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A garrafa de vidro e seu impacto ambiental

A palavra de ordem no mundo do vinho hoje é “sustentabilidade”. A organização International Wineries For Climate Action (IWCA – www.iwcawine.org), emite anualmente um relatório e neste o item número um, como maior agressor do vinho à natureza são as garrafas de vidro e seu respectivo transporte.

 

As garrafas representam dois terços da chamada “pegada de carbono” da indústria do vinho, dada a enorme quantidade de calor necessária à sua produção.

 

Para seu transporte a via mais amiga é a marítima, 5 vezes menos agressora que a terrestre e 11 vezes melhor que a aérea. É mais ecológico comprar no Brasil um vinho que veio de navio da Austrália (15 mil km) do que um que veio de avião da Argentina (3 mil km).

 

Importante portanto evitar as garrafas pesadas, que tem mais quantidade de vidro e são mais pesadas para o transporte. Uma garrafa de vidro ecológica, mais leve, pode ter menos de 300 gramas, uma normal cerca de meio quilo e aquelas pesadonas, que o brasileiro infelizmente ainda adora, pode chegara a um quilo!

 

Mas quais às opções às garrafas de vidro? No mundo, como mostra o relatório citado acima, já há várias iniciativas, como:

 

1-Garrafas de vidro mais leves são um caminho suave, que só envolve a indústria do vidro, com pouco impacto para o consumidor.

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2-Garrafas retornáveis – o consumidor faz um depósito pelas garrafas compradas e o recebe de volta em crédito ao retorná-las no ponto de venda. Uma solução viável no Brasil, já que este processo já existiu no passado para diversos produtos, como cervejas e refrigerantes

 

3-Reencher suas próprias garrafas usadas no ponto de venda. Mais comum na Europa, onde há comercio de vinho à granel diretamente ao consumidor. No Brasil infelizmente é proibida a importação de vinho em recipientes maiores que 5 litros.

 

4-Recipientes de outros materiais, como Pet (plástico), latas de alumínio, garrafas de papel ou Bag in Box, que exigem muito menos energia para produção e são facilmente recicláveis. Estas soluções seriam perfeitas para vinhos de consumo rápido, como é a maioria da produção mundial. A dificuldade seria convencer o consumidor da qualidade destas embalagens pouco glamurosas. Já existe no mercado, contudo, garrafas de papelão e Bag in Box em formatos imitando garrafas de vidro, buscando minimizar o problema.

 

Espumantes, que estão em alta, são um problema à parte, pois, pela pressão de seu gás, requerem garrafas de vidro mais grossas (na casa dos 800gr de peso), e dificilmente serão substituídas por outros materiais.

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Para dar a dimensão do problema: uma garrafa de papelão de 1 litro consome cerca de 80 gramas de dióxido de carbono (gCO2e/l) para sua fabricação, um para um Bag in Box de 1,5 litros são 96 gCO2e/l, lata de alumínio de 330ml – 190 gCO2e/l, garrafa Pet de 750ml – 250 gCO2e/l, garrafa de vidro ecológica 500 gCO2e/l, garrafa de vidro padrão – 650 gCO2e/l e a garrafa pesadona pode passar de 1.000 gCO2e/l.

 

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Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO