Posted on

Conheça os principais livros que falam sobre vinhos

O vinho sempre esteve ligado a cultura e não poderia ser diferente, vez que, não duvide, cada garrafa de vinho traz uma história contida, que é aberta e vivida assim que a desarrolhamos. Desde sempre, se escreveu e se escreve sobre o vinho e seus entornos, sejam histórias, estórias, manuais, livros de referência e crônicas. Casos se contam por páginas e páginas que são publicadas. Cultura se oferece ao leitor que se interessa e que consome vinhos e afins. E, não podemos esquecer, muitos amantes de vinhos procuram saber mais sobre a própria origem, métodos de vinificação e história do vinho. Assim, resolvi fazer uma pequena resenha sugestiva de livros que, com vossa licença, entendo interessantes para aqueles que procuram saber mais sobre essa bebida incrível. Alguns estão nas prateleiras das livrarias que sobreviveram a pandemia, outros exigirão alguma busca, seja em sebos ou na internet. Bem, aí seguem as minhas sugestões:

Livro

O Grande Livro dos Vinhos, vários autores, Publifolha: está entre os melhores, talvez o melhor, livro de referências sobre vinhos. Dividido por continentes e países e ricamente ilustrado, traz referências a mais de quatro mil vinícolas. Livro de consulta essencial e um bom indicativo para as compras.

Livro

De Vinhos e Rosas, Amaury Temporal, Civilização Brasileira: contando histórias, com uma narração primorosa e rica em detalhes, o autor neste clássico, com toques de lirismo incomum, faz o leitor viajar e tomar contato com o que há de mais clássico e pomposo no mundo do vinho. Passeia pelos grandes rótulos franceses, a exemplo de D´Yquem e Petrus, conta, com saudosismo, como era o serviço de vinhos das empresas aéreas tradicionais e sugere ao leitor que monte sua adega, sem falir. Leitura deliciosa.

Livro

Borbulhas – Tudo sobre Champagne e Espumantes – Aguinaldo Záckia Albert, Ed. Senac: aqui temos um livro que consegue, com linguagem acessível e texto gostoso, fazer o leitor sentir as borbulhas desta bebida tão mítica e cheia de história: o Champagne. Foge do lugar comum e entrega um conteúdo de muita relevância.

Livro

Jancis Robinson Prova os Melhores Vinhos Portugueses, Jancis R., Ed. Cotovia: com humildade e especial didática, a autora passeia pelos rótulos mais relevantes dos vinhos portugueses, trazendo suas notas e observações, carregados de conhecimentos e destaques pontuais. Jancis escolheu os vinhos sem se preocupar com o preço, assim a escolha foi muito ampla e democrática.

Livro

I A Tu Salud – Los surpreendentes Efectos Preventivos y Terapeuticos Del Vino, David O´Gorman, Editorial Sírio: para aqueles que querem saber, como propriedade e profundidade, o porquê do vinho ser tão cultuado como “a bebida da vida”, pela nossa medicina atual, eis o que de melhor se escreveu sobre o tema. Foge das mesmices e traz um apanhado histórico sobre vinho e saúde, únicos.

Livro

Bordeaux e Seus Grands Crus Classés, Leonardo Liporone Baruki, Ed. Labrador: indiscutivelmente a região demarcada mais famosa e mítica do mundo, quando falamos de vinhos, é Bordeaux. Não erro em afirmar que é sobre Bordeaux e seus vinhos que, desde sempre, mais se tem escrito. O livro do Dr. Leonardo Baruki é, ao meu ver, o definitivo, abrangente e claro para aqueles que querem conhecer os vinhos que, diga-se, são os melhores do mundo (para mim).

Livro

The Ilustrated Greek Wine Book, Nico Manessis, Olive Press: o vinho grego tem ganhado mais e mais mercado a cada dia. Aqui no Brasil as importadoras estão focando em trazer rótulos de lá, em quantidade surpreendentes. Conhecer sobre o vinho grego é conhecer a história da bebida que vem das terras do berço cultural da humanidade. O livro é rico em detalhes, de fácil consulta e muito bem ilustrado. Amplo e profundo em seu conteúdo.

Livro

California Wine, James Laube, Wine Spectator´s Press: o autor conseguiu abordar praticamente todos os temas, rótulos e lugares desta região do Novo Mundo que, ao meu ver, oferece os melhores vinhos deste Novo Mundo. É um livro de referência que traz história e fatos de importância destacada.

Ficam, assim, algumas sugestões, com meus votos de uma boa leitura e salut!!

Fonte:

vinho – Jovem Pan
Posted on

O vinho que mudou

Em 2014, o Atelier Tormentas, uma vinícola “boutique” gaúcha, depois de uma sequência de sucessos ofertados ao mercado consumidor de vinhos, ofereceu o seu branco monocástico “Sauvignon Blanc”. À época, eu comprei diretamente do produtor duas caixas de seis garrafas cada. Muitos outros apreciadores dos vinhos do Tormentas também adquiriram suas garrafas. Passados alguns meses, começamos a abri-las em ocasiões diversas e a voz dos que provaram era unânime: “vinho ruim”, “cheio de arestas”, “desequilibrado”, “cheiro ruim” etc. Sei que muitos enviaram suas garrafas às respectivas cozinhas e outros simplesmente as largaram e ponto final. Eu, entusiasta do vinho nacional, especialmente os naturais, resolvi guardar as minhas e esperar pelo menos uns cinco anos para ver o que o tempo faria ao vinho que eu, particularmente, havia classificado de “desequilibrado”.

Veio 2019 e eu me esqueci de abrir, pandemia, etc, só me lembrei do mesmo há algumas semanas. Pois bem, tomei uma garrafa, a pus para refrescar e resolvi abrir. Me deparei com aromas bem interessantes, de um cítrico bem bacana. Ainda o abacaxi da primeira vez, mais a maçã verde. Na boca, acidez e leves nuances oxidativas que em nada comprometiam a “palatividade” do vinho. Ao contrário, fazia lembrar grandes vinhos brancos que aprecio demais (Tondonia, Buçaco e Musar). Claro, com as devidas proporções. De tudo isso vem a reflexão: há que se dar uma chance a um vinho que apresenta desequilíbrio quando vem de um produtor consagrado. E sim, o tempo faz bem ao vinho e ao homem, melhora o vinho e apura o paladar do segundo. Troquei algumas mensagens com o produtor e ele me disse que sequer na Tormentas deveria haver mais garrafas deste vinho, de rótulo lindo e evolução incrível (talvez até “revolução” fosse mais apropriado…). Àqueles que ainda as têm: bebam! A safra é 2013. E aos que guardaram como eu, movidos um pouco pela fé e um tanto pela curiosidade: congratulações! Salut!

Fonte:

vinho – Jovem Pan
Posted on

Freira que bebe uma taça de vinho por dia é agora a pessoa mais velha do mundo

O Guinness World Records reconheceu na segunda, 25, quem é agora a pessoa mais velha do mundo, após a morte da japonesa Kane Tanaka, que tinha 119 anos e 107 dias de vida. O título ficou com a freira francesa Lucile Randon, nascida em 11 de fevereiro de 1904, tendo, portanto, 118 anos e 73 dias de idade.  Na juventude, Randon trabalhou como professora, governanta, e cuidou de crianças durante a Segunda Guerra Mundial; também passou 28 anos atuando com órfãos e idosos em um hospital em Vichy, antes de iniciar a vida religiosa em 1944 e passar a ficar a serviço da Igreja Católica.

Hoje, a irmã Lucile vive em uma casa de repouso na cidade de Toulon, no sudeste da França. Ela é parcialmente surda e usa cadeiras de rodas, mas gosta de manter a mente ativa. “Eles me acordam às 7 da manhã, me dão meu café da manhã e me colocam na minha mesa, onde fico ocupada com pequenas coisas”, relatou a freira ao Guinness World Records. A equipe de cuidadores do lar de idosos contou que ela ainda recebe uma taça de vinho todos os dias. “Sua taça de vinho a mantém e talvez isso seja seu segredo de longevidade. Eu não sei, eu não encorajo as pessoas a beberem uma taça de vinho todos os dias” disse um funcionário. O assessor da irmã Lucile, David Tavela, já afirmou que ela pretende superar a pessoa com a vida mais longa já registrada, a também francesa Jeanne Louise Calment, que viveu 122 anos e 164 dias e faleceu em 1997.

Fonte:

vinho – Jovem Pan
Posted on

Moscatel é vinho ‘de sobremesa’ que cai bem com cocada e com sorvete

A uva Moscatel, presente em toda a Ibéria, encontra o solo que, ao meu ver, nos entrega os melhores vinhos moscatéis que podemos encontrar, na Península de Setúbal, em Portugal. Setúbal é uma DOC (denominação de origem controlada), de onde vêm dois tipos de vinhos, o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo, este um pouco mais raro. Como disse Amarante, com várias subvariedades, a família de uva Muscat é bem viajada, podendo encontrar uvas em diversos países ao redor do mundo. A Muscat de Alexandria foi uma das primeiras variedades da família e originou-se ao redor da cidade de Alexandria, na borda do rio Nilo, no Egito.

A Moscatel de Setúbal (ou simplesmente Moscatel) tem origem nesta casta mítica egípcia. Pelo Velho Mundo, encontramos Moscatel dando origem a vinhos nas mais diversas localidades, por exemplo em Pantelleria, na Sicília; Setúbal, em Portugal; e em Málaga, na Espanha. Estas regiões produzem vinhos doces com a Muscat of Alexandria. No Novo Mundo, encontramos vinhos fortificados de ótima qualidade na Argentina, Rutherglen, na Austrália e no Brasil e, por aqui, há espumantes da casta Moscatel que vão muito bem com doces e frutas, pelo seu dulçor e acidez.

Focando em Portugal, o vinho Moscatel é, injustamente, considerado um “primo pobre” dos chamados vinhos de sobremesa lusitanos, onde reina o Porto e, logo em seguida, o Madeira. Eu penso que isso é um pouco injusto, pois o Moscatel tem características diferentes e um espaço todo especial na mesa portuguesa. É um típico vinho “digestivo” ou “de sobremesa”, licoroso e longevo à beça. Tem toque doce, claro, mas acidez marcante. Penso que tomá-lo refrescado é o ideal, mesmo em temperaturas mais amenas. Ele acompanha bem várias sobremesas, especialmente um sorvete de baunilha ou o tiramisú e outras que levem café ou cacau puro em suas receitas. E, por quê não, nossas sobremesas com coco e amendoim? Uma boa cocada mole baiana e uma taça de Moscatel parecem perfeitas uma para a outra. Um bolo de amendoim e uma taça de espumante Moscatel, vai muito bem.

Por aqui encontramos ótimos Moscatéis; exemplos: Thasos Moscatel de Setúbal Rosé, Vinho Licoroso Bacalhôa Moscatel de Setúbal, Moscatel de Setúbal Casa Ermelinda Freitas, Quinta do Cadeado Moscatel de Setúbal, dentre outros. Vale a pena provar, sempre lembrando que, por tratar-se de um vinho fortificado, apresenta teor alcoólico mais elevado. Salut!

Fonte:

vinho – Jovem Pan
Posted on

Como combinar o tradicional bacalhau da Sexta-feira Santa com vinhos

Saudosos amigos portugueses, a exemplo dos mestres – Manuel Garcia, Armando Reis e Emídio Dias (todos ligados a tradicional eno-gastronomia lusitana) respondiam em coro à pergunta: “bacalhau é peixe ou carne?” E a resposta era: – Nem uma coisa, nem outra, bacalhau é bacalhau. E isso é verdade até para a escolha do vinho para acompanhá-lo. Há alguns estigmas que têm que ser afastados: bacalhau tem que ser acompanhado do vinho verde é um deles. Na verdade, temos que levar em consideração que o bacalhau é um peixe gordo e ponderar sobre o preparo. Se for o tradicional bacalhau ao forno, com batatas, cebolas, temperos e muito azeite, não vejo como fugir de um tinto encorpado do Douro ou um bom vinho da Bairrada; se quiser sair de Portugal, opte por um Barbera do Piemonte.

O Bacalhau a Brás – aquele servido em lascas com batatas, cebola e azeitona, tudo misturado – eu iria com um tinto menos encorpado, por exemplo um vinho do Alentejo com graduação alcoólica não superior a 13,5% AbV. Para uma salada de bacalhau desfiado misturado ao grão de bico, salsinha e cebolinha (nada de alho cru, por favor!), eu optaria por um vinho Riesling da Alsacia, bem seco e jovem. Um que sugiro é o Hugel Classic Riesling, que deve ser servido bem gelado. E o meu preferido, Bacalhau nas Natas, eu o comeria acompanhado de um branco ácido, um Chablis novo e sem madeira ou um Sauvignon Blanc australiano ou neo-zelandês ou, mesmo (aí sim), um vinho verde do Minho, fosse branco ou tinto, pois, no caso, o que importará é a acidez do vinho. 

Agora, persistindo qualquer dúvida, sempre teremos um excelente coringa para o bacalhau: o champagne, que daí sugiro que seja extra brut, zero dosage ou mesmo rose brut. Deve ser servido bem resfriado e em taças “iso” ou de vinhos brandos, para possibilitar a dispersão dos aromas. A escolha do champagne, neste caso, deverá seguir o orçamento do almoço, assim o leque pode ir desde uma Champagne Montaudon Brut até a fantástica Champagne Fleury Boléro Extra Brut. Esta é um boa oportunidade para fugirem dos champagnes planos e de produção industrial, como a Moet-Chandon ou a Veuve Clicquot, que, pelo preço de mercado, oferecem muito marketing e pouca qualidade, hoje se caracterizando como o pior custo-benefício no setor de espumantes e afins. A todos os leitores, desejamos uma abençoada Páscoa e Salut!

Fonte:

vinho – Jovem Pan