganha ainda mais destaque. A começar que quase tudo é feito na casa, além de priorizar produtos orgânicos. Se esse cuidado não fosse o suficiente para oferecer pratos de qualidade, as receitas entregam simplicidade e ao mesmo tempo combinações perfeitas.

Entre as entradas os destaque são o Pão (ciabatta) de alho confitado com a leve burrata feita na casa e o saboroso Pão de queijo recheado com carne de porco e vinagrete. Mas não deixe de experimentar também o Presunto cotto produzido na cozinha sobre alho poró assado e mozzarella também feita por lá.

Sanduíche de pão de queijo com carne de porco e viangrete do Lazy
Pão de queijo recheado com carne de porco e vinagrete é imperdívelTavinhu Furtado/Veja Rio
Continua após a publicidade

Depois as principais pedidas são as massas (feitas artesanalmente, é claro), embora os sanduíches tenham me deixado tentado a retornar para degustá-los em outra oportunidade. Tudo muito leve e saboroso, como o Raviolo recheado com ricota e pecan e uma gema de ovo daquelas que escorre quando cortamos a massa; ou o Linguine al limone acompanhado de fatias de presunto parma crocante.

Mas é preciso destacar os caldos que acompanham algumas das massas. Dá vontade e pedir um prato fundo só com eles! É o caso do caldo de cogumelo do Shihoma – massa fresca recheada com duxelle e ricota – e do espetacular caldo de missô com bacon servido com o Capelettone recehado com ricota e siciliano.

Lazy anexo ao The Slow Bakery
Capelettone recehado com ricota e siciliano fica ainda melhor com o espetacular caldo de missô com baconTavinhu Furtado/Veja Rio
Continua após a publicidade

Para fechar sobremesas igualmente delicadas, como o Fondant com crumble de cacau e toffee de whisky e o clássico Tiramissú.

As porções são na medida certa para que você aprecie o que é servido sem sair com a sensação de que comeu demais. Esqueça as mesas fartas italianas (ainda bem!) e se delicie sem culpa, inclusive pelos ótimos preços. Voltarei com certeza!

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

As Vendas Globais de Vinhos Estão em Queda. Mas Elas Podem Ser Revertidas?

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

O declínio das vendas globais de vinhos nos últimos três anos não dá sinais de parar, e a atual instabilidade econômica promete um cenário ainda mais sombrio. Um dos mais experientes consultores da indústria, Peter McAtamney, tem uma visão firme do que pode acontecer. E história no setor.

Em 2003, McAtamney fundou a Wine Business Solutions, uma empresa que ajuda negócios do setor de vinhos a se tornarem financeiramente mais sustentáveis por meio de pesquisas sobre o mercado On-Premise e DtC, além de atuar diretamente com mais de 350 clientes ao redor do mundo. Em seu relatório deste mês de março, ele afirma que as condições sinalizam “A tempestade que ocorre uma vez a cada 40 anos”. Confira o que ele diz na entrevista a seguir:

De acordo com a OIV, o preço médio de uma garrafa de vinho agora custa 24% a mais do que em 2020, o que parece muito positivo. No entanto, o sr. afirma que a erosão das margens está atenuando esse dado. Por quê?

Se olharmos os dados do Silicon Valley Bank e de outras fontes sobre a lucratividade das vinícolas, veremos que elas enfrentaram essa enorme turbulência durante e após a Covid-19 passaram a ir relativamente bem. No entanto, em média, as vinícolas estão operando com prejuízo, pois tiveram que absorver aumentos de custos maiores do que conseguiram recuperar em receita.

Os chamados “Zelennials” não parecem estar adotando o hábito de beber vinho como a Geração X fez. Por quê?

Há muitos motivos, como o movimento “better for me” (melhor para mim), que incentiva hábitos mais saudáveis, e a tendência geral de afastamento do consumo de álcool. No entanto, talvez o fator menos discutido seja o fato de que eles simplesmente não podem pagar por isso.

Se a situação econômica melhorar, será interessante ver como esse comportamento muda. Muitas pessoas afirmam que estão deixando de beber, em números que deveriam assustar a indústria, mas isso nem sempre se reflete nos dados. Sim, as vendas caíram, mas não na medida que as pesquisas de consumidores indicariam.

Novos estudos científicos afirmam que qualquer quantidade de álcool pode ser prejudicial à saúde. Isso deu mais força ao lobby antiálcool?

Esse é um assunto muito amplo e há muitos comentaristas excelentes, como Felicity Carter e a doutora Liz Thach MW, que abordaram o tema de forma abrangente. Como mencionei em meu boletim informativo, parece-me que o lobby antiálcool escolheu atacar a indústria no momento em que ela está menos capaz de se defender.

Portanto, o setor precisa trabalhar mais do que nunca para promover o vinho como um meio de unificação, moderação e conexão social, reunindo pessoas em torno da mesa.

O sr. vê a indústria ficando desesperada? Em relação a quê, especificamente?

Isso foi apenas um alerta geral para clientes e leitores do meu boletim informativo. Estou vendo os piores comportamentos que testemunhei em 40 anos por parte de fornecedores e funcionários de vinícolas.

Algumas pessoas que já seriam problemáticas em qualquer situação agora estão ainda menos capazes de pagar suas dívidas, e as vinícolas estão mais desesperadas do que nunca para vender vinho. Então, é preciso ter cuidado com quem se faz negócios.

O sr. afirma que a chave é a inovação. Pode dar alguns exemplos bem-sucedidos?

A chave, sempre, é a inovação de valor. Esse conceito começou com Michael Porter e foi posteriormente promovido por Kim & Mauborgne em seu livro Blue Ocean Strategy. Eu costumava ser diretor global de marketing da Yellow Tail, e há um capítulo inteiro no livro sobre essa marca. Os princípios são simples:

O que pode ser removido ou minimizado porque está atrapalhando?
O que pode ser adicionado ou intensificado para criar mais valor para os clientes?

O sr. afirma que a indústria deve “mobilizar aqueles com influência”, incluindo especialistas em vinho, YouTubers, sommeliers renomados e outros influenciadores de confiança dos consumidores. Como isso pode ser feito? Contratando-os para comerciais?

Isso envolve recorrer a agências especializadas. E se aplica a todas as redes sociais, mas, se olharmos apenas para o YouTube, tenho clientes com canais dedicados ao mundo do vinho que obtêm entre 2.000 e 4.000 visualizações por vídeo. Isso já é suficiente para impulsionar as vendas de seus negócios, que não são pequenos (cerca de 40.000 caixas de vinho por ano).

Um chef neozelandês radicado em Sydney, cujo canal se chama Andy Cooks, consegue 250 milhões de visualizações em um vídeo sobre “como cozinhar frango biryani”. Se a indústria do vinho começasse a falar com as pessoas sobre o que realmente as interessa – ou seja, como se divertir mais com vinho e comida à mesa – as possibilidades seriam infinitas.

O sr. menciona que os vinhos XXL (de 16% de teor alcoólico e saborizados, originários da Moldávia) e Mucho Mas (da Espanha, com 16 gramas de açúcar por litro) tiveram um sucesso impressionante. Por quê?

O XXL foi originalmente produzido na Moldávia, mas não é mais. Ele é o oposto do que todos dizem sobre os novos consumidores emergentes, e ainda assim é a marca de vinho que mais cresce nos EUA no momento. O Mucho Mas também vai contra a suposta tendência do mundo do vinho, mas é uma das marcas de vinho que mais crescem na Europa.

Quero enfatizar que não se trata de vinho sem álcool. A ideia não é apenas saborizá-lo, enlatá-lo e vendê-lo como um complemento para o crescente mercado de lanches “mais saudáveis”, como sugerem grandes institutos de pesquisa e órgãos nacionais.

Trata-se de olhar para todos os aspectos do vinho e aplicar os princípios da inovação de valor. Para deixar claro: isso pode ser feito também no segmento ultrapremium. O Domaine Faiveley, na França, tem um vinho da denominação Mercurey chamado La Framboisière (O Bosque das Framboesas), vendido por mais de US$ 60. Esse vinho tem os sabores e aromas de framboesa mais requintados que se pode desejar e agrada tanto aos novos consumidores quanto aos críticos mais exigentes.

Em um de seus textos, o sr. escreveu que “Vencer nos EUA significa normalizar o consumo moderado de vinho durante refeições com amigos e familiares”. O que impediu isso de acontecer? Afinal, o país é formado por imigrantes de países que tradicionalmente consomem vinho.

Como mencionei em meu artigo, o consumo de vinho nos EUA é metade do que se consome na Austrália, Alemanha e Espanha, países com culturas muito diferentes. Esse é o maior potencial de crescimento para a indústria do vinho no mundo. Há muitas razões para os EUA não terem seguido outros países produtores de vinho em termos de cultura de consumo.

Um fator importante é a forma como Hollywood retrata o ato de beber: quase sempre como autodestruição solitária, algo que se faz após ser demitido, terminar um relacionamento ou perder um amigo. Minha pergunta é: se a indústria do tabaco consegue inserir seus produtos em praticamente todos os filmes, por que nós, como setor, não conseguimos mostrar o consumo moderado de vinho com comida e bons amigos como uma maneira normal, saudável e prazerosa de beber álcool?

O sr. aconselha as vinícolas a “desconfiar de quem está apaixonado por ‘grande volume’”. Por quê?

Muitas vezes se diz que o pior hábito da indústria do vinho é ter enólogos se gabando da produção em grande escala. Menos e melhor é sempre uma estratégia vencedora – e nunca foi tão crucial quanto agora. Sim, há negócios crescendo rapidamente, como mencionei antes, mesmo neste cenário difícil. Mas é preciso ter escala e ser capaz de crescer rapidamente para que isso funcione.

O que prevê para os próximos cinco anos?

A indústria do vinho tem uma escolha: ou segue o caminho do tabaco, ou se aproxima muito mais do setor de hospitalidade, integrando-se à gastronomia, com 8.000 anos de história.

Se as tarifas de Trump forem implementadas, qual será o impacto na indústria do vinho?

A matemática econômica é simples: tarifas bilaterais prejudicam todos os envolvidos. A menos que algo ocorra e os principais economistas do mundo não estejam prevendo, todos sairão perdendo.

* John Mariani é colaborador da Forbes EUA, autor e jornalista com 40 anos de carreira e autor de 15 livros. O Philadelphia Inquirer o chamou de “o crítico de comida e vinho mais influente da imprensa popular”, e ele foi indicado três vezes ao James Beard Journalism Award. Durante 35 anos, foi correspondente de comida e viagens da Esquire Magazine e colunista de vinhos da Bloomberg News por dez anos.

O post As Vendas Globais de Vinhos Estão em Queda. Mas Elas Podem Ser Revertidas? apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Fonte:

Notícias e Conteúdos sobre vinhos na Forbes Brasil
Posted on

Bar do Mumuzinho sai da Gávea e ganha endereço mais espaçoso

O cantor Mumuzinho estará na Barra nesta quinta (20) para inaugurar seu novo estabelecimento. Sim, o Bar do Mumuzinho deixou o Shopping da Gávea e reabre ampliado no Shopping Aerotown (Av. Ayrton Senna, 2541, loja 162), a partir das 17h, com show do Pique Novo marcado para as 22h.

+ Museu do Amanhã e MAR passam a abrir às segundas-feiras

A casa de dois andares tem capacidade para 400 pessoas, cenários interativos e painéis de led contando a história do cantor, grande palcos para os shows de samba e um cardápio que anuncia acepipes de botequim como a carne assada, empadinhas, conservas e ovo rosa. Atendentes com “mochilas” e torneiras de chope para o serviço estarão em breve circulando entre as mesas.

Petisco: a almofadinha de queijo é uma das opções do menu
Petisco: a almofadinha de queijo é uma das opções do menu./Divulgação
Compartilhe essa matéria via:

Continua após a publicidade

O espaço tem cinco ambientes de decoração colorida, com sofás e camarotes no mezanino, e os banheiros terão gravações com a voz de Mumuzinho fazendo comentários divertidos. Haverá totens espalhados para o pagamento, como medida para evitar as filas.

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

A unidade fora da Zona Sul está mais próxima do público do cantor, que pretende abrir mais oito unidades de sua casa temática nos próximos anos, em capitais como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

O Que Está Contido no Vinho ?

Uma bebida capaz de ultrapassar tantas civilizações, sendo exaltada como símbolo de saúde, status social, luxo, elegância e longa vida, chegando ao século XXI com a capacidade de revelar os seus maravilhosos segredos contidos em suas moléculas microscópicas, mas grandiosas em valor nutracêutico. Em regra geral o vinho é formado por componentes vindos da uva, outros formados durante o processo de fermentação e alguns adicionados no processo de sua produção. Podemos sintetizar que os principais componentes contidos neste néctar milenar são a água, o álcool, os ácidos, os compostos aromáticos, os açúcares residuais, o glicerol e os compostos fenólicos.

A água é o principal componente do vinho, podendo ter em média 85% da sua composição, pode ter leve variação de acordo com o volume de álcool, nível de açúcares e pequenos outros fatores, ela é a responsável por dar fluidez a bebida e seus compostos. O álcool contido no vinho predominante é o etanol, que é fruto do resultado do processo da fermentação alcoólica, através da ação direta das leveduras presentes nas películas da uva ou selecionadas. Sua presença pode contribuir com a sensação de doçura, amargor e causticidade em boca. Já os ácidos mais presentes no vinho são o tartárico e o málico, que contribuem com a estrutura, frescura, equilíbrio de um vinho.

O vinho pode ter uma grande complexidade aromática devido as várias moléculas provindas da própria uva como as famosas pirazinas e rotundone, por compostos formados pela fermentação como os thiols e terpenes e por uma conjugação de moléculas no processo de produção como os esteres, acetaldeídos, diacetil e enxofre, mas também compostos aromáticos provindos de outras fontes como os aportados pelo estágio em barricas como baunilha, coco, café e até o eucaliptol provindos na pruína da película da uva em vinhedos localizados próximos a florestas de eucalipto.

Os vinhos podem apresentar consideráveis diferenças em quantidade de açúcares residuais de acordo com o estilo da sua produção. Os considerados secos podem apresentar em média de 2 a 3 gramas de açúcar por litro, mas os estilos botrytizados como os Sauternes ou colheitas tardia podem conter uma média de 150 gramas de açúcar por litro e se formos colocar um exemplo mais extremos como os vinhos de Jerez Pedro Ximenez (PX) esses podem conter até 400 gramas de açúcar por litro. Importante observar que o nível de açúcar residual contribui diretamente para o corpo do vinho.

O terceiro maior componente do vinhos após a água e o álcool é o glicerol, que é derivado do açúcar contido nas uvas, permitindo uma sensação de suavidade na textura, e percepção de maior corpo no vinho e dando um leve sensação de doçura em boca.

As partículas moleculares consideradas “mágicas” presentes no vinho são os componentes fenólicos, esses são provindos das películas das uvas, das sementes e dos engaços. Podem ser divididos em dois principais grupos, as antocianinas responsáveis pela pigmentação nas películas das uvas tintas e os taninos que desempenham papéis importantes de proteção a planta e na saúde humana. Dentro do aspecto da sensação em prova de um vinho, os taninos contribuem com a sensação de secura no palato influenciando na percepção de outros componentes como açúcares e ácidos. Geralmente promovem a sensação de amargor e precisam estar bem balanceados, onde são peças fundamentais que contribuem com o equilíbrio, estrutura e longevidade de um bom vinho. Eles estão diretamente ligados a avaliação de qualidade dos vinhos e portanto saber trabalha-los desde o momento da vindima até o estágio final do vinho, é fundamental para obter um vinho memorável.

Faço uma última observação sobre a composição do vinho. Dentre os compostos presentes neste alimento milenar, os compostos fenólicos tem sido o foco da ciência, em entender os benefícios à saúde humana através do consumo desta tradicional bebida quando consumida de forma moderada e frequente. O resveratrol é a molécula mais estudada e já demonstrada por imensas pesquisas as suas ações e contribuições, mas há outro grupo de moléculas que vem chamando a atenção dos cientistas por estarem demonstrando capacidades de propriedades incríveis que podem contribuir de forma significativa até com supostas ações anti-virais, anti-tumorais, entre outras muitas frentes de pesquisas, que são as proantocianidinas, essas são polifenóis muito especiais do grupo dos flavonóides oligoméricos que ainda iremos ouvir falar bastante. Espero trazer muito em breve mais informações sobre estas partículas incríveis.

Desejo que este compilado de informações possa ter contribuído com os seus conhecimentos sobre o universo desta magnífica bebida, o vinho.

Desejo boas provas e saúde !

Conheça o Livro Vinho Viagem Cultural

Se você tem interesse em adquirir o livro Vinho Viagem Cultural é so clicar no link que está aqui abaixo, que ele é enviado para todos os países com dedicatória especial. 

CLIQUE AQUI E COMPRE AGORA !

Desejo boa jornada através desta rica leitura!

Interessados em editar o livro em outros países, entrar em contato com a própria autora (Dayane Casal), através do e-mail dayanecasal@yahoo.com.br ou casaldayane@gmail.com

Fonte:

Mundo de Baco por Dayane Casal