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Rei dos Galetos

Há três gerações dirigido pela família do senhor Celestino, que abriu a casa no fim da década de 60, o restaurante chegou às mãos de Daniela Pereira, a neta, que investiu no serviço e nas instalações, reformando as duas unidades no Centro com o arquiteto Chico Gouvêa. Nos ambientes com paredes descascadas, que revelam as pedras das construções originais, e luminárias em barris de madeira cortados no teto, a estrela é o galeto feito na brasa de carvão, com a opção da ave desossada. Ótimas apostas, os combos executivos chegam em versões como o trio do rei, com meio galeto ou steak de alcatra acompanhados de arroz de brócolis, batatas fritas e a farofa com cebola da casa.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Irajá

Pelos quatros cantos do globo, a pandemia esfacelou diversos estabelecimentos da boa comida, cenário no qual o chef e restaurateur Pedro de Artagão, de 43 anos, é uma feliz exceção. Com mais de duas décadas de carreira — uma delas empreendendo —, o carioca investiu firme em todas as vertentes de seu negócio. Manteve a ousadia e a coragem, tão necessárias nestes tempos bicudos, e transpôs toda a bagagem acumulada na alta gastronomia, praticada durante anos no extinto Laguiole e no primogênito Irajá, para empreitadas de estilos diferentes.

De seu incansável pendor para inovar, emergiram os bem-sucedidos Boteco Rainha e o vizinho Galeto, no Leblon, além da Bastarda Pizza (uma operação apenas de entregas), que expede 3 000 redondas por fim de semana. Some a tudo isso um renascimento: fechado desde aquele fatídico março de 2020, o Irajá ressurgiu na movimentada Rua Dias Ferreira, com o modelo de menu degustação.

Ali, o chef exibe arrojadas obras de arte da culinária que passam pelo lagostim com feijão, bacon artesanal e coentro; a caprese 8.0, à base de mix de tomates, queijo de cabra e mussarela de búfala; e o trio de frango de leite, com o peito recheado de trufas negras e foie gras, a coxa grelhada sob risoto de sementes e o salpicão de asinha, aipo e trufas. “Esse novo Irajá, altamente tecnológico e moderno, recuperou minha paixão pela gastronomia um pouco mais sofisticada. Estou bem fornido de todos os lados”, resume o superchef, à frente de dez operações e 290 funcionários.

Detalhe: na varanda, é oferecido um menu à la carte, com direito a alguns hits do salão. Além de mais um boteco, o Princesa, veio um novo Formidable Bistrot, com vista para as pistas do Jockey, e uma expansão de boteco para São Paulo. O show de Artagão está só começando.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Mäska

Marcos Pierre White é um chef e restaurateur britânico mundialmente conhecido por ter conferido novos ares à cozinha contemporânea nos anos 2000. Foi a partir da leitura de sua biografia que o carioca Pedro Coronha descobriu, ainda nos tempos de colégio, a carreira que gostaria de seguir. “Ele despertou em mim a ambição de ter, desde muito novo, a excelência como objetivo. Me motivou muito”, diz o jovem de 24 anos, que se formou pela Estácio e logo engatou na trilha de cozinhas estreladas. Primeiro deu expediente no Eleven Rio, do premiado chef Joachim Koerper, depois partiu para a matriz lisboeta, até chegar ao Noma, em Copenhague, detentor de três estrelas Michelin e eleito o melhor restaurante do mundo em 2021. “Desde que entrei na profissão, queria trabalhar com os melhores”, conta.

Seguindo a linha contemporânea, baseada em técnicas apuradas e estética moderna combinada a sabores pronunciados, ele está à frente da cozinha do novato Mäska, endereço de ambiente moderno que abriu as portas em junho em Ipanema. Ali, encontrou o palco ideal para exibir preparos autorais, de sotaque mediterrâneo e influência asiática, como o domburi de lagostim, com o crustáceo grelhado e no tartare com togarashi (pimenta japonesa) e bottarga, e o polvo de textura ultramacia, guarnecido de purê cremoso de batata-­baroa, chorizo, vinagrete com tomatinhos e aïoli. Servido durante a semana, o menu executivo, que muda a cada sete dias, é um capítulo à parte, da entrada à sobremesa, mas também revela os talentos do jovem cozinheiro.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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A pérola do Atlântico – Guia de viagem para a Região do Vinho da Madeira

A pérola do Atlântico - Guia de viagem para a Região do Vinho da Madeira

A Madeira é considerada um dos porta-enxertos da indústria vitivinícola portuguesa. As vinhas foram trazidas pela primeira vez para a Madeira por colonos ingleses no século XV. Através da aposta na viticultura e da determinação em cultivar excelentes vinhas, as vinhas logo cobriram grande parte da paisagem madeirense. Inicialmente, os viticultores da Madeira produziam vinhos brancos e tintos, mas desde o século XVIII, esta região vinícola tornou-se internacionalmente conhecida especificamente pelos seus vinhos generosos. Para os verdadeiros apreciadores e apreciadores de vinho, a Madeira oferece a oportunidade de percorrer a estrada da memória vitivinícola. Combine isto com a requintada beleza natural e faz da Madeira um local a não perder.

O berço do Vinho Madeira – um dos vinhos generosos mais apreciados do mundo
Visite a região vinícola da Madeira e desfrute de vinhos que alcançaram fama ao longo dos tempos. A região oferece aos amantes do vinho uma vasta gama de vinhos de excelente qualidade. Mime-se com os mundialmente conhecidos vinhos fortificados da Madeira e visite algumas das melhores casas de vinho em Portugal.

Vinhas de pérgulas

A região vinícola da Madeira faz parte do DO Madeira, DO Madeirenses e do IG Terras Madeirenses. A região é conhecida pela produção de vinho generoso com o nome do local onde é feito – Vinho Madeira. As vinhas da região vinícola da Madeira são cultivadas principalmente em pérgulas tradicionais. Destas pérgulas, os cachos pendem baixos onde são protegidos do sol pelas folhas. Este método produz altos rendimentos de uvas com alto nível de acidez. Esta característica das uvas é o que torna os vinhos da Madeira tão únicos.

Outras áreas vitivinícolas notáveis ​​na região vitivinícola da Madeira incluem o Seixal e São Vicente. Lá você pode encontrar Espumante – um vinho português efervescente, espumante e semelhante a champagne. Nos últimos tempos, o Espumante tornou-se extremamente popular entre os amantes do vinho, pois os espumantes das ilhas são sempre algo inusitado. Este espumante português tem sabores de brioche, torradas e biscoitos.

Os vinhos da Madeira são conhecidos por terem vários perfis de sabor diferentes. Apesar disso, a maioria desses vinhos carrega os sabores de açúcar, caramelo, pêssego, nozes, laranjas e avelãs. O DOC Madeira é mais conhecido pela sua sobremesa ou vinho fortificado mundialmente famoso. Estes vinhos estão disponíveis em vários níveis de doçura. Os vinhos de sobremesa da Madeira que são considerados os melhores, são aqueles que envelhecem por um período de tempo relativamente curto.

Variedades de uva

Variedades tintas: Tinta Negra, Bastardo.

Castas brancas: Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia, Terrantez, Listrao.

Como é o Gosto dos Vinhos da Madeira?

Vinhos que são feitos para agradar o paladar de todos os amantes e bebedores de vinho.

Na Madeira encontram-se ambos: vinhos de lote e vinhos monovarietais. Os vinhos brancos da Madeira podem ser descritos como frescos e delicados. Estes vinhos são muito fáceis de beber e são perfeitos quando servidos como aperitivo ou quando acompanhados de um peixe branco leve.

O vinho rosé da Madeira é outro exemplo do excelente vinho produzido nesta ilha. Normalmente, este vinho é muito aromático e tem notas de frutos silvestres e cerejas. Pode ser descrito como um vinho crocante com um nível de acidez equilibrado.

O vinho fortificado da Madeira é produzido em determinadas áreas. Este vinho é representado em vários estilos, dependendo das especificidades da vinificação (adição de aguardente vínica, processo de aquecimento, envelhecimento etc.). Existem vinhos fortificados secos, semi-secos e doces (ou seja, “ricos”) em oferta. O sabor único dos vinhos fortificados da Madeira advém do processo de aquecimento e arrefecimento repetidos do vinho. Este processo resulta no vinho com sabores de toffee, caramelo, nozes e frutas cozidas.

Lugares para visitar na Madeira

Porto Santo – A Ilha Dourada

Porto Santo é uma ilha que emerge das águas azuis do Oceano Atlântico. Esta ilha perfeita é conhecida por seus trechos de praias brancas e águas azul-turquesa. A ilha é um paraíso para os visitantes em qualquer época do ano devido ao seu clima excelente e quente. Além das praias, o Porto Santo tem uma série de outras atrações para os visitantes. Estes incluem os Jardins do Infante, o Museu Cristóvão Colombo e o Largo do Pelourinho. Porto Santo é o destino turístico perfeito com uma oferta variada para todos os visitantes.

Prazeres – Uma Pequena Cidade com Grande Charme

Prazeres é uma pequena vila da Madeira. Esta pequena e pitoresca vila portuguesa está localizada perto da Calheta. À primeira vista, os Prazeres podem parecer despretensiosos, mas não se deixe enganar! Prazeres tornou-se uma movimentada vila portuguesa com muitos restaurantes e bares incríveis. Uma das maiores características dos Prazeres é que não faz muito calor no verão, tornando-o perfeito para longos passeios panorâmicos.

Algumas das atrações mais populares nos Prazeres são a Levada Nova, o parque de ciclismo Bikulture, a Igreja de São Bento e o Jardim das Plantas Indígenas da Madeira. Há muitas opções de acomodação com vistas deslumbrantes sobre o oceano azul cintilante. Os Prazeres proporcionam a fuga perfeita da cidade e devem ser incluídos nos roteiros de todos na Madeira.

Jóia Escondida da Madeira – Viaje para o Céu

Fuja das movimentadas regiões turísticas da Madeira e faça uma viagem ao teleférico das Achadas da Cruz. Uma viagem neste belo teleférico leva os visitantes à praia da Fajã de Quebrado Nova. Até recentemente, a praia da Fajã de Quebrado Nova só era acessível por barco. Como resultado disso, ainda é relativamente remoto e esquecido pela maioria dos visitantes. Faça um piquenique e perca-se nesta área incrivelmente bonita. As praias de seixos, as águas azuis e a espetacular natureza circundante são o lugar perfeito para recarregar as energias na natureza.

A natureza é a melhor terapia – Descubra a Beleza Natural da Madeira
A beleza natural da região da Madeira é uma das suas maiores atracções. A ilha tem uma incrível variedade de fauna e flora. O ambiente natural da Madeira é tão espectacular que foi classificado como Património Mundial Natural da UNESCO. Visite a Madeira e deixe-se envolver pela natureza.

Laurissilva da Madeira – A maior floresta de louros do mundo

A Laurissilva da Madeira está localizada dentro do Parque Nacional da Madeira. Esta área é a maior floresta de louros sobrevivente, tornando-se um local único para visitar. Ao visitar a Laurissilva da Madeira, comece pelo Ribeiro Frio e faça um passeio tranquilo pela Levada. Este passeio termina numa varanda natural com vista para as belas áreas florestais circundantes. A Laurisilva da Madeira oferece a oportunidade perfeita para experimentar a natureza intocada pela intervenção humana.

Pico Ruivo – Caminhada no ponto mais alto da Madeira

O Pico Ruivo é o pico mais alto das montanhas da Madeira. Este pico está localizado a 1862m acima do nível do mar. Uma caminhada até o pico é a atividade perfeita para os amantes da natureza e para quem gosta de passar o tempo ao ar livre. No Pico Ruivo existem dois percursos pedestres diferentes. A rota mais popular é a caminhada mais desafiadora. Esta rota não é para os fracos de coração, mas oferece vistas incríveis das áreas circundantes. Os caminhantes avançados podem aproveitar esta rota que leva aproximadamente 6 horas para terminar. A segunda rota de caminhada é menos desafiadora e leva aproximadamente 3 horas para ser concluída. Pegue a sua garrafa de água e aproveite a aventura do Pico Ruivo.

Gastronomia da Ilha da Madeira

A região vinícola da Madeira não é apenas o destino perfeito para o enoturismo, mas também um paraíso para os amantes da gastronomia. A culinária local possui sabores deliciosos. Esses sabores únicos foram transmitidos por gerações desde a época dos camponeses locais. Visite a Madeira e delicie o seu paladar.

Espetada – Espetada de carne de dar água na boca

A espetada pode ser considerada o prato oficial da Madeira. Esta deliciosa refeição é o prato perfeito para quem gosta de carne. A espetada é feita com pedaços de carne bovina espetados no espeto. Antes da carne ser espetada é marinada em sal e alho e sabor adicional. A carne espetada é então cozida em fogo quente. Ao visitar a Madeira, encontrará Espetada em quase todos os menus. É mais bem apreciado com fatias grossas de pão e harmonizado com um excelente vinho tinto local.

Bolo de Mel – O bolo da Madeira

O Bolo de Mel é um bolo tradicional da região da Madeira. Os madeirenses consideram o Bolo de Mel o deserto mais antigo da região. Este delicioso bolo é feito com canela, mel, amêndoas e nozes. Tradicionalmente, o Bolo de Mel era comido no Natal, mas não é apreciado em qualquer época do ano. Uma dica ao visitar a Madeira – ao comer o seu Bolo de Mel, não corte o bolo, mas sim rasgue pequenos pedaços e coma-os à mão.

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Tudo Sobre Vinho
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Vinho Libanês

Vinho Libanês

O Líbano é um país do Oriente Médio com uma antiga cultura do vinho que experimentou um renascimento nas últimas décadas. Em 2011, cerca de seis milhões de garrafas de vinho libanês foram produzidas em 2.000 hectares (5.000 acres) de vinhedos. A vinicultura libanesa moderna se afastou das antigas cidades portuárias fenícias e do interior para o fértil Vale do Bekaa. Há também um punhado de vinhedos perto de Jezzine, alguns quilômetros além do extremo sul do Bekaa, no interior de Sidon.

A maior parte do vinho libanês é exportado para o Reino Unido, França e Estados Unidos, onde as bases de consumidores receptivos encorajaram o crescimento saudável da moderna indústria vinícola libanesa. Em 1998, havia menos de 10 vinícolas no Líbano; agora são mais de 30. Os vinhos tintos respondem pela maior parte da produção; estes são geralmente feitos a partir das uvas para vinho clássicas do sul da França; Carignan, Grenache, Syrah, Mourvèdre, Cabernet Sauvignon e Merlot. Os vinhos brancos podem apresentar Ugni Blanc, Clairette e Chardonnay.

A moderna indústria do vinho aqui pode ser rastreada até o século 19. Como não-muçulmanos vivendo em um estado muçulmano – parte do Império Otomano desde os anos 1500 – os cristãos que viviam no Líbano tinham certas liberdades, uma das quais era o direito de fazer vinho para fins cerimoniais. Foi com base nisso que, em 1857, um grupo de padres jesuítas fundou uma vinícola em Ksara, uma pequena cidade no Vale do Bekaa, o melhor terroir vinícola do Líbano.

Chateau Ksara garante seu próprio capítulo nos anais da história do vinho libanês. A comunidade cristã que fundou a vinícola original efetivamente fundou a moderna indústria vinícola libanesa, e seus esforços foram recompensados ​​com o sucesso do château como o maior produtor de vinho do país. Ainda hoje, uma em cada três garrafas de vinho libanês é produzida em Ksara, que também produz Arak, a bebida com sabor de anis que continua sendo a bebida alcoólica mais popular do Líbano. Chateau Musar e Chateau Kefraya estão entre as outras propriedades vinícolas notáveis ​​e estabelecidas há muito tempo.

As vinhas originais de Ksara foram plantadas com Cinsaut , que posteriormente se juntou a outras castas francesas. As primeiras vinhas foram trazidas da França através das colônias francesas na Argélia, e com elas veio a sabedoria vitivinícola francesa contemporânea. Isso, juntamente com o período do país sob o domínio francês no início do século 20, explica por que a indústria vinícola do Líbano é tão modelada em sua contraparte na França. É também a razão pela qual as vinícolas libanesas são descritas como châteaux e porque a autoridade nacional do vinho, a UVL, é a Union Vinicole du Liban.

A indústria do vinho também teve que lidar com um período turbulento de guerra civil de 1975 a 1990. Seus esforços para produzir e promover seu vinho durante esse período – com conchas caindo ao redor da adega e esquadrões de execução montando bloqueios nas estradas – tornaram o lendário enólogo Serge Hochar do Chateau Musar uma figura importante no comércio mundial de vinho. Ele foi celebrado como o primeiro Homem do Ano da Decanter Magazine em 1984.

A totalidade da história do vinho libanês remonta a mais de cinco milênios. Começa com os fenícios, uma antiga civilização cuja forte cultura de viagens e comércio foi de considerável importância para o desenvolvimento da civilização mediterrânea primitiva. O vinho era um importante produto de exportação para esta cultura antiga, e foi levado para o Egito em grandes volumes e negociado por ouro.

Por mais de 1000 anos, os comerciantes fenícios estenderam consistentemente sua influência de suas terras natais (atual Líbano, oeste da Síria e norte de Israel) ao longo da costa norte da África e até o sul da Europa – notadamente Sardenha, Sicília, sul da Itália, Grécia e Turquia. Eles negociavam ouro, corantes (incluindo púrpura de Tyrian), metalurgia, vidro, cerâmica e vinho. Junto com essas mercadorias vieram as matérias-primas e as tecnologias usadas para fabricá-las. Foi este talento entusiasmado para o comércio e a tecnologia que temos de agradecer por grande parte da história vitivinícola da Europa, incluindo a propagação de vários membros da Vitis vinifera família da videira.

O antigo porto de Byblos, ao norte da capital libanesa Beirute, é amplamente visto como a cidade continuamente habitada mais antiga do mundo. Era famoso na antiguidade clássica como centro vitivinícola, tanto em termos de produção como de comércio. Durante séculos, um rio confiável de vinho fluía de Biblos, metaforicamente falando, para o Mediterrâneo. Tiro e Sidon (outros portos importantes da Fenícia, ao sul de Biblos) também foram importantes centros vitivinícolas. Este permaneceu o caso até o século 16, quando os exércitos otomanos varreram para o sul ao redor do Mediterrâneo oriental. A produção e o consumo de vinho eram proibidos pela lei Sharia, de modo que a outrora próspera indústria vinícola em torno de Biblos, Tiro e Sidon ficou em silêncio.

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Tudo Sobre Vinho
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Esqueça o conhaque, harmonize seus charutos com vinho

Esqueça o conhaque, harmonize seus charutos com vinho

De Cabernet Sauvignon californiano a Riesling alemão amadeirado, encontre as melhores garrafas para complementar seus charutos favoritos.

Charutos e aguardente. Vinho e queijo. Charutos e rum. Vinho tinto e carnes vermelhas. As combinações são lendárias, para não dizer deliciosas. Mas há uma combinação de rachaduras que muitas vezes é esquecida; a de um bom vinho e um grande charuto. Eles não são dois luxos que pensamos imediatamente em reunir, mas, não há melhor momento para pegar seu saca-rolhas e seu isqueiro.

Abaixo, reunimos nossas cinco combinações favoritas de vinho e charuto. De um rubi Rioja casado com um dos melhores paus da Nicarágua ao charuto ideal para acender ao lado de uma taça de Champagne fino, deixe-nos abrir seus olhos e apresentá-lo aos jogos mais decadentes e indulgentes que o homem conhece. De nada.

Combine um Tempranillo Rioja com um charuto nicaraguense encorpado

Existem poucos vinhos tão complexos como Tempranillo Riojas. Oferecendo sabores contrastantes de couro, cerejas e outras frutas secas, eles são leves em fragrâncias terrosas e pesados ​​em taninos robustos e encorpados. Isso os torna os vinhos perfeitos para combinar com charutos da Nicarágua. Uma terra de florestas tropicais exuberantes, atividade vulcânica e belas praias, o maior país da América Central produz tabaco tão complexo e profundo quanto Tempranillo Riojas.

Eles são ideais para desvendar as nuances e sutilezas ocultas um do outro, o tabaco provocando sabores adormecidos do redemoinho de aromas do vinho – e o vinho resistente se destacando generosamente na fumaça encorpada. Sugerimos acender o intrigante San Cristobal Revelation , com sabores de caramelos a cedro em seu bastão, ao lado de uma garrafa de Torre Muga 2014.

Junte um Chardonnay australiano de carvalho e um charuto dominicano leve

Chardonnays que vêm de baixo são divisíveis – para dizer o mínimo. Enquanto alguns juram por esses engarrafamentos antípodas, o sabor abertamente amadeirado afasta outros. Mas, se você fugir ou em direção às infusões de carvalho, eles são inegavelmente companheiros de cama para doces charutos dominicanos. Este não é o seu emparelhamento de vinho encorpado usual, lembre-se – e os sabores interagem de uma maneira muito distinta.

A madeira do Chardonnay – um sabor fresco e leve – combina incrivelmente bem com algumas das ofertas mais leves e doces da República Dominicana. Muitas das marcas que circulam nesta nação insular montanhosa têm legados cubanos, e Montecristo é uma das melhores. Recomendamos acender um Pilotico Pepe Mendez , um charuto doce e de corpo médio, com uma garrafa de 2015 Penfolds Yattarna Chardonnay – um vinho que passou oito meses em barricas de carvalho para atingir o pico de madeira.

Harmonizar Cabernet Sauvignon californiano com um Cohiba cremoso

Seu emparelhamento clássico com um Cabernet Sauvignon californiano é a carne – algo como um filé de porterhouse, barriga de porco assada ou ensopado de cordeiro. Isso ocorre porque os sabores concentrados e os altos níveis de tanino conferem a incrível capacidade de cortar a maioria dos sabores. É uma habilidade que também a torna ideal para combinar com algumas das ofertas mais saborosas e sensuais da Cohiba.

Charutos como os bastões Red Dot da marca são suntuosamente montados. Notas de café e chocolate se misturam na fumaça, criando nuvens ricas e cheias de sabor que permanecerão com você por muito tempo depois de se queimar. Ou seja, a menos que você tenha um copo de táxi à mão – algo como um Perseid 2013 do Meteor Vineyard de Napa Valley – para usar seu poder de rebentar carne para alimentar seu paladar.

Combine um Riesling alemão com um charuto cubano clássico de força total

Woodiness é uma característica abrangente de todos os charutos – mas o cubano clássico e forte leva esse sabor particular para o próximo nível. Potentes, intensos e com um aroma acentuadamente terroso, esses bastões tradicionais tendem a ser feitos de uma forte mistura de folhas de Ligero e a madeira dominante de um charuto como um Bolivar Belicosos Finos pode ser um desligamento para paladares menos experientes.

Você pensaria, então, que sugerimos combinar isso com algo fresco e frutado, para fermentar esse acorde amadeirado. Mas não — estamos dobrando e servindo um copo de Riesling; O chapéu da Alemanha no ringue de vinificação. Especificamente, procuraríamos uma garrafa da Alsácia – um Riesling Schoelhammer Hugel de 2007 atinge o local – onde os Rieslings são mais pesados, mais terrosos e amadeirados o suficiente para ir de igual para igual com o cigarro mais lenhoso.

Despeje Champagne Rosé ao lado de um rico charuto hondurenho

Como o segundo maior produtor de charutos premium não-Havana do mundo, Honduras vem experimentando há anos. Hoje, de suas colinas recortadas e montanhas cobertas de selva, alguns dos tabacos mais ricos do mundo são colhidos e transformados nos charutos mais intensos e saborosos do mercado. E, com gostos tão vívidos e vibrantes como estes, apenas um vinho serve; Champagne.

Especificamente, Champagne rosé. Coloque a rolha em algo como um Moët & Chandon Brut Impérial Rosé, e sua mineralogia efervescente aumentará ainda mais os sabores deslumbrantes do seu charuto hondurenho – nós iríamos para um Camacho Corojo. É um emparelhamento deliciosamente decadente, mas, novamente, para que servem charutos e Champagne?

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9 regiões vinícolas menos conhecidas que você deve visitar ao redor do mundo

9 regiões vinícolas menos conhecidas que você deve visitar ao redor do mundo

Existem tantas regiões vinícolas ao redor do mundo que é difícil acompanhar todas elas. De Napa Valley, na Califórnia, a Bordeaux, na França, os amantes do vinho têm muitas opções na hora de planejar suas próximas férias. Mas, e as regiões vinícolas menos conhecidas?

Essas áreas são muitas vezes esquecidas, mas oferecem alguns dos vinhos mais exclusivos e deliciosos do mundo. Eles passam despercebidos porque não exportam seus vinhos ou são ofuscados por regiões próximas mais conhecidas.

Além disso, quando você visita regiões vinícolas menos populares, é provável que economize bastante dinheiro. As taxas de degustação de vinhos, assim como os próprios vinhos, são muito menos caras em comparação com as regiões vinícolas populares e famosas.

Neste post, vamos apresentar 9 regiões vinícolas menos conhecidas que você deve visitar na sua próxima viagem!

Santa Rita Hills, Califórnia

Conhecido por: Pinot Noir e Chardonnay

Se você é fã de Pinot Noir e Chardonnay, vai adorar os vinhos de Santa Rita Hills. Esta é uma das regiões vinícolas que foi destaque no filme de 2004 “Sideways”. Ele está localizado a cerca de 160 quilômetros a noroeste de Los Angeles e abriga algumas das melhores vinícolas da Califórnia.

Por causa do terreno único, o clima é ideal para o cultivo de uvas Pinot Noir e Chardonnay. As colinas correm de leste a oeste, permitindo que os ventos oceânicos do Oceano Pacífico entrem no vale formado pelas colinas e gerem uma brisa marítima fresca que equilibra os dias quentes e quentes.

Uma das melhores coisas de visitar o Santa Rita Hills é que você pode facilmente fazer uma viagem de um dia. A linda e pitoresca cidade de Santa Bárbara fica a apenas uma hora de distância, então você pode visitar a região e depois voltar para a cidade para jantar.

Principais vinícolas

  • Propriedades de Foley
  • Vinícola Ampelos
  • Adega e vinhedos Babcock

Stellenbosch, África do Sul

Conhecido por: Pinotage, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc

Situada no Cabo Ocidental da África do Sul, Stellenbosch é uma das regiões vinícolas mais antigas do país. A área foi colonizada pelos holandeses em 1679 e tem uma longa história de produção de vinho. A região abriga algumas das melhores vinícolas da África do Sul e produz uma variedade de vinhos, incluindo um dos meus favoritos que é encontrado principalmente na África do Sul chamado Pinotage.

Pinotage é um vinho tinto feito a partir de um cruzamento entre as uvas Pinot Noir e Cinsault. É um vinho encorpado com sabores de amora, ameixa e especiarias. Se procura um vinho único e delicioso, tem de experimentar o Pinotage.

Stellenbosch tem um clima favorável para o cultivo de uvas, com verões quentes e invernos frios. A área é particularmente adequada para a viticultura devido ao terreno bem drenado e montanhoso.

Uma das melhores coisas de visitar Stellenbosch é que a Cidade do Cabo fica a apenas 40 minutos de carro. A Cidade do Cabo é um dos destinos turísticos mais populares da África e por boas razões. A cidade está repleta de belas praias, comida incrível e pessoas amigáveis.

Principais vinícolas

  • Kanonkop Wine Estate
  • Propriedade Meerlust
  • Propriedade Waterford

Santorini, Grécia

Conhecido por: Assyrtiko, Athiri e Aidani

Santorini é uma das ilhas mais famosas e bonitas do mundo. A maioria das pessoas não sabe que é também uma das melhores regiões vinícolas da Grécia. A ilha está localizada no Mar Egeu e faz parte do grupo de ilhas Cíclades.

O clima mediterrâneo em Santorini é perfeito para a viticultura por causa dos verões longos e quentes e invernos amenos. A ilha também é muito seca, com muita pouca chuva. Isso é ideal para o cultivo de uvas porque reduz o risco de doenças.

As principais uvas cultivadas em Santorini são Assyrtiko, Athiri e Aidani. Assyrtiko é a principal uva da ilha que produz vinhos brancos secos, crocantes e refrescantes. É um vinho branco delicioso que é perfeito para um dia quente de verão.

Santorini é imperdível para todos. A ilha deslumbrante tem as mais magníficas vistas à beira-mar, pôr do sol romântico e falésias dramáticas decoradas com casas caiadas de branco. Agora você sabe que a ilha também é um ótimo local para visitar e provar alguns dos melhores vinhos da Grécia.

Principais vinícolas

  • Adega Gaia
  • Vinícola Gavalas
  • Vinícola Santo

Sicília, Itália

Conhecido por: Nero D’Avola e Frappato

A Sicília é a maior ilha do Mar Mediterrâneo e está localizada ao largo da costa sul da Itália. Existem inúmeras áreas vinícolas conhecidas na Itália, incluindo Toscana e Piemonte, mas esta ilha tem uma longa história de vinificação que remonta aos tempos antigos.

As uvas mais comuns cultivadas na ilha são Nero d’Avola e Frappato. Nero d’Avola é uma uva de vinho tinto que produz vinhos encorpados com sabores de amora, ameixa e especiarias. Frappato é uma uva de vinho tinto que está se tornando mais popular porque produz vinhos leves, refrescantes, frutados e fáceis de beber.

A Sicília é um ótimo destino para visitar se você estiver interessado em história, cultura, culinária e vinhos menos conhecidos, mas maravilhosos. A ilha tem algo para todos, desde suas praias deslumbrantes até suas cidades históricas.

Principais vinícolas

  • Vinícola Gambino
  • Cantina Palmeri
  • Cantina Florio

Wachau, Áustria

Conhecido por: Grüner Veltliner e Riesling

O Wachau é uma pequena região vinícola localizada no norte da Áustria. É uma das regiões vinícolas mais famosas e conhecidas da Áustria. A região está situada no rio Danúbio e tem uma longa história de viticultura.

As principais uvas cultivadas na região são Grüner Veltliner e Riesling. Grüner Veltliner é uma uva de vinho branco seco que produz vinhos magros, terrosos e crocantes. É a variedade de vinho mais popular na Áustria. Esta é uma das minhas escolhas favoritas em restaurantes nos Estados Unidos porque oferece vinho de alta qualidade que geralmente está disponível a um ótimo preço.

Desde 2000, Wachau é um Patrimônio Mundial da UNESCO, uma área de beleza natural e vistas espetaculares. É um local maravilhoso para visitar apenas pela paisagem.

Principais vinícolas

  • Domäne Wachau
  • Weingut Leo Hillinger
  • Winzer Krems

Hunter Valley, Austrália

Conhecido por: Semillon, Chardonnay e Shiraz

Não é a mais famosa, mas é uma das primeiras regiões vinícolas da Austrália. O Hunter Valley é uma região vinícola localizada em New South Wales, Austrália. A região está situada a cerca de 220 km (140 milhas) ao norte de Sydney.

As principais uvas brancas cultivadas no Hunter Valley são Semillon e Chardonnay. Semillon é uma uva de vinho branco que produz vinhos secos com sabores cítricos crocantes e acidez brilhante. Seu Chardonnay tem uma acidez mineral e sabores de pêssego branco e frutas cítricas, com um toque de carvalho.

A variedade de uva Shiraz é a mais renomada da Austrália, normalmente proveniente dos Vales Barossa e Clare. No entanto, um dos primeiros lugares a produzir este famoso vinho foi Hunter Valley. Shiraz da região são de corpo médio com um sabor distintamente salgado por causa do clima quente e estação de crescimento mais curta. As vinhas mais velhas da zona também contribuem para um sabor mais complexo e terroso.

Hunter Valley é conhecido por sua paisagem pitoresca com suas colinas e vinhedos verdejantes. A região é um destino turístico popular para os amantes do vinho e gourmets.

Principais vinícolas

  • Vinhos Tyrell
  • Vinhos McGuigan
  • Vinhos de madeira quebrada

Tokay, Hungria

Conhecido por: Tokaji Aszú

Tokay é uma região vinícola histórica localizada na Hungria. A região é mais conhecida por seu vinho de sobremesa mundialmente famoso, Tokaji Aszú. Este vinho doce é feito de uvas que foram afetadas pela “podridão nobre”, um tipo de fungo que murcha a uva e concentra o açúcar.

Tokaji Aszú é um vinho doce, rico e complexo que pode ser caro. No entanto, vale a pena alarde se você tiver a oportunidade de experimentá-lo. A região também abriga várias outras variedades de uvas, incluindo Furmint e Hárslevelű.

Se você estiver interessado em visitar uma região vinícola rica em história e que produz vinhos doces de renome mundial, Tokay deve estar no topo da sua lista.

Principais vinícolas

  • Vinícola Gotz
  • Vinícola Szedmak
  • Grof Degenfeld

Vale do Maipo, Chile

Conhecido por: Cabernet Sauvignon, Merlot e Carménère

O Vale do Maipo é uma das regiões vinícolas mais famosas e conhecidas da América do Sul. Localizado ao sul da capital, Santiago, é um dos locais mais bonitos do Chile. A beleza pitoresca da área é realçada pelos imponentes picos andinos como pano de fundo.

A principal uva cultivada no Vale do Maipo é a Cabernet Sauvignon. Esta uva de vinho tinto produz vinhos encorpados, tânicos e com alta acidez.

Os vinhos chilenos são alguns dos vinhos de melhor valor que você pode encontrar no mercado. Assim, recomendo vivamente uma deslocação a esta zona para melhor a conhecer e apreciar, pois também eles produzem excelentes vinhos. Santiago também é um ótimo lugar para se visitar e, se você estiver indo, lembre-se de que a acomodação pode ser mais barata do que no campo.

Principais vinícolas

  • Concha e Touro
  • Undurraga
  • Santa Rita

Porto, Portugal

Conhecido por: Vinho do Porto

O Porto é uma cidade histórica localizada no norte de Portugal. É mais conhecida pela sua produção de vinho do Porto. O vinho do Porto é um vinho fortificado que é feito pela adição de aguardente ao vinho durante o processo de fermentação. Isso interrompe a fermentação e deixa açúcar residual no vinho, tornando-o doce.

Os vinhos do Porto são tipicamente tintos ou brancos. O tipo mais comum de porto é o rubi, que é um vinho jovem e frutado. Os vinhos do Porto são tipicamente bebidos como uma bebida depois do jantar ou com a sobremesa.

Com guia turístico ou por conta própria, o Porto é uma excelente cidade para explorar a pé. Existem muitas adegas históricas de vinho do porto na cidade a uma curta distância umas das outras. Além disso, você também pode cruzar o rio Douro para aprender mais sobre o vinho do porto nas muitas belas vinícolas do Vale do Douro.

Se estiver interessado em provar o vinho do Porto, então uma visita ao Porto é obrigatória.

Principais vinícolas

  • Graham’s Port Lodge
  • Sandeman
  • Ferreira
Fonte:

Tudo Sobre Vinho
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Em Meu Caminho o Majestoso El Bierzo

Em perigrinação rumo à Santiago de Compostela atravessei dentre tantas terras lindas espanholas, um lugar mágico, rico em paisagens majestosas, cheias de mistérios e com um vasto patrimônio histórico-cultural e vínico centenários. A região de Bierzo localiza-se a oeste da Província de León e a “Rota do Vinho de Bierzo” está cravada entre os limites da Galícia e da Austúria e o Caminho de Santiago de Compostela cruza esse terroir fantástico, passando por inúmeras cidades como a linda Ponferrada, Camponaraya, Cacabelos e Villafranca de Bierzo, onde pude vivenciar experiencias incríveis em visita com lupa a este terroir.

El Bierzo está ligado a cultura vínica desde a época do processo da implantação de romanização na península ibérica. Por onde o império romano passou em suas conquistas territoriais eles inseriam seus hábitos, a sua cultura religiosa, as suas arquiteturas, a sua gastronomia e claro que o cultivo da Vitis vinífera para produção de vinho foi algo completamente arraigado em cada nova conquista territorial e em El Bierzo eles encontraram um terroir extremamente favorável para vitivinicultura.

Senti uma enorme emoção ao adentrar a pé esta belíssima região vínica, pedi a um peregrino que também estava no caminho captar uma imagem minha em El Acebo ao lado de um banco que dizia “O Primeiro Banco de Bierzo Vista Panorâmica”. Sem dúvida eu estava adentrando uma terra muito especial e ainda pouco desbravada no circuito do mundo dos vinhos. A vista sobre a montanha já me dava pistas que nessas terras fenômenos geológicos muito antigos ditaram a importância do clima e solo para a produção da Vitis vinífera dos romanos até a atualidade.

Há autores que caracterizam El Bierzo como uma espécie de buraco tectônico por onde percorrem vários rios e é praticamente cercado por cadeias montanhosas que o protege e que em sua geografia o demarca. Percorrendo a região pude perceber a implantação da viticultura concentrada em minifúndios espalhados nas encostas das montanhas em altitudes de 450 a 1000 metros acima do nível do mar e nos vales geralmente próximo aos inúmeros rios que cruzam a região, um local cheio de contrastes e sobretudo tornando este terroir muito peculiar.

O clima para a produção da Vitis vinífera não apresenta grandes flutuações durante o ano e é influenciado pelo clima Atlântico vindo da região da Galícia e pelo clima Continental vindo da região da Astúria. No solo existem parcelas e fragmentos muito variados alguns com mais piçarras, outros mais franco-argilosos com pedras de quartzo e outros mais arenosos.

Quanto as castas produzidas na região demarcada a tinta Mencía reina com 75% da produção da região e torna o vinho produzido neste terroir vínico com características únicas. A origem desta casta já despertou muitas controvérsias pois acreditava-se que era originada de alguma mutação da Cabernet Franc, trazida por algum peregrino francês em tempos remotos. Através da análise de DNA na atualidade sabe-se que é a mesma casta autóctone portuguesa, a Jaen. Outras castas tintas também são produzidas com a Alicante Bouchet, Garnacha Tinta, Merenzao e a Estaladiña. Já nas brancas a Godello representa 5% da produção demarcada e apesar de ser pouco produtiva atualmente tem se aumentado a produção devido a características enológicas de dar mais corpo ao vinho. Também são produzidas Palomino, Doña Branca e Malvasía de brancas na região.

No meu caminho estava o “Centro de Interpretación de la Vid y el Vino de Camponaraya (CIVI)”, um lugar que engloba o passado, o presente e o futuro da viticultura de Bierzo. Também o “Consejo Regulador de la Denominación de Origen Vino del Bierzo (D.O.Bierzo)” ao qual fiquei sabendo através do mapa vitivinícola de Bierzo que há 73 Bodegas , 1094 Viticultores e uma área de 2450 ha plantados de Vitis. A Denominação de Origem Bierzo foi reconhecida em Novembro de 1989. Um belíssimo Lagar de Vinho utilizado no século XVIII e IXX estava em exposição na rua na saída de Cacabelos. E o Palácio de Canedo ao qual fiz visita em loco em todas as suas parcelas distribuídas em 30 ha em encostas de colinas tendo a oportunidade de obter umas imagens magníficas desta região linda.

Dayane Casal e Juan Jesús Castellano González

No percurso do meu caminho de peregrinação pude obter um verdadeiro Master Class com um tradicional viticultor da região demarcada de Bierzo (Juan Jesús Castellano González) que também é Engenheiro Agrônomo e especialista em viticultura, que gentilmente me forneceu inúmeros e interessantes detalhes desta região enriquecendo ainda mais meus conhecimentos em terroirs espanhóis.

Por fim os vinhos produzidos nesta região podem ser brancos, rosés e tintos. Nos brancos a Godello predomina podendo está em varietal ou dominar os blends brancos, já nos rosés e nos tintos a Mencía está sempre presente imperando as suas características de aromas de cereja, framboesa, morango, possui corpo médio e tem textura leve em boca. Os vinhos são muito agradáveis sem dúvida, produzidos nestas terras ao noroeste da Espanha ao qual tive o enorme prazer em desbravar em meu caminho de peregrinação à Santiago de Compostela espero poder continuar degustando-os e aumentando meu leque de prova ainda mais deste terroir incrível.

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal
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Vinho que não deu certo? Conheça a origem do conhaque e suas saborosas histórias

De verdade, o vinho é uma bebida mágica, mítica mesmo! Ele é tão genial que dá origem ao destilado considerado o mais nobre do mundo: o cognac. Há muitas estórias sobre a origem do conhaque. Alguns afirmam tratar-se de “um vinho que não deu certo”, cujo produtor resolveu destilar para consumo próprio. Outros dizem que foram os comerciantes holandeses e noruegueses que passaram a produzi-lo com a finalidade de ofertarem uma “eau de vie” em concorrência a outras já no mercado, a exemplo da vodka, aquavit, whisky, rum, calvados, lambig, juniper, kirsch etc. Entretanto, penso, a verdade é que o conhaque foi criado para resolver um problema de produção. A bebida surgiu na França, no século XII, na região de Charente (sudoeste do país). Lá se produzia um vinho inferior, branco e de graduação alcoólica muito baixa, que era exportado para a Inglaterra e Escandinávia.

Porém, os produtores deste vinho tinham dois grandes problemas na produção. O primeiro é que, por ser muito delicado, esse vinho se deteriorava rapidamente. O segundo era referente aos impostos que a monarquia aplicava sobre as bebidas exportadas. Desta feita, como bem explicou Guilherme Cury, alguns vinicultores decidiram destilar uma parte do vinho. O álcool obtido, de alta graduação, muito concentrado, seria exportado, e o consumidor acrescentaria água, obtendo um novo vinho. O concentrado também seria utilizado no aumento de graduação alcoólica do vinho branco comum. Entretanto, uma parte desse álcool, não foi exportada, nem incorporada ao vinho. Simplesmente, ficou envelhecendo em barris de carvalho. Com o passar do tempo, essa bebida adquiriu uma cor caramelo e perdeu muito de seu ardor. Alí nascia o Cognac. Este processo foi aperfeiçoado por volta de 1600, pelo cavaleiro Jacques de la Croix-Maron, da Vila de Cognac, após ter tido, supostamente, um pesadelo com Satanás!  

A verdade é que, histórias à parte, a bebida conquistou o mundo todo e, a partir de 1909, passou a ser severamente normatizada, de modo que só poderia receber o nome de “Cognac” ou “conhaque” o destilado originário da região francesa demarcada e que tivesse sido produzido segundo critérios bem definidos. A uva principal é a Ugny Blanc, também conhecida como St. Émilion, sendo comuns, outrossim, a Folle Blanche e a Colombard. Penedo Borges nos ensina que, no rótulo da garrafa de Cognac, é obrigatório constar o nome da Denominação (Cognac ou Eau-de-Vie des Charentes), o conteúdo (ml ou cl) e o teor alcoólico (40% mínimo). É facultativa a menção à sub-região (Grande Champagne, Fins Bois etc) e à designação de envelhecimento (VS ou Very Special, VSOP ou Very Superior Old Pale, ou Napoleon X.O.). Nesses formatos, o Cognac é importado por cerca de 160 países e tido como produto de alta qualidade, símbolo da França e de sua arte do bem viver.

O Cognac é o que chamo de “bebida quente”, própria do inverno. Entretanto, a exemplo do run, não vejo problema algum em trazer sua temperatura para um pouco abaixo da temperatura ambiente, especialmente em face do nosso clima tropical. Uma boa técnica seria refrescar a taça. Neste caso, aquela baixa e de haste curta, própria para os “Brandies”, seria a ideal, até para se bem apreciar os aromas do Cognac — ao meu ver, uma verdadeira viagem. Falando em Brandy, cabe lembrar que se todo Cognac é um Brandy, poucos Brandies são conhaques. Salut! 

Fonte:

vinho – Jovem Pan
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Entendendo os estilos de Sauvignon Blanc

Entendendo os estilos de Sauvignon Blanc

Abordagens alternativas para fazer Sauvignon Blanc estão colhendo recompensas muito diferentes.

Há uma grande diferença entre o que o público quer e o que os críticos dizem que o público deveria querer – especialmente quando se trata de Sauvignon Blanc.

Em novembro de 2021, a uva Sauvignon Blanc havia recebido a maior pontuação agregada da crítica, o resultado revelou que a Áustria havia produzido cinco dos 10 vinhos mais bem avaliados feitos com essa variedade, com França com quatro vinhos e Califórnia um. Os vinhos da Nova Zelândia não estavam na lista.

Não fiquei completamente surpreso com esse reconhecimento da qualidade dos Sauvignons austríacos, de fato, desde que degustei o Sauvignon Blanc de Wolmuth em Londres, há 30 anos, me perguntei por que esses excelentes Sauvignons não eram mais conhecidos. Então, em abril de 2022, publicamos um resumo dos Sauvignon Blancs mais pesquisados. Em contraste com seu desempenho com os críticos, quatro dos nossos 10 “Savvies” mais populares vieram da região de Marlborough, na Nova Zelândia, enquanto nenhum era austríaco.

Essas posições contrastantes levantam a questão de quais indicadores, se houver, os produtores de cada região podem tirar da comparação de suas duas abordagens de vinificação. Quando me ofereceram recentemente a chance de visitar Steiermark  (Estíria), a região montanhosa do sul da Áustria, onde todos esses cinco vinhos austríacos Sauvignons se originaram, aproveitei a chance de descobrir quais poderiam ser as diferenças.

Provavelmente tenho uma visão muito simplificada de como o Sauvignon Blanc na Nova Zelândia, mas sua abordagem direta parece estar funcionando muito bem para eles nos mercados internacionais no momento. De um modo geral, a receita parece ser cultivar essa variedade pungente em grande escala, usando vinhedos altamente mecanizados, em terrenos predominantemente planos, explorando a irrigação se necessário e empregando um manejo cuidadoso do dossel para garantir que a colheita de alto rendimento atinja a maturação desejada níveis. A colheita ocorre no momento certo para garantir o equilíbrio desejado entre os sabores de grama, urtiga, groselha e aromas de frutas derivadas de tióis mais maduros, como maracujá, manga e goiaba. Idealmente, as frutas de Marlborough são colhidas à máquina, com a colheita ocorrendo no frio da noite ou no início da manhã para manter o frescor da fruta.

A vinificação típica do Marlborough Sauvignon Blanc vê a fruta prensada e o suco fermentando a temperaturas controladas em grandes tanques de aço inoxidável. A fermentação geralmente é iniciada com leveduras cultivadas cuidadosamente selecionadas. São tomadas medidas para manusear a fruta de forma rápida e suave para evitar a oxidação e manter o máximo de frescura possível no vinho final. Para preservar a acidez fresca e crocante do vinho, a conversão malolática é bloqueada. Para arredondar o paladar e evitar que a acidez do vinho final pareça muito acentuada, uma pequena quantidade de doçura (5-6 gramas por litro de açúcar residual) provavelmente será retida. O vinho envelhece brevemente em tanque sobre as borras antes de ser filtrado, engarrafado e enviado para o mercado.

A nova safra de um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia pode estar nas lojas e sendo vendida dentro de seis meses após a colheita e muitas marcas de Kiwi Sauvignon Blanc esgotam-se antes que a próxima safra esteja disponível. Para uma vinícola com hipoteca, o Sauvignon Blanc feito dessa maneira pode ser extremamente importante para manter o fluxo de caixa. A variedade não requer barris de carvalho caros para fermentação e envelhecimento. Não são necessários grandes insumos para a colheita ou para agitar as borras em vários barris durante a maturação. Não há necessidade de espaço em um barril caro durante o envelhecimento, e não há necessidade de carregar uma safra inteira de estoque em maturação enquanto envelhece por um ano ou mais em barril, como pode ser o caso de tintos e brancos de carvalho.

Lento e constante

Em contraste, os Styrian Sauvignon Blancs são principalmente feitos à mão. As encostas íngremes da região são predominantemente inadequadas para a colheita mecânica e isso está enraizado nas leis DAC de Steiermark para vinhos de qualidade, que não permitem seu uso. Os riscos de geadas e neblina nos fundos mais planos dos vales impedem efetivamente a maioria dos locais onde a colheita mecanizada poderia ter sido empregada de qualquer maneira. Os rendimentos são geralmente baixos, produzindo Sauvignon Blanc de sabor intenso. A variedade foi cultivada aqui há tempo suficiente para que existam muitos vinhedos maduros onde os rendimentos são naturalmente contidos. A alta pluviosidade da região (cerca de 1,2 metro ou 47 polegadas por ano) torna a irrigação desnecessária.

Ao contrário de seus colegas Kiwi, os vinicultores da Estíria não têm medo de mascarar a pungência da fruta em seus Sauvignon Blancs. Os vinhos dos principais locais de vinhedos (Ried) são rotineiramente fermentados e envelhecidos em carvalho, embora este seja geralmente grande (1500 litros), carvalho velho que adiciona toques oxidativos suaves. É comum a fermentação usar leveduras indígenas. O envelhecimento prolongado das borras para os melhores vinhos é comum, com 18 meses de envelhecimento sendo necessários para vinhos DAC designados para vinhedos, e três anos não são inéditos. A razão do longo envelhecimento é dar peso e riqueza aos vinhos para contrariar a acidez viva. Níveis de acidez de 9-10 g/l são usuais e, como esses vinhos raramente excedem 3 g/l de doçura de açúcar, a riqueza em vez da doçura está sendo usada para equilibrar essa acidez crocante.

Na área da qualidade, a indústria vinícola da Nova Zelândia – se desejar – poderia tirar muito do exemplo austríaco. Eles poderiam identificar locais mais superiores, reduzir os rendimentos, fazer maior uso de técnicas como fermentação em carvalho, fermentações selvagens, envelhecimento mais longo das borras para aumentar a qualidade e, assim, obter classificações de crítica mais altas. Vinhos como Dog Point Section 94, Greywacke Wild Sauvignon e Te Koko de Cloudy Bay demonstram que isso pode ser feito com sucesso. No entanto, não está claro por que, com seus atuais níveis de sucesso de exportação, há muito ímpeto atualmente para fazer isso.

O crescente reconhecimento da qualidade dos Sauvignon Blancs feitos de produtores da Estíria, como Tement, Stattlerhof, Wolmuth, Neumeister, Erwin Sabathi e Gross, certamente impulsionará o aumento da procura tanto da distribuição quanto da popularidade desses vinhos. A falta de volumes de produção, no entanto, de marcas individuais da Estíria – especialmente os melhores vinhos de vinha única – torna improvável que os vejamos desafiando marcas como Cloudy Bay, Alan Scott ou Kim Crawford entre as mais procuradas por Sauvignon Blancs.

Fonte:

Tudo Sobre Vinho