Posted on

Guia Michelin 2025: a lista completa de indicados e estrelados no Rio

O time dos restaurantes cariocas agraciados com uma estrela no Guia Michelin ganhou dois novos integrantes: a Casa 201, do chef João Paulo Frankenfeld, considerados restaurante e chef do ano de 2024 pelo VEJA RIO COMER & BEBER, e o Oseille, restaurante onde o chef Thomas Troisgros apresenta seu menu degustação. A seleção de 2025 do guia, anunciada na segunda (12), em São Paulo, traz ainda, com um estrela no Rio, os restaurantes Cipriani, Mee, San Omakase e Oteque, que tinha duas e perdeu uma delas. Seguem agraciados com duas estrelas os restaurantes Lasai, do chef Rafa Costa e Silva, e Oro, de Felipe Bronze. 

+ Muitas camadas: as lasanhas aquecem a alma no outono do Rio

O guia reúne também endereços com o selo  Bib Gourmand, indicando lugares que se destacam na relação preço-qualidade, e sete restaurantes novos aparecem na lista: os italianos Sult, Artigiano e Pici Trattoria; o vegetariano Brota; o francês Didier; o Maria e o Boi, de comida de acento brasileiro; e o variado Miam Miam.

Compartilhe essa matéria via:

Há outros quatro estreantes no grupo dos 30 que fazem parte da edição de 2025, elencados entre aqueles que cumprem os padrões determinados pela publicação. São eles o Babbo Osteria; o Ocyá da Ilha Primeira; o Quinta da Henriqueta; e o Rufino Parrilla.

Continua após a publicidade

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Em sua versão contemporânea, o guia que começou a avaliar restaurantes nos anos 1920 considera e recomenda os seguintes estabelecimentos como os melhores do Rio, além dos agraciados com as estrelas: Babbo Osteria, Chez Claude, Clan BBQ, Escama, Giuseppe Grill Leblon, Haru Sushi, Henriqueta, Izär, La Villa, L’Etoile, Lilia, Marine Restô, Mäska, Mr. Lam, Naga, Nôa, Nosso, Ocyá Ilha e Leblon, Quinta da Henriqueta, Rubaiyat Rio, Rudä, Rufino Parilla, Spicy Fish, Sud, O Pássaro Verde, Sushi Leblon, Térèze, Território Aprazível, Tiara, e Toto.

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Após articulações, cerimônia do Guia Michelin voltará ao Rio em 2026

A festa de lançamento do Guia Michelin voltará a ser realizada no Rio de Janeiro em 2026. A confirmação foi dada a este colunista durante a cerimônia da edição deste ano, realizada na noite desta segunda (12), em São Paulo.

A festa contou com a presença do vice-prefeito do Rio, Eduardo Cavalieri, e da secretária municipal de Turismo, Daniela Maia. Ambos confirmaram a volta do evento à capital fluminense no próximo ano. O local exato ainda será definido.

Na edição de 2025, o guia gastronômico mais prestigiado do mundo recomendou 149 restaurantes entre Rio e São Paulo, incluindo 18 novidades.

Entre os destaques estão cinco estabelecimentos que renovaram suas duas Estrelas Michelin e quatro que conquistaram sua primeira. Casa 201 e Oseille passaram a integrar o seleto grupo, juntando-se a San Omakase, Cipriani e Mee.

Com as novas inclusões, o Rio passa a contar com 30 restaurantes recomendados. Entre eles está o Ocyá, localizado na Ilha da Gigóia, na Barra da Tijuca — bairro que, no ano passado, não teve nenhum representante na lista.

Outro destaque é o retorno de Elia Schramm, que já teve estrela em sua carreira e agora volta ao guia com o Babbo Osteria. Também estreiam na seleção o Quinta da Henriqueta, com foco na culinária portuguesa, e o Rufino Parrilla, especializado em carnes.

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Guia Michelin: Rio ganha dois novos restaurantes estrelados

O Rio de Janeiro passa a contar com oito restaurantes estrelados no Guia MICHELIN 2025.

Dois novos endereços conquistaram sua primeira estrela na noite desta segunda (12): a Casa 201, do chef João Paulo Frankfeld, e o Oseille, comandado por Thomas Troisgros, agora integram a seleta lista da gastronomia carioca.

Os premiados Oro, de Felipe Bronze, e Lasai, de Rafa Costa e Silva, mantiveram suas duas estrelas. Também seguem com uma estrela o San Omakase, Cipriani e MEE, localizados em hotéis de luxo da cidade.

Por outro lado, o chef Alberto Landgraf, que anteriormente tinha duas estrelas, perdeu uma e agora integra o grupo de restaurantes com uma estrela.

A premiação foi anunciada na noite desta segunda-feira (12), em cerimônia realizada no hotel Rosewood, em São Paulo.

Continua após a publicidade

guia-michelin-2025
Guia Michelin: estrelados sobem ao palcoBruno Chateaubriand/Veja Rio

 

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Os vinhos brasileiros campeões do mais relevante prêmio internacional

O prêmio anual da revista inglesa Decanter, que festeja 50 anos de publicação, anunciou na segunda, 12, 38 medalhas de prata para vinhos brasileiros. Todos eles com 90 pontos ou mais, sendo que três deles atingiram pela primeira vez na história a marca de 94 pontos. O trio vem de Minas Gerais e os rótulos com essa avaliação recorde foram produzidos pelo método da dupla poda (ou colheita de inverno), que inverte o ciclo da videira para que a colheita seja feita no inverno, quando se espera menos chuvas.

Os vinhos que recebem 94 pontos mostram complexidade, boa estrutura e, dependendo do caso, potencial de envelhecimento. A partir de 95 pontos, recebem a medalha de ouro.

Em tempo: em alguns rótulos, no lugar dos anos da safra, vamos encontrar as letras NV (Non-Vintage). Isso significa que o vinho não tem uma safra (colheita) específica — ele pode ser uma mistura de vinhos feitos em diferentes colheitas para garantir o melhor resultado e mais complexidade.

A seguir a lista dos brasileiros premiados de 2025 pelo revista Decanter.

94 pontos:

Colheita de Inverno Gran Reserva Syrah 2021- Casa Geraldo (Serra da Mantiqueira – Andradas – MG)

Gran Reserva Colheita de Inverno Cabernet Franc 2021– Casa Geraldo (Serra da Mantiqueira – Andradas -MG)

Continua após a publicidade

Barbara Eliodora Syrah – Vinícola Barbara Eliodora 2023 (São Gonçalo do Sapucaí – MG)

93 pontos:

Sabina Syrah – Sacramentos 2023 (Serra da Cannastra – MG)

Colheita de Inverno Gran Reserva Viognier NV– Casa Geraldo (Serra da Mantiqueira – Andradas MG)

130 Blanc de Noir Brut NV – Casa Valduga (Serra do Sudeste – RS)

Continua após a publicidade

Terroir Exclusivo Riesling Renano 2023 – Casa Valduga (Serra Gaúcha – RS)

92 pontos:

Cinq Syrah 2021 – Vinícola Refúgio (Serra do Sudeste – RS)

91 pontos:

Sauvignon Blanc 2023 – Barbara Eliodora (São Gonçalo do Sapucaí – MG)

Continua após a publicidade

Sublime Syrah 2021 – Quinta do Canário (Passos – MG)

Íngrime Syrah 2021– Vinícola Artesã (Gonçalves – MG)

Shiraz 2023 – Espaço Essenza Vinícola Boutique (Espírito Santo do Pinhal – SP)

Ouro Extra Brut NV – Vinícola Salton (Serra Gaúcha – RS)

Monte Pascoal Moscatel NV – Vinícola Basso (Serra Gaúcha – RS)

Continua após a publicidade

90 pontos:

Viognier 2022 – Amitié (Serra Gaúcha – Rs)

Microlote Pinot Noir 2022 – Vinicola Uvva (Chapada Diamantina – BA)

Gran Reserva Colheita de Inverno Cabernet Sauvignon 2022 – Casa Geraldo (Andradas – MG)

Le Franc Cabernet Franc 2022 – Don Guerino (Serra Gaúcha – RS)

Continua após a publicidade

Entre Rios Equilíbrio 202 – Terras Altas (Ribeirão Preto – SP)

Heloisa 2022 – Maria Maria (Serra do Sudeste – Minas Gerais)

Piquant Soléil Syrah 2022 – Vinícola Ferreira (Campos do Jordão – SP)

Montepulciano 2022 – Thera (Santa Catarina)

Terroir Exclusivo Marselan – Casa Valduga (Serra do Sudeste – RS)

Vista do Bosque Viognier 2021 -Vinícola Guaspari (Espirito Santo do Pinhal – SP)

Albhus Gran Reserva Syrah 2021- Monte Castelo ( Jaraguá – GO)

Syrah – Arcano Vitivinicultura 2021 (Franca – SP)

Solar Pretenzioso Syrah 2021 – Vinícola Pioli (Jacutinga – MG)

Sauvignon Blanc 2023 – Vinícola Thera (Bom Retiro – Santa Catarina)

Mayos Jovem Branco 2023 – Vinícola Basso (Serra Gaúcha – RS)

Il Dolce Far Nientr Rosé Pinot Noir 2023 – Sacramentos (Serra da Canestra – MG)

Zanotto, Vinificação Integral Roots Merlot NV – Vinícola Campestre (Campos de Cima da Serra – RS)

Prosecco NV – Vinicola Salton (Serra Gaúcha – RS)

Moscatel NV – Vinícola Salton (Serra Gaúcha – RS)

Ouro Rosé Brut NV– Vinícola Salton (Serra Gaúcha – RS)

Rosé Brut – Vinícola Salton (Serra Gaúcha – RS)

Premivm Brut NV– Casa Valduga – ( Serra do Sudeste – RS)

Monte Paschoal Rosé Moscatel NV– Vinícola Basso (Serra Gaúcha – RS)

II Dolce Far Niente Chenin Blanc 2023 – Sacramentos Vinifer (Serra Gaúcha)

 

Publicidade

Fonte:

Vinho – VEJA
Posted on

No aniversário de 5 anos, Três Gordos lança hambúrguer especial

A Três Gordos comemora 5 anos de vida e lança um smash burger comemorativo para o mês de maio. A marca criada pelo chef Thomas Troisgros, especializada no discos de carne “amassadinhos” entregues pelo delivery, homenageia a outra hamburgueria do chef, a T.T. Burger, na composição do novo sanduíche, que estará à disposição à partir desta quinta (15).

+ Muitas camadas: as lasanhas aquecem a alma no outono do Rio

A Três Gordos, que faz referência à tradução de “Troisgros”, famoso sobrenome francês do chef, apresenta um smash com dois hambúrgueres de 80 gramas prensados, duas fatias de queijo meia cura derretidos, tomate fresco e alface orgânica, com picles de cebola roxa agridoce e molho T.T., servido em um pão pintado. A receita é inspirada no T.T. Burger, carro-chefe da principal hamburgueria do grupo.

Compartilhe essa matéria via:

A marca irá realizar um evento de aniversário nesta quarta (14), a partir das 19h, na unidade do T.T. do Arpoador (Rua Francisco Otaviano, 67, Ipanema), com música ao vivo e promoção: os clientes que adquirirem o burger e uma das batatas da casa serão recebidos com open cervejinha durante toda a noite.

Continua após a publicidade

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO
Posted on

Vinho Sem Álcool, Barbárie à Cultura ou Inovação?

Esclareço desde já que este texto é um ponto de vista pessoal e que tem o objetivo gerar reflexões e também partilhar alguns detalhes importantes quando estamos falando de vinho sem álcool. Muitas são as bandeiras propagadas no mundo na atualidade de forma veemente como verdades absolutas nos mais diversos assuntos. Observo de forma estarrecida como são propagadas as “head lines” sem os devidos esclarecimentos por ângulos diversos. Encapsulam-se o termo “a ciência comprova” e pronto, o veredito já está dado, e as pessoas que tem noções de trabalhos científicos sabem que “tratar dados científicos” para apresentá-los a sociedade é algo que pode ser “tendencioso”, enfatizando só um detalhe e não inúmeras outras variáveis que podem ter tido correlação ou até outros aspectos sócio-culturais e econômicos que envolvam o tema. Sabemos que a maior parte da população infelizmente é uma massa de manobra e cada vez o termo “brain rot” que significa deterioração mental, tem sido mais percebido com clareza. As pessoas estão deixando de pensar, algo que os diferiam dos outros animais tidos como irracionais. Platão, Sócrates, Aristoteles, Hipócrates grandes pensadores e o último considerado o pai da medicina , todos esses que até então contribuíram com os pensamentos do ocidente sempre exaltaram o consumo moderado do vinho, o tendo como aliado da saúde do corpo e da mente.

Posicionamento da OMS

A bandeira do “anti-álcool” avança para todo lado no mundo através das mídias que as disseminam sem as devidas responsabilidades de gerarem educação e sim criar pânico, proibição e dificuldade de acessos, sem separar o joio do trigo, colocando no mesmo cesto todo o tipo de álcool e consumo. Entidades mundiais tem contribuindo com a cartilha da “desinformação” e não com a preocupação de fato em gerar consciência de consumo moderado, pois como se sabe tudo em excesso pode causar algum problemas à saúde. Em fevereiro de 2025, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou a inclusão obrigatória de alertas sobre o risco de câncer nos rótulos de bebidas alcoólicas, semelhantes aos alertas das embalagens de cigarros. O fato é que em seguida a OMS apresentar estas recomendações a Irlanda por exemplo tratou de colocar logo na exigência de entrada de qualquer bebida alcoólica no seu país esta recomendação para os rótulos, ao qual inclui os vinhos. Até agora poucas vozes se levantaram de forma enfática sobre esse absurdo que é propagado, vimos outros deste mesmo órgão mundial na gestão e recomendação na pandemia, mas isso é pouco comentado. Fica a pergunta, mas será que não há diferenças de consumir vodka e de consumir uma taça de vinho na refeição ? Será que os dados apresentados nestes estudos foram mesmos conclusivos que o consumo moderado de vinho como alimento causa problemas ou é um grande aliado a saúde contribuindo com a longevidade? Em uma conversa informal na gravação de um episódio do BacoCast com o Presidente da ViniPortugal Eng. Frederico Falcão, me compartilhou que teve acesso a dados e que na atualidade são 3.448 estudos que comprovam algum benefício do consumo moderado de vinho na saúde humana, enquanto sempre quando se fala neste tema é só citado o famoso estudo do paradoxo francês, que se concentra em um único benefício a saúde, diminuir a incidência de doenças arterial coronarianas.

