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A prestigiada região vinícola da Borgonha reúne 84 denominações de origem, classificadas em três categorias principais: Regional, Village (incluindo Premier Cru) e Grand Cru. O território abriga ainda mais de 1.800 climats — vinhedos demarcados segundo características únicas de solo, exposição solar e condições hidrológicas.
No que diz respeito ao mercado, os preços variam significativamente: embora a Borgonha responda por apenas 0,4% da produção mundial de vinho, concentra cerca de 4% do valor total do comércio global, reflexo direto do renome e da alta demanda por alguns de seus rótulos mais raros.
Os rótulos selecionados a seguir estão organizados de norte a sul, abrangendo as sub-regiões de Chablis & Grand Auxerrois, Côte de Nuits e Hautes Côtes de Nuits, Côte de Beaune e Hautes Côtes de Beaune, Côte Chalonnaise e Couchois, além de Mâconnais.
A produção é dominada pelas castas Chardonnay (branca) e Pinot Noir (tinta), mas variedades como Aligoté, César e Gamay — em menor escala, embora muitas vezes de notável qualidade — também estão presentes.
O índice de “valor” foi calculado pelo algoritmo Vino Value, que cruza notas de degustação (subjetivas) com os preços de venda no varejo, diretamente das vinícolas. A partir desse sistema, os vinhos foram classificados como de bom (♫), excelente (♫♫) e superlativo (♫♫♫) custo-benefício. Os preços indicados são os praticados na França, mas tendem a ser mais altos em mercados como o norte-americano, em razão de fatores diversos. Importa lembrar que a seleção reflete apenas uma fração da vasta produção da Borgonha.
Chablis & Grand Auxerrois
Domaine des Malandes. Fourchaume. AOC Chablis 1er Cru. 2023. 93-94 pontos. 40 euros (R$ 256). Excelente Valor ♫♫.
Produzido por Amandine Marchive e Richard Rottiers, cuja avó começou a fazer vinhos na região há 50 anos. A família envelhece a maioria dos vinhos em uma combinação de 70% tanques de aço e 30% barris de carvalho de 500 litros da floresta de Vosges. Este Chardonnay apresenta aromas complexos de mel e frutas tropicais, provenientes de um dos climats mais quentes de Chablis. Sabores levemente amendoados em um paladar crocante, com notas de caramelo e maçã verde.
“O objetivo é colher rapidamente”, explicou Amandine. “Se estiver quente em agosto, pode-se perder acidez; se chover, há risco de mofo. Colhemos 30 hectares [75 acres ou 30 hectares] em oito dias, colhendo à mão nos lotes Premier e Grand Cru.”

Amandine Marchive de Domaine des Malandes, Chablis, Bourgogne, França Amandine Marchive de Domaine des Malandes, Chablis, Bourgogne, França
Domaine Verret. Chardonnay. AOC Bourgogne Côtes d’Auxuerre. 2023. 91-92 pontos. 12 euros (R$ 76). Bom Valor ♫.
De uma propriedade com 60 hectares (148 acres), este Chardonnay de 12,5% de álcool é vinificado 50% em aço e 50% em barris de carvalho usados. Apresenta aromas de ervas, maçãs verdes, murta e leve salinidade. Paladar oleoso e mastigável, com final de caramelo e sabores de limão/lima.
Domaine Gabin et Félix Richoux. Veaupessiot. AOC Irancy. 2021. 92-93 pontos. 25 euros (R$ 160). Excelente Valor ♫♫.
Irancy é uma exceção—uma vila e denominação que produz apenas vinhos tintos dentro de Chablis, famosa pelos vinhos brancos. A vila tem 250 habitantes, dos quais 10 são produtores de vinho. Com vinhedos acima do rio Yonne, os irmãos viticultores de segunda geração cultivam Pinot Gris, Pinot Noir e César—uma uva rara com cachos grandes. A maioria dos visitantes vem de Paris, a duas horas de trem.
Este Pinot Noir, de uma safra fria, envelheceu dois anos em carvalho e apresenta aromas clássicos da Bourgogne, como groselhas negras, cerejas pretas, pedra de isqueiro e pimenta-do-reino. Taninos macios e sedosos.
Côte de Nuits e Hautes Côtes de Nuits
Domaine Le Guellec-Ducouet. Clos Champ. AOC Gevrey-Chambertin. 2023. 96-97 pontos. 44 euros (R$ 281). Valor Superlativo ♫♫♫.
A vinícola é administrada por dois sócios—um enólogo e outro com trajetória no setor bancário. Michaël Le Guellec assumiu as vinhas que estavam sob controle da sua família desde 1920, embora antes fossem arrendadas. Eles não utilizam produtos químicos. “Buscamos vinhos frescos e frutados, que as pessoas gostem de consumir cedo,” explicou Michaël. Os vinhos são exportados para Ásia, Europa e Estados Unidos.
As vinhas que produziram as uvas deste Pinot Noir de 13,5% de álcool foram plantadas entre 1933 e 1985. Aromas clássicos da Bourgogne, incluindo pimenta-do-reino e voláteis. Taninos suaves em um vinho potente, estruturado e com final elegante.

Enólogo Michaël Le Guellec do Domaine Le Guellec-Ducouet em Brochon, Côte-de-Nuits, Bourgogne, França
Domaine des Beaumont. AOC Morey-Saint-Denis. 2022. 92-93 pontos. 43 euros (R$ 275). Excelente Valor ♫♫.
Os irmãos Tanguy e Exupèry, ambos na casa dos 20 anos, são a 8ª geração de uma família que possui uma propriedade de 5,5 hectares (13,5 acres).
O vinho é produzido a partir de uvas de cinco diferentes parcelas e apresenta aromas marcantes de bacon, querosene e funcho selvagem. Este Pinot Noir é denso e encorpado, com sabores de alcaçuz preto e anis estrelado. Taninos firmes. Uma boa opção para acompanhar carne bovina grelhada.

Irmãos Tanguy (à direita) e Exupéry Beaumont, Domaine des Beaumont, Morey-Saint-Denis, Côte-de-Nuits, Bourgogne, França
Domaine de Montmain. Les Jiromées Grande Tradition. AOC Bourgogne Hautes Côtes de Nuits. 2022. 92-93 pontos. 36 euros (R$ 230). Excelente Valor ♫♫.
Localizada em um vale ao oeste da Côte d’Or, a vinícola envelhece todos os vinhos em carvalho, com 30% de barris novos. Mathieu Piedcourt, de 35 anos, transformou o local em um destino popular, vendendo vinhos por meio de um clube de mil membros, vendas diretas e exportações.
Este Chardonnay envelheceu dois anos em barris de carvalho novos, sem filtração. Apresenta aromas intensos de toranja, limão e flores brancas. Produção de 4.000 garrafas.

Mathieu Piedcourt de Domaine de Montmain, Villars-Fontaine, Haut-Côte-de-Nuits, Bourgogne, França
Côte de Beaune e Hautes Côtes de Beaune
Maison Louis Latour. Pinot Noir. AOC Bourgogne. 2022. 91-92 pontos. 20,70 euros (R$ 132). Bom Valor ♫.
A Louis Latour, fundada em 1797, além de produzir vinhos em 48 hectares (119 acres), possui uma tanoaria que fabrica cerca de 3.000 barris por ano, exportando para países como Austrália e Canadá.
Este Pinot Noir de 13% de álcool oferece equilíbrio entre acidez e fruta, sendo uma opção versátil para encontros informais.
Maison Shaps. Les Vaumuriens. AOC Pommard. 2022. 95+ pontos. 48 euros (R$ 307). Valor Superlativo ♫♫♫.
Hanna Shaps administra a vinícola do pai americano Michael, que também produz vinhos na Virgínia, EUA. A propriedade é uma négociant, produzindo 15 cuveés e 20.000 garrafas por ano, a partir de quatro hectares (10 acres).
Este Pinot Noir envelheceu 15 meses em carvalho, com 50% de barris novos. Aromas vibrantes e elegantes, com notas de sálvia. Vinho estruturado, com taninos firmes e sabores de pimenta-do-reino. Final com notas de gergelim e soja.
Bernard et Florian Regnaudot. Clos des Loyéres. AOC Maranges 1er Cru. 2020. 95+ pontos. 18 euros (R$ 115). Valor Superlativo ♫♫♫.
Produzido por pai e filho, terceira e quarta gerações de vinicultores. Florian trabalhou com vinhos em Winona, Minnesota (EUA).
Este Pinot Noir de vinhas plantadas em 1931 possui aromas de cassis, pimenta-do-reino, tabaco e alcatrão. Um vinho escuro, profundo e elegante, com taninos suaves e fruta delicada.

Florian Regnaudot do Domaine Bernard e Florian Regnaudot, Santenay, Côte de Beaune, Borgonha, França
Côte Chalonnais & Couchois
Domaine de l’Evêché. Édition Limitée. Pinot Noir. AOC Bourgogne Côte Chalonnaise. 2022. 92-93 pontos. 25 euros (R$ 160). Excelente Valor ♫♫.
Quentin Joussier, quarta geração de vinicultores, trabalha com seu pai Vincent. Este Pinot Noir é envelhecido em barris novos e só é produzido em safras com condições ideais. Aromas intensos de cerejas, framboesas e alcaçuz, com taninos bem integrados.

Quentin Joussier do Domaine de l’Evêché, Saint-Denis-de-Vaux, Côte Chalonnaise, Bourgogne, França
Domaine Michel Juillot. Clos du Roi. AOP Mercurey Premier Cru. 2024. 93-94 pontos. 35 euros (R$ 224). Excelente Valor ♫♫.
Este Pinot Noir apresenta aromas florais delicados e sabores focados de cerejas vermelhas. “Para mim, Mercurey é cereja,” disse o enólogo Maxime Rolant.
Mâconnais
Domaine Montbarbon. En Pommetin. AOC Viré-Clessé. 2023. 92-93 pontos. 21 euros (R$ 134). Excelente Valor ♫♫.
Com 13 hectares (32 acres) de vinhas exclusivamente Chardonnay, Jean-Jacques Féral, ex-jornalista, conduz a vinícola. Este Chardonnay envelhece oito meses em barris de carvalho de 500 litros e seis meses em aço. Aromas de tangerina, mentol e salinidade. Paladar rico e cremoso, com sabores tropicais e leve mel. Harmoniza com frango ou torta de maçã caramelizada.
Domaine Auvigue. Au Vignerais. AOP Pouilly-Fuissé 1er Cru. 2021. 94+ pontos. 34 euros (R$ 217). Valor Superlativo ♫♫♫.
A vinícola funciona em uma igreja centenária restaurada. “A ideia é mostrar um estilo diferente de Chardonnay,” explicou Sylvain Brenas.
Este Chardonnay envelheceu 16 meses em uma combinação de aço e carvalho. Aromas de salinidade, abacaxi e manga. Paladar crocante e cremoso, com final de mentol e goiaba. Combina com vieiras e echalotas.
Domaine Corsin. L’Exception. AOP Pouilly-Fuissé. 94-95 pontos. 39 euros (R$ 254). Valor Superlativo ♫♫♫.

Enólogo Jérémy Corsin com uma garrafa de Domaine Corsin 1997, Mâconnais, Bourgogne, França
Fundada em 1864, esta vinícola coleta uvas de 40 parcelas diferentes. O Chardonnay é produzido com uvas de três parcelas e vinhas de 70 anos. Vinificado e envelhecido em barris, apresenta aromas minerais, com salinidade e frutas tropicais no paladar. Acidez crocante e textura cremosa.
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