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Investimentos do Grupo LVMH nos Vinhos

Breve Histórico do Grupo LVMH

A Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) surgiu em 1987, com a fusão da famosa empresa de moda Louis Vuitton com a empresa Moët Hennessy de champagnes e conhaques, a partir daí formando um conglomerado e uma nova era para a indústria e para o segmento de produtos de luxo em âmbito global. O grupo LVMH engloba seus negócios em várias divisões, e o segmento dos vinhos faz parte da divisão “Wines & Spirits” que inclui além dos vinhos, destilados como conhaques e uísques. Mesmo com a data oficial anteriormente mencionada da formação do grupo, dados históricos comprovam que seus investimentos no setor dos vinhos remontam a 1955, no período que a Moët & Chandon iniciou a fundação de vinícolas fora da França. A seguir partilho um quadro explicativo e simplificado de um levantamento dos dados públicos que pesquisei para partilhar com você leitor, que corroboram isto.

Ilustração simplificada com um breve histórico dos investimentos do grupo LVMH no setor dos vinhos.

Investimentos do Grupo LVMH no Setor dos Vinhos

Este conglomerado de empresas está dividido em cinco grandes divisões: Moda & Artigos de Couro, Relógios & Joalheria, Perfumes & Cosméticos, Varejo Seletivo e Vinhos & Destilados. Com uma receita total de 86,153 bilhões do grupo em 2023, e a divisão de “Wines & Spirits” marcou cerca de 7,7% deste volume, gerando para o grupo 6 602 bilhões de receita bruta neste período. Outro dado interessante de partilhar é que em 2023 além da própria receita em si desta divisão, os Vinhos & Destilados apresentaram margens elevadas de 31,9%, número acima da contribuição de outras divisões do grupo. Embora não seja o principal motor propulsor do volume, esta divisão apresenta alta rentabilidade e reforça o posicionamento de luxo do conglomerado. Esta participação relativamente estável na receita pode evidenciar que o grupo vê os vinhos como um pilar, mas com moderado crescimento frente a outras divisões.

A LVMH possui cerca de 27 marcas na divisão de “Wines & Spirits”, partilharei a seguir as marcas e os seus respectivos terroirs vínicos que consegui apurar que fazem parte do portfólio desses investimentos. Iniciando pelos vinhos com perlages e na França:
Moët & Chandon (Champagne),
Dom Pérignon (Champagne),
Mercier (Champagne),
Veuve Clicquot (Champagne),
Krug (Champagne),
Ruinart (Champagne).
Já em outros países a Chandon está presente nos EUA no Napa Valley, na Argentina em Mendoza, na Austrália no Yarra Valley, no Brasil em Garibaldi, e também há Chandon na China e na Índia.

Já em vinhos tranquilos o grupo também fez belas aquisições como:
Château d’Yquem (Sauternes-Bordeaux-França),
Château Cheval Blanc (Saint-Émilion – Bordeaux-França),
Clos des Lambrays (Morey-Saint-Denis – Borgonha- França),
Colgin Cellars (Napa Valley – Califórnia – EUA),
Joseph Phelps Vineyards (Napa Valley – Califórnia – EUA),
Newton Vineyard (Napa Valley – Califórnia – EUA),
Smoke Tree (Sonoma County – Califórnia – EUA),
Cape Mentelle (Margaret River – Austrália),
Cloudy Bay (Marlborough e Central Otago – Nova Zelândia),
Terras de los Andes (Mendoza – Argentina ),
Cheval des Andes (Luján de Cuyo – Mendoza – Argentina),
Bodega Numanthia (Toro – Espanha)
Ao Yun (Yunnan – China).
A French Bloom (França) marca de vinho espumante sem álcool o grupo adquiriu participação desde 2024. As diretrizes que determinam a expansão dos investimentos do grupo são as palavras sustentabilidade e luxo.

Visão Sobre o Setor dos Vinhos

Não há um comunicado específico partilhado pelo grupo sobre o setor dos vinhos, mas de acordo com minhas pesquisas é de grande probabilidade que esta expansão do grupo nesta divisão se baseie em diversos fatores estratégicos e também culturais como:
a diversificação e sinergia com o mercado do luxo, a rentabilidade e crescimento do mercado premium, o prestígio e reforço de marca (afinal o vinho traz identidade histórica e local “terroir” e exclusividade) característica intrínsecas ao luxo, proteção contra as mudanças climáticas e garantia da oferta (compra de novas áreas), ativos tangíveis de longo prazo (terras e vinhedos), receita diversificada e mercado resiliente (venda do vinho, enoturismo, eventos, comércios online), instrumento de marketing e riqueza cultural e de storytelling (enriquecendo as narrativas).
Mas sem dúvida é evidente que os grandes motivos onde grandes grupos investem seus capitais são onde conseguem diversificar portfólio e hedge contra volatilidade, retornos estáveis e mercados resilientes com consumidores de luxos dispostos a pagar, troféus e valorização de ativos pois alguns investidores veem determinados vinhedos como ativos de prestígio e adquiri-los eleva o status do conglomerado e aumento do valor patrimonial, sinergias com turismo e hospitalidade de luxo e não menos importante a estabilidade regulatória e determinados benefícios fiscais que em determinados países podem ser obtidos.

Palavras Finais

Em resumo, os investimentos no setor dos vinhos seguindo essas premissas de aquisição do grupo LVMH, “ter o foco no mercado de luxo”, atendem a uma estratégia de diversificação, rentabilidade, prestígio e estabilidade.
Espero que você leitor tenha gostado destes compilados de dados reunidos sobre este grupo que tem investimentos vultosos dentro de um setor que amamos e que queremos que continue vivo, o setor dos vinhos, alimento milenar que trás inúmeros benefícios para saúde quando consumido de forma moderada e frequente.
Desejo boas provas com bons vinhos e muita saúde!
Saudações Báquicas !

Deixo aqui abaixo duas sugestões de leitura sobre o tema LUXO que redigi :
1 . https://dayanecasal.com/o-vinho-no-segmento-do-luxo/
2. https://dayanecasal.com/luxo-carro-e-o-vinho/

Fontes:
As informações foram compiladas de sites oficiais do LVMH, relatórios especializados e Wikipedia.
Fontes:
https://voda.akamaized.net/lvmh/2131841_686f806f7a244/files/LVMH%20Half%20Year%20Results%202025.pdf#:~:text=Profit%20from%20recurring%20operations%20by,Other%20activities%20and%20eliminations

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Fonte:

Mundo de Baco por Dayane Casal