Posicionamento da OIV

Surgem muitas questões sobre este tema. Será possível poder se chamar vinho uma bebida que é retirada o álcool ? A Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) órgão mais respeitado do setor vitivinícola mundial tratou de criar uma terminologia e definições. Recentemente passou a reconhecer oficialmente os produtos resultantes da desalcoolização do vinho, estabelecendo diretrizes específicas quanto à sua nomenclatura e produção, definindo duas categorias para esses tipos de “novo produto”:
1. Bebida obtida por desalcoolização do vinho: produto com teor alcoólico inferior a 0,5% vol.
2. Bebida obtida por desalcoolização parcial do vinho: produto com teor alcoólico entre 0,5% vol. e o mínimo exigido para ser considerado vinho (8,5% vol.).
Importante salientar que mesmo vendo sendo “infiltrado aos poucos” questões discutíveis, a OIV esclarece que o termo “VINHO” é reservado para bebidas que atendem aos critérios específicos, incluindo o teor alcoólico mínimo. Portanto “novos produtos” criados por desalcolização não devem ser rotulados com o termo “VINHO“, mas sim como “BEBIDA OBTIDA POR DESALCOLIZAÇÃO DO VINHO OU BEBIDA OBTIDA POR DESALCOLIZAÇÃO PARCIAL DO VINHO“. A OIV aprova as técnicas de evaporação parcial sob vácuo, técnicas do uso de membranas “osmose inversa”e a destilação. Métodos esses recomendados que sejam aplicados após o vinho ter atingido plenamente as suas características e cuja os vinhos não tenham sido aumentados previamente o teor de açúcar e há uma recomendação sobre a eliminação do etanol que deva ser conduzida por profissionais habilitados, qualificados e especializados.

Considerações Finais

Fazendo uma rápida análise sobre o que tenho visto com o olhar mais atento dentro de um mercado que acompanho de forma profissional é o surgimento de diversas tendências que seguem a evolução dos tempos e que isso é muito pertinente, onde a comunicação, as embalagens, os rótulos, os estilos de vinhos tem sido produzidos para atender ao mercado e aos novos consumidores que incluem também as novas gerações. Mas há algo que nós que somos os guardiões da cultura vínica no mundo não podemos nos descuidar, que são as bandeiras impostas disfarçadas de “trends midiáticas” para criação de uma bebida que tenha o glamour e o status do vinho, sem ser vinho, para atender a interesses escusos.

O vinho com TODOS os seus componentes inclusive o álcool é o que difere-se de todas as outras bebidas ao longo da história, ele carrega compostos mágicos e que eles juntos em solução, são capazes de contribuir com a qualidade de vida e na saúde das pessoas. Ele apresenta em seu DNA uma herança histórica, cultural, social e econômica já há oito mil anos, transitando por todas as principais civilizações ao qual conhecemos através da história, ultrapassando crises, proibições, guerras e problemas na economia mundial. Finalizo com a partilha de uma última reflexão, e esta me dirijo a todos que amam VINHO e aos profissionais do setor vitivinícola mundial, deixaremos o vinho em sua essência de alimento saudável (consumido moderado e frequente) continuar sendo ameaçado de forma bárbara ?

Desejo que possamos continuar a brindar com VINHO daqui a mais oito mil anos pelo menos. E que os que não gostam do álcool no vinho possam se encantar com o suco de uva integral, que também é uma delícia.
Boas provas e Saúde!

Fonte:

Mundo de Baco por Dayane Casal
Posted on

Como a RAR Agro & Indústria Quer Faturar R$ 1 Bi com Maçã, Queijo, Vinho e Azeite

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

O que faz alguém entrar em uma empresa como menor aprendiz e nunca mais sair dela? Ou outro com planos para dois anos na empresa, com tudo certo para continuar os estudos na universidade francesa de Clermont-Ferrand, e ainda hoje sustentar um crachá? O primeiro é o mestre queijeiro Jiovanni Foiatto, 42 anos; o segundo é o engenheiro agrônomo Celso Zancan, 65 anos, respectivamente gerente de produção e diretor de fruticultura na gaúcha RAR Agro & Indústria, com sede em Vacaria, que acaba tomar um “banho de loja”, o que significa uma atualização da imagem, um realinhamento na gestão dos negócios e uma meta a perseguir: chegar à receita líquida de R$ 1 bilhão até 2034, crescendo a uma média anual próxima de 10%.

Em 2024, a RAR Agro & Indústria faturou perto de R$ 500 milhões e prevê para este ano uma receita de R$ 580 milhões. A RAR é a maior produtora de maçãs do Brasil, a maior produtora de leite do Rio Grande do Sul e está entre as 10 maiores do país, além de produzir vinhos – são 30 rótulos, com produção própria e em parceria – e azeite, no mesmo modelo. As cadeias da RAR são totalmente verticalizadas do campo ao varejo, com parte até o consumidor por meio de lojas próprias.

“O segredo está nas pessoas. O produto começa no campo, mas só chega com qualidade na mesa porque tem gente boa em cada etapa”, diz Sérgio Martins Barbosa, presidente executivo, ele mesmo um produto dessa receita de longevidade. Barbosa está na empresa há 30 anos, dos quais os últimos dois no atual cargo.

O crescimento virá da ampliação de área agrícola, expansão da produção de queijos, reforço nas exportações e possíveis aquisições em segmentos complementares à maçã e aos produtos da RAR Gastronomia. “Estamos atentos a oportunidades de aquisição que complementem nossas frentes estratégicas”, afirma ele.

A RAR, que pertence à família Randon, existe desde os anos 1970, criada pelo empreendedor Raul Anselmo Randon. Ele é o fundador do atual Randoncorp, com sede em Caxias do Sul, a cerca de 100 km de Vacaria, conglomerado que é um dos maiores fabricantes de implementos rodoviários e autopeças da América Latina, presente em cerca de 120 países, listado na B3 e com receita de R$ 3,26 bi em 2024. “A nossa cultura vem do seu Raul: contratar pessoas melhores do que você e deixá-las trabalhar. É isso que garante resultado”, diz Barbosa.

Carlos Bado_RAR

Maçãs, queijos, vinhos e azeites são os produtos da RAR

Na boca de Zancan, isso significou ter sido desafiado continuamente no emprego de tecnologias. Não por acaso, se tornou mestre em fruticultura. “A fruticultura é dinâmica e somos cobrados pela busca por tecnologia. Isso te dá plena liberdade de explorar, de ir além e crescer”, afirma Zancan. Foiatto, que morou na Itália e passou cerca de seis meses dentro de uma fábrica de queijos, e hoje sustenta também títulos de administrador e MBA, diz que sua função hoje vai além de mestre queijeiro. “É cuidar de cada processo, de cada passo, para fazer o melhor tipo grana”, afirma.

Nos últimos anos, a empresa tem investido cerca de R$ 60 milhões Iniciado em 2023, o processo de reorganização estratégico da empresa agora tem um modelo de negócio agrupado em três unidades: Rasip Agro (frutas, leite e grãos), RAR Gastronomia (alimentos e bebidas industrializados) e a holding institucional RAR Agro & Indústria.

V.Ondei

Preparação das maçãs, antes de irem para o mercado

“É uma data histórica para nós”, disse Barbosa na quinta-feira (8), quando a empresa apresentou seu plano na sede da companhia. O objetivo da reorganização pretende corrigir distorções de percepção de marca, unificar identidade visual e simplificar a comunicação com o mercado. Por exemplo, uma pesquisa conduzida com 1.300 consumidores das regiões Sul e Sudeste apontou que apenas 10% associavam a marca RAR a alimentos. Já a marca de produto Gran Formaggio, do queijo tipo grana, tinha reconhecimento de 30%. Com base nesse dado, a empresa optou por alinhar todos os rótulos à marca RAR e priorizar a visibilidade dos produtos de maior valor agregado.

V.Ondei

Jiovanni Foiatto, mestre queijeiro

A produção de maçã segue como o principal pilar da empresa. Do faturamento total, cerca de 45% vem da fruta. Atualmente, a Rasip Agro possui 1.350 hectares de macieiras, com plano de expansão para 1.500. “O plantio de apenas um hectare a mais demanda um investimento de R$ 250 mil”São 1.350 hectares plantados com previsão de expansão para 1.500 hectares, concentrados nas variedades Gala e Fuji.

No caso da Gala, que é uma variedade da fruta, os pesquisadores da RAR conseguiram encontrar, por meio de cruzamentos naturais, uma fruta resistente ao fungo glomerella. A doença afeta a macieira durante o verão e pode até matar a planta. Com o clone multiplicado, que significa menos defensivos na lavoura, agora a RAR tem uma marca de fruta exclusiva para esse tipo de fruta.

V.Ondei

Vacas holandesas se alimentam exclusivamente de silagem de milho de alta qualidade

A produção total de maçãs é da ordem de 20 mil toneladas/ano. Com a expansão para 500 hectares de Belgala, que é o nome da Gala melhorada geneticamente, a meta é que ela represente até 30% da produção. Além do mercado interno, a maçã é exportada para Índia, Alemanha, Singapura, Emirados Árabes e outros destinos.

Além das maçãs, a empresa cultiva uvas e oliveiras. São 50 hectares de vinhedos em Vacaria, com vinificação terceirizada na Miolo, e 24 hectares de oliveiras plantadas em encostas na mesma região. A marca de azeite própria é Nossa Senhora das Oliveiras. A companhia também importa azeites do Chile sob sua marca e mantém parceria com produtores locais.

Queijos, vacas e economia circular

Na operação de leite, a RAR mantém o maior rebanho individual do Rio Grande do Sul. São 1.400 vacas da raça holandesa em lactação, dentro de um plantel de 3.500 animais, com produção diária entre 45 mil e 50 mil litros de leite, o que significa uma média por vaca de 30 litros a 35 litros. No Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a média nacional é de cerca de 6 litros por vaca por dia.

Na RAR, toda a matéria-prima é processada internamente para a produção do queijo tipo grana Gran Formaggio. “Os queijos são maturados por cerca de 1 ano a 1 ano e meio”, diz Foiatto. Uma curiosidade: para cada forma de 35 kg de queijo estocado são utilizados 500 litros de leite de cru, ou seja, ele não passa por pasteurização. Isso requer um altíssimo grau de eficiência de manejo, encontrado em pouquíssimos projetos no país. São 70 pessoas trabalhando apenas no laticínio, mais 90 no centro de confecção dos produtos.

V.Ondei

Vacas em lactação no momento da ordenha

Lançado em 1998, o queijo foi o primeiro tipo grana produzido fora da Itália e de rebanho próprio em larga escala. “Esse leite vem de um rebanho com certificação de bem-estar animal, alimentado com silagem produzida em sistema de fertirrigação com reaproveitamento de dejetos e geração de biogás”, diz Angelo Sartor, CEO da RAR Agro & Indústria. Segundo o executivo, a utilização de biodigestores para geração de biogás substitui 250 mil litros de diesel por ano, o que dá em uma uma da ordem de R$ 1,5 milhão.

Na operação dessa economia circular, os dejetos dos animais são separados e a parte sólida dos resíduos é processada e reutilizada como cama para os animais descansarem. A parte líquida é usada em fertirrigação em cerca de 600 hectares de milho que abastecem a silagem usada na alimentação. “A rastreabilidade é total, do plantel ao produto final”, diz Sartor. Além do queijo tipo grana, a unidade de laticínios fabrica parmesão de oito quilos, queijos ralados, creme de leite e manteiga.

Importações, exportações e franquias

Na unidade de negócios Gastronomia, a RAR tem um projeto de expansão de suas cinco lojas, das quais quatro são franquias. O plano de expansão prevê entre 20 e 50 unidades nos próximos anos. O caminho é o de fortalecer as linhas de vinhos e azeites com parceiros internacionais. Além das bebidas que produz, a linha RAR Masi é resultado de co-branding com a vinícola italiana Masi, que opera unidades na Itália e na Argentina. A RAR é a única empresa brasileira autorizada a utilizar a marca RAR Masi.

A unidade também atua como importadora de queijos duros (Grana Padano, Parmigiano Reggiano, Pecorino Romano) e presuntos curados. A operação de importação processa de três a quatro contêineres por mês. Na linha de charcutaria, a empresa desenvolveu uma tecnologia própria de embalagem a vácuo com shelf life de nove meses sem refrigeração obrigatória, o que ampliou a presença em gôndolas e adegas. O volume de vendas saltou de 5 para 20 toneladas por mês.

Sartor explica que no caso das franquias, o que ocorre agora é uma retomada. “A gente já teve umas experiências, porque franquia é assim: tu abre e fecha, abre e fecha. Fechamos algumas sim e agora estamos com um pouco mais de cautela, mas também vamos em frente neste modelo.” Em 2024, o setor de franquias faturou R$ 273 bilhões no país, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

A operação internacional, que começou com o envio de maçãs ao mercado europeu, hoje abrange também o segmento de laticínios, com o grana e onde a companhia quer apostar.  No setor de frutas, a marca  exporta regularmente para países como Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Portugal, Emirados Árabes, Singapura e Índia. Mesmo no ano passado, com as enchentes no estado, a empresa manteve sua presença no mercado externo. “A estratégia da companhia é sempre exportar. Mesmo que você tenha pouca fruta, você destina a fruta do mercado interno para o mercado externo. São parcerias de longo prazo”, afirma Sartor. Para as maças, a meta é manter uma média de 20% da produção destinada à exportação.

A operação de laticínios também vem ganhando protagonismo internacional. Em 2024, a empresa iniciou os embarques do queijo tipo grana  para os Estados Unidos, com a meta de capturar até 2% do mercado local desse tipo de produto. “Se nós conseguirmos pegar desse mercado 2%, vamos estar ampliando a nossa linha de produção aqui em aproximadamente 20%”, diz o executivo.  Hoje, ele está presente em 20 pontos de venda no território norte-americano.

O post Como a RAR Agro & Indústria Quer Faturar R$ 1 Bi com Maçã, Queijo, Vinho e Azeite apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Fonte:

Notícias e Conteúdos sobre vinhos na Forbes Brasil
Posted on

Esta Uva Italiana Quase Extinta Está Ganhando Espaço Pelo Paladar

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

As temperaturas mais altas no Piemonte, uma das 20 regiões administrativas que compõem a Itália, são encontradas no sudeste da região, nos arredores da cidade de Tortona. Essa terra é conhecida por sua abundância agrícola, incluindo o queijo Montèbore, pêssegos de Volpedo, cerejas de Garbagna, morangos de Tortona, trufas de San Sebastiano, salame Nobile del Giarolo, bem como pistaches, aspargos, grão-de-bico e damascos. Também é famosa pelos vinhos — e cada vez mais pelos produzidos com a uva branca Timorasso, que esteve à beira da extinção, mas agora está ganhando reputação rapidamente.

Dentro desse segmento sudeste do Piemonte existe uma denominação de origem de forma irregular chamada Colli Tortonesi. Com 786 quilômetros quadrados de área, é do mesmo tamanho que a cidade de Nova York, embora mais montanhosa, mais verde e com uma densidade populacional comparativa de apenas 1% em relação à metrópole.

O vinho produzido ali é predominantemente tinto, feito da uva Barbera. Mas isso está mudando. Desde 2008, o território plantado com Barbera dentro de Colli foi reduzido pela metade — caindo para 539 hectares, enquanto a área plantada com Timorasso aumentou em quase 1.000% no mesmo período — de 41 hectares para 440 hectares .

A Timorasso é uma videira resistente e amante do calor, que produz uvas delicadas e de baixo rendimento. Essas uvas geram vinhos que envelhecem bem e também melhoram significativamente com pouco tempo de guarda. Essa uva prosperou na Idade Média, e durante o século XIX seu suco era enviado para a Áustria e Suíça para ser misturado com Riesling e dar origem a um vinho doce chamado Torbolino — que significa turvo.

Por razões que incluem a praga da filoxera — que devastou as videiras em meados do século 19— e as exigências intensivas de trabalho dessa variedade, em 1987 restavam apenas 0,5 hectare de Timorasso no mundo. Felizmente, essas vinhas estavam na propriedade do enólogo Walter Massa, que, junto com outros viticultores meticulosos, liderou a recuperação da variedade.

A Timorasso produz um suco suculento com ampla gama de expressões — desde notas cítricas, maçãs verdes e mel quando jovem até tonalidades de caramelo após alguns anos de envelhecimento.

O atual presidente do consórcio de vinhos Colli Tortonesi é Gian Paolo Repetto, um viticultor que anteriormente era dono de uma empresa de engenharia industrial. Ele descreveu a situação atual dos produtores de Timorasso:

“Hoje temos 116 produtores neste pequeno oceano do Piemonte oriental, com seis vales e 46 municípios. Estamos aguardando a aprovação de Roma para a denominação da subzona Derthona.”

Roundwood Press

Produtores de Colli Tortonesi de Derthona Timorasso, Tortona, Itália

‘Derthona’ é o nome romano antigo da cidade de Tortona, bem como da equipe de basquete local. Se aprovada, a denominação Derthona se aplicará exclusivamente às uvas Timorasso e contará com três níveis — Piccola Derthona, Derthona e Derthona Riserva, com teores alcoólicos mínimos, respectivamente, de 11%, 12,5% e 13%.

“Se você não tem identidade, ninguém conhece e ninguém compra,” continuou Repetto. “Não queremos que o Timorasso se espalhe demais. Queremos que seja produzido em torno de Tortona e chamado de Derthona como sinônimo de identidade. Fomos bons em divulgar o nome.”

Até que a aprovação oficial ocorra, muitos produtores utilizam ambos os termos, o atual e o esperado, nos rótulos: Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. Sem dúvida, uma futura abreviação será bem-vinda pelos produtores.

Os viticultores de Colli Tortonesi raramente se dedicam exclusivamente ao Timorasso. A maioria também produz outras variedades — incluindo Barbera, Cortese, Dolcetto, Freisa e Croatina. Também cultivam outras culturas. A renomada produtora Elisa Semino, da Azienda Agricola La Colombera, plantou Timorasso pela primeira vez há quase 30 anos. Ainda assim, hoje sua família também colhe grão-de-bico, trigo e frutas como pêssegos e damascos.

O Timorasso também dá origem a vinhos espumantes. A Valli Unite Winery é uma cooperativa com 42 anos de existência e 19 membros, que cultivam trigo e hortaliças e produzem mel. No restaurante deles, 95% dos ingredientes vêm dos próprios membros e são usados em pratos como croquetes de urtiga e dente-de-leão ou alcachofras recheadas com avelãs. Até a madeira das mesas é local. Um quinto dos 100 hectares (250 acres) da cooperativa é coberto por vinhedos, incluindo uma parte de Timorasso. Desses vinhedos, são produzidos vinhos tranquilos e também espumantes, que passam 24 meses sobre as borras e harmonizam com queijo Montèbore e mel.

A maior parte do Timorasso é fermentada e envelhecida em tanques de aço inoxidável. O maior produtor de Timorasso, Claudio Mariotto, gera 250 mil garrafas por ano — metade delas de Timorasso. Eles preferem não usar carvalho ou outras madeiras que interfiram no sabor, optando por obter cremosidade a partir do battonage semanal — agitação das borras nos tanques de aço.

Mas nem todos evitam o uso de madeira. Enrico de Alessandrini, proprietário da vinícola Sassaia, aprendeu vinificação na Borgonha e adota esses métodos.

“Escolhi o caminho borgonhês”, explicou. “Colheita em caixas pequenas, fermentação espontânea com as leveduras das uvas e envelhecimento em carvalho.” Ele acredita que a madeira confere riqueza e complexidade ao vinho.

O Timorasso não é fácil de cultivar. As uvas de casca espessa são propensas a doenças fúngicas como botrytis. Também podem apresentar botões duplos ou triplos, que precisam ser inspecionados e removidos manualmente. No entanto, apesar de temporadas desafiadoras, as safras bem-sucedidas encantam.

Por exemplo, 2022 foi um ano extremo em termos de clima — o mais quente em um quarto de século e com pouca chuva, enquanto 2023 foi considerado uma “safra milagrosa”, apesar da escassez de chuvas na primavera e no verão, além da variabilidade térmica. Ainda assim, os vinhos de ambas as safras podem ser igualmente atraentes, embora diferentes.

O futuro do Timorasso parece positivo. O fato de a uva ter qualquer futuro já é mais milagroso do que a safra de 2023. Isso se deve ao reconhecimento de seu potencial, aliado ao trabalho visionário e dedicado por quatro décadas dos produtores de Colli Tortonesi, comprometidos com sua terra e seus sabores.

Roundwood Press

Mais produtores de Colli Tortonesi de Derthona Timorasso, Tortona, Itália

Notas de degustação selecionadas de mais de 25 vinhos Timorasso de três safras. Esses vinhos obtiveram pontuações de 93 pontos ou mais, ou são considerados de “Valor Excepcional ♫♫♫” segundo o algoritmo proprietário Vino Value, que combina pontuações subjetivas de degustação com preços de varejo objetivos para determinar o valor ideal de compra. Apenas vinhos com preços disponíveis de venda direta foram avaliados dessa forma.

Outras notas de degustação e pontuações de mais de 65 vinhos Timorasso adicionais estão publicadas no blog Vino Voices.

Azienda Agricola Iandolo Francesco. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 96 pontos

Aromas leves e frescos que incluem gim-tônica, flores da primavera, torta de limão e hortelã. Combinação maravilhosa de acidez leve, fresca e vibrante com sabores caramelizados. Mistura deslumbrante de suavidade e delicadeza com sabores mais escuros de açúcar queimado e nozes. Equilibrado, complexo e vibrante. O enólogo Francesco Iandolo escreve: “Decidi me dedicar ao vinho e, mais amplamente, a uma busca interior profunda.” Parece que sua busca valeu a pena.

Vigneti Massa. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 95 pontos.

Do verdadeiro salvador da uva Timorasso, Walter Massa. Perfil aromático melado mesclado com cítricos leves. Belos sabores de laranja, tiramisù, torta de limão, marshmallow e caramelo no meio de boca. Acidez de capim-limão no final, com um leve toque mentolado. Estonteante.

Sassaia. De Alessandrini. Platinum. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 94–95 pontos. €55,00.

De Enrico de Alessandrini, baseado em técnicas borgonhesas de vinificação, incluindo colheita em bandejas pequenas e fermentação e envelhecimento em carvalho francês. Aromas de mel, barra de cereal Crunchy e crème brûlée. Sabores esplêndidos incluem caramelo, chocolate Terrys All Gold, amêndoas e pão de mel. Complexo e envolvente.

Boveri Luigi. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 94+ pontos.

Agradáveis aromas melados no estilo borgonhês, incluindo caramelo, pimenta branca, mel e pêssego. Complexo. Um belo conjunto equilibrado, delicado e envolvente, com sabores de pera branca, mel e leve toffee. Acidez crocante.

Cantina di Tortona. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 94+ pontos.

Aromas de toffee, limonada, mentol e mineralidade. Meio de boca macio, cheio, cremoso e generoso com uma variedade de sabores — incluindo hortelã, damasco, maçã verde, pera branca e groselha. Complexo. Harmoniza com camarões ao limão.

Cas’Al’Mat. iNTrO. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 94+ pontos.

Aromas densos e complexos de xarope de bordo, xarope dourado, marshmallow, balsâmico e cítricos tropicais. Meio de boca incrivelmente suave e sedutor, com sabores que incluem laranja, mingau de aveia e torta de limão.

Cantine Volpi. Zerba Antica. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 94+ pontos.

Aromas leves, vibrantes, ácidos de uma bela combinação de tangerina e mel, toffee e manteiga. Vinho belamente equilibrado e estruturado com acidez crocante e sabores que incluem torrada levemente amanteigada e marmelada. Envolvente e bem equilibrado.

Vigneti Massa. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 94+ pontos.

Conjunto profundo, escuro e belo de aromas que incluem caramelo, toffee, marmelada e torrada amanteigada. Sabores distintos e deliciosos que incluem caramelo, torta de banana (banoffee) e torta de abóbora. Acidez linda.

Claudio Mariotto. Pitasso. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2021. 94 pontos. €30,00. [Bom Valor ♫]

Aromas frescos de grama verde, limão, mel e açúcar mascavo. Estruturado, macio, algo complexo e agradável no meio de boca com sabores de crumble de maçã, um pouco de manteiga, toffee e mel. Acidez fresca. Harmoniza com queijos duros.

Boveri Luigi. Filari di Timorasso. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 94 pontos.

Aromas de limão, hortelã e espumante, além de um leve xarope dourado e mentol. Delícia melada na boca — meio de boca belamente equilibrado com toques cítricos no final.

Vietti. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 94 pontos.

Aromas cremosos e ácidos incluem grama verde, hortelã e torta de limão. Sabores bem equilibrados em um meio de boca ligeiramente texturizado, mas também cremoso, com goiaba, tangerina, abacaxi e um pouco de mel. Harmoniza com vieiras e limão.

La Colombera. Santa Croce. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 94 pontos. €30,00 [Bom Valor ♫]

Finos fios de aromas florais da primavera, limão e mineralidade. Sabores de uma maravilhosa maçã caramelada/toffee. Sensação tátil encantadora, com sabores melados. Lembra um Pinot Bianco Terlaner envelhecido em termos de complexidade e profundidade. Harmoniza com frango grelhado marinado em shoyu.

Sassaia de Alessandrini. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 93+-94 pontos. €35,00.

13,5% de álcool. As uvas são resfriadas por 24 horas após a colheita para amaciar a casca antes da fermentação com cacho inteiro. Aromas redondos e cremosos de marshmallow, sidra, maçã, pêssego, pera branca e um leve toque de mentol. Suavidade e elegância borgonhesas com sensação tátil macia.

Romanzo del Vino. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 93–94 pontos.

Este vinho com tampa de rosca traz aromas plenos, arredondados e intensos de marshmallow e bala de milho, torta de limão, maçã verde e xarope dourado. Meio de boca delicado e envolvente, com finesse e sabores que incluem leve defumado, caramelo e mentol suave.

Cantine Sant’Agata – Franco Cavallero. Ciclico. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 93–94 pontos.

Aromas pronunciados e maravilhosos de toffee, capim-limão, grama verde, biscoitos amanteigados, eucalipto e hortelã. Diferente. Meio de boca delicado, envolvente e equilibrado.

Davico Stefano. Regina. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso 2023. 93–94 pontos.

Aromas cremosos de um balde de mel, além de fumaça, caramelo e torrada amanteigada. Na boca, é elegante e cremoso, em camadas, bem estruturado, complexo, com sabores de toffee e até uma pitada de Amarone e pinho.

Vite Colte. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 93–94 pontos.

14% de álcool. Aromas de frutas suculentas, mentol e mel. Meio de boca complexo, cremoso e encantador com sabores que incluem peras brancas e frutas tropicais.

Vigneti Letizia. Stappasogni. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 93–94 pontos.

Aromas complexos e deliciosos de madressilva, flores brancas, mel, torrada amanteigada e brioche. Belamente equilibrado com meio de boca cremoso, mas também levemente texturizado, e sabores de salada de frutas e um toque de xarope dourado.

Fontanafredda. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 93–94 pontos.

Aromas de gim-tônica, torta de limão, goiaba e manga. Crocante e belamente equilibrado na boca — lembra uma torta de damasco de café da manhã italiana.

Ezzio Poggio Winery. Archetipo. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 92+–93 pontos.

Fragrâncias suaves e delicadas de flores da primavera e tangerina. Na boca, é leve e levemente cremoso, com frutas tropicais como goiaba. Bem equilibrado.

Mariotto Claudio. Pitasso. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 93–94 pontos. €30,00. [Bom Valor ♫]

Aromas vibrantes e enérgicos de gim-tônica e limão. Equilibrado de forma atraente. Sabores cativantes — torta de limão com torta de banana (banoffee) e um pote de mel. Lindo. Harmoniza com peixe branco.

Azienda Agricola di Gian Paolo Repetto. Origo. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2022. 93+ pontos. €37,00. [Bom Valor ♫]

Aromas brilhantes e diretos que incluem notas cítricas e salinas. Belos sabores no meio de boca de mel, suco de limão e geleia de groselha, com acidez firme e vibrante.

Società Cooperativa Valli Unite. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 91–92 pontos. €17,50. [Valor Excepcional ♫♫♫]

Envelhecido em aço por um ano. Sem filtração. Aromas estilo rancio incluem crème brûlée, toffee, cascas de laranja e sidra de maçã. Sabores semelhantes a um cruzamento entre Sauvignon Blanc e Pinot Bianco envelhecido, incluindo laranja, damasco, torrada amanteigada e açúcar queimado. Complexo e bem desenvolvido. Harmoniza com torta de cebola com calda de vinho branco.

Azienda Agricola di Gian Paolo Repetto. Quadro. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 91–92 pontos. €17,50. [Valor Excepcional ♫♫♫]

Aromas bastante ácidos que incluem limão e suco de maçã neste vinho de 13,5% de álcool. Meio de boca delicado, cremoso e vibrante, com sabores de maçã verde. Acidez bem integrada com leve toffee no final. Harmonioso e envolvente.

Vigneti Repetto. Sarezzano. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 91+ pontos. €13,00. [Valor Excepcional ♫♫♫]

13% de álcool. Aromas frescos de purê de maçã, pera branca e tangerina. Sabores incluem maçã verde suculenta. Taninos cremosos e acidez viva. Este Piccolo Derthona pode envelhecer por cinco a sete anos.

Claudio Mariotto. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 92 pontos. €18,00. [Valor Excepcional ♫♫♫]

Feito com uvas selecionadas nos 17 hectares de vinhedo deste maior produtor de Timorasso. 14% de álcool. Aromas nítidos, ácidos e lineares de toranja, maçã verde, melão, bala de hortelã e capim-limão; leve toque de limão e sal. Meio de boca cremoso e complexo, porém leve e delicado, com sabores de goiaba, torrada amanteigada e manga. Acidez apertada e prevalente com sensação tátil de mel sedosa e final persistente.

Claudio Mariotto. Bricco San Michele. Colli Tortonesi DOC Derthona Timorasso. 2023. 92+–93 pontos. €20,00. [Valor Excepcional ♫♫♫]

Aromas cítricos e de camomila neste vinho de 14,5% de álcool, feito com uvas do vinhedo mais jovem da vinícola. Sabores sedosos e melados com leve toque balsâmico.

O post Esta Uva Italiana Quase Extinta Está Ganhando Espaço Pelo Paladar apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Fonte:

Notícias e Conteúdos sobre vinhos na Forbes Brasil
Posted on

As castas ibéricas Macabeo e Verdejo e seus vinhos

A Espanha, reconhecida mundialmente por seus vinhos tintos encorpados, também é uma importante produtora de vinhos brancos de alta qualidade e que vêm ganhando notoriedade e mercado na última década. Os vinhos brancos de mesa espanhóis são conhecidos por sua diversidade de estilos, que vão desde exemplares leves, frescos e frutados até brancos estruturados, com boa capacidade de envelhecimento. De maneira geral, esses vinhos apresentam acidez equilibrada, aromas que remetem a frutas cítricas, tropicais e florais, e, em alguns casos, notas minerais ou herbáceas. As principais zonas produtoras de vinhos brancos na Espanha incluem Rías Baixas, na Galícia, famosa pelos vinhos frescos de Albariño; Rueda, em Castilla y Leon, grande bastião da uva Verdejo; La Rioja, que utiliza a Macabeo (conhecida localmente como Viura) em seus brancos de guarda e Penedès, na Catalunha, berço de muitos vinhos espumantes Cava, onde a Macabeo é amplamente usada.

Duas das uvas mais relevantes no cenário dos vinhos brancos espanhóis são Macabeo e Verdejo, cada uma com perfis distintos, tradições específicas de cultivo e destaque em regiões particulares. A Macabeo é uma uva branca versátil, que produz vinhos com boa acidez, notas florais, cítricas e, quando envelhecida, desenvolve aromas de mel, frutos secos e especiarias. Em vinhos jovens, é fresca e aromática; em vinhos de guarda, torna-se complexa e elegante. Ela é muito utilizada em La Rioja, para a produção de vinhos brancos tranquilos, inclusive versões com passagem por carvalho e bom potencial de envelhecimento. Já na Catalunha (Penedès), é uma das três principais uvas do Cava (junto com Parellada e Xarel-lo).

A Macabeo é cultivada geralmente em regiões de clima continental ou mediterrâneo. É uma variedade resistente à oxidação, o que favorece sua colheita mecanizada e o transporte para vinificação, possibilitando a oferta de vinhos mais em conta para o consumidor final. A colheita é feita no início do outono, buscando manter a acidez e frescor. Os vinhos jovens de Macabeo são ideais para consumo em até 2 anos. Já os vinhos envelhecidos (particularmente os brancos reserva e gran reserva da Rioja) podem evoluir por 5 a 10 anos, ou mais, dependendo da vinícola e safra.

A Verdejo, por seu turno, é uma uva aromática, que produz vinhos frescos, com acidez vibrante e aromas intensos de frutas tropicais, ervas frescas e toques minerais. Sua estrutura permite tanto vinhos jovens quanto versões mais complexas, inclusive fermentadas em barrica. Em Rueda (Castela e Leão), é a uva emblemática da denominação de origem, onde representa a maior parte da produção de brancos. Cultivada principalmente em altitudes elevadas (600 a 800 metros), onde as noites frias ajudam a preservar sua acidez. Muitas vezes, a colheita ocorre à noite para minimizar a oxidação e manter os compostos aromáticos. Pode ser feita manual ou mecanicamente. Os vinhos jovens de Verdejo são ideais entre 1 e 3 anos. Os vinhos com madeira ou de colheita mais seletiva podem evoluir por 4 a 6 anos, mantendo boa complexidade e equilíbrio.

Os vinhos de Macabeo harmonizam bem com peixes grelhados (robalo, pescada), queijos suaves (como brie ou camembert), pratos com cogumelos e massas com molho branco e, especialmente, com paellas e risotos de frutos do mar. Já os vinhos de Verdejo combinam com mariscos e ostras, saladas com ervas frescas e frutas e, também, com sushi e sashimi.

Da Macabeo, sugiro que provem o Esteban Martín D.O. Cariñena, Chardonnay, Macabeo Blanco, que é seco e frutado ao mesmo tempo, sendo muito gastronômico; o Finca Luzón Blanco, se mostra fresco, frutado, mas, ao mesmo tempo, elegante e muito persistente; e o La Muela Macabeo DOP, da Bodega San Gregorio, é de boa estrutura, complexo e fresco, ao mesmo tempo.

Da Verdejo, começo com a acessível Belo Verdejo, da Castilla, que se afigura como uma excelente opção para o dia a dia; já o Nuestro Verdejo, de Rueda, tem acidez e complexidade e é muito gastronômico; e o Basa Rueda, da Telmo Rodriguez, é um corte de Verdejo (preponderante) e Macabeo, é um branco delicioso, de ótima acidez, expressivo e incrivelmente aromático. Recomendo especial atenção aos vinhos brancos espanhóis, que surpreendem na qualidade, versatilidade e, até, no custo. Salut!

Fonte:

vinho – Jovem Pan
Posted on

Vem aí uma safra de ótimos e surpreendentes espumantes nacionais

Nos três dias da Wine South America, realizada entre os dias 6 a 8 de maio, em Bento Gonçalves (RS), o vinho nacional foi o destaque e o espumante a estrela maior – sendo que essa categoria trouxe algumas das mais saborosas surpresas, com destaque para os rótulos produzidos com uvas pouco convencionais para esse tipo de vinificação, que é feita normalmente à base de Chardonnay e Pinot Noir. Propor mudanças nessa receita tradicional é algo que já se faz aqui e ali no exterior, mas os produtores brasileiros radicalizaram na inovação – os resultados da ousadia são vibrantes.

Uma das que apostaram nesse novo caminho para espumantes é a Sotterrani, vinícola que nasceu no porão de uma casa de descendentes italianos em Bento Gonçalves. A empresa levou para feira o Nature Rosé Antique Tannat (R$ 177), um espumante 100% da uva Tannat das safras 2016 e 2017. Detalhe: essa é a qualidade usada para fazer tintos potentes, que normalmente acompanham um churrasco. No caso da produção do espumante da Sotterrani, a Tannat ficou 60 meses em contato com borras de levedura. O resultado é surpreendente. Além das notas clássicas desse estilo de vinificação (como brioche e panificação), o espumante traz aromas de damasco e flor de laranjeira. O fresquíssimo lote de apenas 386 garrafas pode ser comprado pelo site que leva o nome da vinícola.

vinho
Nature Rosé Antique Tannat: 100% da uva TannatReprodução/VEJA

A Amitié, comandada pela sommelière Andreia Gentilini e a enóloga Juciane Casagrande, lançou o Extra Brut Viognier. Produzido pelo método tradicional, ele fica 12 meses em contato com as leveduras e o resultado é uma textura cremosa, sem perda de frescor. O produto expande o portifólio de rótulos feitos à base da Viognier na vinícola, que já levou a primeira medalha de ouro da inglesa Decanter para um Viognier brasileiro, o branco tranquilo (sem borbulhas) feito com a mesma uva na linha Oak Barrel, lançado no ano passado.

A quarta geração de viniviticultores da Cristofoli, da região de Faria Lemos, uma das mais castigadas pelas enchentes de 2024, apresentou o Rosé Sur Lie Nature (R$ 147) da empresa, produzido pelo método ancestral e sem conservantes (zero). De acordo com esse sistema, é feita apenas uma única fermentação e o vinho é engarrafado com as borras (leveduras), que funcionam como um tampão. Assim, o produto pode continuar sua evolução na adega. As uvas aqui são a italiana Sangiovese e a clássica francesa Pinot Noir. O resultado tem um final de frutas vermelhas fresco, ideal para acompanhar um atum ou um presunto cru.

Continua após a publicidade

vinho
Espumante feito pelo método ancestral da uva Sangiovese da vinícola CristofoliDivulgação/VEJA

Giberto Pedrucci, viticultor gaúcho que recebeu título de Chevalier e medalha da ordem do mérito agrícola pelo Ministério da Agricultura francês, tem uma micro-champanheria em Garibaldi com os espumantes mais premiados no Guia Descochados. Já o seu Millésime Brut 2021 (R$ 319) ostenta o título de melhor espumante do país, segundo o Guia Adega Brasil 2025. Todos esses produtos são frutos de blends únicos. O Brut Blanc de Blanc, por exemplo, mistura quatro qualidades brancas e está desde 2016 entre as opções de borbulhas servidas na piscina do Copacabana Palace. O Brut Rosé Tradicional (R$ 97), que leva Gamay, Pinot Noir e Merlot, pode eventualmente levar uma pitada de Cabernet Sauvignon. Apesar de trabalhar sempre no limite do açúcar, sempre na linha abaixo. É um champenoise muito fácil de beber.

vinho
Giberto Pedrucci: micro champanheria em GaribaldiDivulgação/VEJA
Continua após a publicidade

AVANÇOS NOS NEGÓCIOS

Pela qualidade dos produtos e pelo esforço das vinícolas em inovar, os espumantes nacionais ganham cada vez mais espaço no exterior. Em pouco tempo no estande da Aurora na Wine South America, esta colunista assistiu à comemoração do envio de três containers das nossas borbulhas para a China, mesmo destino para onde será enviado outra remessa da Rio Sol, do Vale do São Francisco (PE). O evento contou com a presença de 7 000 compradores brasileiros e estrangeiros, que movimentaram as rodadas de negócios e os corredores da feira. Entre eles, estava o sul-africano Hein Barnard, da importadora BarGate Drinks, empresa de origem inglesa, pela primeira vez no Brasil. Ele estava surpreso com o volume de coisas boas que encontrou na feira. Segundo Barnard, normalmente é preciso garimpar nesses eventos, mas na WSA o percentual de qualidade estava alto. “Estou impressionado com a diversidade, não há apenas um estilo bom. Há muita coisa boa, de diversos estilos”, disse ele à coluna AL VINO.

Pude degustar e confirmar o que a boa observação do comprador sul-africano constatou. Além dos rótulos feitos com uvas não convencionais, havia por lá ótimas opções de frescos espumantes dos métodos charmat (que fazem a segunda fermentação em tanques de aço inox) e dos cremosos champenoise (que tem a segunda fermentação na garrafa), das tradicionais uvas Chardonnay e Pinot Noir. Ficou também evidente a excelência dos micro-lotes produzidos na nossa primeira Denominação de Origem para espumantes, a de Pinto Bandeira (cidade vizinha a Bento Gonçalves).

Nesses três dias, pude perceber também a energia do setor. É no mínimo impressionante dar um passeio pela Casa Valduga, que comemora 150 anos da chegada da família do Trento à Serra Gaúcha e que tem hoje a maior cave das Américas, com capacidade para 6 milhões de garrafas. Pude provar produtos direto dos tanques, como o da Courmayeurs Domaine, que estava com seus champenoise na cave ainda sem data para lançamento, e produtos que chegaram à feira ainda sem rótulo como o espumante de Vermentino da Manus, um champenoise fermentado com leveduras autóctones (não industrializadas), que tem lançamento previsto para o dia dos namorados, 12 de junho.

Continua após a publicidade

Diante dessa cena tão vibrante quanto a a acidez dos espumantes nacionais, o enólogo Eduardo Valduga, que levou o título de enólogo do ano pelo Guia Descorchados e o prêmio de melhor espumante de 2025 na mesma publicação, com o Maria Valduga N/V (R$569), encabeça uma comissão de empresários da região que acreditam que o próximo passo é um nome próprio para designar os rótulos nacionais — assim como o champanhe, da região nordeste da França, o franciacorta, espumante da Lombardia, na Itália, e a cava, quando nos referimos aos feitos na Catalunha, norte da Espanha. “Temos identidade, processo e terroir característicos, tenho certeza que será um passo importante”, disse. Gilberto Pedrucci confirma e acrescenta: “Aqui os jovens bebem espumante nas danceterias, isso é identidade, é cultural’, contou.

Pode soar um pouco pretenciosa essa ideia, mas a verdade é que, de salto em salto em termos de qualidade, quebram-se barreiras e derrubam-se preconceitos. Ter uma marca própria para identificar aqui e lá fora essas bebidas preciosas mostra que os produtores daqui não estão para brincadeira.

Que assim seja!

Publicidade

Fonte:

Vinho – VEJA