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Cinco destaques da ProWine, importante feira do setor de vinhos no Brasil

As feiras de vinho são importantes termômetros do setor. Importadores mostram ao público as novidades de seus portfólios, produtores internacionais participam do evento em busca de distribuidores locais, especialistas discutem tendências e empresas aproveitam a movimentação de pessoas para fazer grandes lançamentos. E, assim, observam-se tendências e movimentações fundamentais para compreender os rumos do mercado.

Entre os dias 3 e 5 de outubro o Expo Center Norte recebeu a terceira edição da ProWine, com mil marcas presentes, sendo 195 delas brasileiras. Foram mais de 10 mil visitantes, todos profissionais do setor de vinhos. Confira cinco destaques da feira:

Nova denominação de origem para espumantes
A busca pelo reconhecimento da região de Altos de Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul, como importante denominação de origem de espumantes nacionais, começou há mais de 10 anos, em 2012. No final de 2022, a primeira D.O. para espumantes do hemisfério sul foi finalmente oficializada. E, agora, as borbulhas certificadas começam a chegar ao mercado. Um dos casos mais expressivos é o da Cooperativa Vinícola Aurora, que tem um Extra Brut certificado, além do Sur Lie Gioia. O próximo lançamento será um rosé, também com o selo da D.O. no rótulo. São produtos de maior valor agregado. O Extra Brut é vendido a R$ 100, e o Gioia a R$ 150. Há também uma linha composta por três rótulos de vinhos tranquilos. Estes não recebem a D.O., mas são produzidos no mesmo terroir.

Produção de ovos de concreto nacionais
Há cerca de 20 anos, os ovos de concreto começaram a ser produzidos na França, graças ao trabalho do inquieto enólogo Michel Chapoutier, como forma de potencializar os sabores de fruta dos vinhos. Nesse tempo, os ovos se popularizaram em diversas regiões do mundo, inclusive na Argentina, Chile e, mais recentemente, no Brasil. O sommelier Hector Riquelme, eleito o melhor do Chile, diz que a técnica funciona como um “amplificador das características de cada variedade de uva”. Mas os produtores brasileiros que queriam passar seus vinhos por ovos de concreto precisavam recorrer a equipamentos importados. Não mais. A Uovo lançou seus ovos de concreto de fabricação nacional na ProWine. O primeiro vinho, um Merlot da safra 2022 da Vistamontes, de Bento Gonçalves, já foi lançado no mercado.

O avanço dos vinhos de alta gama
Apesar dos preços elevados, há uma demanda crescente por vinhos de produtores e regiões de grande prestígio. Grandes importadores oferecem opções em seus vastos portfólios, mas há um movimento de consolidação de importadores menores, especializados no mercado premium. É o caso da Tanyno, fundada em 2020 e especializada em rótulos de alto valor agregado da Europa. O portfólio inclui novidades do Chile e Estados Unidos, mas o foco é França, Espanha, Portugal e Itália. Há, por exemplo, rótulos de Champagne de pequenos produtores, ou raridades escolhidas de regiões de grande prestígio, como Borgonha, na França, e Barolo, na Itália. Não é o único exemplo. Alguns focam em distribuir seus rótulos para restaurantes, enquanto outros oferecem também os vinhos mais exclusivos direto para o consumidor final. A demanda por esses produtos existe.

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As regiões menos conhecidas da produção da Itália
Embora os vinhos de regiões como a Toscana sejam muito populares por aqui, a Itália tem inúmeras outras jóias menos badaladas e que mereciam maior destaque. É o caso da região da Sardenha. Existem mais de 250 variedades de uvas autóctones na região, mas apenas 24 são conhecidas. A principal é a casta branca Vermentino, estrela da única denominação de origem controlada e garantida (DOCG) da região, Vermentino di Gallura. Mas há também outras, tintas, como Cannonau e a Cagnulari, que dão origem a vinhos frescos e precisos na vinícola Silvio Carta. Outro destaque é Tenuta Patruno Perniola, que produz um excelente Primitivo Gioia del Colle. Trata-se de uma variedade menos conhecida que o Primitivo de Manduria, mas muito mais elegante. Não à a toa, o rótulo 1821 Riserva recebeu o Tre Biccheri, reconhecimento máximo do guia italiano Gambero Rosso. O portfólio conta ainda com um rótulo branco feito com a variedade Verdeca que, produzida na Puglia, dá origem a um vinho muito fresco com uma inconfundível nota de menta. Ambos os produtores ainda não têm importadores locais.

Portugal mostra força do vinho verde no Brasil
Organizações de produtores internacionais marcam presença na feira como forma de mostrar o que há de melhor ou mais interessante na viticultura local. Em alguns casos, os estandes são dedicados ao país como um todo, caso da Argentina, que neste ano jogou luz sobre os pequenos produtores. Em outros, os estandes são focados em uma região específica. Como os vinhos verdes produzidos na região norte de Portugal, frescos e vibrantes, que encontraram no Brasil o público ideal. Por isso, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes participou da ProWine mostrando não apenas os rótulos mais populares, jovens e refrescantes, mas também os vinhos mais elegantes feitos por lá.

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Fonte:

Vinho – VEJA