Posted on

Sabor que conta histórias: a experiência sensorial do Shiso no Grand Hyatt

A boa gastronomia nunca se limita ao prato. Ela se expande em nuances: memórias afetivas que despertam lembranças, intensidades que surpreendem o paladar, potências que nos transportam a outros lugares. Ainda assim, há restaurantes que conseguem ir além do sabor. Há casas que transformam cada etapa da refeição em narrativa — e o Shiso, no Grand Hyatt, pertence a essa categoria rara.

Sob o comando do chef Guilherme Campos, um verdadeiro showman, o restaurante se afirma como um espaço onde a cozinha japonesa ganha histórias próprias. Na última sexta (14), este colunista observou cada detalhe da elaboração de diversos pratos de Guilherme, que não apenas executa o Omakase: ele desenvolve capítulos. Seis comensais se sentam diante do chef e, ali, tornam-se plateia e parte do enredo. Em uma das pontas do balcão, um casal que frequenta o hotel em datas comemorativas celebrava os 15 anos de casamento. Entre um prato e outro, confessaram: “amamos a comida do Guilherme, mas frequentamos o restaurante para ouvir suas histórias”.

Bruno Chateaubriand
A salada com torresmo de salmão, um dos destaques do Omakase.Bruno Chateaubriand/Veja Rio

Os menus dialogam com tradições, mas não hesitam em flertar com o contemporâneo, apresentando composições criativas. No Shiso, os ingredientes são conduzidos como personagens principais, moldados pela lâmina afiada, pelo frescor absoluto e pela estética moderna do ambiente. É ali, no encontro entre equilíbrio e ousadia, que o restaurante revela sua força: a capacidade de provocar sensações que permanecem muito além da última garfada.

O Shiso é desses lugares que não apenas alimentam: eles marcam, encantam e divertem. E, em uma cidade que celebra o turismo, o restaurante do Grand Hyatt reafirma que a gastronomia, quando bem conduzida, também é uma forma luminosa de arte.

Publicidade

Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO