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5 sanduíches para experimentar no Burger Fest, competição nacional

A 19ª edição do Burger Fest entra em cartaz no dia 1° de novembro e reúne mais de 100 restaurantes, bares e hamburguerias em cinco estados brasileiros. As casas participantes criarão um hambúrguer e um acompanhamento, a preço livre, em receitas que poderão ser incrementadas com diferentes versões de molhos da marca Heinz, patrocinadora do evento.

+ Veja Rio Comer & Beber: saiba quais são as comidinhas finalistas do prêmio

Em 2024, o ranking Burger Fest elegerá os 50 melhores hambúrgueres do Brasil por meio da curadoria do festival e pelo voto popular, através do site: www.burgerfest.com.br.

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Lipe Borges
Malta: casa de carnes tem burguer dry aged com emmentalLipe Borges/Divulgação

No Rio, entre outros participantes, o Malta Beef Club (Rua Saturnino de Brito, 84, Jardim Botânico) apresenta o Da Roça: pão brioche, burger dry aged, queijo emmental, tempurá de milho e Honey Mustard Heinz (R$ 48,00). Acompanha batata à provençal (R$ 12,00).

Já o Encarnado (Rua General Polidoro, 141, Botafogo) traz o Robertão: dois smashs de 80 gramas, american cheese, alface, cebola, molho especial com ketchup Heinz Picles e Tabasco chipotle, acompanhado de batata frita (R$ 52,00).

O Culto Bar (Rua Arnaldo Quintela, 89, Botafogo), por sua vez, oferece o Cebolinha: Blend da casa, cheddar, cebola crispy, bacon, onion rings, e ketchup Heinz Bacon e Cebola Caramelizada, no pão brioche (R$ 50,00).

Lipe Borges
Encarnado: casa aposta nos smashes e molho feito com pimenta Tabasco chipotleLipe Borges/Divulgação

Na casa Os Filhos da Mães! (Av. Salvador Allende, 6700, loja 140, Recreio dos Bandeirantes), a pedida é O Bello: hambúrguer de 180 gramas de Angus coberto por maionese de trufas, cogumelos portobello sautée e queijo parmesão da cidade mineira de Lima Duarte (R$ 49,90). Acompanha batatas fritas com maionese de trufas, picles de pepino preparados na casa e uma fina cobertura de queijo parmesão (R$ 24,90).

A Fire House (Rua Francisco Real, 375, Bangu) criou o Biquinho: pão brioche com gergelim, geleia de pimenta biquinho, blend Angus de 150 gramas, queijo brie, cebola crispy e maionese de alho (R$ 44,99). Acompanha snacks de queijo camembert empanado (R$ 14,99).

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Veja Rio Comer & Beber: saiba quais são as comidinhas finalistas do prêmio

A contagem regressiva está aberta para os Oscar dos sabores. Uma seleção tentadora de delícias concorrem ao prêmio VEJA RIO COMER & BEBER 2024/25. A mais aguardada publicação gastronômica da cidade traz mais de 400 endereços entre restaurantes, bares e estabelecimentos de comidinhas, representando a excelência da boa mesa carioca.

+ Toasts para todos os paladares em rápidas e deliciosas refeições

Para chegar aos finalistas, VEJA RIO compilou os votos de 30 jurados, entre jornalistas da publicação e profissionais de diferentes áreas, que escolheram, em ordem decrescente, os três melhores em cada uma das 38 categorias.

A gostosa e aguardada seção de comidinhas traz como novidade a escolha do melhor vegetariano, além da melhor cafeteria, valorizando a bebida diária das manhãs, que está melhor a cada dia, e bem acompanhada por gostosuras variadas nas boas casas do ramo. O prêmio de melhor melhor bolo também promete dar o que falar, e o que morder. O nível é alto na disputa!

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Teremos as seguintes categorias e indicados, na ordem alfabética:

Bolo
Absurda Confeitaria
Bel Trufas
Medovik

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Brunch
Dainer
Empório Jardim
SO_Lo

Cafeteria
Absurda Confeitaria
Cirandaia
SO_Lo

Kebab
Baduk
Balcão
Basha

Salgado
BB Lanches
La Guapa
Rotisseria Sírio Libaneza

Sorvete
Bacio di Latte
Mil Frutas
Momo Gelato

Vegetariano
Esperança.eco
Pura Rio
Teva Deli

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Comer&Beber Rio 2024 é promovido pela VEJA Rio com patrocínio de Baden Baden, BTG, JBS, Nespresso, Prefeitura do Rio e Tramontina, apoio do Governo do Rio e parceria Hotel Fairmont.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Bom para o bolso! Festival dá descontos no Bar Urca, Al Farabi e mais

A 18ª edição do festival Bar em Bar ocorre de 31 de outubro a 17 de novembro, envolvendo 50 bares cariocas que servem petiscos com preços promocionais.

+ Beba sem moderação: os mocktails estão em todas as cartas

No evento promovido pela Abrasel, o Bar Urca traz o petisco filezinho aperitivo de mignon (R$ 70,00, para duas pessoas). São 400 g de filé mignon cortado com cebolas fatiadas. O Al Farabi, no Centro, oferece o croquete de jiló com carne louca (R$ 10,00 a unidade). É massa leve à base de jiló assado, recheado com carne assada desfiada e temperada, servido com geleia de pimenta da casa.

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Bar Urca: casa tradicional vai de filezinho aperitivo no capricho./Divulgação
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A lista completa dos bares e petiscos está em www.barembar.com.br.

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Trabuca Tinto, Um Baga com Caráter Marcante

O vinho Trabuca foi idealizado e produzido pelo grande enólogo bairradino Eng. Pedro Guilherme Andrade, o néctar carrega o nome da alcunha do seu pai o Sr. Trabuca, ao qual o filho lhe presta uma linda homenagem com um dos vinhos de Baga mais inesquecíveis desta casta rainha da região da Bairrada.

Crédito de Imagem: Dayane Casal, 2024

O enólogo faz parte da quarta geração de vitivinicultores e o projeto familiar possui sete hectares de vinhas localizadas no Vale do Boi (Anadia – Portugal), que englobam castas brancas e tintas, dentre estas a Baga.

A Casta Baga

Baga é uma Vitis vinífera autóctone de Portugal que apresenta-se com abrolhamento em época média e maturação tardia, o que requer muita atenção nas vinhas. Alguns descritores ampelográficos da Baga são, folhas adultas apresentam tamanho médio, de forma pentagonal com a presença de 5 lóbulos. Seus cachos são de tamanho médio, cônico, compacto, pedúnculo de comprimento médio. O bago desta uva é de tamanho pequeno, compacto, arredondado, de cor negro-azul e com película de boa espessura.

Esta magnífica casta da Bairrada produz desde espumantes elegantíssimos de longa guarda, espumantes de consumo rápido, espumantes tintos, espumantes rosés, espumantes blanc de noir, espumantes blends, vinhos brancos tranquilos “blanc de noir”, vinhos rosés, vinhos tintos de consumo contemporâneo e vinhos tintos de longa guarda, este último foi como ela ficou mais conhecida, por seus vinhos de décadas em garrafas.

Entender detalhes sobre a sua vinificação permite perceber como os enólogos e produtores a trabalham desde quando está na vinha, vislumbrando o estilo de vinho que desejam elaborar. As suas características moleculares são o fator chave do trabalho com a Baga, e claro que para isso é preciso conhecimento técnico especializado e muita experiência, e isso os BACOS bairradinos o tem de sobra e a trabalham na perspetiva de tirar o seu melhor.

O Vinho Trabuca Tinto

O vinho Trabuca Tinto é um vinho distinto qualitativamente, produzido a partir de 100% Baga, matéria-prima provinda de vinhas com 95 anos de idade, muito adaptadas ao terroir e que produzem cachos com atributos especiais para a produção de grandes vinhos. Este vinho é vinificado de forma especial, estagia entre 4 a 5 anos em barrica de carvalho francês e depois mais 2 anos em garrafa em cave.

Em aspecto ele apresenta-se limpo, intensidade média e cor rubi, com presença de lágrimas. No nariz mostra-se limpo, intensidade pronunciada e com características de aromas complexos com ameixa preta, caruma de pinheiro e especiarias. Em boca um vinho com taninos presentes mais muito bem polimerizados, ótima acidez, sabores que se confirmam com os aromas sentidos ao nariz, possui um final longo e se destaca pela elegância e pelo equilíbrio admirável entre álcool, acidez, corpo e taninos. Um vinho com um grande potencial para o envelhecimento.

Sugestão de Harmonização

Este vinho bairradino encantador tem a capacidade de harmonizar com diversos pratos e momentos. Fica a minha sugestão para fazer pairing com uma coxa de pato ao molho com redução de vinho, balsâmico e ervas com purê de batata.

Apreciar um bom vinho à mesa é sempre um bela forma de avaliarmos a sua performance e sobretudo extrairmos o melhor dele por muito mais tempo, junto da família e dos amigos. Fica a minha sugestão de vinho para prendas e para também estar nas suas festas de fim de ano.

Desejo boas provas, saudações báquicas e saúde !

Conheça o Livro Vinho Viagem Cultural

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Desejo boa jornada através desta rica leitura!

Interessados em editar o livro em outros países, entrar em contato com a própria autora (Dayane Casal), através do e-mail dayanecasal@yahoo.com.br ou casaldayane@gmail.com

Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal
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Saiba tudo sobre a Zinfandel, a mítica uva da Califórnia

A Califórnia se firmou como a região produtora do Novo Mundo mais prestigiada pelo Velho Mundo consumidor, ou seja, os mercados tradicionais europeus hoje reconhecem a qualidade impecável dos vinhos californianos. E não adianta os puristas dizerem que vinhos com estrutura moderna, como os californianos, não têm qualidade, vez que a resposta dos consumidores vai na contramão destas opiniões preconceituosas. 

A casta emblemática de lá é a Zinfandel, que muito colaborou para o reconhecimento do vinho californiano pelo resto do mundo. A uva Zinfandel tem uma origem que remonta à Europa Oriental. Estudos de DNA indicam que ela é geneticamente idêntica à uva croata Crljenak Kaštelanski e à Primitivo, cultivada na região de Puglia, na Itália. Acredita-se que tenha chegado aos Estados Unidos no início do século XIX e se popularizado, especialmente na Califórnia. Ela é cultivada em várias regiões, cada uma oferecendo um estilo distinto. No Lodi, se produz Zinfandels mais frutados e menos ácidos. Dry Creek Valley (Sonoma) é conhecida por vinhos mais robustos e complexos. O Napa Valley nos oferece vinhos de perfil rico, com estrutura e complexidade.

O clima ensolarado da Califórnia, especialmente em regiões mais quentes, permite que a uva amadureça bem, aumentando a concentração de açúcar e resultando em vinhos com alto teor alcoólico. A versatilidade da Zinfandel possibilitou que a California produzisse vinhos brancos e tintos desta mesma casta, sendo verdade que ambos têm relevância nos mercados consumidores. Vale a pena destacar as características de cada um destes dois tipos de vinhos; o White Zinfandel, a despeito da nomenclatura, é um vinho rosé, produzido com a casca da uva separada logo após a prensagem, resultando em uma coloração clara. É geralmente levemente doce e tem um teor alcoólico mais baixo. Por seu turno, o tinto Zinfandel é fermentado com a casca da uva, o que dá uma cor profunda e taninos mais pronunciados, além de uma estrutura mais encorpada e alcoólica.

Alguns produtores renomados de Zinfandel na Califórnia incluem: Ridge Vineyards que é famoso pelo seu Zinfandel encorpado e com grande potencial de envelhecimento. Já Turley Wine Cellars, é especializada em Zinfandel de vinhedos antigos, conhecida pela intensidade de sabores. O mítico produtor italiano Seghesio Family Vineyards, é um dos produtores tradicionais de Sonoma, com vinhos que equilibram fruta e especiarias. Merece, ainda, destaque a Ravenswood Winery, que produz Zinfandel com caráter intenso e representativo de diferentes terroirs. Esses produtores são conhecidos pela dedicação em extrair o melhor da Zinfandel, preservando suas características de fruta intensa e textura rica. 

A Zinfandel é um vinho tinto versátil que pode acompanhar uma variedade de pratos devido ao seu sabor frutado e especiado. A harmonização depende do estilo do vinho (mais leve ou encorpado), mas algumas combinações clássicas incluem, por exemplo, as carnes Grelhadas e Churrasco, sendo verdade que Zinfandel vai muito bem com costela e contrafilé, especialmente quando há molhos barbecue ou marinadas levemente adocicadas, pois seu caráter frutado complementa o sabor defumado e doce.

Pratos como costelinhas de porco ao molho barbecue ou pernil de porco com molho de frutas são ótimas companhias do tinto, pois o toque frutado do Zinfandel harmoniza bem com o sabor mais adocicado do porco. Agora, com pratos apimentados, a Zinfandel, com seus toques de especiarias e taninos moderados, é ótima, até com comidas mexicanas, como tacos e enchiladas, ou mesmo com pratos cajun e outros com tempero marcante. Massas com molho de tomate, pizzas com tomate e queijos encorpados também seguem bem com esta casta. Escolha o acompanhamento e descubra esta uva tão mítica nos Estados Unidos. Salut!!!

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vinho – Jovem Pan
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Já sentiu no vinho aroma de “alcaçuz”? A maioria das pessoas também não

Você já viu alguém entrar em uma loja de vinhos e pedir por um que tenha aroma de flor de sabugueiro? E aquela nota de alcaçuz ou groselha fresca recém-colhida do bosque molhado, já sentiu? Quem passou a questionar essas notas tão reproduzidas em catálogos e salas de degustação pelo mundo afora foi a brasileira Priscilla Hennekam. Descobri o trabalho dela por indicação do chileno Cristian Rodrigues, principal líder da vinícola Emiliana, que mencionou um dos artigos de Priscila justamente no momento da degustação de seus vinhos durante a Prowine, principal feira de vinhos das Américas.

O artigo em questão, “Don’t tell me what I taste” (“não me diga o que estou degustando), tem rodado o mundo. O projeto de Priscilla, “Rethinking the Wine Industry” (“repensando a indústria de vinho”), conta atualmente com cerca de 10.000 profissionais de diferentes partes do planeta. O objetivo dele é repensar as bases formais e as estruturas seculares desse universo que hoje podem não fazer mais sentido — ou pior, afastar as pessoas dessa bebida que remonta à história de diversas culturas. “Acredito que muitos dos desafios enfrentados pela indústria do vinho estão enraizados na cultura e na mentalidade que a educação dessa bebida nos impõe, e isso nos limita a inovar, resultando em estagnação”, disse Priscilla em conversa com a coluna AL VINO.

Natural de Natal, Rio Grande do Norte, ela recentemente contou em uma revista de Delhi, na India, que começou a beber vinho de uma forma bastante exótica, misturado com leite condensado, num famoso coquetel servido nas praias de sua cidade. Só na faculdade de gastronomia teve contato com o vinho fino e seco e todo esse universo. “Gosto de contar a minha história porque ela me conecta com centenas de pessoas, principalmente em um país que tem como o principal vinho vendido um rótulo doce”, afirma. Há doze anos fora do Brasil, Priscilla morou em Mendoza, na Argentina, antes de migrar para Adelaide, na Austrália, onde atua como consultora de negócios de vinho. “Precisamos transformar a educação de vinho, torná-la mais acessível. Definitivamene, não é preciso ter diploma para se apreciar um bom vinho”, afirma.

A seguir, os principais trechos da nossa conversa:

Sobre as notas de degustação, de fato nunca vi ninguém entrar em uma loja de vinho buscando algum rótulo com aroma de flor de sabugueiro. Você acredita que esse tipo de comunicação aproxima ou afasta as pessoas do universo do vinho? Certamente mais afasta do que aproxima. Já vivi situações em que você explica esses aromas na loja achando que está ajudando e, no final, a pessoa pergunta: está bem, mas qual eu escolho? Gosto de sugerir vinho para o churrasco, para maratonar filmes e seriados na Netflix, para um piquenique… Claro que palavras como leve ou encorpado fazem sentido, mas, para quem está começando, jargões não dizem nada e afastam quem está começando.

O que falta para criar uma melhor conexão? Compreender que nesta busca o anseio é por familiaridade e para isso a ressonância emocional é crucial. Aromas como flor de sabugueiro, que para muitos consumidores são absolutamente desconhecidos, irão falhar e criam desconexão. A indústria do vinho simplesmente ignora descobertas do neuromarketing, que enfatiza a escolhas que busquem conforto, e continua aderindo a estratégias ultrapassadas. Para envolver os consumidores e trazer mais pessoas para o vinho é preciso criar uma comunicação que ressoe emocionalmente e faça sentido, claro.

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Há vinícolas onde essa comunicação é diferente? Cada vez mais vemos pequenas vinícolas adotando abordagens inovadoras. Por exemplo, visitei uma vinícola em Napa (Califórnia) chamada Anarchist Wine Co., onde os rótulos enfatizam o conceito de notas de sentimentos em vez das tradicionais notas de degustação. Um de seus espumantes, apropriadamente denominado 15 Minutos de Fama, é descrito assim: “te eleva a um momento brilhante seguido de um abandono frívolo. As bolhas dançam e em minutos vão embora. É fugaz e fabuloso. Aproveite cada segundo!”. Eles evitam mencionar notas de degustação ou quaisquer outros detalhes típicos e pouco inspiradores.

Você já foi bastante criticada por não falar de vinho como regem os padrões das fichas técnicas, como foi isso? Eu estudei para o WSET (Wine & Spirit Education Trust, baseada em Londres, que oferece certificações globais desde 1969), mas, infelizmente, não passei no exame D3 (Vinhos do Mundo). Ao receber o retorno da prova, percebi que tinha dificuldade em transmitir uma análise sofisticada nas minhas respostas, de acordo com o WSET. Isto levou-me a questionar se a indústria do vinho necessita realmente deste nível de sofisticação. Os consumidores estão realmente procurando por isso ou é apenas uma expectativa da própria indústria, sem base nos desejos reais do consumidor?

Consumo de vinho harmoniza com uma atitude esnobe? Lugares como a Sede 261, em São Paulo, no Brasil estão prosperando ao eliminar o esnobismo do vinho. Percebi que muitos da Geração Z e da geração Y estão gostando da experiência. Precisamos de mais empresas como estas, que ofereçam diversas experiências e caminhos para trazer diferentes pessoas para essa cultura. O vinho deve ser acessível, permitindo que mais pessoas o apreciem e desfrutem.

Você acha que os críticos mais populares e importantes têm culpa na perpetuação desse tom esnobe? Sim, penso que existe um certo nível de responsabilidade entre os críticos proeminentes. O foco no jargão técnico e na análise sofisticada pode, por vezes, criar uma barreira para os consumidores comuns, fazendo com que o vinho pareça algo elitista e inacessível. Ao priorizar a acessibilidade e a narração de histórias, os críticos poderiam ajudar a promover uma cultura do vinho mais inclusiva, que convida todos a desfrutar e explorar.

Para apreciar um bom vinho é necessário identificar essas notas de degustação e aromas? De jeito nenhum. Para ter uma experiência envolvente e memorável, você precisa de uma história convincente. Um contador de histórias habilidoso venderá muito mais vinho, por exemplo, do que alguém que usa descrições elaboradas repletas de terminologia que até mesmo muitos profissionais do vinho têm dificuldade em entender. Conectar-se com os consumidores em um nível pessoal por meio da narrativa é o que realmente ressoa.

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Quando alguém compra um vinho caro e não consegue perceber essas sutilezas, você acha que se está jogando dinheiro fora? As pessoas compram vinho por motivos emocionais. Quando compram uma garrafa cara, muitas vezes procuram um sentimento de autoestima ou prestígio, muito mais do que profundo conhecimento de vinho, na maioria das vezes. Embora muitos consumidores tenham esse conhecimento, a maioria está simplesmente em busca de uma experiência agradável. Se for esta a busca, não está jogando dinheiro fora porque bons vinhos entregam essa experiência, sem dúvida.

Qual o ritual das salas de degustação que você considera mais desnecessário? Um ritual que considero um tanto desnecessário é o processo excessivamente elaborado de girar e cheirar a taça, no qual algumas pessoas insistem. Embora compreenda a importância de arejar o vinho e apreciar os seus aromas, o foco extremo nestas etapas pode parecer pretensioso e prejudicar o prazer. Muitas pessoas não conseguem encontrar os aromas descritos e ficam ali, naquela movimentação sem sentido. O vinho deve ser uma questão de experiência social, não apenas de seguir um conjunto rígido de regras. Acho importante perceber o que faz você sentir e apreciar melhor o vinho, sem se deixar levar pelo ritual em si.

Qual sua sugestão para leigos que querem aprender e se aproximar do universo do vinho? Há passos muito práticos. O primeiro é seja curioso, experimente diferentes vinhos, uvas de lugares distintos sem se preocupar com a terminologia. Foque em distinguir o que você gosta e não gosta. O segundo é monte ou participe de confrarias mais casuais, talvez com seus amigos mesmo. Dividir impressões e aprender uns com os outros de maneira mais relaxada pode ser muito prazeroso. O terceiro é que existem hoje muito eventos de vinho com diferentes temas e abordagens, participe deles. Para finalizar esteja com a mente aberta, a apreciação e descoberta dos vinhos são uma jornada. Esteja disposto a experimentar coisas novas e aprender com cada experiência, mesmo que isso signifique sair da sua zona de conforto. Ao seguir essas etapas, você pode cultivar uma conexão mais profunda com o vinho enquanto aproveita o processo.

Você gosta de vinho brasileiro? Para quais momentos os recomendaria? A cultura vibrante e as paisagens deslumbrantes do Brasil representam verdadeiramente como devemos promover nossos vinhos para o mundo. Para mim, a essência de apreciar os vinhos brasileiros está no encontro com os amigos. Eu gosto muito das experiências de confrarias que temos no Brasil, algo que não é tão prevalente na Austrália. É incrível como nos reunimos como amantes do vinho, formando grupos que se reúnem regularmente para partilhar a nossa paixão. Os vinhos brasileiros são perfeitos para criar um ambiente repleto de risadas e histórias. E claro, sou apaixonada pelos espumante brasileiros, gostaria de encontrá-los aqui na Austrália.

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Vinho – VEJA
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Restaurante carioca é eleito o melhor fine dining por viajantes

Uma nova lista de rota gastronômica, focada em avaliação de viajantes, foi divulgada nessa quinta-feira (24). O Rio de Janeiro recebeu a medalha de ouro pela avaliação do Travelers’ Choice Awards Best of the Best Restaurants.

Oro, do chef Felipe Bronze, é o restaurante mais bem avaliado pelo Trip Advisor.
<span class=”hidden”>–</span>Tomás Rangel/Divulgação

O Oro, do chef carioca Felipe Bronze, foi o restaurante mais bem avaliado do Brasil, na categoria fine dining, com 955 avaliações. Na lista ainda consta o Lasai, do chef Rafa Costa e Silva em sexto lugar e o Térèze, restaurante do hotel MGallery Santa Teresa, que conquistou o sétimo lugar com 1275 reviews. O paulista Evvai, com suas duas estrelas Michelin, fecha a lista dos dez melhores do país.

Confira a lista completa: https://www.tripadvisor.com/TravelersChoice-Restaurants-cFineDining-g294280

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Vinho e cinema, casamento perfeito

Já faz mais de 20 anos da primeira vez que publiquei sobre “vinho & cinema”. Desde então este foi um dos principais temas das centenas de palestras de vinho que já fiz pelo mundo. Diversos aspectos conectam estas duas artes. Primeiramente o fato de que inúmeros astros de Hollywood terem enveredado pelo mundo do vinho, de Francis Ford Coppola a Brad Pitt, passando por Gérard Depardieu e Drew Barrymore, a lista é longa. Depois, desde o filme Sideways, Entre Umas e Outras (2004), o vinho virou tema de incontáveis filmes, como  Um Bom Ano (2006) e o mais recente Notas de Rebeldia (2020), só para citar alguns.

 

Tal aproximação nos faz indagar, existe alguma analogia entre estas duas formas de arte? O cinema surgiu o final do século XIX como o “olho mecânico”, onde o uso da energia elétrica e de um processo químico (de imprimir uma imagem em uma película) tinham papel central. Esta moderna máquina era capaz capturar pedaços da realidade, a vida como ela é, uma arte objetiva e neutra, no qual o homem, segundo um determinismo rigoroso, não interfere. O vinho em seus primórdios também era relacionado ao “real”, a verdade em sua essência, visão bem expressa na frase de Plínio: ”in vino veritas”. Para os antigos gregos o néctar dionisíaco ao mesmo tempo que embriaga traz lucidez.

 

Hoje os papéis desempenhados por cinema e vinho mudaram radicalmente. O cinema deixou de ser a arte do real para, no nosso mundo contemporâneo, tornar-se a mais lúdica das artes. No momento em que as luzes se apagam e o espectador entra em um sonho. O acender das luzes é quase como um despertar deste mundo onírico. O vinho, por sua vez, nas últimas décadas deixou de ser a bebida alimentar popular para associar-se ao prazer hedonista (e também lúdico) da viagem dos sentidos.

 

Os elementos do cinema também têm seu espelho no vinho. Atores são como uvas, alguns chegam a ser divas. A pinot noir por exemplo é a primeira casta tinta a ser lembrada quando se pensa em elegância. Quando nas minhas palestras indago o público que ator ou atriz seria um pinot noir, são sempre lembrados nomes como Audrey Hepburn, Fred Astaire e Sean Conery. Quando pensamos em força bruta, no mundo do vinho o estereótipo recai sobre a tannat, cepa que proporciona muitos taninos e às vezes (nem sempre) vinhos brutos. No vinho a analogia perfeita recai sobre atora musculosos de filmes de luta ou ação, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Quando indago a plateia sobre os vinhos clássicos de Bordeaux, sua pompa e realiza, a reposta vem na forma de atores shakespearianos, como Laurence Olivier, ou papéis fortes, como Marlon Brando ou Al Pacino em O Poderoso Chefão. Já quando na taça apresento vinhos tintos calorosos, como um granache ou syrah do sul da França, com seus taninos sedosos, aromas de especiarias e teor alcoólico alto, a analogia recais ou astros ou atrizes mais sedutores, como George Clooney, Antonio Banderas, Margot Robbie, Scarlett Johansson ou Jennifer Lawrence.

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Analogias como estas são leituras pessoais dos códigos de linguagem do vinho e do cinema. Você não precisa militar por minhas escolhas, mas sim criar as suas. Boa degustação e bom filme!

 

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Comer & Beber – VEJA RIO
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Outubro Rosé no Leblon, Oktoberfest no Centro e mais eventos no Rio

Jojo Ramen no Elena

Casa de múltiplas experiências no Horto, e Elena terá uma edição especial do Elena Experience, um convite a explorar novos sabores no Gogo Bar, ambiente intimista localizado no segundo andar da casa. Na segunda (28), a partir das 19h30, será servido um menu em cinco etapas, criado em conjunto pelas convidadas do Jojo Ramen e do Quito Quito, de São Paulo, e pelos anfitriões Itamar Araújo e Marcelo Shinohara. A noite fica completa com a seleção de saquês feita pela Sake Sommelière do Elena, Jade Mayworm.

A chef Kaori Muranaka, do Quito Quito, izakaya também localizado na capital paulista, traz para o Elena o carapau batido com pasta de misso, alho, gengibre e shissô. Representando o Elena, Marcelo Shinohara criou o temaki de lagostim com ovas de Mujol, que abre o menu. Já Itamar Araújo participa com duas criações, o wagyu katsu sando, um pão shokupan com filé de wagyu e molho tonkatsu, e com o tiramisù de pistache e matchá, que fecha a experiência.

O menu completo, com saquês selecionados à parte, custa R$ 420,00, mediante reserva antecipada. Reservas no usetag.me/elenahorto.

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Rua Pacheco Leão, 758, Jardim Botânico. @elenahorto

+ Um doce Dia das Bruxas: casas do Rio lançam sobremesas para a data

Portinha faz guest bartender

Também na segunda (28), o boêmio Portinha, em Copacabana, cheio de acepipes de balcão e coquetéis com ingredientes populares, promove o seu primeiro guest bartender. A partir das 19h, o bartender da casa Xandy Borba recebe Thiago Teixeira, criador da carta autoral do bar, e Igor Renovato, sócio do badalado Suru Bar. A farra vai até às 4h. O anfitrião Borba apresenta o coquetel Meu Tio Gostava, feito com cachaça, Campari, conhaque de alcatrão, licor de laranja, suco de laranja e angostura; Teixeira chega com o Remédio (Cachaça Sete Engenhos Prata, xarope de gengibre com mel e limão, angostura e conhaque defumado); e Igor criou o coquetel La Cicciolina, que leva cachaça Sete Engenhos Cerejeira, Aperol e “elixir sensual”, com xarope de maracujá com pimenta e Fogo Paulista (R$ 24,90, cada, ou R$ 59,90, os três).

Avenida Prado Júnior, 281, Copacabana. @portinhaprado

Portinha: Igor Renovato é bartender convidado
Portinha: Igor Renovato é bartender convidadoNubra Fasari/Divulgação
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Yoga e meditação no Shopping Leblon

O Projeto Aura chega ao Leblon Rooftop, no Shopping Leblon, promovendo uma jornada de bem-estar e relaxamento nos próximos finais de semana de 26 e 27 de outubro, e nos dias 2 e 3 de novembro. A iniciativa faz parte do calendário do Outubro Rosé Taste & Wine Festival, da WineHaus, que acontece de 18 a 27 de outubro no Leblon Rooftop.

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As atividades incluem sessões de yoga e meditação com as instrutoras Lorena Rabello, Nanda Capobianco, Tania Prado e Monica Peçanha, além de um café da manhã especial, sessões de massagem, eletroestimulação e leitura de tarot. Todos os inscritos ganharão brindes exclusivos dos parceiros e um ingresso com data a escolher para o Outubro Rosé Taste & Wine Festival 2024. O evento ressalta a importância da conscientização para o combate ao câncer de mama e destina parte da renda para a Fundação Laço Rosa.

Os ingressos custam R$ 120,00 e estão disponíveis na plataforma Ingresse. @shoppingleblon

Festival do Bacalhau no Cadeg

Um dos festivais mais tradicionais do Cadeg vai começar. O Festival do Bacalhau ocorre de 25 de outubro a 24 de novembro, e tem o patrocínio do Bacalhau Caxamar, com mais de 25 estabelecimentos participantes oferecendo receitas com o peixe. Este ano, além da tradicional gastronomia voltada para o bacalhau, há atividades como três palestras gastronômicas, sendo uma delas com as embaixadoras do Cadeg: as chefs Kátia Barbosa e Flávia Quaresma, no dia 16 de novembro. No dia 10 de novembro, Marcelo Barcellos, chef do restaurante Barsa, apresentará a versatilidade do bacalhau, e o sommelier Paulo Nicolay, parceiro da Griffe dos Vinhos e Arte dos Vinhos, abordará os vinhos do mundo, com foco nas regiões de Alentejo e Douro.

Rua Capitão Félix, 110, Benfica, tel.: 3890-0202. @cadegrio

Oktoberfest na Casa Urich

Para celebrar a Oktoberfest, a Casa Urich, tradicional restaurante alemão do Centro do Rio, vai ter promoção e novo petisco no cardápio. De 28 de outubro a 1 de dezembro, quem comprar três garrafas de Spaten (R$ 48,00, 600 ml), ganha uma caneca personalizada. Já para petiscar, além dos clássicos croquete alemão (R$ 11,00, a unidade), mix de salsichinhas (R$ 45,00) e kassler defumado aperitivo (R$ 79,00), a casa criou para a ocasião o Hambúrguer Urich, com aioli do chef, cebola roxa e picles de pepino (R$ 39,00 com fritas).

Rua São José, 50, Centro, ,tel.: 99975-1247. @casaurich

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Uma Garrafa a US$ 1 mil: Conheça o Vinho da Patagônia Cobiçado pelos Chineses

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Felipe Menéndez, um sucessor das vinícolas da Patagônia de olho no mercado chinês

A relação com a China começou há pouco mais de cinco anos e desde então se fortaleceu cada vez mais. Em Xangai, Felipe Menéndez, um argentino que, após anos explorando a Patagônia em busca do melhor terroir, decidiu-se por Valle Azul e fundou a vinícola Ribera del Cuarzo, na região do Vale do Rio Negro, na Patagônia, Argentina. Neste local ele conheceu um poderoso empresário interessado em produzir alimentos com matéria-prima argentina, processá-los com tecnologia japonesa e vendê-los no mercado chinês.

Em sua primeira visita à Patagônia, o asiático se apaixonou pelo Vale do Rio Negro, por suas maçãs, peras, frutas secas e vinhos. Ficou encantado com Valle Azul, com a vinícola situada em meio à estepe patagônica, com seus vinhedos ao pé da barda, aqueles enormes penhascos que, em vez do mar como pano de fundo, reluzem com a aridez de um leito seco há milhares de anos.

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O empresário chinês, segundo a área comercial da Bodega del Cuarzo, quis voltar, mas dessa vez trouxe colegas. Eles ficaram igualmente fascinados com as maravilhas da Patagônia e seus vinhos. Hospedaram-se na casa da vinícola, onde Menéndez e sua família ficam quando viajam ao sul. A construção, de um andar e uma generosa varanda, foi feita por uma condessa italiana. Embora a propriedade não funcione como hospedagem, nem restaurante, e não esteja aberta ao turismo, os empresários chineses insistiram. E, quando algo não tem preço fixado, muitas vezes quem deseja, e pode, está disposto a pagar o que for necessário. Assim aconteceu: a Ribera del Cuarzo aceitou os hóspedes, que estenderam sua estadia por vários dias.

No primeiro ano, chegaram quatro hóspedes; no segundo, mais se juntaram, e as visitas anuais continuaram por um tempo. Neste mês outubro, o grupo retornou a Valle Azul, onde se estende esse mítico terroir. Antes de Menéndez comprar as terras, havia sido construído um aqueduto com uma série de bombas para que a água — um bem escasso na região — percorresse três quilômetros e subisse uma inclinação de 50 metros entre o canal e o vinhedo de cinco hectares. Esse vinhedo foi o primeiro a ser plantado ali, ao pé da barda.

Mais de 150 anos na Patagônia

A família Menéndez não é recém-chegada a essas terras. Muito antes de qualquer vinícola local ter interesse na Patagônia, o tataravô de Felipe, José Menéndez, um empreendedor nascido em 1846, tornou-se um dos grandes empresários que impulsionou o desenvolvimento da região mais austral do continente. Visionário, ele não apenas formou uma das maiores companhias de produção e exportação de lã da Patagônia, mas também fundou a empresa de navegação Interoceânica, além de companhias elétricas, telefônicas e uma das principais frotas baleeiras.

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Vinhedos da Patagônia, de onde saem os vinhos para os chineses

“Enquanto meu tataravô José estava na Patagônia, meu trisavô (seis gerações atrás), Melchor Concha y Toro, começou sua vinícola no Chile em 1883. Sempre soube que meu lugar no mundo era a Patagônia, e que dedicaria minha vida ao vinho”, diz Menéndez.

Hoje, após encontrar um rio subterrâneo no deserto, contrariando todas as previsões de engenheiros, com a ajuda de um guia descendente de araucanos que atuou como radiestesista, a Ribera del Cuarzo se expandiu graças a essa fonte de água. Isso permitiu a Menéndez multiplicar por quatro os vinhedos, passando dos primeiros cinco para 27 hectares plantados, principalmente com a variedade malbec, mas também com merlot, pinot noir e petit verdot. Essa descoberta também possibilitou a expansão dos negócios com a compra, há três anos, de mais 360 hectares adjacentes à fazenda, em uma área com céus claros, muitas horas de sol — um fator chave para a videira — e solos ricos em minerais, como cálcio e quartzo, que conferem suculência e frescor aos vinhos.

“Na minha casa, sempre se falava de barcos e da indústria naval, e meu pai trabalhava nos portos. Mas eu sempre gostei do campo e de tudo relacionado ao mundo do vinho. Por isso, comecei a trabalhar com Nicolás Catena quando era muito jovem”, relembra Menéndez, que não apenas desenvolveu sua carreira sob a orientação do homem que revolucionou a indústria do vinho na Argentina, mas também contou com o apoio de Catena e sua filha Adriana para iniciar sua própria vinícola. Atualmente, Catena e Menéndez mantêm um grande vínculo, e Adriana Catena é até sua sócia nessa vinícola.

De US$ 100 a US$ 2 mil em 20 anos

O mercado chinês, explica Rosario Langdon, diretora de exportações da Ribera del Cuarzo, está descobrindo que, além da França, existem outros lugares, muito mais exóticos, onde se produz vinho de alta qualidade, como a Patagônia. “Até o ano 2000, nenhuma garrafa de vinho francês custava mais de US$ 100 (R$ 570), e foi a demanda dos ricos, como aconteceu no Vale do Silício, que provocou a primeira grande alta nos preços da indústria, com garrafas que chegaram a custar US$ 400 (R$ 2.280)”, conta Langdon. “Depois, houve um segundo impulso nos vinhos franceses, promovido pela demanda asiática e russa. Assim, uma garrafa de vinho francês passou de US$ 100 para US$ 2 mil (R$ 11.380) em 20 anos.”

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Instalações da vinícola na Patagônia

O mercado asiático, especialmente o chinês — segundo a especialista — aprecia e valoriza novos vinhos do mundo, como os que hoje são produzidos na Austrália e na Argentina, por exemplo. “Mas a Patagônia lhes parece muito exótica e atraente, não apenas pela paisagem exuberante e extrema, mas também por seus costumes, carne e vinhos, que se encaixam perfeitamente nesse cenário”, afirma Rosario.

Ela menciona que, na última visita, os chineses experimentaram uma garrafa de Ribera del Cuarzo puro merlot, o vinho ícone da vinícola, um blend das safras de 2019, 2020, 2021 e 2022. “Separávamos a melhor barrica de cada ano, proveniente de meio hectare dessa variedade, e com isso fizemos uma primeira produção de 600 garrafas magnum para nossos clientes chineses”, afirma ela. “Ainda não estão à venda, mas levamos algumas quando fomos a Xangai.”

Uma garrafa de US$ 1 mil

O que aconteceu? A história se repete, e parece que, quando algo não tem preço de venda, quem deseja está disposto a pagar o que for preciso. “Tínhamos uma ideia de comercialização, mas ainda são garrafas que não estão prontas para o mercado”, informam do departamento comercial da Ribera del Cuarzo. Mas com os chineses “não tem jeito”, se não há preço, eles o estabelecem. E assim fizeram uma oferta de US$ 1 mil (R$ 5.690) por cada garrafa magnum desse Ribera del Cuarzo Puro.

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Felipe Menéndez na lida dos vinhedos

Até o momento, a Araucana Azul era uma das garrafas mais valorizadas da vinícola, com um preço de US$ 100. Em seguida, há a edição Ribera del Cuarzo parcela única, um vinho de US$ 200 (R$ 1.140) no mercado. Agora, por capricho e impulso da demanda asiática, o Ribera del Cuarzo Puro faz sua entrada triunfal, embora os chineses ainda precisem esperar um ano para levarem o tesouro para casa.

“Não vamos liberar as garrafas agora porque queremos guardá-las por mais um ano. E eles aceitaram”, diz Menéndez. “Isso é o que aconteceu com os franceses. A demanda de consumidores dispostos a pagar qualquer preço levou à situação dos US$ 2 mil por garrafa, como mencionamos antes”, afirma Felipe. “E, de certa forma, é o que está acontecendo na Patagônia também. No final, são boas notícias para o mercado argentino. Que os olhos da Ásia se voltem para nós, para a Patagônia e seus produtos, é o melhor que pode nos acontecer para continuarmos crescendo.”

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