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Os vinhos que os europeus bebem no dia a dia

O brasileiro está descobrindo o vinho. O fato é inegável e apoiado por números. O consumo só aumentou desde que me envolvi com esta bebida há mais de 30 anos. Mas enquanto o interesse e consumo são inexoravelmente crescentes, a cultura, ou o hábito de consumo, permanecem os mesmos. No Brasil vinho é uma bebida de ocasião e na Europa é alimento diário. No Brasil ainda apreciamos o néctar de Baco majoritariamente em momentos especiais, fora de nossa rotina. Em países como França, Itália, Espanha, Alemanha ou Portugal, o vinho simplesmente está lá, sempre, todos os dias, em todas as estações do ano, em todas as refeições. Claro que o europeu faz distinção entre o vinho do dia a dia, o da ocasião especial, o do verão ou o do inverno. Mas o vinho está sempre ao seu lado.

 

Este vinho do dia a dia, logicamente tem custo menor e é mais leve. Enquanto o habitante do Piemonte-Itália deixa o Barolo e o tartufo para uma ocasião especial, ele acompanha seu risotto do dia adia, sem cerimônia, com um Dolceto, um Freisa, um Grignolino, sem falar é claro nos vinhos locais, da vila onde vive, que sequer chegam a ser engarrafados. O mesmo se dá na Toscana, onde o Brunello-com-Bistecca é para o sabadão, enquanto faz mais sentido durante a semana um Rosso di Montalcino com um pici al sugo.

 

Esta lógica, quase óbvia, se aplica em todo o continente. Barolos, Brunellos, Amarones, Grand Crus de Bordeaus e da Borgonha, Riojas Gran Reserva, tintos mais estruturados, branco barricados, que normalmente custam mais ao bolso e exigem mais do paladar, pedem ocasião. Enquanto nomes como

Valpolicella, Bardolino, Côtes-du-Rhône, Dolceto, Soave, Beaujolais, Frascatti, Lambrusco, Montepulciano d’Abruzzo, Chanti, Vinho Verde, Vino da Tavola (Itála), Vino de la Tierrra (Espanha), Vin de Pay (França), vinhos regionais em Portugal, sem falar em rosés e espumantes em geral, são menos custosos, mais leves e companheiros de todo o momento.

 

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Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO