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Curiosidades sobre os supertoscanos

Na Itália, a Toscana é a região vinícola que possui um dos regramentos mais rígidos, seja no que toca os métodos de plantio, colheita e vinificação, seja quanto as denominações de origens controladas. Tal rigidez levou muitos produtores da Toscana, especialmente os de Chianti e Brunelli a procurarem dar asas à sua criatividade em outros locais, na própria Toscana. Podemos assim dizer que os Supertoscanos surgiram como uma revolução no cenário vinícola da Itália, Toscana. Sua história está profundamente ligada, então,  à insatisfação de alguns produtores com as rígidas regras de produção impostas pelo sistema de denominação de origem controlada italiano, o que os levou a desafiar as normas e criar vinhos de qualidade excepcional fora das regras tradicionais. Na década de 1970, viticultores visionários, como Marchese Piero Antinori e Mario Incisa della Rocchetta, foram fundamentais para o nascimento dos Supertoscanos. Mario Incisa della Rocchetta, no final dos anos 1960, começou a experimentar uvas internacionais, como Cabernet Sauvignon, no terroir de sua propriedade em Bolgheri, uma área ao longo da costa da Toscana.

Ele foi o responsável pelo Sassicaia, o primeiro vinho Supertoscano que, apesar de inicialmente não respeitar as normas da DOC (Denominação de Origem Controlada), se destacou em competições internacionais, mostrando sua qualidade excepcional. Logo depois, Piero Antinori seguiu o exemplo com a criação do famoso Tignanello, um blend de uvas internacionais como Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc com a Sangiovese, a uva nativa da Toscana. Esse vinho foi um marco importante, pois Antinori ousou misturar uvas estrangeiras e amadurecer seus vinhos em barris de carvalho, uma técnica mais associada à França do que à tradição italiana. Como esses vinhos não se enquadravam nas classificações oficiais da época, eles eram inicialmente rotulados como “Vino da Tavola” (vinho de mesa), mas logo receberam o apelido de “Supertoscanos” por sua qualidade superior. 

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Com o tempo ouve a aderência de muitos outros vinhateiros italianos e, até, não italianos. Surgiram, assim, o Ornellaia, Castello di Ama L’Apparita, Gaja Camarcanda Bolgheri, Magari (também do piemontês Angelo Gaja), Guada al Tasso Matarocchio, Tenuta di Trinoro, Solaia, Tua Rita Redigaffi.  Ultimamente começaram a surgir as vinícolas como a Campo Alla Sughera, a Caccia Al Piano Winery, a Le Macchiole, a Castiglion del Bosco (da Familia Ferragamo) e a Vinicola Luminosità; sendo verdade que os vinhos destas vinícolas boutiques têm qualidade excepcional, sem alcançar os valores impossíveis dos Supertoscanos tradicionais (Solaia, Sassicaia, Tignanello, Ornellaia e Fontalloro).

Vou sugerir alguns vinhos possíveis, que são Supertoscanos, com excepcional qualidade e bem acessíveis; da Campo Alla Sughera, sugiro o tinto Arnione, que revela a agradável complexidade; da Caccia Al Piano Winery, indico o Ruit Hora, tinto delicioso de estrutura invejável; da Le Macchiole, o Paleo Rosso é a escolha certa, sendo que nome “paleo” se refere a uma erva selvagem encontrada na costa da Toscana; da Castiglion del Bosco, o Prima Pietra tem caráter, estrutura e um potencial gastronômico incrível; por fim, da Vinicola Luminosità, destaco o fantástico AluSSinante Wine, que apresenta excelente aveludamento e acidez bem equilibrada. Sair da caixinha, até com quem já saiu da caixinha também, pode trazer um leque de prazeres muito apaixonantes. Salut!!! 

Fonte:

vinho – Jovem Pan