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Evento traz ao Brasil pequenos produtores de vinho da França

Quando se fala em Champagne, a mítica região francesa de onde vêm alguns dos melhores espumantes do mundo, é natural pensar em um punhado de nomes extremamente famosos que exportam grandes volumes para o resto do planeta. Mas a região tem mais de 16 mil produtores que trabalham de acordo com as regras da denominação de origem. Embora nem todos produzam seus próprios rótulos, há uma enorme diversidade de produtos, vinificados de formas diferentes. E uma maneira de conhecer essa variedade é sair em busca dos pequenos produtores.

Uma oportunidade é a Festa do Champagne e do Rhône, que acontece nesta sexta-feira (25) na Anima Vinum, em São Paulo. O evento trouxe ao país produtores, os vignerons, de quatro vinícolas diferentes. Da região de Champagne estão presentes Guillame Doyard, do Domaine Doyard, e Fabrice Pouillon, do Domaine R. Pouillon et Fils.

Guillame representa a 12ª geração de produtores e a quarta geração de viticultores do Domaine Doyard, que vende cerca de 50% das uvas produzidas em 108 hectares para grandes vinícolas, e usa o restante para produzir seus próprios rótulos. O cultivo é majoritariamente orgânico: cerca de 70% das uvas são cultivadas sem agrotóxicos, muitas delas em vinhedos antigos, de 50 a 70 anos de idade. Hoje seu portfólio tem seis espumantes, dois deles safrados, que representam diferentes terroirs dentro da região de Champagne, e um vinho tranquilo. Na festa, ele apresenta o extra brut Vendémiaire Premier Cru e o nature brut Révolution Grand Cru, ambos produzidos 100% com chardonnay.

Fabrice Pouillon é um dos responsáveis por mais de 40 propriedades espalhadas pela região de Champagne, muitas delas com viticultura orgânica, uso de leveduras nativas e outras técnicas modernas de agricultura regenerativa. Pouillon conta que antes de começar a trabalhar na vinícola da família passou 10 anos estudando os solos da região e hoje oferece nove rótulos. No evento, ele apresentará três deles: o Champagne Réserve, um blend de 65% pinot noit, 20% pinot meunier e 15% chardonnay; o Les Terres Froids Premier Cru, 100% chardonnay produzido na montanha de Reims, e o Premier Cru Rosé, 100% pinot noir.

Como o título diz, neste ano a edição terá a participação de dois produtores do Rhône. A região é dividida entre Rhône Meridional, no sul, onde são produzidos os rótulos de Châteauneuf-Du-Pape, blends de até 13 castas, com predomínio de grenache, syrah, cinsault e mourvèdre. Já no Rhône Setentrional, no norte, a única uva tinta permitida é a syrah, e os brancos complexos são feitos com viognier, marsanne e roussanne.

Pierre Jean Villa é um dos produtores do norte que está no Brasil. Ele chegou acompanhado da filha, Pauline, que também cuida da vinícola e agora lança sua própria linha de rótulos. Para o evento, Villa apresentará dois tintos, ambos produzidos com syrah, préface e carmina (este feito em homenagem à ópera Carmina Burana, de Carl Orff), e o branco Primavera, 100% viognier. Villa trabalhou durante 30 anos na Borgonha antes de se dedicar ao Domaine que leva seu nome. Começou com 1 hectare de syrah, e hoje tem 24 hectares. Toda a sua produção, feita em uma região de difícil acesso, é orgânica e certificada.

Por fim, Christine Vernay e a filha, Emma, representam o Domaine George Vernay, fundado em 1930. A família teve papel importante da criação da apelação de Condrieu, hoje uma das mais procuradas pelos enófilos por causa da enorme qualidade dos vinhos produzidos nas encostas de solo granítico da região. As duas mostrarão três rótulos: Le Pied de Samson, 100% viognier, e Saint-Agathe, 100% syrah, ambos feitos na indicação geográfica Collines Rhodaniennes, e Blonde du Seigneur, 95% syrah e 5% viognier, este produzido em Côte-Rôtie, outra importante denominação do Rhône setentrional.

Ainda há ingressos à venda. O valor de R$ 798 dá direito à prova dos 11 rótulos disponíveis. Os produtores das quatro vinícolas estarão no local para conversar sobre seus vinhos.

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Fonte:

Vinho – VEJA