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A Cultura Vínica Está Morrendo

Crédito de Imagem: Adoble Stock

A frase que entitula este texto é um alerta, que busca chamar atenção de todos que trabalham no setor econômico do vinho e aos que amam esta bebida milenar, para uma triste realidade ao qual a cadeia do vinho está enfrentando. Os dados da última década evidenciam um cenário preocupante do setor, a seguir eles serão apresentados e alicerçam esta real constatação.

A cultura vínica tem uma longa história na cronologia do tempo, passando pelas mais importantes civilizações da história humana. Mas quando pinçamos somente a última década temos dados alarmantes de decréscimos na cadeia como um todo. Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) a área mundial de vinhas plantadas em 2013 era de 7 443 396 (ha) e em 2023 registrou 7 201 944 (ha), uma queda de -9,5% em vinhas. Quando observamos os dados da mesma entidade sobre a produção mundial de vinhos no mesmo período, eles são ainda mais estarrecedores com uma queda de -18,77%, pois em 2013 a produção foi de 292 217 (1000 hl) e em 2023 os números registrados na produção de vinhos foi de 237 340 (1000 hl). As referências ao consumo mundial de vinhos também gera desconforto para a cadeia, já que os dados nos últimos 10 anos registraram queda de -9,5%, os dados apresentados pela OIV de consumo global de vinhos em 2013 foram de 244 433 (1000 hl) e em 2023 foi registrado 221 219 (1000 hl).

São diversas as causas que tem contribuído para esses números negativos do setor vitivinícola mundial e muitas delas podendo ter altos níveis de complexidade ao analisarmos. Dentre tantos desafios ao qual o setor vem sendo exposto podemos citar: consequências da violenta crise econômica causada pela pandemia; as incertezas trazidas pelas guerras que assombram regiões; a inflação na grande parte dos países; a dificuldade que o setor enfrenta em adquirir insumos e aumento brutal no custo de produção; o desincentivo em cultivar a Vitis e a falta generalizada de mão de obra; a concorrência dos mercados sobretudo com outras bebidas alcoólicas; a perda do poder de consumo das famílias; a mudança de hábitos das pessoas e nas gerações mileniais; as bandeiras e campanhas “anti-álcool” criadas e propagadas para as massas a todo momento; as restrições de consumo seja por políticas, por religiões ou ações fundamentalistas e o mais importante o não fomentar a cultura vínica e isso até pelo próprio setor.

Como sugestões a serem analisadas e que talvez possam ser de contributo importante para mitigar as dificuldades enfrentadas pela cadeia econômica do vinho, primeiramente seria a união do setor de forma conjunta e firme ( Entidades, Produtores, Comerciantes e Consumidores) em prol de solucionar as problemáticas que já se possui e as inúmeras que se vislumbram atingir ao setor de forma viceral. Fomentar a importância da cultura vínica como gerador de valor social, cultural, histórico e econômico sobretudo para as regiões e países vitivinícolas. Estar atentos a evolução do mundo e dos mercados, não parando no tempo e vislumbrando novos horizontes e novas possibilidades. São muitas as oportunidades na modernidade que o setor vitivinícola pode utilizar, e dentre elas a produção de estilos de vinhos que o consumidor aprecie, novas embalagens e apresentações, utilização das formas modernas de se comunicar e utilizando linguagem palatável com o público alvo, investimentos no mercado e no comércio on-line, qualificar cada vez mais os profissionais envoltos do mercado e que trabalham com vinho para que os mesmo também possam ser vitrines de encantamento aos clientes e aos novos consumidores.

Em resumo, o objetivo desde texto não é impor verdades absolutas e sim convidar a todos a olharmos para os dados atualizados apresentados, observarmos o que está ocorrendo no mercado e tomarmos consciência do que cada um de nós podemos fazer para que o setor não definhe ainda mais e a cultura vínica permaneça viva e que possa ser transmitida as novas gerações, continuando a sua trajetória também em nossa época contemporânea.

Finalizo com a frase do Nildo Lage :
“A cultura de um povo é o seu maior patrimônio. Preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores, é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato.

Desejo que você transborde cultura vínica !

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Desejo boa jornada através desta rica leitura!

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Fonte:

Mundo dos Vinhos por Dayane Casal