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O que levou o Uruguai a se tornar destaque no mundo na produção de vinhos

A Argentina lidera o ranking sul-americano em volume de vinhos produzidos. Não é por acaso, portanto, que mereça mais atenção e espaço que outros países em publicações de referência desse mercado, como o Guia Descorchados. Chile e Brasil ficam em segundo e terceiro lugar nesse ranking, respectivamente. Curiosamente, o nanico em volume de produção de vinhos no continente é o que vem se tornando um fenômeno a ser estudado. Trata-se do Uruguai, nação até pouco tempo atrás completamente fora da rota dos especialistas desse mercado e também dos apreciadores de bons rótulos.

O país que tem um quarto da população de uma capital como São Paulo não só produz atualmente muitos vinhos com ótimas pontuações internacionais (e não apenas com a tannat, a sua uva mais emblemática) como é o atual campeão de eficiência na América do Sul. Ele faz o dobro de litros por hectares do que nossos hermanos argentinos. O Uruguai também se sai muito bem em comparações para além do continente. O pequeno país chega a produzir por ano 30% mais vinho por hectares do que a Nova Zelândia. “Existem muito mais produtores por lá do que as pessoas conhecem, principalmente de pequenas bodegas. Por isso se dá um volume tão representativo de produção de vinhos finos. Há gente nova fazendo vinho de qualidade, famílias que já estão na quarta geração de vinícolas pequeninas”, diz Giuliana Nogueira, especialista em vinhos uruguaios.

A história do vinho uruguaio começou no século XVII, com a chegada de vinhas espanholas e a contribuição das imigrações basca e italiana. O suporte do governo e uma indústria inovadora fizeram com que no ano passado a Bodega Garzón figurasse na lista das 10 melhores vinícolas do ano.

Em janeiro deste ano, o jornalista inglês e master of wine, Tim Atkins fez sua terceira visita ao país. Em seis dias, degustou 300 vinhos, de aproximadamente 30 vinícolas, todas exportadoras. Em suas críticas fez questão de ressaltar a qualidade dos vinhos e em especial da uva Albariño. “O Tannat uruguaio é conhecido em todo o mundo por suas qualidades e frescor. O Albariño nunca deixa de me surpreender, a cada ano há melhores exemplares que expressam o terroir uruguaio.”

O RANKING DE PRODUÇÃO NA AMÉRICA LATINA DE HECTOLITROS POR HECTARES

120 Uruguai

70 Chile

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60 Argentina

40 Brasil

20 Peru

Fonte: Organização Internacional da Vinha e do Vinho

O NOVO URUGUAI QUE PODE SER ENCONTRADO NO BRASIL

A especialista Giuliana Nogueira fez algumas sugestões de rótulos para quem quer descobrir esse novo Uruguai. “Fiz um apanhado pensando em brancos, que são incríveis por lá e em vinícolas conectadas com tendências atuais, como um Pét-nat, um espumante jovem feito de forma ancestral, para um consumo rápido e acessível”, explica.

Rótulo — importadora

  1. Pet Nat Castel Pujol Folklore Branco de Trebbiano e Malvasia (Vinhos do Mundo)
  2. Espumante Chardonnay da Viña Éden (Ruta12)
  3. Viogner de Viña Progreso (Vinci)
  4. Albariño da Cerro del Toro (Domnus)
  5. Marsanne Naranja da De Lucca (Premium Wines) *vinho laranja
  6. Cabernet Franc da Bracco Bosca (Cantu)
  7. Anfor Merlot Marselan Tannat (Sommelier4u)
  8. Tannat da Casa Tannat (Gringo Vino) *tannat de alta gama
  9. Tannat da Casa Grande (All Wine) *Tannat sem passagem por barrica, mais fresco
  10. Solera – Bodega Nabune Sauvignon Blanc (Marvin Vinhos) *vinificado pelo método Solera, por anos ao sol direto, vinho de sobremesa.

 

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Fonte:

Vinho – VEJA