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A Uva Japonesa Koshu

A história da vitivinicultura japonesa já data 1.300 anos, nesta época os missionários budistas disseminaram o cultivo da Vitis por todo o país. Mas só ao fim do século XIX pode-se ver o que hoje conhecemos como produção “tida moderna”, após o governo do Japão enviar pesquisadores para a Europa para estudarem os métodos de produção e trazerem videiras a sua pátria. Segundo os últimos dados da Organização da Vinha e do Vinho(OIV), a produção japonesa em 2023 de vinhos representou 0,3% do mundo, ficando na 23° posição. Já o consumo marcou 1,5% e 16° posição mundial. O consumo per capita chegou a 2,9 litros em 2022. A região do Yamanashi onde está localizado o Vale do Koshu, onde a cepa de película rosa Koshu é produzida, é a área mais produtiva.

É em torno da bacia do rio Kōfu na região do Yamanashi que se localiza o Vale do Koshu que corresponde a cerca de 25% de toda a produção nacional que conta com 300 vinícolas espalhadas por todo o país. Este terroir apresenta uma geografia com planícies, entre as montanhas do Parque Nacional Chichibu-Kai e os picos do Monte Daibosatsu e do Monte Koshu-Takao. A vista é para os Alpes japoneses ao norte e para o Monte Fuji ao sul, este sempre coberto com uma camada de neve. A região está bem próximo a capital Tóquio, e apresenta pequenas áreas de parcelas de produção onde as maiores chegam a pouco mais de 2 hectares, e estão implantadas entre 300 a 600 metros acima do nível do mar.

Vinícola Japonesa no Vale do Koshu, Yamanashi – Crédito de Imagem : https://www.koshuvalley.com

O clima do Japão pode ser extremo, com fortes ventos gelados vindos da Sibéria no inverno e na primavera e verão o fenômeno das monções provindos do Pacífico e do mar do Japão aumentam os níveis pluviométricos consideravelmente, tornando as principais dificuldades na viticultura a umidade e as doenças causadas por fungos. A viticultura é tida como heróica por estas questões climáticas, quando não são as fortes chuvas, são as temporadas dos tufões. Os solos em maioria são argila e areia vulcânica, dependendo da localização. Uma curiosidade é que a única área do Japão com uma Indicação Geográfica (IG) para vinhos é a região de Yamanashi, onde está o Vale do Koshu.

Crédito de imagem : https://www.koshuvalley.com

Viticultores tentam utilizar todos os recursos para conseguir produzirem uvas com níveis adequados de sanidade e qualidade, alguns utilizam a prática de colocar uma espécie de chapéu em cada cacho para protege-los. O sistema de pergola ajuda a arejar os cachos permitindo maior ventilação, como pode ser observado nesta imagem acima de um vinhedo com o cultivo da Koshu.

A Bela Koshu

Koshu era o nome antigo na área, e na época entre 1603 a 1868 foi a única uva a ser cultivada no Japão. A cepa evolui com o passar dos tempos e apresenta uma película espessa de cor rosa que ajuda na resistência a doenças que atacam com a alta umidade. Esta cepa apresenta cachos longos e bagos médio de cor rosa.

“Embora nativa do Japão, a uva Koshu pertence à espécie de uva europeia Vitis vinífera. Ela cai sob os mais velhos dos três cultivares desta espécie, Proles Orientalis, tornando-se parente das castas da região do caucaso, conhecido como o local de nascimento da viticultura. A análise mostra que também contém DNA de uvas chinesas selvagens, que ajuda a explicar sua resiliência.”
por Koshu Valley

” Embora por muito tempo fora considerada de origem exclusiva Europeia, agora é conhecido por ser um híbrido (provavelmente de ocorrência natural) da Vitis vinífera da Europa e uma ou mais especies de Vitis do Leste Asiático.”
por American Association of Wine Economists (AAWE)

Vinhos com a Koshu

São vinhos com a identidade do Japão, com a Koshu são mais produzidos vinhos brancos, mas podemos encontrar alguns rosés em menor escala. São vinhos elegantes, com boa acidez, apresentam mineralidade e aromas cítricos de lima japonesa, jasmim e pêssego. Os mais valorizados apresentam aromas com nuances de lichia e frutas secas como damasco e abacaxi. A sugestão de harmonização é com pratos elaborados da cozinha japonesa como Sushi e Tempura.

Espero que este artigo possa ter lhe despertado a curiosidade de provar vinhos japoneses e também ter lhe enriquecido, acrescentando novas informações ao seu universo de cultura vínica.
Saudações Báquicas ! Desejo boas provas e saúde !

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Desejo boa jornada através desta rica leitura!

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Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal