A palavra casta vem do latim e significa “pura” ou “sem mistura”. Existem catalogadas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) cerca de cinco mil variedades de Vitis e estimam-se que possam haver cerca de dez mil. Um dado curioso é que devido as sinonímias hoje existem mais de quarenta mil nomes de castas, o que por vezes se torna uma tarefa complicada conhecer todas e por isso a importância de publicar assuntos relacionados a este tema, gerando uma maior familiaridade com castas menos conhecidas como a Samarrinho.
1.Ampelografia
Antes de descrever a Samarrinho, aproveito para comentar de forma suscita sobre a importância da ampelografia que é a ciência das áreas da botânica e agronomia, que classificam as castas de Vitis. Este estudo extremamente especializado e complexo, tem base na descrição morfométrica das características dos vários órgãos da planta, como a forma e coloração das folhas, dos cachos, do bago da uva e das estruturas apicais dos rebentos da videira. A OIV definiu 88 descritores ampelográficos, que são características colhidas em forma de dados para nortear o setor científico, quanto as variedades. Estes profissionais são escassos no mercado e devido a isto, e também a outros fatores tem se buscado outras formas de identificar as plantas. Como em geral as observações são complexas e sujeitas a “subjetividade”, nos dias atuais está se utilizando a determinação do perfil genético das plantas com base no estudo do DNA.
2.Samarrinho
Os especialistas estimam que em Portugal na atualidade já se tenham mais de 300 castas autóctones conhecidas pela ciências. Destas, cerca de 115 são durienses, e uma destas é a casta Samarrinho. Uma antiga casta branca que foi descoberta no meio das vinhas velhas do Alto Douro pela equipe de viticultura comandada pelo Eng. Rui Soares, Diretor de Viticultura da Real Companhia Velha. A inovação e pesquisas foram fundamentais para a produção da casta em talhões e do primeiro vinho varietal com a Samarrinho pela Real Companhia Velha, foi em 2013, sendo lançado na linha de vinhos da empresa denominados Séries. Em seguida alguns outros produtores resolveram também plantar a Samarrinho e hoje já há outras marcas de vinhos com disponibilidade do mercado.
Como a maioria das castas, a Samarrinho também possui sinonímia, que se chama Budelho. É uma casta que apresenta abrolhamento precoce, a folha adulta possui tamanho médio e perfil irregular. Seus cachos são compactos e médios, apresentam forma cilindrica e baixo peso. Ela possui um rendimento regular e é sensível ao desavinho e a bagoinha, informações concedidas pelo especialista em viticultura Eng. Rui Soares.
O vinho exibe quando jovem aromas vegetais, aspargos e relva cortada, quando evolui mostra aromas terciários com notas de petróleo. Possui boa acidez o que contribui para longevidade e longa persistência em boca. A boa sugestão de harmonização é com comida asiática.
Espero que o conteúdo tenha lhe acrescentado novas informações, fica o convite a provarem um vinho com a casta Samarrinho e assim poder perceber mais está intrigante Vitis.
Saudações Báquicas e Saúde !
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