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Geólogo prova que vinícola francesa está sobre cratera de meteorito

Perto da cidade de Béziers, no sul da França, a vinícola Domaine du Météore — domínio do meteoro, na tradução do francês — chamou a atenção do geólogo Frank Brenker, da Universidade Goethe de Frankfurt, que estava passando férias na região. Localizada em uma depressão circular com 200 metros de largura e 30 metros de profundidade, um dos vinhedos lembra uma cratera de impacto, daí o nome da marca que tem forte apelo comercial. Por muito tempo, a ideia de que um meteoro realmente caíra ali foi tratada como um golpe de marketing para vender vinhos.

Brenker e sua curiosidade mudaram isso. Por meio de análises de rocha e solo, um grupo de cientistas liderados pelo professor universitário provaram que a cratera foi formada pelo impacto de um meteorito de ferro-níquel. Ele e sua esposa coletaram amostras de rocha para análise nos laboratórios da Universidade Goethe de Frankfurt e realmente encontraram os primeiros sinais do acidente geológico.

As crateras podem se formar de várias maneiras, e as crateras de meteoritos são realmente muito raras. No entanto, as várias interpretações de como a depressão poderia ter se formado pareciam pouco convincentes do ponto de vista geológico, disse Brenker. “A microanálise mostrou que as camadas de cor escura em um dos xistos, que geralmente compreendem simplesmente uma porcentagem maior de mica, podem ser veias de choque produzidas pela trituração e fratura da rocha, que por sua vez podem ter sido causadas por um impacto”, escreveu ele, que também encontrou evidências de brecha, fragmentos de rocha angulares unidos por uma espécie de “cimento”, que também pode ocorrer durante o impacto.

No ano seguinte, Brenker levou Andreas Junge, professor de geofísica aplicada, e um grupo de estudantes ao sul da França para examinar a cratera em detalhes. Eles descobriram que o campo magnético da Terra é ligeiramente mais fraco na área interna do que na área circundante. Isso é típico de crateras desse tipo porque o impacto estilhaça ou até derrete a rocha, o que pode contribuir para diminuir essa propriedade.

Com a ajuda de ímãs fortes, os pesquisadores também encontraram esférulas de óxido de ferro de até um milímetro de diâmetro, semelhantes a outras que haviam sido identificadas em outras crateras de impacto. Análises laboratoriais mostraram que continham ferro-níquel, além de um núcleo de minerais típicos do ambiente da cratera. Além disso, os pesquisadores descobriram numerosos microdiamantes de choque produzidos pela alta pressão durante o impacto. “Tudo isso, juntamente com o campo magnético inferior e outros achados geológicos e mineralógicos, nos permite tirar quase qualquer outra conclusão: um meteorito realmente caiu aqui”, concluiu Brenker.

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Fonte:

Vinho – VEJA