O vinho é usado como base de preparo de outras bebidas e uma delas é o Vermuth, que, poucos se atém, trata-se de uma infusão de ervas e especiarias em vinho. Para ilustrar, todo chá é, necessariamente, resultado de uma infusão. Alguns dizem que o Vermuth é um “vinho fortificado”, a exemplo do OPorto: discordo, sendo minoria. Verdade que há, após a infusão das ervas e especiarias no vinho, a adição de destilado vinífero, mas, daí, o Vermuth já deixou de ser vinho… De onde veio? Os gregos já conheciam o Vermuth em 400 a.C., tanto é verdade que há notícias de que Hipócrates já produzia um remédio para dores cujo resultado se aproximava muito do atual Vermuth. Desde aquela época já usava um tipo de Artemísia, até hoje presente e obrigatória na produção do Vermuth.
Os melhores Vermuths do mundo são os italianos e os franceses, os mais famosos os italianos (Carpano, Martini, Cocchi, Luxardo, Rosso Antico, etc) e tal fato está porque a “receita atual” tem sua origem no Piemonte, norte da Itália que, sem sombra de dúvidas, imprimiu seu “DNA” a esta bebida. Muitos desconhecem que Vermuth não é Bitter, a que pese que ambas resultam de infusões de ervas e especiarias. O Bitter, diferentemente do Vermuth, tem como base da infusão não o fermentado vinho, mas sim a bebida destilada, podendo ser, inclusive, um destilado vinífero. No que toca os Bitters, não há a menor sombra de dívidas que eles foram produzidos como remédios, sendo verdade que, até o início do século 20, podiam ser adquiridos em farmácias. Há bitters que servem para dar certos sabores a coquetéis (a exemplo da Angostura, que tem sua origem na Venezuela) e outros, mais famosos e conhecidos, que são consumidos em doses. Creio que o mais famoso Bitter do mundo seja o Campari, cujo qual merece algum destaque. A origem do Campari data 1860, antes mesmo da unificação italiana, tendo sido criado por Gaspare Campari, em Novara, na Itália, e ganhou sua fama por conta da vibrante cor vermelha, oriunda de um corante de Conchonila, extraído do inseto de mesmo nome. Sabe-se hoje (ainda que secreta sua fórmula) que o Campari não leva mais nenhum corante da fauna, só da flora. Gaspare, que foi garçom em Milão, servia sua bebida em bar próprio na Galleria Vittorio Emanuele na mesma Milão, de onde galgou sua fama mundial.
E a história quis que o Vermuth e o Bitter se encontrassem em um dos “drinks” mais famosos do mundo (senão hoje o mais popular no Brasil, atrás somente da Caipirinha), o Negroni, que leva Vermuth Rosso, Campari e Gin em sua receita mais tradicional. Reitero, finalizando, Vermuth e Bitters podem ser consumidos sozinhos, com gelo, ou mesmo puros, dependendo do gosto de cada um. Salut!!!
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