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Vai jantar num restaurante estrelado? Não espere encontrar o chef

Em maio, o Rio de Janeiro celebrou a volta do Guia Michelin às terras cariocas, após quatro anos, num esforço do poder público para fazer do Rio, além de uma cidade marcada pelas belezas naturais, um destino gastronômico.

Agora, a cidade tem seis estabelecimentos estrelados. Um deles é novato no estrelato: o San Omakase ganhou sua primeira condecoração, enquanto o Lasai conquistou mais uma estrela. Já Cipriani e Mee mantiveram suas únicas estrelas, assim como Oteque e Oro mantiveram suas duas estrelas Michelin.

Muitos cariocas acostumados a viajar pelo mundo percorrem com frequência a rota das estrelas do chamado turismo gastronômico.

Com a entrada em um guia, um restaurante passa a ser destino de referência para gourmands ao redor do planeta. Geralmente, hóspedes estrangeiros perguntam ao concierge: ‘”Qual restaurante com estrelas Michelin que você me indica?”, daí a importância desse reconhecimento.

Essa narrativa vale para qualquer lugar do Europa, Ásia ou Américas. No entanto, um gourmand tem a consciência de que não vai se deparar com o chef Alain Ducasse, detentor de estrelas em alguns países, em um jantar no Beige de Tóquio, por exemplo.

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Chefs viajam muito em busca de novas tendências e intercâmbio internacional. Eles são como diretores de um espetáculo da Broadway. “O chef faz parte da engrenagem de um time. O cliente vai a um restaurante para viver a experiência daquele time e não apenas do chef”, diz Felipe Bronze, detentor de duas estrelas com o Oro.

A questão sensível é que, para muitos, uma ida a um restaurante Michelin é um grande evento. Aí, encontrar o chef se torna um grande atrativo. Porém, essa não é a tendência no planeta. “Ter um excelente time faz parte da nossa história. Estamos preparados para servir com altíssima qualidade a todos os clientes, mesmo nos dias em que não estou presente”, afirma Rafa Costa e Silva, do duas estrelas, Lasai.

Certa vez, um chef paulista, em uma conversa entre amigos, disse: “Vou sair agora porque meus clientes querem ver o chef”, ao falar isso foi confrontado sobre a prática não ser saudável. Um chef tem família, e muitas vezes é responsável por mais de uma operação gastronômica – e não apenas as estreladas – e possuem muitos negócios.

Portanto, se você pensa em ir a um restaurante estrelado, seja no Rio ou em São Paulo, não busque encontrar o chef atrás de um balcão, busque a experiência de um time que foi preparado para entrega de um almoço ou jantar inesquecíveis.

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Fonte:

Comer & Beber – VEJA RIO