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Para você, que só fala de presunto pata negra

Quando a família real chegou ao Rio de Janeiro, a cidade ainda era fechada para o mundo, sem transporte, calçamento ou higiene. Comprava-se a carne-seca ao lado de onde se jogava o lixo, não havia saneamento algum e, nos mercados de rua a céu aberto, pairava um cheirinho de hortaliça vencida e peixe podre no ar.

Mas o Rio, capital do Primeiro Reinado, crescia. E os viajantes, profissionais liberais, e a massa trabalhadora com algum dinheiro, tinha de comer. Além dos doces e salgados vendidos pela rua, a solução para a fome fora do lar era “tomar comida” das casas particulares ou “comer de pensão”, mas o precursor daquilo que chamamos de ‘restaurante’ eram as casas de pasto, locais sem placa nem nada, anunciados pela boca do povo, em almanaques, jornais ou cartazes, com o endereço ou nome do dono.

Em 1809, aparece o primeiro anúncio de casa de pasto da história do Rio de Janeiro: “José Narciso, mestre cozinheiro, faz saber ao respeitável público que, no Catete, junto à venda do Machado, se abriu uma nova casa de pasto, na qual dá mesa redonda a 800 réis cada pessoa. Quem a quiser separada para jantar, tem quarto fechado, havendo na dita casa boas massas, salsichas, e tudo mais com muito asseio”.

Vejam bem: o primeiro registro de restaurante no Rio trazia a palavra SALSICHA.

E de onde ela viria? Provavelmente de um chiqueiro, dez passos adiante.

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Não havia porcos no Brasil, antes do tal “Descobrimento”. Foram trazidos da Europa, ainda no século XVI, e tiveram que se adaptar ao clima, solo, legumes e grãos. Com o tempo, foram cruzando e tomando um jeito só nosso e hoje há algumas raças que só existem no Brasil, como é o caso dos porcos moura, nilo, piau, entre outros.

Nas pesquisas históricas do início do século XIX era muito comum ver ruas com uma sequência como essa: havia uma quitanda, uma embaixada, uma chácara, um estábulo de vacas para o leite fresco, uma mansão e, claro, um chiqueiro. Tinha porco para tudo que é lado, fosse no fundo das casas, nos quintais ou até dentro de casa. E até por isso, até o fim do século XVIII, a charcutaria, fosse importada ou nacional, fazia muito sucesso.

A primeira colônia de imigrantes do País foi estabelecida em 1818 por D.João VI, em Nova Friburgo. Além da distribuição de terras aos colonos, de sementes para o plantio, mulas para transporte e bois e vacas para tração e leite, foram dados porcos, para alimentação.

Não havia chiqueiros. Eram criados soltos ao redor da casa e o rebanho comia o mesmo que o dono: milho, batata-doce, abóboras e raízes. Depois do abate,  a carne ia para o fumeiro, fundamental para a charcutaria e conservação de alimentos, à época. Claro… não havia geladeira.

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Não só as carnes, mas também feijões e outros alimentos eram conservados em banha de porco. Assim, Friburgo se torna um dos principais fornecedores de banha, além de “toucinho de primeira qualidade”, costela e linguiça para a capital, e a suinocultura se manteve com a chegada dos imigrantes alemães, que em 1824 se espalharam pela serra Fluminense.

Pois é. Toda essa tradição e identidade históricas correm o risco de se perder.

Breno Furtado e sua cava subterrânea
Breno Furtado e sua cava subterrâneaMaria Clara Mangi/Arquivo pessoal

Breno Furtado é um dos melhores charcuteiros do Brasil, na minha singela opinião, e está no processo de tentar obter o Selo Arte (um certificado de identidade e qualidade, que possibilita o comércio nacional de produtos elaborados de forma artesanal). Sua empresa, a Porco Alado, é a única charcutaria do país que cura seus embutidos em sistema de cava natural, e justamente em Nova Friburgo.

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Para quem não sabe, no processo da cava é preciso inocular uns “fungos do bem”, como os do queijo roquefort, por exemplo, para a preservação dos embutidos.

Há 6 anos, Breno assim fez. Com o passar do tempo, a colônia fúngica se juntou a elementos da região e, hoje, uma nuvem branca recobre todas as peças de charcutaria penduradinhas em sua cava. Esse “bom mofo”, não só protege os embutidos dos patógenos externos, como dá um sabor mais doce e delicado ao produto, com DNA totalmente fluminense. É um produto artesanal único, com lindo marmoreio e cor avermelhada, gordura macia e textura amanteigada, que nada deve a qualquer outro de alta qualidade que eu tenha visto fora do Brasil. Mas o grande diferencial é, claro, a matéria-prima.

Seu guanciale e pancetta são feitos inteiramente com o porco nacional da raça “moura”, que se acha no Paraná ou em Minas, já que todos aqueles porcos de quintal do nosso passado sumiram do Estado do Rio e deram origem a grandes indústrias de porco branco.

Enquanto o porco branco, comum, tipo large white é de muita gordura abdominal e pouca quantidade no lombo, raças nativas como piau e moura têm muita gordura nas costas, de um tipo mais rígido e de melhor qualidade para a charcutaria. Além disso, o percentual é diferente. Enquanto o porco industrial tem em torno de 7,5% de gordura na composição de carcaça, a raça moura tem de 12,5% a 13%, e pode chegar a ter o dobro.

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Muito tem se falado sobre a importância e qualidade das raças nativas, mas a verdade é que os produtores andam sofrendo.

Um dos fornecedores da Porco Alado é Ingrid Kliewer Thiessen, que cria porcos no Paraná, há 25 anos. Começou com 40 animais e chegou a ter 700 matrizes em regime confinado, entregando, em média, 1500 leitões por mês para grandes companhias. Há 3 anos, refletindo sobre o propósito do seu trabalho, decidiu investir no resgate do porco moura.

o porco moura e a criadora Jessica Kliewer
o porco moura e a criadora Jessica Kliewer, ao fundoBreno Furtado/Arquivo pessoal

Hoje, ela e sua filha Jessica criam os animais em sistema semiconfinado. Durante o dia, ficam soltos em piquetes, cercados de verde. Se alimentam principalmente de maçãs, ameixas, peras, abóboras, capim e outros legumes e verduras de sua horta, com alguma ração complementando a necessidade de cada fase. É lindo, parece a cena do século passado, mas é claro, custa muito mais caro.

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Os animais chegam a Breno através de Charles Novinski, doutor em Zootecnia, que certifica, rastreia e audita os animais.

Será que vale a pena?

Toda essa poesia dos porcos bem nutridos, vacinados, criados soltos e felizes, como antigamente, não consegue competir com os preços do porco comum, criado em escala industrial. Alguns criadores já começam misturar o rebanho com Duroc e outras raças, para baratear o preço da carne e sobreviver. Vários deles se questionam se essa “causa” vale o imenso esforço.

Adoramos falar de charcutaria estrangeira, de presuntos ibéricos, discursamos sobre a alimentação de bellotas e processos lá de fora e pagamos uma fortuna por isso. O Selo Arte é uma imensa evolução na valorização do produto artesanal, mas antes dele, falta o consumidor reconhecer o valor que tem bem debaixo do seu nariz, no fundo do seu quintal.

raças crioulas de Ingrid Kliewer
raças crioulas de Ingrid KliewerBreno Furtado/Arquivo pessoal
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Comer & Beber – VEJA RIO
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Abertura do Fatchia, na Glória, reforça a tendência de pizza-bar no Rio

É fatia de pizza na mão, e na outra o coquetel. A trilha sonora desfila em alto e bom som, e quem precisa de mais para ser feliz? Um projeto de feições inéditas na cidade, nascido no terreno fértil cultivado pelos criadores de entretenimento Edu Araújo e Jonas Aisengart, tendo ao centro, dessa vez, o DJ e criador de pizzas Rodrigo Facchinetti, confirma a vocação atual das noites cariocas para o advento do pizza-bar.

+ Circuito Comer & Beber Baden Baden oferece menus harmonizados

Bruno Machado
Fatchia: pizza, drinque e vinil na GlóriaBruno Machado/Divulgação

O movimento do qual faz parte o novo Fatchia, aberto em sobrado da Glória, uma onda que rima qualidade de produtos e execução com a informalidade necessária, começou por aqui pelas mãos do ex-nova-iorquino Sei Shiroma. Os créditos são necessários ao inventor do fenômeno Ferro & Farinha, que não poupou esforços para ensinar que pizza boa fica melhor se comida com as mãos: ele simplesmente não tinha talheres na primeira versão de seu… pizza bar. A Officina Locale, do premiado Guilardo Rocha, é outra inauguração recente que fermenta no forno e na taça, parte de um roteiro que passa também pela Jotabê, no Jardim Botânico, e a Canastra, de Ipanema.

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Fathia

“Abrimos um ‘pizza disco bar‘, subindo a escadinha de um sobrado bonito, de cuidado no som, coquetelaria de alta qualidade e ambiente intimista”, afirma Edu Araújo, também à frente, em sociedades, de lugares como o Quartinho, o Chanchada e o Pope. Sobre as fatias retangulares, algumas finalizadas no balcão e de borda “sensual”, com o queijo caramelizado, ele diz: “O Facchinetti faz aquela pizza estilo ‘Detroit’, com alvéolos na massa que fermenta por 48 horas, leve e com quantidade maior de queijo”.

Entre vinis, DJs e artistas convidados, desfilam no Fatchia sabores como a pepperoni (R$ 32,00), com o embutido que a batiza, molho de tomate, mel picante e parmesão. E a Kale Caesar (R$ 28,00), com couve crocante e molho caesar. Na sobremesa, uma promissora “apple pie” traz maçã caramelizada e chantilly de mascarpone (R$ 24,00). Tudo acompanhado por drinques de Jonas Aisengart, a exemplo do Gloria Groove old fashioned (R$ 34,00), que leva Ballantine’s finest infusionado com café, cacau e cereja, angostura e xarope simples. Ou o Frutilly amarelo (R$ 34,00), feito com Absolut Vanilia, maracujá, manga, xarope simples e iogurte.

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Pizza-bar: Fathia tem massa aerada e queijo generosoVinícius Rocha/Divulgação

Ferro e Farinha

Nas calçadas, salões e terraços da Ferro e Farinha, que estreou em 2024 entre as 10 primeiras do ranking 50 Top Pizza na América Latina, a dobradinha entre bordas chamuscadas e taças adornadas permanece agregando clientes. “Lancei a fórmula do pizza bar para unir as coisas que eu gosto. Quando cheguei no Rio (há 10 anos), a pizza era com vinho ou refrigerante. Percebi esse espaço para outra proposta. A Ferro descontraiu com qualidade, terraço aberto, música alta, mesas próximas e bons coquetéis”, diz Sei Shiroma.

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Ferro e Farinha: july in miami é novidade de Alex MirandaRafael Mollica/Divulgação

A Ferro acaba de lançar novidades, incluindo uma pizza vegana com queijo de castanha de caju, e novos drinques do craque Alex Miranda: o july in Miami (R$ 39,00) leva rum, Aperol, abacaxi, limão siciliano e hortelã. E o lareira tropical (R$ 42,00) tem tequila José Cuervo Prata, fireball, abacaxi assado na lenha, grapefruit e limão. Entre as pizzas clássicas, e rocket queen (R$ 63,00) segue abalando com mussarelas defumada e fior di latte, tomates marinado e assado, rúcula e pecorino romano.

Officina Local

A Officina Local é outra recém-chegada de trabalho próprio, na personalidade do pizzaiolo Guilardo Rocha. Ele ampliou seus domínios e conta com balcão de coquetéis na entrada, e uma carta feita com esmero, bebidas e insumos selecionados na consultoria de Marina Alice, da Hausto, com o chefe de bar Leandro Saré.

Na casa de Botafogo, o Ma che naíma (R$ 26,00) relê o clássico brasileiro com gim, suco de limão siciliano, xarope de orégano e licor de ervas. O Amari Spritz (R$ 34,00) traz mix de amaros, água com gás, borbulhante de cambuci, e laranja. Para acompanhar, a pizza umbria (R$ 59,00) tem base de queijos mussarela fior di latte e ricota, cogumelos paris no vinho, alho negro, parmesão, chimichurri e tomilho. E a nova seleção de entradas conta com o arancini carbonara (R$ 26,00, três unidades), um bolinho de arroz com queijo, pancetta, creme de gema e bechamel gratinado.

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Officina Local: drinques para harmonizar com pizzasRodrigo Azevedo/Divulgação

Jotabê

Quem pintou também em 2024 foi a pizzaria Jotabê, depois de muito tempo operando apenas no delivery. No bar do salão, a coquetelaria está a cargo da premiada Jessica Sanchez. E surgem drinques como o Los Hermanos (R$ 40,00), com tequila Don Julio Blanco, cordial de abacaxi, licor de flor de sabugueiro, solução cítrica e bitter. Já o Lilly (R$ 40,00) é um clarificado que mescla vodka Ketel One, lichia, solução cítrica, iogurte natural e licor 43. Direto do forno, a oro verde (R$ 86,00) é sucesso na casa, combinando pesto de manjericão, mussarela fior di latte, mortadela speciale, stracciatella, creme de pistache, pistache e manjericão.

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Jotabê: Jessica Sanchez foi convocada pela pizzariaMenta Foods/Divulgação

Nai Pizza Bar

A sempre animada cena de Botafogo ganhou também o Nai Pizza Bar, que chegou anunciando um mix de quatro farinhas importadas na massa de fermentação longa, em ambiente de bar noturno e coquetelaria. A pizza la parmigiana traz berinjelas gratinadas no forno com tomate, mussarela de búfala e grana padano (R$ 66,00). E o tropical tonic (R$ 38,00) leva gim, abacaxi, água tônica, capim limão e hortelã.

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Nai: margaritas no balcão da casa de BotafogoInternet/Reprodução

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Pizzaria Canastra

Na charmosa Pizzaria Canastra, em Ipanema, saem do forno à lenha discos como a La Madonna (R$ 53,00), com molho de tomate pelati, mussarelade búfala, tomate cereja, basílico, parmesão e azeite extra virgem. Da carta de drinques autorais, o Moulin Rouge (R$ 30,00) une vodka, purê de frutas vermelhas, limão e espuma de gengibre.

Só não vamos confundir: o drink é Margarita. A pizza, Margherita.

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Canastra: o charme da rede nas pizzas de Ipanema./Divulgação

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Fim de semana tem feira de café em Niterói e festival de comida nordestina

O Festival Arretado diz ao que veio no próprio nome, e a cultura nordestina se destaca no Shopping Nova América de sexta (16) a domingo (18), com entrada gratuita. Serão três dias de programação intensa, com restaurantes especializados preparando receitas como baião de dois, carne de sol com macaxeira e acarajé, entre outras. Estandes de cervejas artesanais, cachaçarias e drinques completam a experiência.

+ Chefs premiados assinam os menus do Circuito Comer & Beber Baden Baden

O festival terá uma programação cultural diversificada, com shows de forró pé de serra, axé e piseiro, performances de capoeira, frevo e maracatu. Para quem busca levar um pedacinho do Nordeste para casa, uma feira de produtos típicos, artesanato e literatura de cordel estará à disposição. O evento terá também uma área própria para as crianças.

O Shopping Nova América fica na Av. Pastor Martin Luther King Jr., 126, Del Castilho. Sexta, das 17h à 0h; sábado, das 12h à 0h; domingo, das 12h às 23h.

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No Plaza Niterói, chegou a vez da bebida diária que é consumida com mais qualidade a cada dia. Começa nesta quinta (15) o Festival do Café, que reúne mais de 20 estandes de cafés especiais, cervejarias e empórios, com oficinas, palestras e apresentações musicais. O festival tem entrada gratuita e vai até domingo (18), das 11h às 21h, na praça de eventos do shopping.

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Entre os expositores estão pequenos cafeicultores do estado e de outras regiões do Brasil, que apresentam versões da bebida com diferentes métodos de produção. Produtores de cervejas com cafés, pães e chás também marcarão presença, com estadnes oferecendo degustações. A agenda inclui também palestras sobre a história e as curiosidades do café, além de oficinas de métodos de preparo da bebida. Shows de jazz, rock instrumental, blues e bossa nova estão marcados para os três dias de evento, após as 17h.

O Plaza Shopping Niterói fica na Rua Quinze de Novembro, 8, Centro.

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Chefs premiados assinam os menus do Circuito Comer & Beber Baden Baden

A qualidade dos cardápios reflete o talento de seus comandantes no Circuito VEJA Comer & Beber Baden Baden. A primeira edição do festival que explora sabores e combinações surpreendentes, entre receitas de requinte e os estilos de cerveja oferecidos pela Baden Baden, envolve chefs premiados no preparo dos pratos. O circuito apresenta menus de entrada, prato principal e sobremesa, harmonizados com cerveja do início ao fim, e fica em cartaz até o dia 8 de setembro, abraçando 29 estabelecimentos do Rio e de São Paulo.

+ Circuito Comer & Beber Baden Baden oferece menus harmonizados

No restaurante contemporâneo Rudä, eleito o melhor de comida brasileira no Veja Rio Comer & Beber 2023, o chef Danilo Parah oferece o chorizo curado na brasa com emulsão de limão galego, manteiga de garrafa e molho roti, que faz um par perfeito com a cerveja Baden Baden IPA. O menu da casa, com entrada, principal e sobremesa, todo harmonizado, sai por R$ 280,00.

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Danilo também cuida da seleção de sabores do Mäska, outra casa que brilha no Circuito VEJA Comer & Beber Baden Baden. Seu prato principal harmoniza com a mesma cerveja utilizando a carne suína: copa lombo defumado, abóbora assada, cogumelos em fonduta de queijo, molho de café e mix de ervas. O menu completo e harmonizado da casa custa R$ 227,00.

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Masi: prato com cubos de salmão ganha cerveja Baden Baden com toque de pêssego./Divulgação

Na seara japonesa, quem capricha nas cores e sabores é o chef Nao Hara, um dos mais importantes na história dos restaurantes nipônicos na cidade. No Masi, ele oferece de entrada cubos de Salmão com creme de burrata e chutney de tâmaras, prato que se casa com a Baden Baden Peach, cerveja refrescante que leva pêssego na receita. Ela acompanha também o principal de salmão em crosta de pistache com arroz cremoso de aspargos. O menu completo custa R$ 260,00.

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Belisco: bao de barriga à moda coreana de Monique Gabiatti./Divulgação

Vale a pena também degustar as opções do Belisco, em Botafogo, onde a chef Monique Gabiatti harmoniza o bao de barriga suína coreana com a Baden Baden IPA. O menu completo custa R$ 160,00.

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O Rudä fica na Rua Garcia d’Ávila, 118, Ipanema. 12h/0h (dom. a ter. até 23h).

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O Mäska fica na Rua Joana Angélica, 159, Ipanema. 12h/0h (dom. seg. e ter até 23h).

O Masi fica no Hotel Nacional. Avenida Niemeyer, 769, São Conrado. 19h/0h (sáb. 12h/0h; dom. e fer. 12h/22h; fecha seg.).

O Belisco fica na Rua Arnaldo Quintela, 93, Botafogo. 19h/0h (fecha dom. e seg.).

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Na semana mais fria do ano, 6 pratos para aquecer corpo e alma no Rio

Um prato vegano chama a atenção no novo cardápio de inverno do Café Tero, localizado no Morro da Conceição, no Centro. O chef Tobia Messa oferece um belo bobó de cogumelos (R$ 37,00), com alho-poró e cebola roxa tostados. Fica na Ladeira Felipe Neri, 11-A, Saúde.

+ Vai uma branquinha? 5 destaques do Festival da Cachaça de Paraty

Restaurante de cozinha de requinte, sob o comando do chef Rafa Gomes, o Tiara inclui entre novidades da estação um ragu de carne angus, com massa spaëtzle e caldo rico do próprio cozimento (R$ 98,00).

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Tiara: ragu suculento do chef Rafa GomesVitor Faria/Divulgação
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É prato famoso no italiano Sult, em Botafogo, a lasanha de carne clássica (R$ 75,00), com fonduta de grana padano, molho roti e pangratatto. Fica na Rua Fernando Guimarães, 77.

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Sult: lasanha com fonduta de queijo é carro-chefe na casa./Divulgação

Ostras também podem aquecer, conforme exibe o Escama em sua panelinha de ostras (R$ 62,00), entrada onde os moluscos vindos de Cananéia (SP) recebem molho cremoso com shitake e tomatinhos. Fica na Rua Visconde de Carandaí, 5, Jardim Botânico, tel.: (21) 99753-6126.

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Escama: ostras em molho quente e cremosos./Divulgação

O chef nova-­iorquino Sei Shiroma dedica parte do menu do Suibi (Rua Dias Ferreira, 45, Leblon) aos noodles, e o kimchi ramen vem com barriga de porco, ovo marinado, kimchi e a massa em caldo apimentado (R$ 69,00). Fica na Rua Dias Ferreira, 45, Leblon.

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Suibi: Sei Shiroma levou kimchi ao ramenRafael Mollica/Divulgação

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No Chez Claude, o clássico boeuf bourguignon leva no molho, à base de vinho tinto, cogumelo paris, petit-pois e cenouras, servido com a massa artesanal orecchiette (R$ 98,00). Fica na Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon.

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Chez Claude: o boeuf bourguignon na versão do chef./Divulgação

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Vai uma branquinha? 5 destaques do Festival da Cachaça de Paraty

O Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty chega à 42ª edição na cidade histórica da Costa Verde. O evento começa nesta quinta (15) e vai até domingo (18), com atrações como estandes de degustação, oficinas e workshops no universo da bebida, menus especiais nos restaurantes, e diversas apresentações musicais gratuitas. Algumas das melhores cachaças brasileiras são produzidas na região, onde os alambiques têm histórias centenárias para contar.

+ Circuito Comer & Beber Baden Baden oferece menus harmonizados

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Paraty: cidade ganha fim de semana animado de shows, comidas e bebidasInternet/Reprodução
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Cachaças de Paraty para se conhecer:

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  • A Maria Izabel utiliza a cana orgânica plantada no Sítio Santo Antônio, bela paisagem no litoral do município. O trabalho artesanal vai do plantio ao engarrafamento, com exemplares da bebida com diferentes idades de envelhecimento, até 7 anos em barris de carvalho.
  • A cachaça Pedra Branca é feita no vale de mesmo nome, região de natureza preservada e cachoeiras entre a serra e o mar, com trecho do antigo Caminho do Ouro. A Cais do Porto é cachaça premium da marca, envelhecida em barricas de carvalho francês por dois anos, e em barricas de umburana por um ano.
  • A cachaça Paratiana é outro destaque entre as mais tradicionais, com prêmios nacionais e estrangeiros no currículo. Entre rótulos diversos está a Gabriela, versão licorosa que mescla cachaça branca, cravo e canela.
  • Outra “marvada” de respeito é a Coqueiro, que mantém o processo de fabricação dos antigos engenhos, fundada no início do século 19. A Coqueiro Ouro é envelhecida por 4 anos em barris de carvalho francês. Como curiosidade, é a cachaça utilizada pelo carioca Galeto Sat’s, famoso pelo culto ao destilado brasileiro, na produção de suas caipirinhas.
  • As cachaças premiadas do alambique Engenho D’ouro também merecem a degustação. A linha premium tem cachaças envelhecidas em madeiras como jequitibá e grápia, e a casa apresenta ainda um exemplar “cold distilled”, destilado sob vácuo e envelhecido em tonéis de carvalho francês.
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Maria Izabel: cachaça feita por uma mulher que faz parte da história de ParatyInternet/Reprodução

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O Vinho do Vulcão Vivo – DOC Etna

Imagem do Vulcão Etna, Linguaglossa – Sicília, Agosto 2024 por Dayane Casal

O Sul da Itália colonizado pelos gregos era chamado por eles de Oinotria, que significa “terra do vinho”, mais tarde os romanos chamaram a estas terras de Enotria. A história do vinho neste país ultrapassou vários períodos da história, vindo a se tornar o império romano o maior propagador da cultura vínica no mundo. Este país abriga de norte a sul uma enorme variedade de terroirs e de produção de estilos de vinhos diferentes, possibilitando uma enriquecedora jornada desvendar cada região vitivinícola. A Sicília, maior ilha do mediterrâneo, localizada no sul é um destino imperdível a quem ama o universo da cultura vínica com diversos locais vitícolas diferentes.

Por essas terras está o vulcão Etna, sendo o mais alto da Europa e em atividade, e na área demarcada do mapa o desenho lembra uma ferradura formada em seu sopé, nela estão implantados vinhedos de forma heróica, que insistem em desafiar ao próprio vulcão.

Crédito de Imagem: Atlas Mundial do Vinho, 7° Edição

Descrição do Terroir DOC Etna

A DOC Etna foi estabelecida em 1968, sendo a primeira da Sicília e uma das primeiras da Itália, desde então nunca foi alterada ou revista. Em sua área demarcada ocorrem diariamente pequenos terremotos e tremores pois está sob a junção de duas placas tectônicas, além da atividade vulcânica em si. Ao redor das quatro bocas com as crateras do Etna podemos encontrar uma incrível mistura de exposições ao qual os vinhedos estão implantados inclusive com diferentes altitudes que se estendem de 480 a 1300 metros acima do nível do mar, intensidades de ventilação, com predominância de vinhas antigas em solos de variadas texturas de magma cristalizado de diversos períodos da história. Todos esses detalhes somados tornam cada vinho do Etna diferente um do outro. A viticultura em grande parte não permite mecanização o que torna a mão-de-obra um custo importante a ser considerado no preço do vinho.

Uma curiosidade na legislação da DOC Etna é que vinhos produzidos acima de 1000 metros de altitude não podem ser classificados como DOC. Os produtores já estão se mobilizando para alterar esta legislação antiga e que prejudica esses heróis que se dedicam diariamente a cultivar a Vitis nas áreas da montanha. A produção é dividida em 133 Contrade “distritos” distribuídas na encosta norte, na encosta sul, na encosta sudeste e sudoeste, na encosta nordeste, como ilustrado no mapa acima.

Pela maioria da área percorrida podemos visualizar vinhas plantadas em sistema de vaso “gobolet” e em alguns vinhedos mais jovens observa-se o sistema de espaldeira com guyot duplo. Um detalhe curioso que pode ser observado, é a prática “comum na região” do sistema de mergulhia, onde se enterra parte de uma vara da planta mãe com a ponta para fora da terra, para dar origem a uma nova planta com as características genéticas da planta ao lado.

Clima – DOC Etna

Os verões são quentes e os invernos são frios e rigorosos expondo as uvas a grandes variações de amplitude térmica. As diferenças de altitude contribuem para uma variedade de micro-climas. O nível pluviométrico também varia dependendo da localização das vinhas, podendo chegar em algumas áreas frentes ao mar a índices com 2000 mm/ano, e este fenômeno ocorre devido a corrente de vapor d’agua quente que segue até a área da montanha e chegando lá recebe um choque térmico formado por uma barreira de ar frio que se condensa e formando chuvas. Já em outras áreas o índice pluviométrico é baixo o que contribui para sanidade dos vinhedos.

Imagem por Dayane Casal, Agosto de 2024

Solo – DOC Etna

Solos vulcânicos ricos em basalto se alteram em características que variam de cinzas finas até granulosas pedras, com características de períodos históricos bem diferentes uma das outras. A composição do solo influência a percepção de mineralidade tão presente nos vinhos PDO Etna .

Castas – DOC Etna

As principais castas produzidas na região “Montagne”, como os locais chamam ao Etna são as brancas Carricante, a Minella Bianca, a Catarratto, a Trebbiano e a Grecanico, já as tintas mais comuns são Nerello Mascalese e a Nerello Cappuccio, mais também podemos encontrar a Pinot Nero e a Grenache com menor área de encepamento.

A Nerello Mascalese é a casta mais plantada nas encostas do Etna, uma cepa que especialistas comparam com a Nebbiolo devido o longo ciclo e com a Pinot Noir por ser mais sensível “melindrosa” a qualquer mudança nas condições locais. Seus bagos apresentam película grossa e de cor azul. Com esta uva são produzidos os vinhos tintos, tintos riserva, rosés e os espumantes do Etna. É permitido até 10% de uvas brancas dentro de blends dos vinhos tintos.

Em visita in loco observei a utilização em alguns vinhedos de caulino, que é um mineral natural formado pela caulinita, em geral de cor branca, utilizado em diferentes situações e que na viticultura tem sido empregado como uma espécie de “filtro solar” nas áreas onde ocorrem insolações rigorosas, para evitar desidratação dos bagos como no exemplo da imagem acima.

Estilos de Vinhos – DOC Etna

A seguir uma descrição das classificações dos vinhos do PDO Etna, que diferem em alguns detalhes entre Etna Branco, Etna Branco Superior, Etna Tinto, Etna Tinto Riserva, Etna Rosé, Etna Espumante.

Imagem por Dayane Casal, Agosto de 2024
Etna Branco Casta Carricante podendo ser em varietal ou blends que contenham no mínimo 60% dela. A Catarratto Comune ou Lucido podem estar em até 40% do blend. Outras castas indígenas podem estar em até 10% do blend.
Etna Branco Superior Casta Carricante em varietal ou mínimo de 80% do blend com mais 20% de outras castas indígenas.
Etna Tinto Nerello Mascalese em varietal ou mínimo de 80% do blend com mais 20% de Nerello Cappuccio, ou no máximo de 10% de outras castas indígenas
Etna Tinto Reserva Nerello Mascalese em varietal ou mínimo de 80% do blend com mais 20% de Nerello Cappuccio, ou no máximo de 10% de outras castas indígenas
* 4 anos de estágio, sendo 12 meses mínimo em madeira (barrica).
Etna Rosé Nerello Mascalese em varietal ou mínimo de 80% do blend com mais 20% de Nerello Cappuccio, ou no máximo de 10% de outras castas indígenas
Etna Espumante Branco / Rosé Nerello Mascalese em varietal ou mínimo de 80% do blend com mais 20% de outras castas indígenas.
* Classificação dos Vinhos PDO Etna

Os vinho vinificados a partir da Nerello Mascalese apresentam alto teor de álcool, alta acidez, cor rubi intensa, presença da mineralidade, média estrutura, bom equilíbrio e adstringência.

Enoturismo na Região do Etna

A região possui diversas atrações que envolvem o setor do enoturismo, onde pode-se conhecer com riqueza de detalhes a produção dos vinhos produzidos na área e também outros produtos agroalimentares como mel, azeite de oliva, ervas e demais especiarias e condimentos.

Partilho a seguir dois produtores de dimensões e estilos de vinhos bem diferentes que vale a pena fazer a visita, o primeiro Emilio Sciacca Etna Wine, localizado em Linguaglossa e possui o slogan “Vinho, Homem, Natureza, Etna” com a filosofia ” para um vinho ético e natural”. A empresa nasceu em 2015, a primeira vindima foi realizada em 2018, também possuem vinhas em Biancavilla, onde utilizam vinhas para fazer ajustes nos blends de seus vinhos.

O outro produtor é Tenute Orestiade Winery, um produtor com maior dimensão e que produz vinhos em diversos terroirs na Sicília. No DOC Etna a adega e os vinhedos estão localizados em Mascali, com belíssimas vistas e com possibilidade de estadia em suas instalações.

Este exótico e incrível terroir do mundo dos vinhos reserva além de inúmeras paisagens belíssimas e um povo heróico e resiliente, possui enriquecedoras possibilidades em percebermos aromas e sabores em vinhos que são verdadeiras obras de arte entre a natureza e a ação humana. Deixo-vos uma sugestão de colocarem em seus próximos destinos de enoturismo uma visita ” a Montagne” o Etna.

Boas provas e saudações báquicas !

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Desejo boa jornada através desta rica leitura!

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Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal
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Detalhes do escândalo de vinhos contrabandeados em restaurante vip de SP

O mercado brasileiro de gastronomia não tem outro assunto nos últimos dias: só se fala no caso da Operação Bordeaux, da Receita Federal, que, na última quarta, 7, bateu às portas do TUJU, um dos melhores restaurantes de São Paulo (duas estrelas no Guia Michelin), apreendendo um lote valioso de vinhos franceses às vésperas de dois jantares exclusivos com ingressos unitários vendidos a quase  15 000 reais, mais 15% de taxa de serviço. Os rótulos em questão seriam as estrelas dos eventos batizados de “O melhor dos Estados Unidos”. A ideia era justamente destacar aos clientes a oferta de grandes vinhos, todos eles com avaliações acima da média assinadas pelo célebre crítico Robert Parker. As bebidas harmonizariam com um jantar de dez tempos a cargo do conceituado chef Ivan Ralston.

Os vinhos escolhidos para esses eventos faziam parte de um lote de 352 garrafas recolhidas pela fiscalização no restaurante. Segundo a Receita, o estabelecimento integra um grupo que, entre outros negócios, tem uma importadora, a Clarets, e uma distribuidora de bebidas (em nota enviada à coluna, o TUJU negou fazer parte dessa holding, embora o restaurante tenha como um dos sócios Guilherme Lemes, responsável pela Clarets). A estimativa é de que o valor da mercadoria recolhida no ato, ou seja, as tais 352 garrafas, é de aproximadamente 1 milhão de reais. Após a batida da fiscalização, esses vinhos foram enviados a um depósito no bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Ao final do processo, podem ser destruídos ou leiloados.

A Receita Federal iniciou a investigação a partir de uma denúncia feita por uma associação do setor. “Há quinze anos todo o mercado sabe o que acontecia na Clarets”, contou um empresário dessa área, sob a condição de anonimato. “Era claro para todos que a operação não era regular, com valores declarados de vinhos importados chegando em alguns casos a um quarto abaixo do valor real”, completou essa mesma fonte.

