Nas contas de Desirée Soares, 53, casada há 22 anos com Galvão Bueno, 72, ela já conheceu 41 países. Após férias do casal por Dubai, Tóquio e Maldivas, passa temporada na sua vinícola em Candiota, interior do Rio Grande do Sul. Em conversa por videochamada com a coluna, a empresária se atrapalha com o fone de ouvido: “É que peguei o fone do meu marido”. Em seguida, lista seus lugares preferidos no mundo e palpita sobre a atual realidade brasileira com o início do governo Lula (PT): “Muita coisa precisa mudar”.
Como está a rotina do Galvão sem compromissos com a Globo? Já arrumou várias coisas (para fazer). Já teve a primeira narração dele no YouTube, né? Ele abriu o canal GB há alguns dias. Fez Brasil e Marrocos, com o Zico e convidados. E teve Fla x Flu. Justamente quando achei que fosse sossegar, não vai não.
Você também participa do documentário sobre a trajetória dele, que está sendo rodado pela Globoplay? Faço parte da vida dele e vou aparecer, a família toda vai, todo mundo deu depoimento, vai ser bem emocionante. Talvez ele nem saiba o quanto a gente gravou. A gente é muito unido. Só não fui amiga do Ayrton Senna, porque quando conheci Galvão, ele já tinha morrido. Mas sou amiga de todos: Arnaldo César Coelho, Reginaldo Leme, Felipe Massa, Rubinho Barrichello. Toda essa história que ele viveu, eu também vivi.
Você e Galvão não pararam depois da Copa do Mundo. Como estão as férias prolongadas? Maldivas era o único lugar que eu estava muito a fim de ir. Passamos uma semana no natal e, na hora de ir embora para passar o ano novo em Dubai, falei: ‘Ai, que vontade de ficar’. Dubai a gente vai todo ano, Galvão tinha Fórmula 1… Aí foi uma tristeza sair de Maldivas.
Passou algum perrengue chique? Dessa não me recordo. Mas teve uma viagem que a gente fez, primeiro para Indonésia e depois Tailândia. Na primeira semana a gente ia ao restaurante e o cardápio era assim: uma pimenta, duas pimentas, três pimentas… E eu amo pimenta. O garçom falou: ‘A senhora sabe que a nossa pimenta é forte?’. Galvão falou: ‘Pode trazer, ela gosta’. E eu: ‘Isso, pode trazer que gosto de pimenta’. Comi no primeiro dia, no segundo dia… No quarto dia estava com uma dor de estômago imensa. Galvão chamou médico no hotel, não aguentava de dor (risos). A gente se adapta a qualquer país, mas o corpinho sentiu.
Você já viajou o mundo. Quais são suas cidades imperdíveis? Toscana para quem gosta de verde. Grécia para quem gosta do mar. Rio de Janeiro, não existe cidade mais linda, mas infelizmente a segurança… E Paris para os românticos. Amamos Paris! É engraçado, na época que moramos fora do Brasil, ficaríamos em Paris. Só que pela segurança dos nossos filhos, que tinham 6 e 14 anos, a gente escolheu Mônaco. Eles andavam sozinhos à noite. Era muito mais fácil. Foram oito anos em Mônaco.
É o lugar preferido do Galvão? Ele ama o Japão. Sempre que estamos lá, quer visitar os templos, conhecer mais a cultura do oriente. Ele é curioso, quer conversar com as pessoas, ele engole livros.
Por que resolveram agora passar parte das férias no sul no país? A gente não planeja muito as férias, porque viaja tanto durante o ano por trabalho… A gente está na vinícola desde que chegou do Japão, no final de janeiro. Agora é a colheita da uva e da azeitona. A gente gosta de ficar em casa, quando não tem nada para fazer, o trabalho é viagem.
Quando surgiu a paixão por vinícolas? Quando morei em Mônaco, tinha um amigo que morava em Milão e fui visitá-lo. Convidei Galvão para ir comigo, no Fashion Week de Milão. Esse amigo, que não tem a ver com vinho, era do mundo da moda, conhecia pessoas e, num jantar, apresentou enólogos e produtores ao Galvão, que se apaixonou.
Qual é o seu vinho ideal? Tem tudo lá, até com o meu nome, que eu amo. Particularmente sou do espumante, agora para um jantar, prefiro encorpado, o cabernet sauvignon.
Você tem uma agência de modelos. É forte entre as new faces a busca pelo corpo perfeito. O que fala a elas? Passei por isso, né? Fui modelo e depois abri a escola, tenho ela há muito tempo. Falo durante as aulas, elas têm aula de psicologia, para cuidar da cabecinha. A gente não está atrás de um corpo perfeito, não existe um padrão de beleza. Tem aí meninas que são mais cheinhas que trabalham no plus size. No Fashion Week de Paris vários desfiles tinham a mulher mais cheinha. Embora o perfil internacional seja o 1m78 para cima, 90 de quadril. Mas mesmo sem esse perfil, consegue trabalhar.
É a favor da harmonização facial? Sou contra. Harmonização facial muda o rosto. Quanto mais natural, mais bonito é. Mas se te incomoda o nariz, vai lá e faz uma cirurgia de nariz. Agora se transformar para ficar outra pessoa porque acha aquilo perfeito, não existe isso. Botox, sou a favor. Cremes, laser para tirar mancha, tudo ótimo; organização facial, não!
Para terminar, como acompanha o começo do governo Lula? Muita coisa precisa mudar, a gente ainda não tem noção do que vai acontecer. Não vou falar sobre política, porque mesmo na família é dividido em dois lados, é polêmico. O Brasil merecia uma política mais séria há anos, não estou falando desse mandato, nem de quatro anos atrás. Foi uma sequência que a gente não teve sorte. O Brasil não vai mudar em quatro, oito anos. Mas tenho fé que um dia tenha saúde, educação de qualidade. É de pequeno que se faz uma nação.
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