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A evolução da uva Pinot Noir no Chile, veja quais os melhores

Em recente visita ao Chile pude degustar cerca de 350 vinhos de regiões de norte a sul do estreito país. Uma das gratas surpresas deste panorama foram os tintos de uvas pinot noir. Sou um apaixonado pelos grandes vinhos da Borgonha, origem desta casta, e como tal bastante exigente e, confesso, às vezes até um pouco cético, quando se trata desta cepa. Nas últimas três décadas venho acompanhando a evolução dos pinos chilenos. Quem os provava até alguns atrás sentia muita fruta, madeira, álcool, mas pouco frescor, elegância, refinamento, mineralidade e, sobretudo pouca tipicidade desta temperamental uva borgonhesa.

 

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Esta última amostragem que tive agora me faz poder afirmar que os melhores que provei estão chegando em um patamar de alta qualidade, com exemplares refinados, que já superam a maioria dos Borgonhas de entrada.

 

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Esta transformação, contudo, não aconteceu da noite para o dia. Como quase tudo que se refere a elaboração de vinhos, é resultado de um processo lento que por vezes demora anos e implica em ajustes constantes em várias etapas da produção. As mudanças começam nos vinhedos, com novos clones, aprimoramento de seu manejo (posição em relação ao sol, poda, rendimento – menos uva por hectare), colheita por vezes antecipada, tudo com o objetivo de entregar uvas maturação perfeita (maduras, mas não sobre-maduras) e retendo melhor acidez natural. Depois, uma transformação das uvas em vinho, com macerações mais curtas e com menos intenso de barricas novas, por exemplo.

 

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A grande mudança foi, no entanto, foi a escolha de novos vales para produzir. Os melhores pinot noir provados nesta viagem vierem de vales mais frescos, seja mais no extremo norte, extremo sul, ou na costa, mais próximos às águas frias do Oceano Pacífico.

 

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Vejamos alguns destaques, que receberam 96 pontos em minha avaliação:

 

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Selo Marcelo CopelloDivulgação/Divulgação

 

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Morandé Block Series Pinot Noir 2020, Morandé, Malleco Rubi violáceo entre claro e escuro. Aroma intenso de morangos, terra, madeira aparece, mas se sobrepor, tostados. Paladar seco, com muita textura, taninos finos e secos, camadas de sabor. Belíssimo Pinot Noir, sério, rico e com potencial para crescer em garrafa. Nota 96 pontos.

Heru 2019, Ventisquero, Casablanca Rubi entre claro e escuro, brilhante. Aroma elegante, com finesse, mineral, frutado, cereja bem madura, sem perder o frescor, muita pedra. Paladar de médio-bom corpo, taninos muito finos, ao mesmo tempo delicioso. Um Pinot Noir lapidado e sofisticado. Nota 96 pontos.

Ventolera Claro de Luna Pinot Noir 2016, Ventolera, Leyda Granada entre claro e escuro. Aroma intenso, com madeira na frente, frutas vermelhas bem maduras, cereja marrasquino. Paladar de boa estrutura, madeira aparece na boca, taninos finos de boa estrutura, boa acidez. Ainda jovem, precisa de tempo para resolver a madeira, deve crescer muito. Nota 96 pontos.

Los Patricios Pinto Noir 2018, Pandolfi Price, Itata Muito intenso, Mesma nota salgada, granítica, Rubi violáceo claro. Madeira aparece pouco, apenas realça, Paladar com taninos firmes, presentes, boa acidez, Classico e elegante. Nota 96 pontos.

 

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Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO