Os dias de glória dos vinhos rosados estão de volta, em mais uma onda pink que está tomando o planeta, desta vez em múltiplos estilos.
Quem tem alguma idade e boa memória, vai lembrar de uma onda dos anos 1970, quanto rosados meio-doces eram os mais chiques e os mais presentes nas taças. Rosé d’Anjou, Lancers e Mateus Rosé eram muito populares. Este último, por exemplo, uma marca portuguesa, explodiu em vendas após a Revolução dos Cravos em 1974, na qual o regime ditatorial foi deposto e a democracia implantada. Neste ano os EUA importaram nada menos que 20 milhões de garrafas deste vinho, tornando-o a época o vinho mais vendido no mundo.
Desde então os rosés oscilaram em vendas e em estilos. Depois dos demi-sec, tivemos, nos anos 1990 e 2000 uma onda de rosés de “estilo novo mundo”. Estes tinham cor mais intensa e estilo frutado, e vinham da Califórnia, Chile, Argentina e Austrália, principalmente. Enquanto isso os rosés da Provence-França, muito claros, secos, muito leves e elegantes, mantiveram-se atemporais.
Na última década vimos dois movimentos no mercado de rosados. Primeiramente uma escalada no consumo. Embora no Brasil o tinto ainda seja mais de 70% do mercado, o rosé, com cerca de 5%, é a tipologia que mais cresce. A Nielsen Consulting divulgou que houve uma alta de 40% na venda de rosados no varejo em durante a pandemia.
Depois, uma convergência de estilos. Os frutados do novo mundo perderam espaço e produtores de toda a parte começaram a emular o “estilo Provence”. Hoje temos excelentes exemplares de várias origens, incluindo Brasil, em estilo provençal, de cor mais clara e mais leves.
As duas mais recentes ondas, contudo, observadas, nos últimos dois ou três anos, são, primeiramente o consumo masculino nos rosados, e depois a volta dos rosés mais intensos.
“The real men drink pink” é o slogan em camisetas mundo afora. A onda puxada por astros e produtores de vinhos rosés, como Brad Pitt e Bon Jovi, tem tomado força, principalmente nos EUA.
Os rosados mais intensos, como uma resposta ao fato de que a última década ter visto todos os rosados ficarem mais claros e leves, tem agregado riqueza à categoria. Em um recente almoço com um produtor, ao me servir seu rosé ele disse de forma brincalhona e pejorativa, “este não é um simples rosezinho da Provence”, referindo-se a maior estrutura de seu produto.
Alguns exemplares desta mais recente onda, de rosados intensos na cor e paladar, chegam a resgatar um nome pouco conhecido, o Clarete. Este era o nome pelo qual os ingleses chamavam os vinhos de Bordeaux na idade média, por sua pouca cor. Hoje nesta região existe uma Appellation d’Origine Contrôlée (AOC) chamada “Bordeaux Clairet”, para rosados mais encorpados, quase tintos.
Esta multiplicidade de estilos, hoje todos disponíveis, atende uma variada gama de consumidores e também de ocasiões de consumo. O rosé não é mais só mulheres na piscina. Hoje há produtos para que vão dos secos aos meio-doces, dos muito leves aos quase tintos, possibilitando uma ampla gama de possibilidades à mesa ou fora dela.
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