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No dia do rum, um guia para provar a bebida em diferentes versões no Rio

Daiquiri, piña colada, mojito… Não faltam clássicos da coquetelaria, refrescantes e de apelo tropical, utilizando o destilado de adoração universal, que tem data própria em 16 de agosto: o Dia Internacional do Rum. A bebida produzida a partir da destilação do melado da cana de açúcar assume diversas formas de acordo com seu estilo, da base quase neutra aos mais escuros, envelhecidos em barricas, com notas de tosta e defumação, frutas e especiarias, e um dulçor perceptível na boca e nos bons drinques.

+ Nespresso Day no Rio: chefs se reúnem para debater o futuro da gastronomia

Liz: deliciosa homenagem à banana e ao cinema
Liz: deliciosa homenagem à banana e ao cinema//Divulgação

Em matéria de releitura livres dos clássicos, ninguém tem hoje na cidade uma carta tão interessante, divertida e bem conceituada como a do Liz Cocktails & Co (Rua Dias Ferreira, 679, Leblon, 98224-3611), toda feita sobre drinques que aparecem em cenas clássicas do cinema, apresentados na receita original e nas imperdíveis “viagens” do mixologista Tai Barbin. Dessa forma, o drinque you can’t refuse é inspirado no daiquiri bebido em cena importante do filme O Poderoso Chefão 2, retratada no carta da casa do Leblon. A taça reúne rum branco infusionado com banana, cachaça, óleos essenciais da casca da banana e limão taiti, adornado com banana passa caseira (R$ 38,00).

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Vian: abacaxi em coquetel que surpreende
Vian: abacaxi em coquetel que surpreende//Divulgação

No Vian (Rua Paul Redfern, 32, Ipanema, tel.: 97490-0078), onde Frederico Vian sugere coquetéis ao gosto da clientela, já se tornou um clássico no balcão o Ananás Flip, igualmente delicioso. Trata-se de rum envelhecido, marmelada de abacaxi tostado com cumaru, mix de cítricos e um ovo inteiro (R$ 40,00), quem empresta textura sedosa ao coquetel.

Para um bom mojito, que tal a paisagem estonteante e praiana do Pesqueiro (Av. Lúcio Costa, s/n, Ilha 25, Praia da Reserva, tel.: 99512-1112) ? Tudo a ver com o coquetel de origem cubana. O clássico leva rum, suco de limão, açúcar, hortelã e água com gás (R$ 49,00).

Katz-Su: chá preto e rum na carta descontraída
Katz-Su: chá preto e rum na carta descontraídaVini Bordalo/Divulgação

O Katz-Sū (Rua Von Martius, 325, Jardim Botânico), bar asiático que tem no comando da cozinha o chef Bruno Katz, o rum é o destilado em destaque no Chá do Barba (R$ 22,00), referência ao chef de bar Daniel Estevan, criador do coquetel que leva ainda chá preto, limão, bitter, ginger ale e calda de açúcar.

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Spirit: coquetel clarificado no visual do Fairmont
Spirit: coquetel clarificado no visual do FairmontAvocado/Divulgação

Com vista bonita da praia de Copacabana e à beira da piscina do hotel Fairmont, o Spirit Copa Bar (Av. Atlântica 4240, Copacabana, tel.: 2525-1232) tem novidades na carta de inverno do bartender Cassiano Melo. Das 19h às 22h, são servidos coquetéis como o clarificado Winter Colada (R$ 48,00), feito com rum Havana 7 anos, cachaça Janeiro, suco de abacaxi, limão siciliano, leite de coco, água de coco e orgeat.

Cortés: abacaxi na brasa dá sabor especial ao drinque
Cortés: abacaxi na brasa dá sabor especial ao drinqueIago Fundaro/Divulgação

Na onda das boas coquetelarias de restaurante, o Cortés Asador, no Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290, lojas 410/411, tel.: 3576-9707), tem na carta feita pela premiada bartender Chula o Caribe Colado (R$ 38,00): rum envelhecido, xarope de coco queimado artesanal, e suco de abacaxi assado no carvão, aproveitando a vocação da casa para a brasa.

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Kitchen: rum com purê de yuzu e manga
Kitchen: rum com purê de yuzu e mangaAlexander Landau/Divulgação

E o Kitchen Asian Food, de cozinha oriental na Marina da Glória (Av. Infante Dom Henrique, s/n, Glória, tel.: 4042-6161), o Platina (R$ 40,00) leva rum, suco de limão taiti, e purê de yuzu com manga. O drinque usa a técnica do fat-washing, que utiliza o óleo de coco par dar sabor, sem a presença da gordura.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Saiba o que caracteriza os vinhos minerais e os untuosos

O clima, a geografia e a geologia de onde se encontra o vinhedo, de forma simplista, pode ser chamado de “terroir”, que, em última análise, imprime-se o que se usa chamar de tipicidade do vinho; traduzindo, sua identidade com o lugar de onde vem. Solos calcários e próximos a oceanos, com ventos contínuos, costumam ser o berço de vinhos minerais, enquanto que vinhedos localizados entre montanhas, distantes do mar e com ventos irregulares, podem ser o berço de vinhos mais untuosos. O vinho com caráter mineral costuma ser mais “fresco” na boca e dar traços de alguma “salinidade” no olfato. Os untuosos entregam algum dulçor no nariz e algo de “manteiga” no paladar. Frutas cítricas, digo seus traços, são mais comuns em vinhos minerais e geleias aparecem mais nos vinhos untuosos. Tendo a considerar os vinhos minerais mais gastronômicos que os untuosos, porque eles, perante pratos mais gordurosos, parecem que “quebram” a gordura destes pratos. 

Sarah Jane Evans, articulista da prestigiada revista inglesa “Decanter”, já tratou deste assunto e o fez com especial lucidez. Disse ela que os vinhos sendo descritos como minerais também costumam ser descritos como “elegantes”, “magros”, “puros” e “ácidos”. Têm um gosto que evoca o ato de lamber pedras molhadas e muitas vezes uma textura de giz. Alguns argumentam que o termo só se aplica a vinhos brancos, mas quem quer que tenha experimentado um Priorat do solo de licorella (ardósia) da região vai saber que ele também surge em tintos. Eu mesmo já provei um Brunello de Montalcino, exemplo mais que típico de vinho austero, com características de minerabilidade incríveis.  Outros argumentam que pode-se sentir seu aroma mais do que sua presença no palato.

Imagina-se que os vinhos minerais são superiores aos vinhos do “mercado de massa”, como os do Novo Mundo, frutados. Eles têm uma imagem romântica, que implica que eles são feitos à mão por artesãos e expressam o mistério do solo, tendo o viticultor como mediador mágico. Exemplos típicos são encontrados em Chablis, no Priorat, nos Mencías de Ribeira Sacra e Bierzo, e, claro, nos Sauvignon Blancs do Loire, nos Rieslings do Mosel e Rheingau, na Alemanha, e de Wachau e Kremstal na Áustria. Note-se que estes são exemplos europeus. Este não é um caráter simplesmente europeu, mas parece mais proeminente em lugares onde os vinhos mostram menos frutas maduras e mais acidez. E a acidez, ao meu ver, é preponderante para se classificar um vinho como gastronômico. É possível encontrarmos vinhos doces e minerais; os vinhos da Madeira são exemplos típicos de apresentarem tais características e os, quase extintos, Carcavelos — da região demarcada homônima e que é a mais pequena de Portugal, abrangendo dois conselhos: Oeiras e Cascais, indo desde Paço de Arcos até São João do Estoril, com, aproximadamente, 25 hectares — são minerais por definição. Os vinhos untuosos, por seu turno, costumam ser fechados no olfato (com características doces) e amanteigados na boca, com baixa acidez. Os vinhos mais encorpados com passagem por barrica e certo poder de guarda tendem a desenvolver essa característica, reforçando os traços do terroir.

Ser o vinho untuoso não é um defeito, porém sê-lo sem acidez é. Vinhos untuosos e sem acidez são, via de regra, enjoativos. No nariz, as nuanças de frutas negras (ameixa, amora, cassis, mirtilo), são comuns nos vinhos untuosos — brancos ou tintos — e se não tiver uma boa acidez e uma estrutura de taninos bem presentes, sequer para guarda e evolução se prestarão. Um grande erro dos enólogos, que concebem vinhos “globalizados”, é deixar de lado as características típicas da região de onde vêm e se preocuparem com cortes e barricas que os tornam untuosos, como caminho para o consumo. Sim, eles são aveludados, mas são, via de regra, pesados e enjoativos. Buscar o equilíbrio é o grande desafio. Salut!

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vinho – Jovem Pan
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Além do “doce” Maravilha: as opções gastronômicas do festival na Marina

Os shows prometem ser imperdíveis, e ficar para a história no festival Doce Maravilha, que aporta na Marina da Glória neste sábado (12) e no domingo (13), e a gastronomia também pede passagem com sabores marcantes.

+ Nespresso Day no Rio: chefs se reúnem para debater o futuro da gastronomia

Se o jornalista Nelson Motta faz a curadoria musical, coube ao cozinheiro e empreendedor Pedro Benoliel a escolha das gostosuras conhecidas dos cariocas. Estarão presentes os hambúrgueres de T.T. Burger e Rock Burger & Fritas, a comida brasileira do Joaquina, as pizzas da Borda e Lenha, a comida vegana do Ganic Lab, as empanadas do La Panata, os petiscos de boteco do Brewteco, e o delicioso sanduíche de pancetta do truck Espírito de Porco.

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Cada uma das marcas presentes contará com duas lojas no loca, uma no pavilhão e outra na área externa do festival que terá shows como o de Caetano Veloso tocando o repertório do mítico álbum Transa (1972), com a participação de Jards Macalé; e os encontros de Gilberto Gil e BaianaSystem; Emicida e Maria Rita; e Margareth Menezes e Luedji Luna no palco. Os ingressos para os dois dias estão esgotados.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Nespresso Day no Rio: chefs se reúnem para debater o futuro da gastronomia

Gastronomia do futuro: os principais desafios de um setor que volta a esquentar. É esse o tema, de relevância acentuada na época pós-pandemia, do bate-papo que marcará na cidade o Nespresso Day. Na mesa central estarão nomes importantes nos cenários carioca e nacional: os chefs Elia Schramm (Babbo Osteria) e Rafa Costa e Silva (Lasai), com mediação da jornalista Fernanda Thedim, editora-chefe da VEJA RIO e do guia COMER & BEBER.

O encontro será no dia 28 de agosto, a partir das 15h, no restaurante Assador, no Aterro do Flamengo (Av. Infante Dom Henrique s/n°).

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O evento que vai fazer uma radiografia do mercado atual da gastronomia é promovido pela marca de cafés Nespresso Professional em parceria com a VEJA RIO. Uma iniciativa que reúne, chefs, empresários e especialistas do food service para discutir temas sensíveis ao setor.

Você é da área e quer participar desse debate presencialmente? Basta se inscrever pelo email eventos.abril@abril.com.br. As vagas são limitadas, sujeitas a confirmação.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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A nova safra do rótulo que colocou o Uruguai no mapa dos grandes vinhos

No mundo do vinho, os rótulos chamados ícones são aqueles que reúnem tanto as melhores características de uma vinícola e de um terroir quanto os conhecimentos do enólogo. Geralmente, têm também uma reputação construída ao longo da história e de sucessivas safras especiais, bem pontuadas pelos críticos. No caso do Balasto, vinho que ocupa o topo do portfólio da Garzón, no Uruguai, seu reconhecimento veio cedo. A primeira safra chegou ao mercado em 2015, e desde então o rótulo colocou de vez o pequeno país no mapa dos grandes vinhos. Agora, a safra 2020 está prestes a desembarcar no Brasil, após um ano em que o vinho não foi lançado porque as uvas não foram consideradas boas o suficiente.

Oficialmente, o lançamento será feito no dia 12 de setembro na Place de Bordeaux, o sistema indireto de vendas que surgiu para atender algumas das grandes vinícolas da região francesa, mas hoje conta com vinhos de alta gama de diversos países. O Balasto é o único uruguaio vendido nesse sistema. Por aqui, ele chega no dia seguinte, 13 de setembro, importado pela World Wine, por R$ 1.140.

O sucesso do Balasto é resultado de uma conjunção de fatores. A escolha do local onde está o vinhedo é um deles. Balasto é o nome da rocha granítica que compõe o solo. Ela se esfarela com facilidade, o que permite que as raízes das videiras se desenvolvam e confere mineralidade ao vinho. O trabalho do enólogo italiano Alberto Antonini, consultor da Garzón, é outro. Antonini tem projetos na Argentina e na Itália e vem ajudando as equipes locais a explorar o máximo potencial de cada vinhedo. E a estratégia do CEO Christian Wylie, de levar os rótulos para diferentes mercados, consolidando a presença no Uruguai, país de grande consumo per capita, mas também exportando para Estados Unidos, Brasil e outros 57 países, tem se mostrado acertada.

O vinho Balasto, ícone uruguaio produzido pela Garzón; nova safra chega ao mercado em setembro -
O vinho Balasto, ícone uruguaio produzido pela Garzón; nova safra chega ao mercado em setembro –Reprodução/Reprodução

O blend é elaborado tradicionalmente a partir de quatro castas: Tannat, Cabernet Franc, Petit Verdot e Marselan. Dessa vez, no entanto, a Marselan ficou de fora. “Achamos que ela estava com um sabor tão potente que poderia desestruturar o blend”, afirma Wylie. O resultado final leva 42% de Tannat, uva que se tornou símbolo do Uruguai, além de 39% de Cabernet Franc e 19% de Petit Verdot. A fermentação é feita em tulipas de cimento, e o vinho é maturado durante 20 meses em tonéis de carvalho francês provenientes da região norte do país, e que não passam por nenhuma tosta. “Não queremos aquele sabor de caramelo ou baunilha tão associados à madeira”, diz o CEO da vinícola. O resultado é um vinho potente, com grande potencial de guarda.

Embora seja o vinho mais prestigioso da vinícola, a Garzón tem um portfólio grande, com vinhos de diferentes faixas de preço. Há, por exemplo, o Tannat de corte, vendido por R$ 188, que leva a uva ícone do Uruguai, além de outras variedades em pequenas proporções. Há opções intermediárias, como o Albarinho Single Vineyard (R$ 318), feito com uvas provenientes de um único vinhedo. Ou a linha premium Petit Clos, feito apenas com uvas das melhores parcelas (das mais de 1.500) dos vinhedos. Um destaque é o Pinot Noir, vendido a R$ 538, inspirado nos tintos da Borgonha. A arte dos rótulos ajuda a mostrar a diferença de proveniência. Nos vinhos de entrada, o desenho representa uma visão aérea do vinhedo. Já o Petit Clos mostra a parcela específica. E o Balasto conta com uma representação do solo granítico que dá nome ao vinho.

Além dos vinhos, a vinícola, projeto pessoal do empresário argentino Alejandro Bulgueroni, se tornou um importante destino enoturístico, principalmente para os brasileiros. Hoje, o complexo recebe cerca de 40 mil visitantes anuais, e mais da metade são do Brasil. Os dados são reflexo de uma mudança de perfil ocorrida durante a pandemia. Antes, a distribuição era igual entre brasileiros, americanos e argentinos. Além de visitas guiadas e degustações, a vinícola tem um campo de golfe e, em breve, terá diferentes hospedagens, incluindo bangalôs à beira da praia – afinal, os vinhedos estão localizados a apenas 18 quilômetros do Atlântico.

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Vinho – VEJA
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Vinhos em lata, uma novidade que você pode provar sem medo

Vinho em lata não é uma coisa nova. Segundo o Guinness Book, a maior coleção de vinhos em lata pertence ao norte americano Allan Green, que possui 449 exemplares, datando desde 1936. Estes vinhos traziam, contudo, um indefectível gosto metálico.

O que evoluiu desde então foi o revestimento interno das latas, uma tecnologia que foi aperfeiçoada nas últimas décadas. Este revestimento, um spray de material neutro à base de epóxy, é resistente à corrosão pelo álcool e acidez do vinho, e evita que o líquido entre em contato com o metal, adquirindo seu gosto.

Sua eficácia foi posta à prova pela primeira vez em 2019, quando uma pesquisa foi realizada pela WiC Research (WICresearch.com). Nela 86 pessoas provaram às cegas 4 amostras de vinhos, cada uma em duas versões. O mesmo vinho envasado em lata e em garrafa. Como resultado 46,5% preferiu o vinho em lata, 48,5% da garrafa, e 5,8% não viu diferença entre as duas amostras.

No Brasil a marca pioneira no formato é a Vinvant, que chegou ao mercado em 2019. “A empresa cresceu cerca de 10 vezes nos últimos dois anos. Em 2022, estamos mais que dobrando os investimentos em marketing, com expectativas de dobrar o faturamento de 2021”, celebra Alex Homburger, co-fundador da Vivant.

No Brasil não há números específicos deste mercado, mas, segundo Homburguer, nos EUA o tamanho do segmento multiplicou-se por 10 em 10 anos, indo de US$ 2 milhões em 2012, para US$ 253 em 2021

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Como foi amplamente noticiado, a pandemia alavancou o consumo de vinhos no Brasil, causando escassez de garrafas de vidro, criando uma oportunidade para as latas. Além disso a lata traz algumas vantagens, além do menor custo. A praticidade é enorme. É mais fácil de transportar, de gelar, de abrir, dispensa saca-rolhas e copos. Aliás, os fabricantes sugerem que para ter a verdadeira experiencia com o vinho em lata este devem ser consumidos diretament da mesma.

Outro ponto importante, principalmente para o consumidor jovem, de geração Z, foco deste segmento e mais preocupada com o planeta, é o fato do alumínio das latas ser menos agressor que o vidro. E no vinho o vidro é um grande peso na balança ecológica. Cerca de 30% da emissão de carbono na produção de vinhos vem da produção de suas garrafas.

Esta tendência do mercado é tão forte que um gigante do E-Commerce, a Evino, mergulhou de cabeça nesta onda ao lançar sua marca própria de vinhos em lata.  “A linha Vibra! surgiu de nossa vontade de inovar e explorar um formato novo aderente aos hábitos da nova geração, sustentável e perfeito para ocasiões de consumo em ambientes externos” relata Ari Gorenstein, co-fundador da Evino. desde o lançamento em 2020 tivemos 90 mil vinhos e coquetéis à base de vinhos em latas vendidos”, completa.

A novidade chegou também aos grandes festivais de vinho. O São Paulo Wine Fest, que acontece em São Roque entre os dias 18 e 27 de agosto (do qual sou um dos curadores), está lançando seu vinho oficial, em uma lata comemorativa do evento. Em parceria com a Ball Corporation, maior fabricante de latas do mundo, e com a vinícola Góes, o SPWF lança seu vinho em lata, um Syrah de colheita de inverno. Esta será a primeira vez que um vinho feito pala técnica da dupla-poda é envasado em lata. A embalagem exclusiva, com design criativo e colorido, estará disponível para compra nos principais eventos do festival, como no Wine Sunset, no dia 19, e na imperdível Feira Internacional de Vinhos, nos dias 26 e 27. Informações através do link: wine-locals

 

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Aí eu vi vantagem! Promoções de bares e restaurantes para o Dia dos Pais

Almoço de Dia dos Pais, ou mesmo jantar, fica mais gostoso com promoção, sem esquecer da qualidade do que vai nos pratos e taças. A lista de sugestões é promissora para o próximo domingo, dia 13 de agosto.

+ Shoppings da Barra recebem festivais dedicados a cerveja e churrasco

Gajos: bacalhaus e garrafa de vinho para as reservas
Gajos: bacalhaus e garrafa de vinho para as reservasTomás Rangel/Divulgação

Bacalhau de alto nível, daqueles que pai e filho dividem, e uma garrafa de cortesia é o que oferece o Gajos D’Ouro em seu casarão de Ipanema (Rua Anibal de Mendonça, 31, tel.: 3449-1546). Os pais que fizerem reserva na casa para domingo, até as 12h, vão ganhar uma garrafa do tinto Expresso Bodeguero Reserva Cabernet Franc. Depois do couvert da casa (R$ 49,00), com pães, torradas, queijo da Serra da Canastra derretido, ovos de codorna e salgadinhos, vêm as sugestões de bacalhau: Lagareira (R$ 249,00) ou Carlos Perico (R$ 249,00), preparado com posta grelhada, alho crocante, azeite, cebola grelhada e arroz de tomate.

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Taís Barros
Bistrogro: restaurante do Casa & Gourmet tem “porc au vin” em menu de ótimo preçoTaís Barros/Divulgação

Para um encontro descontraído e rodeado pelas suculências da carne de porco, e outros pratos da linha saborosa do chef Jymmy Ogro, o Bistrogro caprichou na promoção no almoço para duas pessaoas: dois pratos e duas bebidas por R$ 99,90. No restaurante do Casa & Gourmet (Rua General Severiano, 97, Botafogo, tel.: 99343-4442), entre os pratos incluídos na ação, estão receitas como a Moqueca de Porco; o Porc au Vin; o Parmegiana com Bacon; e o Escalope Suíno ao Brie. Para beber, as duplas podem escolher entre chope Heineken (355 ml) na caneca “zero grau”, taça de vinho ou espumante da casa (150 ml), ou qualquer bebida sem álcool do menu.

Gula Gula: rosbife bem acompanhado e taça de vinho
Gula: rosbife bem acompanhado e taça de vinhoTomás Rangel/Divulgação

O Gula Gula, casa que há muitos anos se destaca em seus menus comemorativos, oferece de cortesia uma taça de vinho para quem pedir a sugestão criada para os dias 12 e 13, sábado e domingo: o rosbife de mignon com risotinho cremoso de grãos, queijo de cabra e crocante de alho poró (R$ 120,00). O prato dá direito à taça de vinho tinto, no almoço ou no jantar, em qualquer endereço da rede. A loja do Jardim Botânico fica na Av. Alexandre Ferreira, 220-A, tel.: 98861-0781).

Vino!: mignon com risoto e bons vinhos em promoção
Vino!: mignon com risoto e bons vinhos em promoção//Divulgação

Os vinhos estão também em evidência, e com descontos, nas ações sugeridas a pais e filhos no Vino!. Para a degustação na loja, estarão com preços especiais as garrafas do argentino Ramanegra Cabernet Sauvignon Reserva (de R$ 237,00 por R$ 159,00), e do português Alento Branco Reserva (de R$ 259,00 por R$ 159,00). Uma segunda garrafa consumida na loja tem desconto de R$ 30,00). Na compra para levar, os dois rótulos saem por R$ 119,00. O menu que estará em cartaz do dia 11 ao 13 inclui uma entrada com dois bolinhos arancini; um prato principal (mignon com risoto de parmesão, ou gnocchi com polpettone, ou salmão grelhado com pupunha e cogumelos); e uma sobremesa (meia torta de maçã ou chocolate). O menu completo custa R$ 110,00 por pessoa. A loja de Copacabana fica na Rua Santa Clara, 8, tel.: 99434-7952.

+ Com afeto: chef Katia Barbosa homenageia a mãe, Sofia, em nova empreitada

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Os drinques entram na festa em belas paisagens praianas da cidade, como o rabo de galo oferecido pelos requintados Quitéria e Arp, este no Hotel Arpoador, com mesas à beira da praia. O coquetel de origem brasileira que entrou recentemente para a lista da IBA (International Bartenders Association). A chef Alê Maidana elaborou no Arp (Rua Francisco Otaviano, 177, Ipanema, tel.: 3600-4000) um menu especial que dá direito ao coquetel, elaborado em parceria com a cachaça Pindorama, versão armazenada em barricas de amburana, por sinal, excelente. Entre as opções do cardápio estão o Arroz de polvo com linguiça artesanal (R$ 195,00, para duas pessoas); o Bife de chorizo com purê de milho e cenouras glaceadas (R$ 105,00); e o Pescado do dia com creme de pimenta de cheiro e tangerina, e legumes de inverno (R$ 87,00). A mesma promoção vale para o Quitéria (Hotel Ipanema Inn. Rua Maria Quitéria, 27, Ipanema), que oferece Arroz caldoso de camarão (R$ 157,00, para duas pessoas), ou pratos individuais como o Peixe do dia com purê de macaxeira e vinagrete de caju (R$ 76,00), ou o nhoque de banana da terra com costelinha (R$ 74,00).

Vegan: nhoque de aipim ao sugo harmonizado com taça de vinho
Vegan: nhoque de aipim ao sugo harmonizado com taça de vinho//Divulgação

Pais ou filhos veganos ganham opção de qualidade no Vegan Vegan (Rua Hans Staden, 30, Botafogo, tel.: 97167-7078), que tem apresentado bons menus sazonais em datas importantes. No domingo, das 12h às 16h, a casa oferecerá um menu harmonizado (prato principal + taça de vinho) por R$ 78,00. O prato assinado pelos chefs Thina Izidoro e Jan Carvalho é o Nhoque de aipim ao sugo, feito com tomates orgânicos e finalizado com lâminas de amêndoas torradas. Nas taças quem comparece é o tinto chileno Adobe Reserva, um carménère orgânico e biodinâmico. É possível optar pela pedida apenas do prato a R$ 56,00.

Torresmofest: a costela é uma das atrações do evento na Barra
Torresmofest: a costela é uma das atrações do evento na Barra//Divulgação

Já os pais carnívoros inveterados, em direção oposta às plantas, têm na agenda o Torresmofest, no Uptown, na Barra (Av. Ayrton Senna, 5.500). De quinta (10) a domingo (13), das 12h às 22h, o festival tem entrada franca e mais de 20 expositores oferecendo diversos pratos suínos, além de trucks com hambúrgueres, doces, chope artesanal, e o “frangorresmo”, cujo nome dá pistas sobre a natureza do quitute. E tome joelho, leitão à pururuca, torresmo de rolo e costela suína. Também tem música ao vivo com covers que vão do rock ao sertanejo, para pais e filhos de todas os gostos musicais.

Nusa: atum na crosta de gergelim e batata roxa
Nusa: atum na crosta de gergelim e batata roxa//Divulgação

Se a ideia é um café da manhã ou brunch, o Nusa Café (Rua Vinicius de Moraes, 129, Ipanema, tel.: 3228-3562) oferece uma cerveja long neck Stella Artois para o pais que pedirem, no domingo, pratos como o Nasi goreng (R$ 45,00), com arroz basmati, camarão, ovo frito, cenoura, brócolis, alho poró, cebola, amendoim, molho teriyaki, shoyo, óleo de gergelim, cebolete e especiarias; ou o Atum em crosta (R$ 48,00), que traz atum selado em crosta de gergelim, purê de batata doce roxa, salada e granola salgada. Haverá também um sorteio pelo Instagram, onde os seguidores podem participar até sexta (11), para concorrer a um moletom e um boné do Nusa.

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Sorvete Brasil: sabores com cervejas Vienna Lager e Stout
Sorvete Brasil: sabores com cervejas Vienna Lager e Stout//Divulgação

A sobremesa é sorvete com cerveja, juntos na mesma receita em parceria do Sorvete Brasil com a ótima cervejaria Odin, de Petrópolis, especialmente para o dia dos pais. Disponíveis em potes fechados de 500 ml, os sabores de doce de leite com cerveja estilo Vienna Lager, e o de chocolate com cerveja Stout, custam R$ 69,00 cada um. A loja de Ipanema da sorveteria fica na Rua Maria Quitéria, 74, Ipanema, tel.: 98495-1791.

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Shoppings da Barra recebem festivais dedicados a cerveja e churrasco

No deque do shopping VillageMall, na Barra, o Village BBQ Fest ataca novamente nos dias 12 e 13, sábado e domingo. São diversas estações de carne comandadas por chefs churrasqueiros, assadores e pitmasters como Renan Menezes, Angelo Frangalha, Paulo Henrique e Luã Tavares. Além de chope artesanal, os visitantes podem degustar cortes diversos, costela de chão, sanduíches e pirarucu na brasa.

+ Brownie do Luiz lança barra de chocolate criada em “loja-laboratório”

A programação musical conta com a banda Os Cascas, no sábado, e o cantor Pedro Maha, no domingo. As apresentações ocorrem às 18h. No sábado vai das 13h às 22h, e até 21h no domingo.

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Cerveja boa também não faltará no shopping Downtown, na Barra, neste e nos próximos dois fins de semana. De 11 a 27 de agosto, sempre de sexta a domingo, o Downtown Beer Festival traz expositores de cervejarias e gastronomia, que se reúnem para o evento destacando o lançamento da Downtown American IPA, receita criada pela cervejaria Labirinto para o shopping.

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Além dos diversos expositores, entre as melhores cervejarias cariocas, a programação musical é forte no palco central. No sábado (12) o evento começa às 12h, e a partir das 13h há atrações como Elvis DJ, Dani Dias (pop rock), Absinto (rock nacional) e Panda DJ. Domingo, a partir das 13h tocam também as bandas Maré Cheia (pop rock) e Road Rock (tributo ao Queen).

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Brownie do Luiz lança barra de chocolate criada em “loja-laboratório”

Fenômeno doce carioca, o Brownie do Luiz está lançando sua barra de chocolate. O produto é feito com chocolate ao leite e farofa de brownie, primeiro lançamento do espaço chamado pela empresa de Brownie Lab, situado em Vila Isabel, na Zona Norte.

+ Bem servidos: Rio ganha onze novos restaurantes, e ainda vem mais por aí

A barra custa R$ 10,00 (45 gramas) nas lojas físicas da marca e foi desenvolvida na cozinha do espaço aberto na Rua Visconde de Abaeté, um ambiente pensado para testes e produção de novos produtos, eventos e ações de marketing.

Barra: produto mantém fidelidade ao utilizar uma farinha de brownie
Barra: produto mantém fidelidade ao utilizar uma farinha de brownie//Divulgação
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Comer & Beber – VEJA RIO
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“Quando o vinho for feito por inteligência artificial, perderá seu valor”

A melhor vinícola do mundo não fica na França, na Espanha ou nos Estados Unidos, mas na Argentina. A Bodega Catena Zapata alcançou o topo do ranking da World’s Best Vineyard, importante premiação que avalia tanto os vinhos produzidos em cada propriedade quanto as experiências que os visitantes encontram no local.

Parte do sucesso, é claro, vem da alta qualidade dos rótulos assinados pelo enólogo Alejandro Vigil, que cuida não apenas da Catena Zapata, mas de seu projeto pessoal, El Enemigo – que também aparece na lista, em sétimo lugar. Com enorme dedicação e amor pelo trabalho, há 22 anos vem ajudando a Catena a se consolidar como uma potência no mundo do vinho, mostrando o enorme potencial dos diferentes terroirs argentinos.

Em passagem pelo Brasil para participar do Encontro Mistral, reunião de produtores da importadora que acaba de completar 50 anos, Vigil conversou com a VEJA sobre seu trabalho na vinícola, o efeito das mudanças climáticas nos vinhedos e como a Argentina soube explorar o potencial da casta Malbec.

Confira a entrevista na íntegra a seguir.

A Catena Zapata foi eleita melhor vinícola do mundo, e seu outro projeto, El Enemigo, também está entre os 10 melhores do planeta. Qual a importância de um prêmio como esse?
O mais importante é o reconhecimento, pois ele joga luz na região, e também, para quem trabalha lá, seriamente, todos os dias. É claro que é um reconhecimento incrível para Catena e El Enemigo. E mostra que temos uma possibilidade imensa de continuar mostrando ao mundo o vinho argentino e as possibilidades de expressar os diferentes terroirs, ou terrunyos, que temos. Pessoalmente, é uma alegria enorme.

A Argentina tem investido em enoturismo e atraído muitos visitantes. Como você vê a importância de iniciativas turísticas para promover o vinho?
Temos sorte de ter embaixadores e evangelizadores que visitam a vinícola e voltam para seus países falando sobre nossos vinhos e ajudando a mostrá-los ao mundo. Eu adoro a oportunidade que o enoturismo oferece de não apenas contar como se faz vinho, mas porque fazemos os nossos vinhos.

A responsabilidade aumentou por você fazer vinhos para duas das melhores vinícolas do mundo?
Nunca senti como responsabilidade. Vinho é minha alma, meu espírito, minha forma de ver a vida. Nunca encarei como uma responsabilidade. E sim como um desafio. Estou há 22 anos na Catena Zapata, e fundamos El Enemigo em 2008. Já se passou muito tempo. Não me dei conta, mas passou. O que vejo é uma grande oportunidade de poder andar por vinhedos de 45 anos de idade e ver como evoluíram. Ou plantar um novo vinhedo, ver como ele cresce, depois poder fazer os primeiros vinhos desse vinhedo. É um processo muito lindo.

Sua visão sobre o vinho mudou ao longo desses anos?
Mudou tudo. O mais importante nessa caminhada é estar aberto à mudança. Sua essência é difícil de mudar. Carregamos a essência conosco. Mas podemos mudar a maneira como expressamos essa essência. E, nesse caso, mudar a maneira como fazemos vinho.

A icônica pirâmide da Catena Zapata, na sede da vinícola em Mendoza, na Argentina -
A icônica pirâmide da Catena Zapata, na sede da vinícola em Mendoza, na Argentina –David Silverman/Getty Images

Qual a sua definição de terroir?
O que acontece é que há uma realidade: o lugar vai determinar as características do vinho. No fim das contas, queremos que a paisagem esteja dentro da garrafa. Mas como chegamos a essa paisagem? Há essa experiência centenária de cultivar as uvas de um lugar, de fazer mudanças no vinhedo, e acompanhar os resultados, é fundamental. E quem faz essas mudanças é o homem. Isso para mim é importante. Porque a definição tradicional diz que é a interação entre o clima, o solo e o homem. Mas a participação do ser humano é fundamental. Veja, em Mendoza temos as uvas Bonarda, Criolla, Pinot Noir e Chardonnay. Temos Borgonha, Bordeaux e Languedoc. Em 70 quilômetros. Essa experiência que vai se transmitindo de geração a geração, de ano a ano, de entender o lugar, nos harmonizando com esse lugar, essa é minha definição de terroir.

Há novos terroirs que ainda podem ser explorados na Argentina que ainda não estão sendo trabalhados agora?
Muitos dos terroirs que hoje começam a ser reconhecidos não têm mais de 30 anos. É assim que começa. Veja El Cepillo, Guallatary, Altamira, são todos muito recentes, de não mais de 35 anos. À medida que crescemos em volume, em capacidade, vamos buscando outras zonas, não apenas em Mendoza. Hoje, há viticultura em 18 das 24 províncias da Argentina. É o momento de buscar a qualidade que já sabemos que podemos atingir.

Como você explica o sucesso do Malbec na Argentina?
Temos a sorte que tanto o Malbec quanto o Cabernet Franc, outra variedade que vem mostrando bons resultados na Argentina, são muito transparentes à paisagem. O que significa isso? Que dependendo de onde forem cultivados, terão um sabor. É diferente de um cabernet sauvignon, que é plástico, tem algumas características encontradas em qualquer lugar do mundo. No caso do Malbec, não. Se cultivado em uma região de menor altitude, terá notas de violetas, com acidez, muito mais leve. Se cultivado em um local como Lunta, em Maipu, é muito mais frutado, com potência, notas de frutas negras. É interessante porque dá possibilidades infinitas inclusive ao consumidor. Ele pode não gostar de um tipo, mas encontrar as características que prefere em outro. O sucesso que temos com o Malbec é que usando a mesma variedade conseguimos abarcar gostos muito diferentes. 

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Há alguma desvantagem de ser tão associado a uma única variedade?
Acho que todos passam por isso. Até a França, em algum momento. Fala-se muito de Bordeaux e Borgonha, mas há muito mais. Somos novos no mundo do vinho. Velhos em nosso país, mas novos para o resto do mundo. Há vantagens e desvantagens nisso. Se trabalhamos bem a Malbec, e comunicamos bem essa variedade, já que temos tantos hectares cultivados, vejo como uma grande possibilidade.

A Cabernet Franc é outra variedade que vem mostrando bons resultados.
Em 2001, quando comecei a trabalhar mais intensamente com Cabernet Franc, percebi que aquele cultivado no vinhedo Adrianna, em Gualtallary, era totalmente diferente daquele de Agrello. Não digo melhor ou pior, porque são gostos distintos. Estudamos os terroirs e percebemos as diferenças. O que nos dá possibilidades infinitas. Também percebi que era uma boa companheira para Malbec, e creio que em algumas regiões essa mescla de cabernet franc e malbec será predominante. Mas isso no futuro. Hoje, temos apenas 3 mil hectares plantados. É muito pouco.

Mas eventualmente ela pode ser tão associada à argentina quanto Malbec.
Claro. Veja, eu trabalho muito com chardonnay. O White Bones chegou a ganhar 100 pontos pela safra 2018. Elaboramos pinot noir, também. Mas acredito que o Malbec é ponto de referência no espaço, nosso caminho a seguir, e os outros devem ser bons companheiros de viagem.

As mudanças climáticas mudaram sua maneira de fazer vinhos?
Percebi nos últimos anos que tivemos muitos fenômenos de geadas na primavera, chamadas geadas tardias, no final do ano. Nos últimos oito anos, não tivemos geadas fortes. Isso está associado à falta de umidade. Se falta umidade, eventualmente, faltará água. Estamos trabalhando para estarmos preparados para as mudanças. Temos o Catena Institute, em Catena, que trabalha com instituições do mundo, e discutimos muito tanto as mudanças climáticas quanto a sustentabilidade.

As práticas de sustentabilidade são perceptíveis nos vinhos?
Eu não percebo nenhuma diferença nos vinhos. Não sei se isso é bom ou mau. Mas é um caminho sem volta. Devemos olhar de forma permanente para a sustentabilidade social, porque sem pessoas não há vinho, e para a sustentabilidade ambiental.

Os vinhedos da Catena Zapata em Lujan de Cuyo, em Mendoza, com a Cordilheira dos Andes ao fundo -
Os vinhedos da Catena Zapata em Lujan de Cuyo, em Mendoza, com a Cordilheira dos Andes ao fundo –David Silverman/Getty Images

O consumidor percebe essa preocupação?
Acho que ele vai percebendo. Sobretudo as gerações novas. Há muita polêmica sobre as novas gerações, mas eu vejo com bons olhos. Querem saber das coisas, como tudo é feito, de onde vem. São moderadas. Não quero que bebam quatro garrafas de uma vez. Prefiro que tomem ao longo da semana, por exemplo. Em todos os sentidos é um habito mais sustentável.

Quais são os desafios de adotar práticas mais sustentáveis?
Há 10 anos, convertemos o vinhedo Adrianna para um cultivo totalmente orgânico. E foi um trabalho muito difícil, porque esse vinhedo é muito especial, localizado em um lugar único de Gualtallary. Geologicamente é muito especial. Não está tão alto nem tão baixo, tem um depósito de calcário que não há em nenhum outro lugar da região. Nos primeiros seis anos, a produção caiu, e ficamos preocupados. Mas agora, a cada ano que passa, a produção sobe. Qualquer mudança provoca uma crise, mas depois um resultado. Neste ano, chegamos a quase mil hectares orgânicos, além de termos certificações sustentáveis na Argentina.

Você vem em eventos, participa de feiras, está em contato com os consumidores. É algo que você faz questão de fazer?
Entendo que é parte de nosso trabalho. Temos que explicar o que estamos fazendo. Mas vou além. Creio que deveria ser um pensamento global, não apenas meu. Para nós, fazer vinho não é fazer um produto. Muitos dizem: “que belo produto vocês têm”. Eu olho e não entendo. Isso é vinho, não é um produto. É minha vida, sabe? Quando me pedem para assinar uma garrafa, digo que parte da minha alma e do meu espírito estão ali.

Os consumidores adoram.
Sim, eu sempre busquei estar em contato com eles. Há muitos anos abri minha conta no Twitter. Na época, fui muito criticado. Hoje, todos os produtores estão lá. Depois, veio o Instagram. É uma conexão permanente. Encontro pessoas que dizem que me viram fazendo isso ou aquilo por causa do Instagram. Eu acho muito interessante.

Quais são os vinhos que você mais gosta de fazer?
Gosto muito de tudo que fazemos em Gualtallary. Quando comecei, vinha de uma instituição como a Embrapa, chamada Inta. Trabalhava com solo, geologia e viticultura. É interessante ver que em 26 anos, fizemos caracterizações do solo, analisamos as raízes desse vinhedo. E quando olhamos as calicatas (escavações feitas para análise do terreno), percebemos a evolução. E vemos as mudanças e a evolução no vinho. Antes, eles tinham potência, porque as raízes não estavam tão profundas. Agora que as raízes estão em um solo calcário com granito, os vinhos estão muito mais finos e elegantes.

Você percebe uma mudança na maneira como as pessoas se relacionam com o vinho? É um fenômeno global?
Sim, é um fenômeno global. As pessoas estão interessadas naquilo que é artesanal. E fazer vinho é um processo artesanal. Quando o vinho começar a ser feito por inteligência artificial, perderá seu valor. Porque não é possível reproduzir o estado de ânimo de quem faz a bebida. E o que se passa em cada instante. Bem como a paisagem. Cada um se atenta a um detalhe específico, e tudo isso se transmite ao vinho. É algo que a inteligência artificial não pode replicar. Acredito que tudo aquilo que é real, concreto, transparente e artesanal terá ainda mais valor.

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Fonte:

Vinho – VEJA