Mais do que os sanduíches únicos feitos no pão de leite tostado, com recheios que valem por uma refeição, além do queijo farto derretido e as rodelas de abacaxi mergulhada em calda, a reabertura do Cervantes de Copacabana, em outubro, resgatará um dos maiores símbolos da boemia carioca no século 20, ponto de encontro de gerações e reuniões de artistas de uma cidade que luta para ter de volta símbolos e sabores perdidos por crises sucessivas, e uma pandemia arrasadora de quarteirões.
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O responsável pelo resgate é o empresário cearense Antonio Rodrigues, dono da rede Belmonte, e “salvador” também do outros pontos de comida e cultura como o Nova Capela, na Lapa, e o Amarelinho, na Cinelândia. E ele avisa: o Cervantes vai abrir do mesmo jeito, com ligeiros acréscimos no cardápio, e preços mais em conta nos sanduíches do que os praticados por estabelecimentos semelhantes. Antonio negociou em parceria com as famílias dos sócios-fundadores, Candido Ricardo Villar Lema e Candido Carballo Perez.
No icônico balcão da Rua Barata Ribeiro, inaugurado em 1955 e fechado no início de 2021, pela tradição, os sanduíches ficam prontos em menos de um minuto após o pedido, acompanhados pelo chope igualmente famoso. Sabores que, combinados com guarnições frias como o salpicão, vivem no imaginário do paladar carioca.
Pernil e filé lideram historicamente a lista dos sabores mais pedidos no pão, entre inúmeras opções, sem falar no clássico da casa: filé, patê de fígado e abacaxi (com o queijo opcional). Todos também servidos no salão que tem entrada pela Av. Prado Júnior, onde o cardápio de pratos é extenso.
Com a volta do Cervantes ao ponto original de Copacabana – o bar e restaurante permanece funcionando na filial da Barra da Tiuca -, forma-se na calçada um trio de respeito em qualidade de comida, petiscos e boemia, no estilo “parede com parede”: Cervantes, Galeto Sat’s e Bar do David.
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Na mesma Barata Ribeiro, vale a citação, alguns quarteirões adiante, o bar Parada de Copa pode ser considerado um filho do Cervantes. O cardápio de sanduíches é quase o mesmo, e a casa nasceu quando diversos funcionários do bar fechado bateram à porta da loja de sucos que ali funcionava, dando a ideia ao empresário João Brandão, dono também do Cabidinho, em Botafogo, da abertura de um estabelecimento baseado no Cervantes, absorvendo a equipe então desempregada.
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