LOTE DE 6 MILHOES DE REAIS

Para a Receita Federal, também não há dúvidas sobre irregularidades. Segundo os responsáveis pela Operação Bordeaux, o lote de 352 vinhos apreeendidos no TUJU foram importados de forma irregular. “Entre outros fatores, não constavam nas garrafas a rotulação obrigatória do Ministério da Agricultura para esse tipo de produto”, explicou à coluna AL VINO o auditor-fiscal Alan Towersey, chefe da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho (Direp) da Receita Federal em São Paulo.

Há uma considerável possibilidade de que o problema seja ainda maior. Ao final da ação realizada na última quarta, a fiscalização colocou sob suspeita um total de aproximadamente 4 000 vinhos do mesmo grupo. A mercadoria é avaliada em 6 milhões de reais. Durante a operação, os fiscais se surpreenderam ao encontrar quatro malas de viagem num dos endereços do grupo, todos elas com etiquetas do aeroporto Charles de Gaulle, de Paris, na França.

Vale a pena recapitular o saldo da Operação Bordeaux: ela teve como alvo um total de 4 000 vinhos, sendo que os fiscais tiveram certeza no ato de que 352 deles eram frutos de contrabando. O restante dos rótulos, ou seja, a grande parte do lote, segundo a Receita, contém indícios também de importação irregular.

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Procurada pela coluna para comentar a operação da Receita, a assessoria de imprensa do TUJU respondeu por meio de uma nota, dizendo que o estabelecimento tem todas as notas fiscais referentes ao pagamento dos 352 vinhos, segundo o restaurante, “adquiridos no Brasil do acervo pessoal de um dos sócios do restaurante, que também figura no quadro societário de uma importadora de vinhos”. Ainda de acordo com a mesma nota,  “parte das garrafas era destinada a uma degustação privada da referida importadora (nota da redação: a Clarets), sendo que o TUJU havia sido apenas contratado para operacionalizar tal jantar, que foi cancelado em virtude do ocorrido”.

Segundo a assessoria de imprensa da Clarets, foram fiscalizadas na sede da empresa “todas as garrafas do estoque e do showroom, e nenhuma irregularidade foi constatada”. Falta ainda combinar isso com a Receita Federal. De acordo com o órgão, a Clarets tem um prazo de cinco dias para apresentar a documentação atestando que os milhares de rótulos colocados sob suspeita na Operação Bordeaux não são fruto de contrabando. A Clarets promete responder no prazo. Os responsáveis podem ser processados pelo crime de descaminho e outros correlatos.

A seguir, a íntegra da nota enviada pela Clarets à coluna AL VINO:

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“A Clarets esclarece que recebeu os fiscais da Receita Federal em 7 de agosto de 2024 nas dependências da sede da empresa e no restaurante Tuju, do qual o fundador da empresa, Guilherme Lemes, é um dos sócios. Na sede da Clarets, foram fiscalizadas todas as garrafas do estoque e do show room, e nenhuma irregularidade foi constatada. No Tuju, foram fiscalizadas aproximadamente 5.700 garrafas, e não foram encontradas irregularidades na adega. Foram apreendidas 352 garrafas, e não 4 mil, como erroneamente publicado por alguns veículos. Todas as garrafas apreendidas pertenciam ao acervo pessoal de Guilherme Lemes e foram vendidas ao Tuju, com as devidas notas fiscais. Em posterior fiscalização na sala do CEO Guilherme Lemes, também foram retidas 90 garrafas de sua adega pessoal, que não tinham propósito comercial, como presentes de produtores e amostras para provas, garimpadas ao longo dos seus 12 anos no setor. Estas garrafas foram apreendidas pela fiscalização para apresentação de maiores informações”.

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Vinho – VEJA
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Dia dos Pais em bares e restaurantes tem roda de samba e carimbó

Baródromo

Como é gostoso cair no samba no Dia dos Pais. O domingo (11) ferverá no Baródromo, no Maracanã, em seu ambiente dedicado ao Carnaval. A tradicional feijoada vai rolar das 12h às 22h, com muito samba. O cantor e compositor Leonardo Bessa comanda a roda, às 16h. E tem promoção: na compra da primeira cerveja Cacildis (R$ 14,00), uma outra é por conta da casa.

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Além da tradicional feijoada completa, servida com arroz, farofa, couve e laranja (R$ 42,00, individual), o bar tem opção vegana: a Feijoada Nota Dez, com abóbora, berinjela, batata doce, cenoura e abobrinha (R$ 42,00, servida com couve, arroz, farofa e laranja). O cadápio traz diversos petiscos e pratos com nomes de desfiles clássicos e personalidades do samba. Para beber, cerveja de garrafa (de R$ 13,00, a Brahma, a R$ 18,00, a Heineken, ambas de 600 ml), caipirinhas e uma carta de drinques autorais, elaborada por Thiago Teixeira, como o Glória ao Almirante Negro, que leva cachaça, gengibre, limão, Cynar e xarope de melaço (R$ 29,00).

O Baródromo fica na Rua Dona Zulmira, 41, Maracanã.

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Pescados na Brasa

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Pescados na Brasa: a cozinheira Adriana na dança do CarimbóCamila Bessa/Divulgação

O carimbó também é opção de música ao vivo e dança, na animação dos domingos no Pescados na Brasa, no Riachuelo. As vibrações paraenses começam às 13h no Dia dos Pais, com o grupo regional Afroribeirinhos e o DJ Letto, seguido de roda de samba com Magal do Cavaco. A casa abre às 11h e as mesas na rua são disputadas em dias de evento, a dica é chegar cedo para garantir o lugar e se esbaldar com os quitutes da cozinheira Adriana Veloso.

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Além dos peixes na brasa há comidas típicas como vatapá paraense (feito com azeite de dendê, farinha de trigo, camarão seco e leite de coco, R$ 35,90) e o tacacá (tradicional feito com tucupi, jambu, camarão seco e goma de tapioca, R$ 35,90). Na véspera, o sábado (10) traz o café da manhã regional em bufê livre, das 8h às 11h, com tapioca molhada, cuscuz com coco ou manteiga, ovos mexidos, tábua de frios, macaxeira, bolos e tortas (R$ 72,90 por pessoa). Reservas pelo telefone: (21) 99359-4753.

O Pescados na Brasa fica na Rua Vitor Meireles, 92, Riachuelo.

Hills

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Hills: feijoada com paisagem bonita na UrcaTomás Velez/Divulgação

A Feijoada de Dia dos Pais chega completa ao Hills, embaixo do Morro da Urca, com bufê e música ao vivo. Tem feijão preto cozido, paio, costela, filé mignon suíno e carne seca. Nas guarnições, arroz branco, couve, torresmo de rolo, banana frita, noisette de aipim e laranja. A feijoada estará disponível no próprio domingo (11), das 12h às 16h, a R$ 70,00 por pessoa. A música fica por conta da banda Mixxtura, que toca todos os estilos (couvert artístico a R$ 20,00).

O Hills fica na Praça General Tibúrcio, 520, Urca. Reservas pelo telefone: (21) 97710-2304.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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A poética do vinho e do amor paternal: um brinde ao Dia dos Pais

No caleidoscópio das memórias, onde as cores do passado se entrelaçam com os tons suaves do presente, encontramos um refúgio no vinho, uma poética fusão de tempo e terroir. O Dia dos Pais nos brinda com a oportunidade de mergulhar nesse universo líquido, onde cada taça erguida é uma saudação às raízes, às histórias contadas e aos silêncios compartilhados.

Na vinha do coração, onde os sentimentos amadurecem como cachos ao sol, cada garrafa traz consigo a promessa de um encontro, de um abraço traduzido em aromas e sabores. Um Cabernet Chileno, vigoroso e apaixonado, evoca a robustez de um pai que, com mãos firmes e coração generoso, guia-nos pelos caminhos da vida. Seus taninos, densos e profundos, sussurram histórias de montanhas e vales, onde o vento andino dança com as videiras, criando uma sinfonia que ressoa em cada gole.

Ao lado, um Gran Reserva da Rioja nos convida a uma viagem pelo tempo. Envelhecido em carvalho, ele é o símbolo da paciência e da sabedoria adquirida com os anos. Seus aromas de frutas maduras e especiarias são um convite a explorar os mistérios do passado, a redescobrir os momentos em que um simples olhar ou uma palavra carinhosa tecia o fio invisível da confiança e do amor incondicional.

Em contraste, o Borgonha tinto traz a elegância sutil das paisagens francesas. Delicado e ao mesmo tempo complexo, ele nos lembra que a verdadeira força reside na gentileza. Seus sabores, uma dança de frutas vermelhas e notas terrosas, ecoam a suavidade de um pai que sabe ouvir, que encontra beleza na simplicidade e nos pequenos gestos que marcam a vida cotidiana.

Um Malbec Argentino, com seu caráter intenso e aveludado, é a personificação da paixão e da força. Ele evoca a imagem de um pai que enfrenta as tempestades da vida com coragem e determinação, oferecendo sempre um ombro forte e uma palavra de encorajamento. Seus sabores de ameixas maduras e especiarias são um convite a celebrar a vida em sua plenitude.

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E então, o Barolo surge, majestoso e envolvente, com seus aromas de rosas e alcaçuz, um tributo à paixão e à perseverança. Este vinho piemontês, com sua estrutura firme e final longo, é como um pai que, mesmo diante dos desafios, mantém-se firme, guiando com amor e determinação.

Para completar essa sinfonia de sabores, um Espumante Brasileiro traz a leveza e a alegria que só as bolhas podem proporcionar. Ele simboliza os momentos de celebração e felicidade, lembrando-nos que cada conquista, por menor que seja, merece ser brindada. Seus aromas de frutas frescas e flores brancas são um convite ao sorriso, à dança e ao desfrute dos momentos preciosos ao lado daqueles que amamos.

Cada garrafa, uma metáfora do tempo compartilhado, das conversas que se alongam noite adentro, do riso fácil e das confidências trocadas. No Dia dos Pais, brindamos não apenas aos homens que nos deram a vida, mas às lições de resiliência, de alegria e de sabedoria que eles nos proporcionaram.

Há algo de mágico no ato de abrir uma garrafa de vinho, especialmente quando o fazemos em celebração àqueles que nos moldaram. O som do saca-rolhas, a visão do líquido rubi enchendo a taça, os aromas que se desprendem e envolvem nossos sentidos – tudo isso se transforma em um ritual de conexão e gratidão.

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O vinho, em sua essência, é um diálogo entre a terra e o homem, um testemunho das mãos que cultivam, colhem e transformam. E, ao celebrarmos o Dia dos Pais, reconhecemos que essa mesma dedicação e amor se refletem na paternidade. Cada gole é uma homenagem à presença constante, ao apoio inabalável e ao carinho que transcende o tempo.

Que neste dia, ao erguermos nossas taças, possamos sentir a presença daqueles que, com sua sabedoria e afeto, nos guiaram. Que possamos nos perder nos aromas complexos, nos sabores ricos, e encontrar, em cada detalhe, a essência do amor paternal.

Brindemos, pois, aos pais, com a profundidade de um Cabernet Chileno, a maturidade de um Gran Reserva da Rioja, a elegância de um Borgonha tinto, a intensidade de um Malbec Argentino, a majestade de um Barolo e a alegria de um Espumante Brasileiro. Que cada vinho nos conte uma história, nos transporte a um momento especial e nos relembre que, assim como no vinho, na paternidade encontramos a beleza nas nuances e a perfeição nos detalhes.

Neste Dia dos Pais, celebremos com o coração cheio de gratidão e uma taça sempre cheia, porque o amor, assim como o vinho, é um legado eterno que nos acompanha, geração após geração.

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Comer & Beber – VEJA RIO