Sorte nossa. O mercado brasileiro de vinhos é um dos de maior diversidade no mundo. Em países tradicionais da Europa, como Itália, França ou Espanha, praticamente só estão disponíveis os vinhos locais. Se estamos na Toscana, encontraremos majoritariamente vinhos toscanos, alguma coisa de outras regiões da Itália e quase nada de outros países. Isso se repete na maioria dos países produtores de vinho em todo o mundo. O outro lado da moeda são os países grandes importadores, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que juntos importam quase 40% do vinho do mundo (números da OIV 2020). Nestes a diversidade da oferta é grande, assim como no Brasil
Aqui importamos cerca de 140 milhões de litros ao ano, que representam em média 12.500 novos rótulos de 66 países todos os anos (números da Product Audit).
Toda esta diversidade ainda representa pouco do vinho no mundo. Para dar uma ideia, calcula-se que só a Itália possua mais de 500 mil de rótulos no mercado (estimativa do guia italiano Gambero Rosso).
Natural, portanto, que quando um enófilo brasileiro viaja de férias, ele vá em busca de descobertas, e no planeta Baco, pode crer, as possibilidades são virtualmente infinitas.
No Brasil, temos a cada dia novos e pequenos produtores, dos quais muitos não tem seus vinhos distribuídos fora de suas regiões, e que hoje não estão apenas no Rio Grande do Sul, estado de maior produção. Nomes como como InnVernia (SP) e Villa Triacca (DF), Stella Valentino (MG), Thera (SC), são bons exemplos.
Na América do Sul, vale explorar países emergentes no vinho, como Perú e Bolívia, por exemplo, e claro, mergulhar nas inúmeras novidades dos tradicionais Chile, Argentina e Uruguai.
No Chile, há novidades boas em toda a parte, mas chamam à atenção as regiões extremas, à norte, como Atacama e Elqui, ao sul, como Bio Bio, Malleco e Lago Ranco. A costa chilena também pode trazer novidades fora da curva como Ventolera, de Leyda.
Na Argentina a Malbec sempre reina em todas as regiões, mas com estilo cada vez mais fresco e elegante. A queridinha do momento, no entanto, é a Cabernet Franc, e o Alwasi Reserva Cabernet Franc, é um exemplo de novidade emergente que pode encantar.
No Uruguai, quem busca de novidades fora do comum, recomendo tintos da uva Marselan.
Se meu destino fosse a américa do norte, iria atrás de Nebbiolos do México, como o Paoloni. Do Canadá, tenho curiosidade (nunca provei) brancos da casta híbrida vidal. O Estados Unidos é um gigante nos vinhos, e para quem já explorou os cabernets, tente os zinfandel fora da curva de Lodi (CA) ou os pinot noir de Washington Estate.
Portugal, porta da frente da Europa, vive de sua diversidade inesgotável de castas. Na terrinha vale provar vinhos dos Açores, os renovados vinhos de talha (ânforas) do Alentejo, como os da Herdade do Rocim, e buscar raridades em extinção como Colares e Carcavelos (Lisboa) e Terrantez (Madeira).
Na Espanha, a estrela em ascensão são os Albariños de Rias Bajas, cujos melhores alcançam os píncaros da qualidade. Tente um Albariño Attis Embaixador.
A França, líder nos vinhos de luxo, também guarda segredos em cada esquina. Minha coqueluche particular do momento são os champagnes de pequenos produtores, como Vincent Couche, biodinâmico, que deixa algumas cuvées, 20 anos sur lir
Por fim, a Itália, campeão em diversidade, renderia coluna à parte. Para não me alongar, mando flechas no coração ao sugerir a castas tintas pignolo e nerello mascalese, e as brancas erbaluce, malvasia (de Carso-Friuli) e os raros vinhos de sobremesa picolit.
O espaço não permitiu falar do resto da Europa, da África, Ásia e Oceania, o que só confirma a infinita diversidade do vinho.
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